Escolas Umbandistas: As neutralizadoras do fundamentalismo endógeno Na Umbanda, pela diversidade dos seus adeptos, há também uma diversidade de rituais e de formas de transmissão do conhecimento. A essas várias formas de entendimento e vivência da Umbanda denominamos Escolas Umbandistas. As várias Escolas correspondem a visões mais próximas de suas matrizes formadoras: Indo-Européia, Africana e Ameríndia. Também se correspondem a visões mais voltadas aos aspectos míticos (concreta) e outras mais voltadas à essência espiritual (abstrata). Embora não haja consenso quanto à ritualística (método), que são as várias formas de manifestar e interpretar a Doutrina, a essência de todas é a mesma e são legitimamente denominadas Umbandistas. Todas as Escolas Umbandistas estão baseadas na Tradição Oral. No mundo pósmoderno em que na academia tudo é Tradição Escrita, como podemos referenciar a Tradição Oral? Não é referenciar, mas sim entender o processo. Tudo começa na ideação (imanifesto) que se manifesta no pensamento (1ª instância), para a seguir se apresentar como verbalização (oralidade – 2ª) e, finalmente, a escrita (a 3ª). Sim, da ideação à escrita temos três fases de manifestação. No passado a oralidade era fundamental (cognição / memória). Nas religiões afro-brasileiras, no Candomblé, temos no oráculo composto de historietas e versos denominados Itanifá. No passado havia Babalawo (Sacerdote de Orunmila-Ifá) que suportava vários conhecimentos, mas principalmente os versos (esé) e signos-Odu Ifá que eram 256. Como cada Odu possui 16 historietas (256 x 16) temos um total de 4096. Nos dias de hoje é impossível pensar que esse “número astronômico” fosse guardado na memória, pois temos computadores que substituem a memória e a sobrepujam. Todavia não desdenhamos da Tradição Oral, pois segundo nossas proposições é a primeira manifestação do Espírito (ideia). Nas religiões afro-brasileiras ou Umbanda além da Tradição Oral, Elas têm como fundamentais nos rituais os seguintes fatores: 1- Transe de possessão / mediúnico / anímico – Religiões de transe 2- Culto aos Orixás 3- Culto aos Ancestrais 4- Música 5- Dança 6- Ritual de sacrifício animal – não é comum a todas 7- Uso de bebidas que promovem estado superior de consciência (consciência ampliada) Portanto, consideramos Escolas Umbandistas os princípios que se seguem: As Três Escolas Umbandistas Primevas são idênticas às matrizes formadoras do povo brasileiro: Indo-Européia, Africana e Ameríndia. Vejamos os exemplos de cada uma delas: 1ª Umbanda Traçada e Candomblé de Caboclo – como descendentes da matriz Africana. Óbvio, há traços das demais (Indo-Européia e Ameríndia), mas a predominância é Africana. 2ª Pajelança, Jurema – descendentes da matriz Ameríndia, com maior ou menor influência das demais matrizes formadoras. 3ª Umbanda Branca, Umbanda Cristã e Umbanda Oriental – descendentes da raiz IndoEuropéia, com traços mais ou menos marcantes das outras duas matrizes ou raízes. Depois dos conceitos expendidos, o leitor pode questionar: Há somente três Escolas Umbandistas? Não. As três que citamos são as primevas, as demais surgiram de releituras das três matrizes (com influência maior de uma ou mais raízes), portanto de várias manifestações, traduções e reelaborações. Por isso afirmamos que a Umbanda é uma unidade aberta em construção; sua constante é a contínua mudança; no universo de Escolas Umbandistas teremos outras Escolas que surgirão como novas releituras, fusões ou devido a novos conceitos adquiridos, subjacentes na atualidade. Todas as Escolas têm uma tríade que as identifica, calcada em Epistemologia (Doutrina Filosófica), Ética (Convivência Pacífica e Interdependência) e Método (formas de práticas e vivências ritualísticas). Essa tríade se apresenta numa Linhagem ou Linha de Transmissão, de Mestre para discípulo. O detentor da Linhagem (Pai ou Mestre-Raiz) com seus iniciados e iniciandos é o fundador da Escola. A Unidade Umbandista se manifesta na diversidade, nas suas diversas Escolas. Associemos essa unidade a uma gestalt (Perls). Como fizemos em outras oportunidades entreguemos a pena a Perls e seus asseclas e entenderemos o conceito. A gestalt é uma Forma especial. O sentido geral é de uma disposição ou configuração – uma organização específica de partes que constitui um Todo particular (a Umbanda e suas Escolas). O princípio mais importante da abordagem gestáltica é a de propor que uma análise das partes nunca pode proporcionar uma compreensão do Todo, uma vez que o mesmo é definido pelas interações e interdependências das partes (impede que uma só Escola (parte) queira ser o Todo, queira codificar, cercear e engessar as demais Escolas Umbandistas). Concluímos que as partes de uma gestalt não mantém sua identidade quando estão separadas de sua função e lugar no Todo. Resumindo, diremos que a Umbanda (Todo) só existe pela interação e interdependência de suas partes (as Três Escolas Primevas, suas interações e Convergência que geraram as demais Escolas). A unidade umbandista deixa de ter sentido, de existir, se uma de suas partes (Escola) quiser ser o Todo, ou seja, a parte nunca pode ser o Todo, que por premissa se desestruturaria. Esse é o antídoto que demonstra aqueles que desejam codificar a Umbanda, que ela é uma unidade irredutível, uma essência que desaparece se o Todo é fragmentado em seus componentes (Escolas). Após estas explicações não temos como definir aqueles que não têm o menor pudor em afirmar que “sua Umbanda” é a melhor de todas, devendo ser o modelo a ser seguido. Será que não entenderam que a Umbanda é uma unidade (essência-realidade) que se manifesta na universalidade, na diversidade, e que a parte não pode representar o Todo? Que somente a interação e interdependência das partes podem representar o Todo e nunca o contrário? Portanto, não há uma “Escola” melhor que outra. É inadmissível dizer que essa ou aquela “Umbanda” é melhor que as outras. Na atualidade não há nexo essa conduta anacrônica. Afinal, o que vem acontecendo? Uns e outros possuem verdadeira ojeriza pelo diálogo, desejam protagonizar a codificação ou homogeneização, a massificação umbandista como forma de domínio político e econômico (poder), nunca por fatores religiosos, pois se assim fossem, teriam atitudes contrárias à codificação. É a mesma atitude daqueles que afirmam serem suas obras as melhores de todos os tempos e que não há comparação delas com as de outros autores. Só por isto seus grupos afins não devem ser denominados de Escolas. Seriam seitas? Talvez tal atitude não usual, mas tão comum no marketing agressivo, seja a tática usada por eles, pois devem ter percebido que seus livros, cursos ou outros eventos são apenas manifestações do desespero que estão possuídos, pois perceberam que a estratégia usada está na contramão de direção da história que aponta para a construção coletiva e não individualizada. Não adianta querer codificar ou ser codificador, pois na verdade esta não é a Vontade dos Orixás, Guias e Mentores do planeta, que desejam a inclusão total. Muitos, infelizmente, utilizam o nome das Entidades Espirituais para avalizarem seus nefastos desejos “homogeneizadores”. Não percebem que “estas entidades”, só existem em suas mentes. Estão doutrinando valores contrários às demais Entidades Espirituais, que afirmam que todas as pessoas têm direito a liberdade de escolher essa ou aquela maneira de praticar a sua Religião, segundo as várias Escolas. É um fato que temos de enfrentar e nossa gente, todos os umbandistas, que são pessoas boas, simples e inteligentes, estão dando a resposta a esses e outros tantos visionários, caso contrário não estariam usando de estratégias que demonstram seu desespero, pois estão perdendo “alunos” e pior do que isto, a credibilidade... A eles, os codificadores que, infelizmente, dizem possuir os melhores cursos e outras coisas mais, devem perguntar a seus “guias espirituais” se é isto mesmo que eles desejam. Perguntem a Eles se é justo fazer curso para Sacerdotes Umbandistas? E mais, não é no terreiro que se realiza a formação sacerdotal? Não é direito de cada um escolher a Escola que mais lhe fale a alma e se iniciar dentro do templo? Não é mais democrático ter várias Escolas e escolher uma delas já que todas têm a mesma importância diferindo apenas nos métodos? São perguntas àqueles que propagam a codificação tem de responder. Esses mesmos têm afirmado que não somos pela diversidade, pois criticamos a posição e fundamentos deles. Sim, criticamos, pois somos favoráveis a todas as Escolas e não somente a uma só como eles preconizam. Qual Escola eles preconizam? Escola não, preconizam o grupo deles, não é Escola. Cremos, pois, nossa crítica ser justa, ter respaldo na lógica e no bom senso. Somos pela diversidade e pela tolerância com as diferenças, mas não conivente com erros, pois se é louvável a tolerância com as diferenças, é abominável a tolerância com o erro e com o crime. Não podemos deixar de ter senso crítico e não deixaremos... Não somos melhores do que ninguém, mesmo porque não viemos a Terra prestar vestibular para “santo” e muito menos, de forma hipócrita, imitar esse ou aquele “santo”. O que desejamos é sermos nós mesmos, igual a qualquer outro ser humano que acerta, erra, mas procura sempre a melhoria para si e para todos. Por não sermos favoráveis à codificação e sim pela inclusão total, vemos no conceito de Escolas Umbandistas um poderoso antídoto à homogeneização. Quando afirmamos que a Umbanda é uma unidade (Todo) que se manifesta na diversidade (partes), estamos dizendo que todas as partes (Escolas), apesar de diferentes (diversos ângulos de interpretação) têm a mesma importância. Essa importância é rompida quando uma delas (a parte) quer ser o Todo. Grassando que todas as Escolas Umbandistas têm a mesma importância tomamos para nós a tarefa de fundarmos uma instituição de ensino superior regulamentada pelo MEC (Ministério da Educação). Assim, fundamos em 2004, a primeira Faculdade de Teologia do mundo com ênfase nas religiões afro-brasileiras ou Umbanda cuja missão é formar teólogos umbandistas ou das Religiões Afro-Brasileiras. O MEC permite que as faculdades de teologia FORMEM SACERDOTES, INCLUSIVE A FTU. COMO TIVEMOS UMA FORMAÇÃO SACERDOTAL NO ÂMAGO DO TEMPLO E SABEMOS PELA TRADIÇÃO QUE O SACERDOTE DEVE SER FORMADO NO TEMPLO TENDO UMA VIVÊNCIA MÍNIMA QUE VARIA DE 7 A 16 ANOS, NÃO FORMAMOS SACERDOTES NA FTU, E SIM TEÓLOGOS. Encerrando, foi com o objetivo de propagar o conceito de Escola (não como uma instituição de ensino) que acreditamos ser o mais democrático e inclusivo, e por salvaguardar a unidade umbandista e colocar em igualdade todas as Escolas, que fundamos a Escola de Síntese. O leitor pode questionar, mas o que é Escola de Síntese? ESCOLA DE SÍNTESE É O PENSAMENTO FILOSÓFICO E DOUTRINÁRIO PROPAGADO POR NOSSA INSTITUIÇÃO TEMPLÁRIA (TEMPLO). NÃO SE TRATA DE ESCOLA COMO INSTITUIÇÃO DE ENSINO, MAS SIM UMA FILOSOFIA PRÓPRIA DE UMBANDA, BASEADA EM EPISTEMOLOGIA, ÉTICA E MÉTODO. DENTRO DA UMBANDA, A ESCOLA DE SÍNTESE OCUPA UMA POSIÇÃO DE VANGUARDA VISTO QUE APRESENTA UM ENFOQUE QUE ABRANGE TODAS AS ESCOLAS DE UMBANDA. NÃO DISCRIMINA NENHUM SETOR FILOSÓFICO-RELIGIOSO, CIENTÍFICO OU ARTÍSTICO, É NÃO EXCLUDENTE, GRASSANDO DE FORMA EXPLÍCITA QUE TODAS AS ESCOLAS TÊM O MESMO VALOR, SENDO TODAS IGUALMENTE RESPEITADAS. EXCERTOS FINAIS Fatores que caracterizam as Escolas de Umbanda: 1.Tradição Oral O conhecimento, a vivência do fundamento é transmitida no templo (Linha de Transmissão de uma Raiz), no relacionamento de Pai Espiritual com sua linhagem, seus filhos espirituais, portanto não pode ser elaborada em cursos, apostilas ou outros processos que banalizam e minimizam a doutrina e o sacerdócio das Religiões Afro-Brasileiras. 2.Transe As Religiões Afro-Brasileiras são de transe, seja ele de possessão, mediúnico ou anímico. Não entraremos nos pormenores desse tema agudo, mas afirmamos que todos se aliam a fatores terapêuticos, pois permitem que o material do inconsciente transite decodificado e traduzido para o consciente, possibilitando um estado superior de consciência (consciência ampliada). Claro está que esses aspectos positivos são conseguidos quando direcionados por sacerdote experiente e gabaritado nas lides do Fundamento do Orixá ou Ancestrais. 3.Culto aos Orixás Temos os Orixás como Pais Divinos das humanas criaturas. São cultuados não só no transe, mas principalmente pelos seus poderes volitivos, que os faz Senhores dos Elementos e de determinados eventos cósmicos e sociais. Na Umbanda, fala-se muito das Sete Linhas, que muitos já quiseram ser 7, 10, outros 12, 16. O importante é que se entenda que os Orixás, na quase totalidade dos templos umbandistas, com raríssimas exceções, são os que se seguem: Oxalá (Oxalufan ou Ogiyan) Yemanjá Ibeji ou Yori Xangô Ogun Oxossi Obaluayê ou Yorimá Este é um dos modelos que apresenta as 7 Linhas ou Vibrações de Umbanda Outros, ainda cultuam além dos citados acima: Oduduwá (raríssimos templos) Obá Iewá Oxun Ossaim Oxumaré Oyá – Yansan Iroko Exu E raríssimos, a não ser nos Lexé Egun – culto aos Baba Egun - ou na casa dos mortos ou Balê (Igbá Ilê) Ressaltamos que os Orixás Yori e Yorimá, não são Orixás revelados ou inventados (ver Dicionário das Religiões Afro-brasileiras- Cacciatore) são Orikis ou Orukó de Ibeji e Obaluayê, respectivamente. Enfim, não é uma inovação, e muito menos novos Orixás. Quanto a Oyá, o termo que prevaleceu no Brasil foi Yansan (Oriki de Oyá), portanto não é outro Orixá. Quanto a Egunita é uma qualidade de Yansã. Era a qualidade da Yansan do autor José Ribeiro – denominado rei do Candomblé, mas que nunca disse ser um novo Orixá, muito menos que era Inkice (Angola) ou Vodun (Jeje). O mesmo podemos dizer ao Inkice Tempo, em verdade Tempo Amuringanga – restrito aos Cultos da Nação Angola, óbvio não cultuado na maioria dos terreiros de Umbanda. 4.Culto aos Ancestrais Ilustres Os Ancestrais Ilustres são enviados dos Orixás, entre eles citamos: Caboclo – considerado o Orixá do Brasil na Umbanda e demais Religiões Afro-Brasileiras. Preto – Velho (as) – Ancestrais Africanos Ilustres Baianos, Boiadeiros, Marinheiros, Povo do Oriente, Ciganos, Crianças, Exus e outros menos cultuados. 5.Música A musicalidade permeia os “terreiros” das Tradições Afro-Brasileiras. O canto é comum a todas as Escolas. O toque dos atabaques, ilus, ganzás, agogô, xequere e outros está afeto à maioria dos terreiros. Algumas Escolas não o utilizam. Entre elas citamos: Umbanda Branca ou Cristã, Umbanda Esotérica (tem outros toques), Umbanda Oriental (é facultativo). Os cânticos são as rezas cantadas e propiciam várias forças da natureza. É a trilha sonora por onde se desenvolve um ritual. Há vários rituais em que são utilizados os “três tambores”: rum, rumpi e lê, cada um deles tocados de maneiras diferentes. 6.Dança A dança é o ajuste fino do Movimento Cósmico; cada indivíduo se mostra como é sua identidade segundo sua maior ou menor flexibilidade ao ritmo e da dança. Não é necessário ser um “pé de valsa”, mas é mister conhecer as danças e quais suas funções, além de louvar e se canalizar com várias potências espirituais. 7.Ritual com sacrifício animal O ritual com sacrifício animal não está presente em todas as Escolas. As que sabemos não fazer uso rotineiro são: Umbanda Esotérica, Umbanda Branca, Umbanda Cristã e outras Tradições de Umbanda. Alguns por receio de serem discriminados dizem não fazer, mas fazem. Os que fazem o corte no fundamento do Axé não devem criticar e nem dizer que os que não dão corte estão errados ou desconhecem o fundamento do Axé. Pelo mesmo princípio, aqueles que são contrários aos ritos sacrificiais, que não os façam, mas não podem criticar os que fazem. Por que não podem criticar? Porque os que fazem devem ter seus motivos e seus fundamentos devem ser respeitados. Suponhamos, hipoteticamente, um grupo faça cortes em animais, qual o motivo deles criticarem os que não fazem o corte? O importante é entender que pelo conceito de Escolas todas devem se respeitar. Cada um tem a liberdade de fazer ou não, e isso é uma decisão inalienável de cada Templo. Não há nexo os que não fazem cortes quererem criticar os que fazem ou perguntarem porque eles fazem cortes. Afinal para que saber se os outros fazem isso ou aquilo? Isso é querer palpitar em seara alheia. Para quê? Quem não faz corte não precisa saber do fundamento, pois o mesmo só tem valor para quem sabe o que faz e porque faz. 8.Uso de bebidas Importante frisar que a bebida não é obrigatoriamente alcoólica. Pode ser água de várias procedências, acompanhadas ou não do Atin (pó de ervas). Pode ser “água cruzada” como dizem muitos adeptos de várias Escolas. Pode também ser aguardente, cerveja, vinho, cinzano, licores, destilados, vinho de jurema, cauim, aluá e outros. O mesmo conceito aplicado aos rituais de sacrifício é aplicado ao uso de bebidas. Deixemos a cada grupo os seus fundamentos, assim como temos os nossos. Todos, sem exceção, merecedores de respeito. Quem não usa ótimo! Quem usa ótimo! O que não devemos fazer é criticar um ao outro. O conceito de Escola permite que você tenha amizade e respeito com o diferente, é só se acostumar e não querer ser melhor que os outros. AS TRÊS ESCOLAS PRIMEVAS /ARQUETIPAIS DERAM ORIGEM A TODAS AS ESCOLAS O Princípio da Convergência explica o conceito de Escolas Umbandistas e da promoção de projetos de união, paz e concórdia entre as Religiões Afro-Brasileiras. O respeito é incondicional às diferenças das Escolas que são simples ângulos de interpretação diferentes da mesma verdade (essência). Em linhas anteriores explicitamos quais fatores caracterizam as Escolas Umbandistas. Sumarizemos e simplifiquemos as características das Escolas Umbandistas: 1.Não valorizam uma só Escola; 2.Não desvalorizam nenhuma; 3.Contemplam ou valorizam todas; Como havíamos citado anteriormente, hipoteticamente, demonstremos um modelo de grupo que não se enquadra como Escola Umbandista. Imaginemos a existência do grupo X que propõe uma doutrina única e exclusiva para a Umbanda, fundada por seu idealizador. Afirma que sua doutrina deveria ser seguida por todos, pois é melhor que as demais. Afirmam por intermédio de obras escritas que são ditadas por suas entidades espirituais, que as mesmas são as melhores, sendo referência para tudo o que doravante vier a ser escrito. Também promovem cursos vários que versam sobre sua “doutrina”, a parte, que querem tomar pelo Todo, num processo homogeneizante e codificador. Não há diálogo, pois o grupo se diz melhor que os demais, fomentando o fundamentalismo tão deplorável na atualidade, onde se propugnar o diálogo é a regra mater para uma sociedade mais justa e equilibrada. Infelizmente, vários são os grupos que tentam açambarcar a Umbanda, todavia se esqueceram que Ela tem suas Leis firmadas na Espiritualidade Superior, transmitidas que foram por entidades de escol regente dos destinos do planeta Terra. Sim, a Umbanda tem seu Comando no Astral Superior onde pontificam os Orixás e Ancestrais Ilustres manifestando-se na Terra na diversidade de cultos que buscam contemplar a todos num máximo de inclusão, neutralizando na paz e na luz toda e qualquer iniqüidade, exclusão, preconceito e desigualdades. As Escolas Umbandistas ou das Religiões Afro-Brasileiras promovem uma neutralização desses ataques ao TODO e as PARTES que atuam em convivência pacífica e interdependência, tendo função e localização específicas na manutenção da Umbanda na sua mais ampla acepção – ser promotora da Paz e da Convergência. Axé! Aranauam, Motumbá, Mucuiú, Kolofé, Axé, Salve, Saravá Rivas Neto (Arhapiagha) Diretor da FTU