IV SEMANA INTERNACIONAL DE PEDAGOGIA - SIP Centro Cultural e de Exposições Ruth Cardoso De 21 a 25 de Novembro de 2015 Maceió - Alagoas - Brasil I SEMINÁRIO LUSOBRASILEIRO DE EDUCAÇÃO INFANTIL - SLBEI Colegiado de Pedagogia UFAL Centro Acadêmico Paulo Freire - CAPed ISSN: 1981 - 3031 TRECHOS DE AXÉ: A MULTICULTURALIDADE DA BANDA CHICLETE COM BANANA EM UMA TURMA DE EJA Lucas Spinelli Ferreira Silva [email protected] RESUMO Este projeto pretende abordar o estudo da Multiculturalidade do ponto de vista da Axé Music com foco na Banda Chiclete com Banana. Reconhecendo aspectos sociopolítico-culturais presentes nas músicas da Banda Chiclete com Banana e relacionando ao cotidiano dos alunos da Educação de Jovens e Adultos. Caracterizar o Axé Music como um ritmo musical oriundo da periferia negra e pobre de Salvador, onde sua população encontrou na música uma maneira de lutar pelos seus direitos e manter viva a sua cultura africana, formando os chamados Blocos Afro. Identificar a Banda Chiclete com Banana como processo da evolução musical e cultural da Axé Music. Reconhecendo os alunos da Educação de Jovens e Adultos como um público multicultural, ou seja, que cada aluno tem a sua particularidade cultural, apresentar a Axé Music e a Banda Chiclete com Banana é uma forma de expor e afirmar que é possível ter uma relação harmoniosa da sua cultura em meio a tantas outras existentes. PALAVRAS-CHAVE: Multiculturalidade; Axé Music; Banda Chiclete com Banana; Educação de Jovens e Adultos. 1 PROBLEMATICA DA PESQUISA Diante da grande quantidade existente de culturas no Brasil e no mundo, o Multiculturalismo nada mais é que o reconhecimento das diferenças, da individualidade de cada um. Daí então surge a confusão: se o discurso é pela igualdade de direitos, falar em diferenças parece uma contradição. Mas não é bem assim. A igualdade de que se fala é igualdade perante a lei, é igualdade relativa aos direitos e deveres. As diferenças às quais o multiculturalismo se refere são diferenças de valores e de costumes, posto que se trata de indivíduos de raças, etnias e crenças diferentes entre si. Reconhecendo o Axé Music como uma vertente do cenário musical brasileiro e como uma forma de representação da cultura africana no Brasil desde meados da década de 1970 a partir dos desfiles dos blocos afrocarnavalescos no carnaval de Salvador. Em 1988, a grande mídia divulgava que em Salvador os blocos afro tinham criado o samba-reggae, um ritmo novo que misturava samba duro com reggae jamaicano, fazendo com que a música IV SEMANA INTERNACIONAL DE PEDAGOGIA - SIP Centro Cultural e de Exposições Ruth Cardoso De 21 a 25 de Novembro de 2015 Maceió - Alagoas - Brasil I SEMINÁRIO LUSOBRASILEIRO DE EDUCAÇÃO INFANTIL - SLBEI Colegiado de Pedagogia UFAL Centro Acadêmico Paulo Freire - CAPed ISSN: 1981 - 3031 assumisse um papel de bandeira política com força suficiente para conseguir cidadania para o negro baiano, voltando as atenções para o desenvolvimento da cultura negra na Bahia. “Os blocos afro são considerados a forma mais visível de expressão e mobilização afro-baiana. Essas organizações carnavalescas se identificam e são identificadas como unidades culturais em defesa do negro e de sua cultura, constituem-se em polos nos quais questões étnicas são colocadas em pauta e seus membros se conscientizam de sua negritude, através da construção de uma identidade que busca a valorização do negro em termos estéticos e culturais. ” (GUERREIRO, p. 49, 2000) Simultaneamente em que a organização dos blocos afro ganhava força nos seus bairros de origem, as classes branco-mestiças de classe média e alta se organizavam em blocos carnavalescos chamados “blocos de trio elétrico”. Surgindo nos anos de 1950 com a criação do primeiro trio elétrico pelos carnavalescos Dodô e Osmar e Temístocles Aragão. Invenção essa motivada pela visita do clube carnavalesco Vassourinhas, do Recife, que naquele ano animou as ruas de Salvador executando frevos. Surpresos com aquele som, Dodô e Osmar resolveram eletrificar o ritmo e inventaram o frevo baiano, tocado por um instrumento construído por eles, chamado de “pau elétrico”. A música era executada em cima de um carro com alto-falantes e desfilava ao lado de clubes, cordões, blocos e bandas. “A música que embalava o ambiente emanava dos trios que propiciavam aos foliões um ‘carnavalparticipação’ e os caminhões musicais se transformavam na principal expressão da cultura musical soteropolitana. ” (GUERREIRO, p. 124, 2000) A axé music é a junção da música dos blocos de trio com a música dos blocos afro. É um estilo mestiço, com uma linguagem que mistura sonoridades harmônicas e percussivas. Tal mistura, foi recebida inicialmente pelas bandas de trio elétrico, atraídas pela inovação musical que a grande mídia veiculava. A Banda Chiclete com Banana foi uma das pioneiras nesse segmento. Fundada IV SEMANA INTERNACIONAL DE PEDAGOGIA - SIP Centro Cultural e de Exposições Ruth Cardoso De 21 a 25 de Novembro de 2015 Maceió - Alagoas - Brasil I SEMINÁRIO LUSOBRASILEIRO DE EDUCAÇÃO INFANTIL - SLBEI Colegiado de Pedagogia UFAL Centro Acadêmico Paulo Freire - CAPed ISSN: 1981 - 3031 na primeira metade da década de 80, o Chiclete com Banana conseguiu em suas músicas agradar a um público negro-mestiço que procurava reconhecimento dos seus direitos e valorização de sua cultura afro, como também, as necessidades econômicas e lucrativas das classes branco-mestiça que entendiam aquela música como fonte lucrativa de mercado. “Uma das razões do sucesso é a diversidade musical. Diferentemente de outras bandas, o Chiclete, desde o início, fez experiências e cantou todo tipo de música: galope, rock, pop, axé e forró. Com essa prática, procuraram ampliar o público, mostrar diferentes ritmos e participar de festas populares como o Carnaval e o São João, sem falar nas micaretas regionais. As letras, românticas e ingênuas, sempre falam de amor e, por isso, agradam a homens e mulheres. ” (GIUDICE, p. 21, 2009) Podemos afirmar que Cultura é toda aquela manifestação feita por pessoas de um determinado grupo, onde se representam a partir de diversas manifestações, sendo assim, Montiel (2001) afirma que “A cultura é uma elaboração comunitária mediante a qual os indivíduos se reconhecem, se autorepresentam e assinalam significações comuns ao mundo que os rodeia.”. Assim como ainda afirma Montiel (2001), “Grande parte da ‘cultura’ de hoje tem sua origem e se difunde pelos meios de comunicação de massa.”. Ou seja, criações e manifestações populares atingem de tal modo certa quantidade de pessoas que a grande mídia acaba por se apoderar delas para difundir essas “culturas” tornando isso como verdadeiros produtos comerciais, facilitando o acesso de outras pessoas a essa cultura. A escola como espaço para debates e formação de pessoas críticas para a sociedade deve tomar conhecimento dessa diversidade cultural e compreender a importância do trabalho com o Multiculturalismo dentro da sala de aula respeitando os valores e crenças de cada indivíduo. Nas palavras de Loureiro (2003), “Precisamos considerar as experiências, necessidades e linguagens de cada um. Por outro lado, devemos estar abertos às novidades, sem, contudo, desprezar o que precisa ser preservado. ”. Sendo assim, é possível conviver com IV SEMANA INTERNACIONAL DE PEDAGOGIA - SIP Centro Cultural e de Exposições Ruth Cardoso De 21 a 25 de Novembro de 2015 Maceió - Alagoas - Brasil I SEMINÁRIO LUSOBRASILEIRO DE EDUCAÇÃO INFANTIL - SLBEI Colegiado de Pedagogia UFAL Centro Acadêmico Paulo Freire - CAPed ISSN: 1981 - 3031 as diferentes formas de expressão sendo impulsionadas pela grande mídia ou em participações em eventos culturais. Como ainda explica Loureiro (2003, p. 13): “Com o avanço da tecnologia e com a rapidez da informação, é possível conviver com diferentes formas de expressões artísticas, seja através da mídia ou pela participação ao vivo, em eventos culturais que ocupam os espaços, continuamente, em nossas cidades. ” Assim, como afirma os PCN de Temas Transversais, o trabalho da escola deve ser o de superar a discriminação, valorizar o que deve ser valorizado e de trabalhar com toda essa diversidade encontrada dentro da sala de aula. “O grande desafio da escola é investir na superação da discriminação e dar a conhecer a riqueza representada pela diversidade etnocultural que compõe o patrimônio sociocultural brasileiro, valorizando a trajetória particular dos grupos que compõem a sociedade. Nesse sentido, a escola deve ser local de diálogo, de aprender a conviver, vivenciando a própria cultura e respeitando as diferentes formas de expressão cultural.” (BRASIL, 1997, p. 23.) É necessário compreender o público da Educação de Jovens e Adultos, como um público multicultural, onde cada estudante se sinta representado por meio da sua cultura. O papel do trabalho com a Multiculturalidade é o do respeito as culturas a partir da sua cultura. Se identificar na cultura do próximo sem se desvincular da sua cultura. “O público adulto possui uma bagagem cultural e de conhecimentos adquiridos em outras instâncias sociais, uma vez que a escola não é o único espaço de produção e socialização de saberes. Assim, é possível tratar do mesmo conteúdo de formas e em tempos diferenciados, tendo em vista as experiências e trajetórias de vida dos educandos da EJA. ” (DC EJA, p. 26, 2006) O ponto primordial da seguinte pesquisa é a de compreender o trabalho com a Multiculturalidade, do ponto de vista da Axé Music como música derivada IV SEMANA INTERNACIONAL DE PEDAGOGIA - SIP Centro Cultural e de Exposições Ruth Cardoso De 21 a 25 de Novembro de 2015 Maceió - Alagoas - Brasil I SEMINÁRIO LUSOBRASILEIRO DE EDUCAÇÃO INFANTIL - SLBEI Colegiado de Pedagogia UFAL Centro Acadêmico Paulo Freire - CAPed ISSN: 1981 - 3031 da cultura africana em constante evolução cultural e social. Sendo mais específico, De que maneira as músicas da Banda Chiclete com Banana pode favorecer para o trabalho com a Multiculturalidade em uma turma de EJA? 2. OBJETIVOS O objetivo geral da seguinte pesquisa é de interpretar a música da Banda Chiclete com Banana como forma de trabalho com a Multiculturalidade em uma turma de EJA. Os objetivos específicos são: Apresentar o contexto histórico do Axé Music e caracterizar a Banda Chiclete com Banana como resultado da evolução musical desse ritmo; Aplicar a música da Banda Chiclete com Banana de forma a proporcionar o reconhecimento e valorização da Cultura Africana; Compreender a diversidade cultural presente na música da Banda Chiclete com Banana de modo a ampliar e entender o respeito entre as diferentes culturas; 3. METODOLOGIA A seguinte pesquisa será de abordagem qualitativa que segundo Kauark (2010, p. 25): “A interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados são básicas no processo de pesquisa qualitativa. Não requer o uso de métodos e técnicas estatísticas. O ambiente natural é a fonte direta para coleta de dados e o pesquisador é o instrumento-chave. É descritiva. Os pesquisadores tendem a analisar seus dados indutivamente. ” Pretendo obter dados utilizando questionário como instrumento de pesquisa. A aplicação desse questionário será feita com os estudantes da EJA antes da aplicação do projeto de intervenção, bem como após essa aplicação. Analisando a concepção prévia da Multiculturalidade e a concepção posterior da Multiculturalidade. IV SEMANA INTERNACIONAL DE PEDAGOGIA - SIP Centro Cultural e de Exposições Ruth Cardoso De 21 a 25 de Novembro de 2015 Maceió - Alagoas - Brasil I SEMINÁRIO LUSOBRASILEIRO DE EDUCAÇÃO INFANTIL - SLBEI Colegiado de Pedagogia UFAL Centro Acadêmico Paulo Freire - CAPed ISSN: 1981 - 3031 Para obtenção de coleta de dados irei utilizar de Entrevistas com os seguintes sujeitos: Professores da Educação de Jovens e Adultos, Alunos da Educação de Jovens e Adultos, além de alguns protagonistas da cena musical baiana como: Luiz Caldas, Bell Marques e Moraes Moreira. A entrevista com os alunos e professores da EJA será feita de modo a tentar compreender de que maneira eles enxergam a visão cultural esse trabalho dentro do âmbito escolar. A análise dos dados se dará posteriormente a aplicação de Projeto de Intervenção com os estudantes, com previsão de realização no período de 2015.1. Compreendo esta pesquisa com certas limitações para ser executadas do ponto de vista da negação que alguns estudantes possam ter ao se deparar com uma manifestação cultural diferente da sua. Entretanto, tendo em vista que o trabalho com a multiculturalidade se dá a partir do momento em que consigo enxergar a cultura que me rodeia com olhares sobre a minha cultura. 4. RESULTADOS Até o dado momento desta pesquisa, os resultados obtidos foram a partir de entrevistas com artistas que compõem o cenário da Axé Music e música baiana como Luiz Caldas, Bell Marques e Moraes Moreira. Além de entrevistas de educadores da Educação de Jovens e adultos. Outros resultados serão obtidos a partir da aplicação do Projeto de Intervenção. Em entrevista com o Luiz Caldas, considerado o criador da Axé Music, realizada no dia 22 de julho de 2014, o mesmo diz que acredita numa maior valorização da cultura afro baiana a partir de um ensino mais valorizador de culturas distintas. O preconceito se dá justamente pela falta de acesso às culturas. Bell Marques, ex-vocalista e um dos fundadores da Banda Chiclete com Banana, em entrevista realizada no dia 06 de Março de 2015, afirma que a música do Chiclete com Banana é um das que mais apresentam influências de outros ritmos, afirmando que o diálogo entre culturas e o respeito se dá justamente pela maneira harmoniosa que ele e a Banda Chiclete com Banana IV SEMANA INTERNACIONAL DE PEDAGOGIA - SIP Centro Cultural e de Exposições Ruth Cardoso De 21 a 25 de Novembro de 2015 Maceió - Alagoas - Brasil I SEMINÁRIO LUSOBRASILEIRO DE EDUCAÇÃO INFANTIL - SLBEI Colegiado de Pedagogia UFAL Centro Acadêmico Paulo Freire - CAPed ISSN: 1981 - 3031 encontrou para dar significados as suas composições sejam elas de protesto e de valorização da cultura negra, como também as músicas românticas. O cantor, compositor e ex-integrante do grupo Novos Baianos, Moraes Moreira, numa entrevista concedida no dia 23 de julho de 2015, enxerga a música baiana como única na maneira de ser executada, entretanto na maneira em que ela é concebida se torna uma verdadeira mistura. Ainda diz que a maior prova da evolução da música baiana se dá pelo marco histórico da fundação da Banda Chiclete com Banana. Realizei as três entrevistas de forma que pudesse ampliar o conhecimento adquirido através de pesquisas sobre o Axé Music, a música baiana, a sua evolução musical e mercadológica e o papel importante da Banda Chiclete com Banana. Além dessas entrevistas já realizadas, entrevistarei educadores de Jovens e Adultos, alguns alunos da EJA, como também o resultado de todo o trabalho se resultará após aplicação de projeto de intervenção que se dará em 5 momentos de 50 minutos/cada. A pesquisa tem previsão de conclusão no período de 2016.1. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao término da realização dessa pesquisa pretendo apresentar a abordagem Multicultural presente em turmas de EJA de modo a compreender a especificidade de cada estudante trabalhando o respeito mútuo entre as mais diversas culturas. Apresentar a Banda Chiclete com Banana em uma sala de aula no âmbito escolar é garantir o acesso a uma cultura considerada menor pelo simples fato de atingir as camadas mais pobres da sociedade. É trazer o contexto social em que muitos alunos estão inseridos para dentro da sala de aula, é valorizar a cultura do estudante. Saber compreender que o conhecimento do senso comum pode e deve estabelecer relações com o conhecimento científico. Compreender o Axé Music como um ritmo musical em constante evolução, significa ter uma visão multicultural do ponto de vista histórico, social e econômico. IV SEMANA INTERNACIONAL DE PEDAGOGIA - SIP Centro Cultural e de Exposições Ruth Cardoso De 21 a 25 de Novembro de 2015 Maceió - Alagoas - Brasil I SEMINÁRIO LUSOBRASILEIRO DE EDUCAÇÃO INFANTIL - SLBEI Colegiado de Pedagogia UFAL Centro Acadêmico Paulo Freire - CAPed ISSN: 1981 - 3031 O homem aprende além das relações em sala de aula, mas primordialmente em suas relações com o meio em que está inserido. Esse é o resultado que o trabalho da Axé Music e a Banda Chiclete com Banana em uma sala de aula pode proporcionar aos seus estudantes. REFERÊNCIAS BRASIL. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL. Parâmetros curriculares nacionais : apresentação dos temas transversais, ética / Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília : MEC/SEF, 1997. CALDAS, Luiz. Entrevista concedida ao autor em 22/07/2014. GIUDICE, Claudia. Biografia Chiclete com Banana / Claudia Giudice, organizadora. São Paulo: Abril, 2009. GUERREIRO, Goli. A trama dos tambores: a música afro-pop de Salvador / Goli Guerreiro; prefácio de José Carlos Capinan – São Paulo: Ed. 34, 2000. KAUARK, Fabiana. Metodologia da pesquisa: guia prático / Fabiana Kauark, Fernanda Castro Manhães e Carlos Henrique Medeiros. Itabuna: Via Litterarum, 2010. LOUREIRO, Alícia Maria Almeida. O ensino de música na escola fundamental. Campinas, SP: Papirus, 2003. MARQUES, Bell. Entrevista concedida ao autor em 06/03/2015. MONTIEL, Edgar. Globalización y geopolíticas de las culturas. America latina 2020. Buenos Aires: Flacso – UNESCO-, 2001. MOREIRA, Moraes. Entrevista concedida ao autor em 23/07/2015. PARANÁ.SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DO PARANÁ. Diretrizes Curriculares da Educação de Jovens e Adultos. Curitiba: 2006.