Uma máquina de sonhos
Reprodução Assistida
completa três anos com
33 vidas geradas
E
m três anos de existência, o Serviço
de Reprodução Assistida do Hospital Dona Helena/Satis já gerou 33
vidas. Mais do que refletir o sucesso em
números, é preciso dar vazão à felicidade
indescritível dos casais que puderam realizar um sonho. Pessoas comuns que, de
uma forma ou de outra, têm dificuldades
em deixar seus frutos. Graças a um empurrãozinho da equipe responsável, o
resultado está estampado no rosto de
quem pôde compartilhar dessa felicidade.
Coordenado pelos ginecologistas Fábio
Choma e Ana Sílvia Teixeira Choma, o
serviço vem empregando as mais modernas técnicas para tratamento de casais,
inclusive congelamento de sêmen e
embriões, fertilização in vitro com
ovodoação (utilizando doadora de óvulos)
e inseminação artificial. As possibilidades
de gestação variam de acordo com alguns
fatores, destacando-se a idade da mulher,
CONHEÇA AS
PRINCIPAIS TÉCNICAS
São utilizadas diversas técnicas de reprodução
humana, com destaque para a fertilização in
vitro e ICSI (Injeção Intracitoplasmática de
Espermatozóide). Esta última é oferecida pioneiramente no Estado e já promoveu 17 nascimentos. O restante dos bebês é resultado da
fertilização in vitro convencional e da inseminação artificial. Destaca-se também o nascimento, no ano passado, de um casal de gêmeos gerados através da inseminação artificial
intrauterina – com sêmen de doador anônimo,
congelado havia 12 anos. O material veio do
banco de sêmen do Hospital Albert Einstein,
em São Paulo.
Fábio e Ana Sílvia Choma coordenam o serviço, aberto em maio de 2003: felicidade compartilhada
o número e a qualidade dos pré-embriões
transferidos para o útero, a qualidade do
laboratório e a capacitação dos
profissionais. São muitas as dificuldades
enfrentadas pelo casal infértil. O custo do
tratamento e das medicações utilizadas
para indução da ovulação é uma barreira
importante, já que, na maioria dos casos,
são os próprios pacientes que bancam
essas despesas. “Por tudo isso, devemos
sempre ser realistas com nossos pacientes,
estimulando-os ao tratamento, mas ao
mesmo tempo colocando as reais possibilidades de gestação”, afirma Choma.
Falta lei, sobram orientações
Ainda não há lei que regulamente a utilização da Reprodução Assistida, mesmo
que existam projetos tramitando no
Congresso. A orientação do Conselho
Federal de Medicina (CFM) é para alertar
os casais, sempre enfocando os benefícios e riscos do tratamento. “A
credibilidade de um serviço de
reprodução assistida está diretamente
relacionada aos seus resultados e à
transparência durante o tratamento”,
salienta Fábio Choma. “É muito importante que o casal participe diretamente
do processo, tirando todas as dúvidas.”
Os casais devem ter esclarecimentos
sobre as taxas de gestação do procedimento indicado e a chance de sucesso,
sem esquecer a medicação utilizada e a
qualidade do laboratório que irá manipular os gametas e embriões. As possíveis
complicações ligadas ao tratamento não
podem ficar de fora. Os pacientes devem
firmar, ainda, um termo de consentimento no qual se informam todos os detalhes
(etapas do tratamento, taxas de fertilização, número de embriões a serem transferidos para a cavidade uterina, destino
dos embriões excedentes, entre outros
fatores).
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Tecnologia auxilia diagnósticos
Imagens em 4D permitem que movimentos sejam monitorados na hora do exame
T
exames em sua memória e a
conexão com sistemas de
informática para gerenciar as
imagens.
“Sem dúvida, são os melhores
equipamentos disponíveis no
mercado. Podem até existir
iguais em Santa Catarina, mas
não melhores”, sublinha
Gilberto Hornburg, médico
coordenador do serviço no
HDH. “Com a tecnologia de
imagens em 4D, podemos
obter imagens tridimensionais e monitorar os
movimentos e alterações na
hora em que o exame é realizado”, completa Hornburg.
Além dos três aparelhos instalados nas salas de exames do
hospital, ainda foi adquirido o
rês aparelhos de última
geração foram instalados na área de ultrasonografia do Hospital Dona
Helena. Incorporando elevados recursos em qualidade
de imagem, as novas aquisições favorecem o diagnóstico nos exames. Além disso,
esses equipamentos são projetados ergonomicamente
para preservar a saúde de
seus operadores.
Por meio deles, podem ser
realizados exames em diversas áreas: medicina interna,
estudos vasculares, ginecologia e obstetrícia, entre outros. Mais que isso, a tecnologia de ponta permite o armazenamento constante de
Hornburg, coordenador do serviço: o que há de melhor no mercado
Logiq Book – semelhante a um
computador portátil e capaz
de realizar todos os exames
que os outros fazem, mas
com um detalhe: opera com
bateria e cabe em uma maleta
de viagem. Hoje, sete ultrasonografistas se revezam para
operar os equipamentos do
Hospital Dona Helena, onde
são realizados cerca de 1.100
exames por mês.
Serviço de Reabilitação é ampliado
O Hospital Dona Helena
inaugurou em abril um novo
espaço para abrigar a Ação
Ergonômica/Serviço de Reabilitação. Atuando também
na saúde ocupacional, o
serviço desenvolve projetos
de prevenção nas empresas,
como ergonomia no
ambiente de trabalho,
ginástica laboral, treinamentos, back school (escola de
postura) e estratégia de retorno ao trabalho.
A equipe é formada por
profissionais de fisioterapia,
fisioterapia do trabalho,
terapia ocupacional,
psicologia, nutrição e fonoaudiologia. O novo espaço oferece equipamentos de
última geração em eletroterapia, cinesiologia, atendimento pediátrico, RPG (reeducação postural global),
massoterapia, tração cervical e lombar, quiropraxia,
isostretching e o método
Pilates.
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Endereço: rua Blumenau,123
Telefone: 47 3451-3333 – Joinville – SC.
Alguns benefícios
• Alivia os problemas relacionados ao estresse, diminuindo tensão e fadiga
• Melhora a capacidade
cardiovascular respiratória
• Condicionamento físico e
mental
• Melhora o desempenho
sexual
• Seu corpo fica mais firme e
flexível, aumentando a
força muscular
• Melhora a postura, eliminando maus hábitos e
levando ao correto alinhamento corporal
• Desenvolve os músculos
que suportam a coluna,
eliminando dores crônicas
• Melhora o estado geral de
saúde e as funções neuromusculares em particular
• Promove uma condição
segura para uma melhora
no estilo de vida e da autoestima
Inauguração da nova área: mais serviços disponíveis para o paciente
Uma das inovações adotadas
pela Ação Ergonômica é o
método Pilates, que alia corpo e mente em exercícios
fisioterápicos. O tratamento
deve durar pelo menos dois
meses para que os resultados
sejam visíveis. Traz benefícios
cardiorrespiratórios, de flexibilidade, de força, de postura
e de consciência corporal.
“Os exercícios podem ser
feitos com bola, nos aparelhos ou no chão, usando o
peso do próprio corpo”,
explica a fisioterapeuta Gislai○
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ne Lopes, especialista em
Pilates. O método apresenta
bons resultados em pacientes
da terceira idade que sofrem
de incontinência urinária,
perda da qualidade do sono,
perda do equilíbrio, da força
muscular e da coordenação.
Foi criado pelo alemão Joseph Pilates, estudioso da anatomia, fisiologia e medicina.
Seu objetivo inicial foi o de
unir a medicina oriental, que
trabalha mais a mente, com a
ocidental – mais focada no
corpo.
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UMA PUBLICAÇÃO DO HOSPITAL DONA HELENA. PRODUÇÃO: MERCADO DE COMUNICAÇÃO.
EDIÇÃO: ANA RIBAS DIEFENTHAELER E GUILHERME DIEFENTHAELER. APOIO À REPORTAGEM: DAISY TROMBETTA.FOTOGRAFIA: PENINHA MACHADO.
FOTOLITO: ARTE & TEXTO. IMPRESSÃO: IPIRANGA.
CONTINUAÇÃO DA CAPA
Vem aí o banco de sêmen
Inovação deve ser incorporada em breve ao Serviço de Reprodução Assistida
DREAMSTIME
L
ogo, logo, os pacientes do Hospital Dona
Helena poderão optar
por ter o sêmen congelado.
O serviço beneficiará pessoas doentes, que passem por
problemas de infertilidade,
ou, simplesmente, quem
quiser doar e ajudar alguém
que não tem a mesma possibilidade. A doação é anônima e segura. Para as inseminações artificiais feitas atualmente no Serviço de Reprodução Assistida, o sêmen é
solicitado em outras localidades, de acordo com a
escolha do paciente.
A doação funciona assim: o
voluntário chega e faz a
retirada do sêmen, que é
armazenado. Em seguida, é
coletada uma amostra de
sangue para fazer exames e
saber se o doador não tem
algum problema. O material
fica armazenado por seis
meses, num período chamado de quarentena. Passado
esse período, o doador retorna ao hospital para fazer
novo exame de sangue, com
vistas a uma última comprovação da qualidade de sêmen. Resultado em mãos, os
espermatozóides são liberados para utilização. “Poucas
pessoas têm conhecimento
desses serviços. É preciso
expandir para gerar reflexão”, enfatiza a médica Ana
Silvia Choma, uma das coordenadoras do serviço.
“Emoção para
o resto da vida”
Três tentativas de inseminação
artificial tinham ficado para
trás quando o casal Paulo e
Priscila (nomes fictícios) resolveu optar pela fertilização in
vitro. Apesar do custo mais
elevado, a alternativa deu
certo. Hoje, Erick já está com
quase dois meses de vida.
Apesar da chance baixa de
sucesso, cerca de 25%, a
gravidez foi tranqüila e o
parto, normal. “Se me perguntassem, faria a fertilização de novo, porque acredito no processo”, salienta
Paulo.
O tratamento é um pouco
desgastante porque bloqueia a produção de alguns
hormônios e induz o corpo
a liberar outros. “Tem que
ser muito bem estudado
pelo casal. As chances são
baixas, por isso é importante
que o médico esclareça
tudo, como foi com a gente”, sublinha ele.
Nenhum problema foi diagnosticado, nem no homem,
nem na mulher. Mesmo assim, durante seis anos as
tentativas de ter filhos
fracassaram. “Nunca desistam. É imensurável a alegria
quando a gente descobre
que a gravidez deu certo. É
emoção para o resto da vida,
não tem como descrever”,
finaliza Paulo.
Combate à Sepse: primeiros resultados
Pouco mais de seis meses
depois do lançamento da
Campanha contra a Sepse, o
levantamento de dados já está
quase pronto. Com esse processo em dia, será a hora de
acertar os itens diagnosticados como incorretos. Uma
coisa é certa: o Hospital Dona
Helena não está longe do
ideal.
Em setembro do ano passado,
a instituição se engajou na
campanha nacional de combate à doença. De lá para cá,
muita coisa já foi feita. Mas
ainda há o que melhorar – já
que a Sepse mata cerca de
400 mil brasileiros, 5 mil catarinenses, por ano. Dado mais
assustador é o fato de que
55% dos diagnósticos da doença levam o paciente a óbito.
“É uma doença comum, mas
exige que fiquemos atentos”,
salienta o intensivista Milton
Caldeira, médico responsável
pela campanha, completando: “É sempre bom aprimorar os cuidados. Estamos
conseguindo tudo graças ao
empenho da equipe de enfermagem, que tem o primeiro
contato com o paciente e
pode enxergar melhor algumas coisas”.
Conhecendo a doença
A Sepse se caracteriza como
uma defesa exagerada do
organismo. Com o alojamento
de alguma bactéria, o corpo
humano utiliza os anticorpos
para se defender. O órgão
atingido incha – como um
corte breve no braço, que
incha, fica vermelho e sara.
Caldeira: doença é comum, mas exige atenção máxima
Quando não há controle, o
inchaço se espalha pelo corpo
e há falência múltipla dos
órgãos. Não é a bactéria que
se espalha, mas a defesa do
organismo.
O tratamento pode ser simples, se o problema for diag-
nosticado precocemente.
Soro é uma arma poderosa
contra a suspeita, já que não
apresenta efeitos colaterais.
Ele restabelece o fluxo sangüíneo e aumenta o tempo disponível para acabar com a
bactéria.
ENTREVISTA/TÉRCIO KASTEN
Anvisa faz mais que fiscalizar
Há quase seis anos, o
farmacêutico bioquímico Tércio Kasten
integra a Confederação
Nacional de Saúde
(CNS) como vicepresidente e é conselheiro da Agência
Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa). Foi
nomeado pela segunda
vez, pelo ministro da
Saúde, e desde agosto
de 2000 atua de forma
participativa. Nesta entrevista, Kasten salienta
a importância da
Anvisa para o país e
detalha suas principais
áreas de atuação, bem
como os projetos que
vêm sendo desenvolvidos. Ele coordena o
Laboratório do HDH e
salienta que “é muito
bom poder representar
a CNS num órgão de
tamanha importância”.
“A principal função da agência é proteger, de
maneira formal e material, a saúde da
coletividade, que é um direito social. Mais que
fiscalizar, o objetivo é de orientar.”
Qual o papel da Anvisa e
como o sr. avalia o relacionamento da agência com
as instituições de saúde?
Sua principal função é proteger, de maneira formal e
material, a saúde da coletividade – um direito social.
Com as instituições, inspeciona o cumprimento das
normas sanitárias e de sensibilização do setor para
com a segurança da saúde
da população. Dois
exemplos: o Projeto Hospital Sentinela, que identifica
falhas relacionadas a produtos de saúde utilizados
nesses estabelecimentos, e
o Sistema Nacional de Informações para o Controle
de Infecções em Serviços
de Saúde (Sinais), que é um
programa informatizado
gratuito para hospitais
públicos e privados. A Anvisa procura sempre interferir e ajudar de forma direta.
Como é a estrutura de
atuação da Anvisa em nível
nacional? De que maneira
a Região Sul está contemplada nas ações da agência?
A Anvisa é composta por
uma Diretoria Colegiada e
por gerências que fiscalizam desde a produção até a
distribuição de medicamentos, alimentos, agrotóxicos,
produtos e serviços de
saúde, segurança sanitária
nos portos e aeroportos,
transportes de produtos e
biossegurança, além de
monitorar a veiculação da
propaganda de medicamentos. Essas ações são
asseguradas por câmaras
técnicas e câmaras de
representantes da comunidade científica e da sociedade em geral. Ela mantém
ainda em sua estrutura o
Conselho Consultivo,
formado por membros da
sociedade organizada, cuja
finalidade é orientar e
propor ações. A Anvisa
atua regionalmente por
intermédio das vigilâncias
sanitárias estaduais e
municipais.
A Anvisa foi criada durante
o governo Fernando
Henrique. A gestão atual
está dando continuidade às
ações da direção anterior?
A atuação da Anvisa é contínua e crescente, obedecendo a legislação criada para
as agências reguladoras do
Brasil. É uma política de
Estado, portanto, de ação
continuada, independente
de quem esteja à frente do
órgão. Importante ressaltar
que a Anvisa e as vigilâncias
sanitárias regionais, como
um Sistema Nacional de
Vigilância Sanitária, adotam
como principal política a
fiscalização e a orientação,
resguardando a punição
somente para os casos
extremos que põem em
perigo a saúde do cidadão.
Mesmo assim, muita gente
acha que a agência tem
papel apenas de punir.
A agência também promove
campanhas de orientação
na área da saúde. Quais
as mais relevantes?
São inúmeras, seria difícil
citar todas. A Anvisa está em
contato direto com o
público, buscando a
harmonização no relacionamento dos serviços e
produtos de saúde entre si e
com o cidadão. O
consumidor precisa de
produtos e serviços de
qualidade. Nesse sentido, o
papel da Anvisa é o de
alertar para o que é correto.
Muitas das campanhas são
realizadas em parceria com
outros ministérios, como
Agricultura, Indústria e
Comércio, Relações
Exteriores. Campanhas
contra o fumo, contra a
dengue, de alerta para o uso
de medicamentos sem
prescrição médica, são
acompanhadas pela
população no dia-a-dia, por
intermédio dos meios de
comunicação.
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