Como o Brasil pode • • se manter competitivo Q ;::;:::::;::::=::;;;::==:::::::;;;;:==::; lí Dizem que a anedota seguinte nasceu z uando estabelece g no curso de Economia da Universidade ~ as diferencas entre ~ Harvard. Dois sujeitos estão fugindo de universidade e empresa, ~ um tigre. Na floresta, um deles pára para calçar o tênis. O outro diz: "Não adianta o professor Carlos Henrique calçar o tênis, você nunca vai conseguir de Brito Cruz fala com correr mais do que o tigre': O que está calconhecimento de causa. çando o tênis responde: "Não, mas vou O presidente do Conselho Superior correr mais do que você". da Fundação de Amparo à Pesquisa Competitividade vem da capacidade de agregar conhecimento ao que se faz. do Estado de São Paulo (FAPESP) Para analisarmos a situação paulista, usae titular da área de Eletrônica rei algumas comparações internacionais. Quântica da Universidade Estadual Assim, poderemos situar os dados que tede Campinas (Unicamp) trabalhou mos e ver se está boa ou ruim. É a história num dos mais conceituados do tigre. Estamos correndo mais depressa ou mais devagar do que os competidores? centros de pesquisas particulares Carlos Henrique de Brito Cruz Já conseguimos, tanto no Brasil quando mundo, os Laboratórios Bell, to em São Paulo, um notável desenvolvida AT&T, de março de 1986 mento da capacidade de fazer ciência. O número de proa agosto de 198 7. A isso se soma duções científicas originadas do trabalho feito no Brasil a experiência de ter sido diretor do Instituto publicadas em revistas internacionais praticamente quadruplicou. Pouco mais que a metade dessa produção é de Física da Unicamp, de 1991 a 1994, feita no Estado de São Paulo (figura 1). e em seguida pró-reitor de pesquisa Ao lado desse aumento na capacidade de se produzir da mesma universidade, até 1998. ciência, simultaneamente, houve também um aumento Na sua exposição, ele demonstrou na capacidade de formar pessoas com a qualificação neque o Brasil e São Paulo ainda têm muito cessária para trabalhar com pesquisa e desenvolvimento. Ou seja, pessoas com conhecimento, que é o objeto do o que caminhar para se tornarem nosso assunto. Estamos formando mais de 4 mil doutoverdadeiramente competitivos, mesmo res por ano no Brasil. com relação a países como Israel e Coréia É importante registrar que o crescimento dessa capado Sul. Mas também citou fatos positivos, cidade deve-se, praticamente, ao esforço do Estado, na escomo o aumento da formação de doutores fera federal e estadual, que fez os investimentos necessários. Podemos, porém, discutir se esses investimentos e a publicação cada vez maior de papers deveriam ser maiores. Minha conclusão, com base nos pelas universidades brasileiras. dados que vou mostrar a seguir, é a de que os investimenBrito Cruz é engenheiro eletrônico formado tos deveriam ser mais intensos. pelo ITA de São José dos Campos, Na análise da capacitação tecnológica a situação nos é em 1978. Fez mestrado e doutoramento mais desfavorável. É possível dimensionar essa capacidade por meio do número de patentes que o Brasil registra nos pelo Instituto de Física Gleb Wataghin, Estados Unidos. Em 1996, a soma de todas as patentes orida Unicamp, onde iniciou sua carreira ginárias de pessoas do Brasil e lá registradas foi de 56. A de professor em 1982. soma das originárias da Coréia do Sul, foi de quase 1.500, um número 30 vezes maior. Se olharmos para o tigre, o tênis deles está melhor do que o nosso. As empresas e as indústrias sul-coreanas estão mais capazes de gerar e trabalhar com conhecimento do que as do Brasil. lO PESQUISA FAPESP PE N SAN DO SÃO PAUL O: DESE NVO LVIME N TO E EMPRE G O No Brasil há alguns mal-entendidos, quando se fala de outros 99%. É mais ou menos com isso que o Brasil prepatentes. Tem-se a impressão de que pesquisa é assunto cisa preocupar-se. Por outro lado, na capacitação tecnológica nossa participação é muito menor. Países que prode universidade. Isso é um equívoco. Pesquisa é assunto de duzem ciência tanto quanto nós, como Coréia do Sul e universidade, sim, mas é, talvez muito mais, assunto de emIsrael, têm situação bem superior na tecnologia. presa. É um equívoco achar que o Brasil produz poucas paOs investimentos totais em pesquisa e desenvolvimententes porque nossas universidades não fazem e não prito feitos pelos países são medidos em percentagem do PIB, vilegiam fazer patentes. Vamos considerar o número de não em volume. Assim, São Paulo costuma aparecer acima universidades nos Estados Unidos e quantas patentes fazem do Brasil. A percentagem do PIB paulista investido em pespor ano. Tomando o conjunto de todas as universidades quisa e desenvolvimento é maior do que o percentual brados Estados Unidos, vê-se que há dez universidades responsileiro. Se São Paulo fosse um país, estaria situado até um sáveis por duas patentes por ano e 25 universidades com 20 pouco acima da Espanha. patentes por ano. Quando se fala em investiO primeiro destaque é o FIGURA I seguinte: no ano de 1996, tomentos totais, porém, somaNúmero de artigos científicos cadastrados mado como exemplo, foram se o dinheiro que vem do gono Science Citation Index originados no Brasil de 1980 a 1999 verno com o das empresas. registradas 53 mil patentes nos Quando se considera apenas Estados Unidos. Delas, apenas -10.000 o dinheiro investido pelas in9.000 1.600, ou seja, 3%, vieram 8.000 dústrias, a situação fica dide universidades. Isso mos7.000 ferente. Há uma diferença tra que o produtor de paten6.000 5.000 avassaladora entre o que tes em massa não é a univer4.000 sidade, mas a empresa. O acontece em São Paulo e no 3.000 segundo destaque é assinaBrasil com relação ao resto do • I 2.000 1.000 mundo. O Brasil investe muilar que os números relativos I I I I I I I I I I o to menos que os outros países. à produção de patentes, mesÉ novamente a história mo no sistema universitário de que eles estão com o tênis, norte-americano, são medinós não e o tigre vem atrás. dos em dezenas. Há poucas Essa diferença nos investimentos se traduz diretamente universidades que fazem mais do que 100 patentes por nos locais de trabalho dos cientistas. Uma norma de clasano. Talvez apenas seis instituições estejam nesse caso. sificação usada internacionalmente é o local onde estão É muito importante ter a noção de que, ao mesmo temos cientistas engenheiros. O Brasil tem 60 mil cientistas enpo em que registra 20 ou 25 patentes, uma universidade pugenheiros trabalhando em universidades e 12 mil em insblica 3, 4 ou 5 mil papers em um ano. Esses, sim, são o protitutos de pesquisa, como o Instituto Agronômico, o IPT duto mais característico da instituição universitária. Esse e o INPA da Amazônia. Os que trabalham para empresas destaque é importante para evitar o equívoco de gerar exsão talvez 9 mil. Em São Paulo, são perto de 4 mil. pectativas de que a universidade, além de educar os estuA fração de pesquisadores trabalhando para empresas dantes e fazer ciência, também tem que fazer patentes e inovação tecnológica, resolvendo o problema. no Brasil é extremamente baixa. Nos Estados Unidos, a relação é inversa. Enquanto no Brasil 11% dos cientistas Uma comparação entre os investimentos que as empresas de vários países fazem em pesquisa e desenvolvimenengenheiros trabalham em empresas, nos Estados Unidos to e o número de patentes que esses países registram nos a participação chega a 80%. Esse percentual vai contra a Estados Unidos mostra uma correlação muito notável. opinião comum de quem pensa em ciência e tecnologia Quanto mais a empresa investe em pesquisa, mais patentes, no Brasil. Ele mostra que considerar ciência e tecnologia tecnologia, conhecimento e competitividade consegue. como assunto de universidade é um vício. Como se pode Além disso, pode-se dizer que um volume de investiver no caso dos Estados Unidos, o papel principal das universidades é educar e formar as 800 mil pessoas que vão mentos de milhões de dólares corresponde a empregos para milhares de pessoas, porque o maior custo de fazer fazer as empresas americanas serem competitivas. Essa distribuição é bastante desfavorável para o Brasil. pesquisa é o salário das pessoas que fazem a pesquisa. O valor dos investimentos, então, pode ser traduzido no núOs Estados Unidos têm um milhão de cientistas engenheiros. Às vezes, as pessoas pensam: "É demais. Não é mero de pesquisadores que trabalham, no total de assalariados que geram conhecimento para a empresa. possível que haja lugar para caber mais". Não é o caso. Uma notícia publicada na revista Science, em agosto de A presença dos artigos científicos originados no Brasil na produção científica mundial é superior a 1%. Com 1998, se referia a reclamações de que o Congresso norteesse 1%, o País consegue educar pessoas capazes de ler os americano saiu de férias sem votar assuntos considerados •••••••••• PESQUISA FAPESP 11 PENSANDO SAO PAU LO: DESENVO LVIMENTO E E M PREGO importantes. Um desses assuntos era uma autorização é uma parte da solução, mas não pode ser a solução inteipara aumentar o n úmero de vistos de entrada que os Esra, porque não é possível assumir, a partir dos dados existados Unidos concediam anualmente para cientistas ententes, que a universidade possa ser o único responsável genheiros estrangeiros. Estava sendo solicitado um aupor gerar desenvolvimento tecnológico numa nação. mento de 65 mil vistos para 115 mil. Quem está perto do desenvolvimento tecnológico é a Lembrem-se que o número de cientistas engenheiros empresa. Em todos os lugares do mundo, isso é tarefa cenque mostrei para o Brasil era próximo a 77 mil. Os Estatral da empresa, embora a universidade possa contribuir dos Unidos estavam discutindo a admissão, por ano, de bastante. Digo que a universidade não pode resolver esse duas vezes mais do que isso, ou seja, dois Brasis em termo problema completamente com base em dados que serede ciência e tecnologia. Um destaque que precisa ser feiferem, novamente, ao caso dos Estados Unidos e ao que deto é que quem estava solicitando esses cientistas não eram nomino o mito do investimento privado na universidade. as universidade nem os insNo Brasil, existe o costutitutos de pesquisa dos Estame de dizer que os pesquisaFIGURA 2 dos Unidos, mas o lobby das dores não querem buscar a Número de cientistas na empresa, empresa e deveriam fazer empresas. São elas que prena universidade e em institutos de pesqusia no Brasil e na Coréia do Sul cisam desses 115 mil cientiscomo nos Estados Unidos, tas engenheiros para funcioonde todas as pesquisas das • Empresas narem, serem competitivas e universidades são financiaO Universidades e"' ganharem espaço. 'iii das pelas empresas. Os da..c .,c Talvez seja exagero fazer dos mostram que isso não é ""c UJ verdade. Os números refeuma comparação com os Es., tados Unidos. Mas, mesmo rentes a 1994 indicam que E . ., "' quando fazemos uma correnesse ano foram assinados .,c lação com a Coréia do Sul, a contratos no valor total de u situação é bastante desfavoUS$ 21 bilhões para a realiBrasil Coréia rável para o Brasil. No País, zação de projetos de pesquihá 9 mil cientistas engenheisa em todas as universidades ros nas empresas. Na Coréia do país. Desse total, US$ 1,4 do Sul, são 75 mil (figura 2) . Novamente, se fizermos bilhão, ou 6,8%, correspondiam a contratos com empresas. aquele exercício esquisito de imaginar São Paulo como Ou seja, a participação das empresas foi inferior a 7%. um país, com população mais ou menos semelhante à da A maior parte dos financiamentos veio do governo feCoréia do Sul, veremos que a quantidade de cientistas enderal, com US$ 14 bilhões, dois terços do total. Além disgenheiros trabalhando em atividade de pesquisa e desenso, uma parte apreciável veio dos fundos institucionais volvimento em São Paulo é insuficiente para competir das próprias úniversidades. Na contabilidade norte-amecom um país como a Coréia do Sul. ricana, o dinheiro de uma universidade pública, como a Como, assim, a empresa vai conseguir gerar conheciUniversidade da Califórnia, é da própria universidade, não do Estado da Califórnia. Assim, os fundos instituciomento para ser competitiva? Uma distorção do sistema de ciência e tecnologia brasileiro e, também, do sistema nais são compostos em boa parte de dinheiro dos goverpaulista, é o fato de o número de cientistas engenheiros nos locais, estadual e, às vezes, municipal. nas empresas ser extremamente reduzido. Esse talvez seja É uma ilusão a que existe no Brasil de que os contrao principal problema da ciência e tecnologia no Brasil. tos com empresas sustentam a pesquisa nas universidaEmpresas geram riquezas. No Brasil, somos capazes de fades norte-americanas. Na maioria dos casos, a proporção zer ciência, mas não de converter ciência em riqueza. fica entre 4% e 5%. São números semelhantes aos que O contribuinte que está pagando impostos começa existem hoje na Unicamp, na USP, na Universidade Fedecada vez mais a questionar, preocupado, porque está danral de Santa Catarina. Nessas universidades, a proporção do dinheiro e quer ver algum benefício, que não seja apeestá entre 2% e 6%, dependendo da maneira como se faz nas aumento do conhecimento para a humanidade. Ele a conta. A interação da universidade com a empresa, emquer emprego, quer uma vida melhor e que seus filhos tebora seja extremamente importante, é limitada a esses nham mais oportunidades. Existe no Brasil uma situação 7%, no caso dos Estados Unidos. na qual a ciência tem avançado, mas a competitividade da Por outro lado, esses 7% podem parecer pouco mas não empresa avança muito menos. são. São ainda mais importantes porque esses contratos Quando se faz essa afirmação, geralmente aparece alpermitem que as universidades eduquem seus estudantes guém dizendo que a solução é fazer a universidade intenum ambiente no qual existe uma convivência com a'emragir com a empresa para gerar tecnologia. Creio que isso presa, onde vão aprender que pesquisa, ciência e tecnologia 12 PESQUISA FAPESP PENSANDO SÃO PAULO: DESENVO LV I MENTO E EMPREGO não são aquelas coisas de torre de marfim, mas têm aspecIsso leva à questão da diferença, do tipo de pesquisa tos práticos do dia-a-dia. que se adapta melhor à universidade. Provavelmente, é a Outro fator importante é o representado pelos trapesquisa de natureza mais básica, embora haja espaço ços culturais. Eles existem, embora hoje em dia estejam para outras atividades e para o tipo de pesquisas mais nemais fracos. Há 10 anos, era considerado pecaminoso, cessário para a empresa, que é o desenvolvimento tecnonuma universidade como a USP ou a Unicamp, dizer lógico e a pesquisa aplicada. que iria ser feito um convênio com uma empresa. Hoje Em 1991, o professor Edward Mansfield fez uma pesem dia, é uma coisa até propagandeada. Mas ainda exisquisa em empresas norte-americanas com a pergunta: de tem barreiras. Um exemplo interessante desses obstácuonde vem o conhecimento para se fazer a inovação? As emlos é uma lei estadual que proíbe as universidades públipresas responderam que, em cada 10 vezes, nove vezes ele cas de fazerem convênios com empresas que pertençam vinha de dentro da empresa ou dos fornecedores e uma a pessoas que já foram funcionávez da universidade. Outra pesquirios públicos. Assim, se um professa, feita em 1996, chegou à mesma conclusão. No Brasil, a Confederasor da Unicamp ou da USP, deção Nacional das Indústrias fez tampois de aposentado, abrir uma ''Empresa e empresa de alta tecnologia, não bém uma pesquisa e chegou exauniversidade são tamente à mesma conclusão. Ou poderá por lei fazer um convênio com a Unicamp ou a USP. seja, a maior parte do conhecimeninstituições Há ainda alguns fatores que dito que a empresa precisa vem da prócom m1ssoes zem respeito à natureza das instipria empresa e de seus fornecedores tuições. Há coisas que não podem e clientes. Se pensarmos sobre isso, e objetivos veremos que é uma coisa totalser mudadas, pois a troca ou vai estragar a empresa ou a universimente natural, pois são essas pesdiferentes'' dade. São instituições com missoas que estão perto do produto. Em conclusão, o que eu quis dessões e objetivos diferentes. Não se tacar aqui foram os seguintes pontos: pode querer integrar uma na outra. Um desses aspectos é a questão do sigilo. Ele é impora. Existe em São Paulo uma enorme capacidade para a tantíssimo para a empresa. Para a universidade, não é tão geração de ciência, instalada em nossas melhores uniimportante assim. Aliás, para a universidade, há ocasiões versidades. em que ele até atrapalha, pois o projeto da pesquisa na b. A pequena quantidade de cientistas e engenheiros fauniversidade precisa ser um projeto que sirva para ensizendo atividades de P&D como empregados de emnar um estudante. presas compromete a capacidade da empresa em São Não se pode dizer a um estudante que ele será obriPaulo de gerar inovação tecnológica. gado a atrasar a sua tese por mais três anos, porque a emc. No Sistema Estadual de C&T é preciso reconhecer presa que contratou o projeto está pedindo esse prazo que cada organização tem missões diversas e complepara ter vantagens sobre o competidor. Esse estudante mentares. d. A universidade é primariamente responsável pela eduestará com a carreira arruinada se não puder publicar seus papers, ir a conferências, preparar teses. De qualquer cação, e só poderá fazê-lo bem ao desenvolver atividamaneira, é um problema que pode ser resolvido. Aprendes de pesquisa científica e tecnológica. di no MIT que a cláusula de sigilo é, para o instituto, e. Para que haja desenvolvimento econômico é impresmotivo de rompimento da discussão. O MIT pára de cindível que a empresa seja o ator principal na ativiconversar com a empresa na mesma hora, se a empresa dade de inovação tecnológica. Há, hoje, importantes razões porque ela não pode fazer isto eficazmente: judisser que quer colocar uma cláusula de sigilo no convênio. Mas, como me explicaram, sempre se consegue preros altos, instabilidade e carga tributária. parar os contratos e seus termos de tal maneira que essa f. A colaboração universidade-empresa é desejável cocláusula não é necessária. mo instrumento para melhorar a educação que a universidade faz e para trazer a cultura da pesquisa Outra questão é o tempo disponível para a realização da pesquisa. Tem a ver com a diferença que é pesquisar para dentro da empresa. Mas só pode haver estacoensinando. Não se pode perder de vista que o papel funlaboração quando a empresa tem suas próprias atividamental da universidade é educar, formar pessoas. Fazer dades de P&D. uma pesquisa ensinando estudantes é completamente diA Fapesp tem dado contribuição destacada a todos os ferente de fazer uma pesquisa para ser encerrada da maobjetivos destacados acima e convido o leitor a conhecer neira mais rápida, para colocar o produto no mercado ou mais sobre os programas da Fundação em nossa homeatender a pedidos do departamento de reclamações. page em http:/ /www.fapesp.br. PESQUISA FAPESP 13