Modelação e Projecto Orientados por Objectos Gabriel David [email protected] Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto Modelação OO 0 Modelação e projecto orientados por objectos OMT - Object Modeling Technique (Rumbaugh) UML - Unified Modeling Language (Rumbaugh, Jacobson, Booch) Sumário • Conceitos de modelação • Metodologia de projecto • Implementação • introdução • modelação de objectos • modelação dinâmica • modelação funcional Modelação OO 1 Modelação Modelo - abstracção de alguma coisa com o objectivo de a compreender antes de a construir Exemplos: maquetes de arquitectura, modelos de aviação e de engenharia hidráulica, esboços de pintura, planos de livros Utilidade • testar um artefacto antes de o construir, para detectar falhas de forma barata - modelos físicos (reproduzir à escala os fenómenos essenciais do artefacto) - simulação computacional (cada vez mais barata do que modelos físicos, mas exige uma descrição das leis que governam o artefacto) • comunicar com os clientes, para validar a especificação • visualizar, para assentar as ideias gerais e começar a pormenorizar cada parte • reduzir a complexidade, para tornar a realidade manuseável Modelação OO 2 Abstracção Abstracção - eliminação dos aspectos irrelevantes para o fim em causa capacidade fundamental que permite lidar com a complexidade; cérebro humano só manuseia uma quantidade limitada de informação simultaneamente [Ex: homem da visão fotográfica] • modelos são adequados ou inadequados relativamente ao fim pretendido • não há modelos correctos em absoluto • sistemas complexos: pode ser útil construir modelos segundo várias perspectivas complementares [maquete de arquitectura e projectos de especialidade de uma casa] • captar os aspectos cruciais sem introduzir detalhes estranhos ao problema implica usar uma linguagem suficientemente expressiva [Português fundamental; assembly] Modelação OO 3 Modelos orientados por objectos objecto = estrutura de dados + comportamento raciocinar sobre problemas usando modelos organizados em torno de conceitos do mundo real objectos fornecem nível de abstracção adequado contraste com a programação estruturada: dados e comportamento bastante desligados modelos OO úteis para: • compreender problemas • comunicar com peritos do domínio da aplicação • modelar organizações • preparar documentação • projectar programas e bases de dados Modelação OO 4 Características dos objectos Identidade - dados constituídos por entidades discretas e distinguíveis: os objectos (concretos ou conceptuais) • dois objectos são distintos, mesmo que todos os valores dos seus atributos sejam iguais, se as suas identidades forem diferentes referências são uniformes e independentes do conteúdo admissíveis colecções de objectos de naturezas diferentes Classificação - objectos com a mesma estrutura de dados (atributos) e o mesmo comportamento (operações) são agrupados numa classe • classe é uma abstracção que descreve as propriedades importantes para uma aplicação (em sentido geral) e ignora o resto • a escolha das classes é arbitrária e depende da aplicação • cada objecto é uma instância de uma classe - partilha com as outras instâncias dessa classe os nomes dos atributos e as operações - tem os seus próprios valores nos atributos - sabe de que classe é • Modelação OO 5 Classificação Classe Polígono Atributos Objectos polígonos vértices espessura das arestas côr do interior Operações desenha apaga abstracção move instâncias #1 ({v1 v2 v3 v4} 1 branco) #2 ({v5 v6 v7} 2 branco) #3 ({v8 v9 v10 v11} 1 preto) Modelação OO 6 Características dos objectos (cont.) Polimorfismo - a mesma operação comporta-se de forma diferente em diferentes classes [move terá efeitos diferentes nas classes Polígono e PeçaXadrez) • uma implementação específica de uma operação por uma classe chama-se método • pode haver vários métodos associados à mesma operação, em classes diferentes • operação é uma abstracção de comportamento análogo em objectos de tipos diferentes • implementar novas classes não exige o conhecimento dos métodos das outras classes: basta definir localmente os novos comportamentos, adicionando métodos para as operações aplicáveis Herança - partilha de atributos e operações entre classes baseada numa relação hierárquica • ao classificar os objectos, se uma classe A tiver basicamente os mesmos atributos e operações que uma classe B, acrescidos de outros atributos ou operações, não se repete a definição: diz-se que A é uma subclasse de B (B é superclasse de A) factorização de propriedades comuns • cada subclasse herda as propriedades da superclasse e acrescenta as suas próprias [JanelaDeslizante é uma subclasse de Janela, de quem herda a região do écran, acrescentando uma barra de deslocamento e um offset] reutilização • além de acrescentar operações, uma subclasse pode redefinir operações da superclasse, indicando um novo método refinamento Modelação OO 7 Desenvolvimento OO nova forma de pensar sobre software, baseada em abstracções do mundo real, e não uma técnica de programação desenvolvimento = análise, projecto e implementação; as outras fases do ciclo de vida do software (documentação , integração, manutenção e aperfeiçoamento) não serão referidas, embora beneficiem da clareza do projecto conseguida essência do desenvolvimento OO: identificação e organização dos conceitos do domínio da aplicação e não da sua representação final numa linguagem de programação o esforço de atacar os verdadeiros problemas conceptuais em vez das questões de implementação é compensador • erros de projecto descobertos só na fase de implementação têm um custo muito superior aos detectados em fases anteriores • concentrar na implementação demasiado cedo limita as opções no projecto • só depois de ter os conceitos inerentes à aplicação identificados, compreendidos e organizados é possível definir adequadamente os detalhes das estruturas de dados e das funções • desenvolvimento independente da linguagem até às fases finais (OO ou não) Modelação OO 8 Metodologia 1 ANÁLISE PROJECTO DO SISTEMA PROJECTO DOS OBJECTOS IMPLEMENTAÇÃO • ponto de partida: formulação de problema pelo cliente • analista (+ cliente) constrói um modelo da situação do mundo real, mostrando as propriedades importantes • modelo da análise: abstracção concisa e precisa do que o sistema deve fazer e não de como fazê-lo • objectos do modelo são conceitos do domínio da aplicação • o perito do domínio deve ser capaz de o compreender e criticar • modelo não deve conter conceitos da implementação computacional • [a classe Janela deve ser descrita em termos dos atributos e operações visíveis pelo utilizador] Modelação OO 9 Metodologia 2 ANÁLISE PROJECTO DO SISTEMA PROJECTO DOS OBJECTOS • contém decisões de alto nível sobre a arquitectura global • o sistema em causa é organizado em subsistemas, baseado no modelo da análise e na arquitectura • o projectista de sistema decide quais as características de desempenho a optimizar e a estratégia de o conseguir • [as modificações no écran deverão ser rápidas e suaves escolha de protocolo de comunicações e esquema de cache] IMPLEMENTAÇÃO Modelação OO 10 Metodologia 3 ANÁLISE • o projectista de objectos elabora um modelo de projecto baseado no modelo da análise, mas com detalhes da solução, de acordo com a estratégia do projecto de sistema PROJECTO DO SISTEMA • foco: estruturas de dados e algoritmos da implementação de cada classe classes da análise mantém significado, mas são aumentadas com objectos computacionais tanto os objectos do domínio da aplicação como os objectos computacionais são descritos usando os mesmos conceitos e notação OO, embora estejam em diferentes planos conceptuais [operações da classe Janela especificadas em termos do hardware e do sistema operativo subjacentes] • PROJECTO DOS OBJECTOS • IMPLEMENTAÇÃO • Modelação OO 11 Metodologia 4 ANÁLISE • • PROJECTO DO SISTEMA PROJECTO DOS OBJECTOS IMPLEMENTAÇÃO • • • • classes e associações desenvolvidas durante o projecto dos objectos são traduzidas para uma linguagem particular, uma BD ou uma implementação em hardware fase essencialmente automatizável (decisões difíceis já tomadas) a linguagem alvo influencia as decisões do projecto, mas este não deve depender de pormenores da linguagem implementação deve garantir fácil referenciação ao projecto para manter flexibilidade e extensibilidade a linguagem não tem que ser OO, embora estas facilitem a correspondência com o projecto [a classe Janela é codificada numa linguagem, com chamadas ao sistema gráfico da máquina] Modelação OO 12 Metodologia: conclusão conceitos OO (identidade, classificação, polimorfismo, herança) aplicados ao longo do ciclo de desenvolvimento de software as classes de uma fase são levadas para as fases subsequentes, sem alteração da notação, embora vão sendo progressivamente detalhadas algumas classes são introduzidas só no projecto ou na implementação: árvores, tabelas de dispersão ou listas ligadas não são objectos do domínio da aplicação e portanto não aparecem na análise; são introduzidos no projecto, para suportar algoritmos usados na implementação computacional de objectos do mundo real na implementação codificam-se tanto as construções do domínio da aplicação como do domínio da solução a vista da análise e a vista da implementação são ambas representações adequadas do sistema, só que a níveis de abstracção diferentes e com propósitos diversos Modelação OO 13 Técnica de modelação de objectos é útil olhar para o sistema segundo três perspectivas complementares, todas necessárias para uma profunda compreensão do sistema • modelo de objectos - aspecto estático, estrutural, dos dados • modelo dinâmico - aspecto temporal, comportamental, de controlo • modelo funcional - aspecto transformacional, de função um procedimento típico incorpora os três aspectos: usa estruturas de dados (modelo de objectos), sequencia operações no tempo (modelo dinâmico) e transforma valores (modelo funcional) os três modelos • representam vistas ortogonais representadas e manipuladas com notação uniforme • são examináveis e compreensíveis de forma relativamente autónoma • têm interligações limitadas e explícitas (se o projecto for bom) • evoluem ao longo das várias fases do desenvolvimento Modelação OO 14 Modelos análise projecto sistema objectos implementação fases do desenvolvimento modelo de objectos modelo dinâmico modelo funcional vistas do sistema Modelação OO 15 Modelo de objectos descreve a estrutura dos objectos num sistema • identidade • associações com outros objectos • atributos • operações é o modelo mais fundamental pois é necessário descrever o que está a ser transformado antes de descrever quando e como isso acontece objectos são as unidades de percepção do mundo, as moléculas dos modelos objectivo: capturar os conceitos do mundo real que são importantes para a aplicação • no modelo da análise não devem existir objectos computacionais, a menos que o problema seja computacional [um sistema operativo] • o modelo do projecto descreve a solução do problema e já aparecem objectos computacionais notação gráfica é diagrama de objectos: grafo cujos nós são classes, organizadas em hierarquias, e cujos arcos são associações entre classes; as classes definem os atributos presentes em cada instância e indicam as operações associadas Modelação OO 16 Modelo dinâmico descreve os aspectos do sistema relacionados com a evolução temporal e a sequenciação das operações: eventos que marcam alterações, sequências de eventos, estados que dão o contexto aos eventos captura o aspecto do controlo, das sequências de operações, sem atender ao que fazem, sobre o que trabalham, ou como estão implementadas notação gráfica é diagrama de estados (um por classe): grafo cujos nós são estados e cujos arcos são transições entre estados causadas por eventos • acções nos diagramas de estados correspondem a funções no modelo funcional • os eventos são operações no modelo de objectos Modelação OO 17 Modelo funcional descreve as transformações de valores: funções, correspondências, restrições, dependências funcionais; captura o que o sistema faz, independentemente de como e quando exemplos de modelos funcionais: árvores de expressões e folhas de cálculo representado por diagramas de fluxo de dados (DFD): são grafos cujos nós são processos e cujos arcos são fluxos de dados (representam computações) • funções são invocadas por acções no modelo dinâmico e • aparecem como operações no modelo de objectos Modelação OO 18 Comparação problemas diferentes põem ênfase diferente nos vários modelos, mas os três são necessários em qualquer grande sistema quando os modelos se revelarem insuficientes, usar linguagem natural metodologias orientadas por funções (Yourdon, DeMarco): ênfase na especificação e decomposição da funcionalidade do sistema • parece a implementação mais directa de uma solução mas fica muito dependente dos requisitos, os quais tendem a evoluir mais rapidamente do que as organizações • metodologia OO identifica primeiro os objectos do domínio de aplicação e depois adapta os procedimentos em torno deles; a estrutura fica mais imune a alterações nos requisitos, porque parte do ambiente do problema, em vez de partir de um resultado específico pretendido Modelação OO 19 Temas OO abstracção • focar os aspectos essenciais, inerentes à entidade, ignorando os acidentais • concentrar no que o objecto é e faz, antes de em como implementar • muitas linguagens modernas suportam abstracção de dados, mas a herança e o polimorfismo dão-lhe um poder adicional • uso adequado da abstracção (estilo de projecto independente da linguagem) permite que o mesmo modelo seja usado para a análise, projecto de alto-nível, estrutura do programa, estrutura da base de dados e documentação encapsulamento • esconder a informação: separar os aspectos externos de um objecto, acessíveis aos outros objectos, dos detalhes de implementação internos, que ficam escondidos e permitem modificações locais • a capacidade de combinar dados e comportamento na mesma entidade reforça o conceito de encapsulamento Modelação OO 20 Mais temas OO dados + comportamento • o chamador de uma operação não precisa de considerar as implementações: isso é responsabilidade do objecto receptor; o polimorfismo permite que uma única operação desenha seja capaz de desenhar um gráfico complexo, desde que cada objecto a desenhar implemente adequadamente essa operação; acrescentar classes não obriga a mexer no código das pre-existentes partilha • herança de dados e comportamento reduz redundância nas subclasses • reutilização de componentes em bibliotecas é suportado mas exige planeamento e um esforço adicional de generalização dos objectos definidos (elemento responsável pela reutilização nas equipas de desenvolvimento) estrutura de objectos • acento na definição do que o objecto é, mais do que em como é usado • a natureza dos objectos tende a ser mais estável do que os usos que se fazem deles • maior ênfase na estrutura de dados do que na estrutura de procedimentos sinergia • várias das características das linguagens OO podem ser encontradas isoladamente noutras linguagens; é o conjunto de todas elas que fazem da programação por objectos um novo paradigma Modelação OO 21 Modelação de objectos Modelo de objectos - captura a estrutura estática do sistema • objectos • associações entre objectos • atributos • operações o mais importante dos três modelos sistema construído em torno dos objectos e não em torno da funcionalidade modelo OO corresponde de perto ao mundo real robustez Objecto - conceito, abstracção ou coisa com fronteira bem definida e com significado para o problema • promove a compreensão do mundo real • fornece uma base prática para a implementação identidade decomposição de um problema em objectos depende do discernimento do analista e da natureza do problema Modelação OO 22 Classes Classe - descreve um grupo de objectos com propriedades semelhantes (atributos), comportamento comum (operações), idêntico relacionamento com outros objectos e a mesma semântica [classes: Pessoa, Companhia, Animal, Processo, Janela] objectos numa classe partilham o mesmo intento semântico, para lá de terem o mesmo padrão de atributos e operações [tanto as empresas como as pessoas podem ser caracterizadas por NumFiscal, Nome, Morada, Telefone; é contudo razoável colocá-las em classes diferentes, atendendo à sua semântica; a não ser que, por exemplo do ponto de vista de um banco, sejam todos clientes] projectista decide classe de um objecto - propriedade implícita do objecto Se os objectos são o que importa, porquê as classes? • abstracção • factorização • reutilização [move em Polígonos (mas suporta diferenciação: área)] Modelação OO 23 Diagramas de objectos diagramas de objectos úteis para modelação abstracta e para projectar programas notação gráfica concisa, fácil de entender e que na prática funciona diagrama de objectos diagrama de classes • esquema, padrão ou template • descreve muitas instâncias, o caso geral diagrama de instâncias • descreve o interrelacionamento de um conjunto particular de objectos • útil para exemplos e casos de teste (cenários) classes e instâncias podem aparecer no mesmo diagrama de objectos - normalmente não interessa misturar (excepto para meta-dados) Pessoa classe nome da classe: negrito, maiúsculas (Pessoa) João Silva (Pessoa) Maria Santos (Pessoa) objectos nome da classe: negrito, maiúsculas, entre parêntesis nomes de objectos: fonte normal Modelação OO 24 Atributos Atributo - valor mantido pelos objectos de uma classe [nome, idade e peso, atributos das instâncias de Pessoa; côr, peso e ano, atributos das instâncias de Carro] • cada atributo tem um valor em cada instância • cada nome de atributo é único, na classe [ver peso] • um atributo deve ser um valor puro e não um objecto • valores puros não têm identidade: todos os 17 são indistinguíveis • não confundir identificadores internos com atributos [o país Canadá é um objecto cujo atributo nome tem o valor "Canadá" (cadeia); a capital do Canadá é um objecto cidade e não deve ser modelada como um atributo, mas antes como uma associação entre um objecto país e um objecto cidade, cujo nome é a cadeia "Otawa"] Pessoa nome: string nasce: integer peso: float =75 classe (Pessoa) João Silva 24 72 (Pessoa) Maria Santos 52 60 objectos • atributos são listados na segunda parte da caixa de classe • a seguir ao nome podem indicarse o tipo e o valor por omissão Modelação OO 25 Operações e métodos Operação - função ou transformação que pode ser aplicada a objectos ou por objectos duma classe [operações na classe Janela: abrir, fechar, esconder, desenhar] todos os objectos de uma classe partilham as mesmas operações a efectivação de uma operação tem sempre um objecto alvo como argumento implícito comportamento da operação depende da classe do alvo (um objecto sabe qual a sua classe) a mesma operação abstracta corresponde a vários métodos diferentes (polimorfismo) [a operação desenhar numa instância de Janela pode ser aplicar a todos os diferentes componentes dessa janela a operação desenhar, a qual num caso desenhará um botão, noutro um painel, etc] operações podem ter argumentos explícitos, mas isso não afecta a escolha do método todos os métodos para uma operação devem ter a mesma assinatura (número e tipo dos argumentos e tipo do resultado) uma operação deve ser uma abstracção com uma semântica consistente: não usar o mesmo nome para conceitos distintos [inverter uma matriz e inverter uma figura plana] Modelação OO 26 Tipos de operações operações no terço inferior da caixa da classe ° nome, lista de argumentos e tipo do resultado ° ausência de tipo do resultado não há retorno categorias de operações ° operações com efeitos laterais [muda_peso] ° perguntas - cálculo de um valor sem modificar os objectos Pessoa nome: string nasc: integer peso: float =75 ° atributos derivados - perguntas sem argumentos explícitos [idade] idade (): integer muda_peso (novo: integer) um atributo derivado só depende do objecto e pode ser visto como uma propriedade do objecto ° escolha dos atributos base e dos atributos derivados é arbitrária ° evitar sobre-especificar o estado do objecto classe Modelação OO 27 Notação para classes Nome-classe nome-atributo-1 : tipo-1 = valor-omissão-1 nome-atributo-2 : tipo-2 = valor-omissão-2 °°° nome-operação-1 (lista-argumentos-1) : tipo-resultado-1 nome-operação-2 (lista-argumentos-2) : tipo-resultado-2 °°° dependendo do detalhe pretendido, os atributos, as operações e as listas de argumentos podem ser omitidos Modelação OO 28 Associações Ligação - é uma conexão física ou conceptual entre duas instâncias de objectos ? João Silva Trabalha-para Magol • formal: ligação é um tuplo, uma sequência de instâncias de objectos, (João Silva, Magol) • ligação é uma instância de associação Associação - descreve um conjunto de ligações com estrutura e semântica comuns ? Trabalha-para • todas as ligações de uma associação relacionam objectos das mesmas classes • associações correspondem muitas vezes a verbos na especificação • associações descrevem conjuntos de ligações potenciais classes descrevem conjuntos de objectos potenciais Modelação OO 29 Características das associações bidireccionais - podem ser conceptualmente atravessadas em qualquer direcção • nome pode ser direccional [Trabalha-para]; define sentido directo, sentido inverso • nome duplo [Emprega] refere-se à mesma associação; tem o mesmo significado implementação • apontador - atributo num objecto com referência explícita para outro objecto class Pessoa class Empresa char *nome; char *nome; int idade; char *morada; Empresa *emprego; Setof(Pessoa) *empregados; • implementação com apontadores, sim; modelo com apontadores, não • uma ligação não é parte de um objecto; depende de ambos simultaneamente um só facto no modelo - apontadores directo e inverso são dependentes (consistência) - implementação pode ter apontadores só num sentido, se for o único usado • todos os relacionamentos entre classes devem ser modelados como associações, mesmo em projecto de programas (nas BD está mais aceite) Modelação OO 30 Aridade País nome: string Tem-capital (País) Canadá Tem-capital (País) França Tem-capital (País) Senegal Tem-capital • associações binária e ternária • ordem superior rara • nome da associação optativo Cidade nome: string • ligação ternária é facto atómico e indivisível diagrama de classes Projecto (Cidade) Ottawa Linguagem Pessoa (Cidade) Paris (Projecto) contabilidade (Cidade) Dakar diagrama de instâncias (Projecto) CAD (Linguagem) COBOL (Pessoa) Maria Santos (Linguagem) C Modelação OO 31 Multiplicidade Recta nome Cruza 2+ diagrama de classes Ponto nome L3 P1 P2 L5 L1 ( Recta ) L1 ( Recta ) L2 (Ponto) P1 ( Recta ) L3 (Ponto) P2 L4 diagrama amostra de instâncias de dados • Tem-capital é uma associação um-para-um, i.e., "cada País têm uma só Capital" e "cada Capital administra um só País" ( Recta ) L4 ( Recta ) L5 L2 0 ou mais (muitos) 0 ou 1 (optativo) exactamente 1 • Cruza é uma associação muitos-paramuitos (2+ quer dizer que cada Ponto é o cruzamento de, pelo menos, duas rectas) • multiplicidade metida só numa segunda fase; expõe pressupostos escondidos no modelo; pode ser qualquer intervalo Modelação OO 32 Importância multiplicidade • subestimar restringe a flexibilidade da aplicação • sobreestimar dá sobrecarga no uso e perda de informação semântica ordem superior • notação de bola cheia/vazia ambígua associações importantes para modelos LP como para BD ou problemas do mundo real • não pertencem a uma única classe • portanto, não violam o encapsulamento da informação em classes • incapacidade de lidar com associações em pé de igualdade com as classes leva a modelos com pressupostos escondidos técnica de implementação (com apontadores ou não) deve ser adiada até às últimas fases de projecto Modelação OO 33 Atributos das ligações Atributo - propriedade dos objectos numa classe. Atributo de ligação - propriedade das ligações numa associação. Ficheiro Acessível por id Utilizador nome permissão /etc/termcap /etc/termcap /usr/silva/.login (read) (read-write) (read-write) João Silva Maria Santos João Silva • cada atributo de ligação tem um valor em cada ligação • notação realça a semelhança entre os atributos dos objectos e das ligações • numa associação muitos-para-muitos não faz sentido pôr o atributo de ligação em nenhum dos objectos Modelação OO 34 Associações muitos-para-um chefe Pessoa nome bi morada Chefia trabalhador Trabalha para ? Empresa nome morada salário cargo avaliação • a associação Chefia indica , para cada trabalhador, o seu chefe directo • necessita de papéis nos ramos pois é recursiva • cada chefe pode ter 0-ou-mais trabalhadores chefiados; cada empregado pode ter 0-ou-1 chefes (contempla o director-geral, que não tem chefe) • nas associações muitos-para-um (ou um-para-um) é possível deslocar os atributos de ligação para o lado oposto a um, sem perda de informação; mas semanticamente tais atributos são de ligação (o salário e o cargo são da Pessoa na Empresa) e aí devem permanecer por clareza e para permitir alterar a multiplicidade Modelação OO 35 Associação como classe Utilizador Autorizado em Workstation Autorização prioridade privilégios sessão directório inicial Directório • generalização dos atributos de ligação: acrescentar operações de ligação e dar um nome modela-se a associação como uma classe • as ligações ficam instâncias da classe • útil quando se pretende que a associação participe noutras associações, ou que seja sujeita a operações Modelação OO 36 Papéis Papel - um extremo de uma associação Utilizador • • • • • • • dono utilizador autorizado Directório continente conteúdo pode existir um nome do papel, que será único; se existirem nomes em todos os papéis, o nome da associação é dispensável nas associações binárias, o papel identifica o conjunto de objectos associado com um objecto no outro extremo [para um Directório quais os utilizadores autorizados] funciona como um atributo derivado do objecto no outro extremo; permite atravessar a associação sem a mencionar [para um Directório qual o dono]; substantivo na especificação relativamente a uma classe, os nomes dos papéis nos extremos afastados das respectivas associações devem ser únicos e diferentes dos atributos da classe nomes dos papéis necessários - se a associação envolver mais do que uma vez a mesma classe - para distinguir duas associações entre o mesmo par de classes casos simples: basta o nome da classe destino associações ternárias ou superiores: papéis não funcionam como atributos derivados Modelação OO 37 Ordenação Directório {ordered} Ficheiro admita-se que cada ficheiro só pode estar num directório • a indicação {ordered} é um caso especial de restrição • aplicada no lado muitos • faz com que os objectos fiquem ordenados Modelação OO 38 Qualificação Directório nome ficheiro Ficheiro associação qualificada - caso particular de ternária, relaciona duas classes e um qualificador qualificador - atributo especial que reduz a multiplicidade; distingue entre os objectos do lado muitos identifica um ficheiro: reduz a um-para-um, neste caso (pode fazer só uma partição no resultado, sem reduzir para um) Directório + nome ficheiro vantagem: melhora o rigor semântico e aumenta a visibilidade dos caminhos de navegação Modelação OO 39 Agregação representa o relacionamento parte-todo ou é-parte-de entre componentes e montagem forma de associação com semântica suplementar • transitiva (se A é parte de B e B é parte de C, A é parte de C) • anti-simétrica (se A é parte de B, então B não é parte de A) • algumas propriedades da montagem propagam-se aos componentes, possivelmente modificadas - se não houver propagação, a agregação é inútil [a velocidade e a posição de um puxador são obtidas da porta de que aquele faz parte] o losango indica o lado da montagem Documento 1+ Parágrafos 1+ Frases Modelação OO 40 Agregação multinível Computador 1+ Monitor Caixa sistema Chassis Processador Rato Memória Teclado Ventoínha um Computador é constituído por um ou mais Monitores, uma Caixa de Sistema, um Rato optativo e um Teclado. A Caixa de Sistema por sua vez é constituída por um Chassis, um Processador, muitos chips de Memória e uma Ventoínha optativa. agregação: uma classe de montagem + uma classe de componentes; vários componentes de tipos diferentes correspondem a várias agregações, que se podem desenhar juntas numa hierarquia os componentes podem ou não ter existência autónoma Modelação OO 41 Generalização e herança Generalização - é o relacionamento entre uma classe (superclasse) e uma ou mais versões refinadas de si própria (subclasses). Herança - é o mecanismo pelo qual as propriedades (atributos e operações) da superclasse são partilhadas pelas subclasses. is-a : sinónimo de generalização, porque qualquer instância de uma subclasse é também instância da superclasse transitividade: ascendente e descendente; o estado de uma instância contém valores para todos os atributos de todas as classes ascendentes e são-lhe aplicáveis todas as operações dos ascendentes especialização significa que as subclasses podem adicionar os seus próprios atributos e operações (é a generalização vista das subclasses) discriminador - atributo enumerado (tantos valores quantas as subclasses) que indica que propriedade de um objecto é abstraída por uma generalização particular (optativo) Modelação OO 42 Hierarquia Figura côr centro espessura caneta mover seleccionar rodar mostrar dimensionalidade Dimensão 0 Dimensão 1 orientação escalar Ponto mostrar Linha Arco extremos raio ângulo mostrar mostrar Spline pontos mostrar Dimensão 2 orientação enchimento escalar encher Polígono Círculo lados vértices mostrar diâmetro mostrar rodar Modelação OO 43 Uso da generalização evitar hierarquias muito profundas (até 3 ou 4 níveis) generalização: • modelação conceptual - estrutura as classes, evidencia o que é comum e o que é distinto e reduz o número de aspectos diferentes • implementação - promove a reutilização de código revogação (overriding) - forma de criar excepções ao mecanismo de herança através da redefinição de uma propriedade de uma superclasse; a definição mais específica impõese especificar comportamento que depende da subclasse [mostrar] • restringir uma especificação • melhorar a eficiência [rodar em Círculo] a redefinição deve manter a assinatura uma subclasse é um caso especial da superclasse - má prática ir buscar uma classe parecida para modificar, ignorando certas partes, se a resultante não for efectivamente subclasse Modelação OO 44 Agrupamento Módulo - vista que combina classes, associações e generalizações, segundo uma determinada perspectiva • construção lógica, mas de fronteiras arbitrárias • nível de empacotamento entre as classes e o modelo completo • indicar o nome do módulo ao cimo de cada folha • habitualmente a densidade de ligações inter-módulos é inferior à densidade intramódulo Folha - partição de um módulo correspondente a uma folha física • não é uma construção lógica, mas apenas notacional • no máximo um módulo por folha; pode haver módulos que ocupem várias folhas • associações e generalizações aparecem só numa folha; classes podem aparecer em várias (indicar, junto às classes partilhadas, as referências das folhas em que ocorrem) Modelação OO 45 Expressões aritméticas 1º op 2º op Termo (X+ Y/2)/(X/3 + Y) Expressão operador bin Variável Constante nome valor (Expressão) / 2º op 1º op 1º op 1º op (Expressão) + (Variável) X (Constante) 3 2º op 1º op (Expressão) / 2º op (Expressão) + 2º op (Expressão) / 1º op (Variável) Y 2º op (Constante) 2 Modelação OO 46 Agregação versus associação Agregação - forma de associação com semântica mais forte em que um objecto agregado é feito de componentes (part-of). O agregado é semanticamente uma extensão de objecto, tratado como uma unidade em muitas operações. dois objectos habitualmente vistos como independentes, embora frequentemente ligados associação testes para decidir pela agregação • usa-se a expressão parte de? • algumas operações no todo são automaticamente aplicadas às partes? • alguns valores de atributos são propagados às partes? • há uma assimetria na associação, em que uma classe é subordinada de outra? opção é matéria de discernimento do analista Empresa Pessoa Divisão • Departamento uma empresa não é um agregado de pessoas, pois ambos são objectos independentes Modelação OO 47 Agregação versus generalização agregação relaciona objectos, distintos entre si, em que um é parte do outro (part-of) • árvore de agregação é constituída por objectos que são parte de um objecto composto generalização relaciona classes e é uma forma de estruturar a descrição de um único objecto, que é simultaneamente instância da superclasse e da subclasse (is-a) • árvore de generalização é constituída por classes que descrevem um objecto Lâmpada Fluorescente Balastro Encaixe Incandescente Arrancador Base Tampa Interruptor Fios Suporte Modelação OO 48 Tipos de agregação agregado fixo - estrutura fixa; número e tipo de subpartes prédefinidos [lâmpada] agregado variável - número de níveis finito; número de componentes variável [empresa] agregado recursivo - contém directa ou indirectamente uma instância do mesmo tipo do agregado; número de níveis potencialmente infinito [expressão] superclasse e duas subclasses - uma para os nós intermédios e que é uma agregação de instâncias da superclasse - outra para os nós terminais do agregado propagação - aplicação automática de uma operação a uma rede de objectos, quando a operação é aplicada a um objecto inicial (através de agregações ou associações; dirigida) aplicação profunda - aplicar a toda a rede • aplicação superficial - aplicar ao objecto inicial, mas não aos componentes • propagação - aplicação controlada, a vários níveis, entre aqueles casos extremos [copiar um documento: copia-se a ligação ao dono, mas não se copia o dono] Pessoa dono copiar copiar Documento Parágrafo Carácter copiar copiar copiar Modelação OO 49 Classes abstractas Classe abstracta - classe sem instâncias directas, mas cujas classes descendentes possuem instâncias directas. Classe concreta - classe com instâncias directas. uma classe concreta pode ter subclasses abstractas; estas têm que ter subclasses concretas • só classes concretas podem ser folhas nas árvores de generalização Trabalhador ? Trabalhador pode ser uma classe concreta se existirem trabalhadores indiferenciados • as reticências indicam que há Mineiro Padeiro ••• subclasses não mencionadas classes abstractas organizam propriedades comuns a várias classes • criar superclasse abstracta para encapsular classes que participam na mesma associação [requisição de livros e de revistas] • algumas classes abstractas aparecem logo no domínio da aplicação; outras são introduzidas mais tarde para promover a reutilização Modelação OO 50 Operações abstractas Empregado rendimento acumulado calcular pagamento {abstracta} Empregado horário taxa horária taxa extraordinária Assalariado Permanente taxa semanal taxa mensal calcular pagamento calcular pagamento calcular pagamento Empregado é classe abstracta - cada empregado tem que estar numa das três subclasses Operação abstracta - protocolo definido mas sem se fornecer um método (só faz sentido numa classe abstracta; nas concretas, todos os métodos estão definidos) Notação : comentário entre chavetas classe original de uma propriedade - classe mais geral que lhe define o protocolo; as descendentes podem restringir tipos e revogar métodos, mas não expandir o protocolo Modelação OO 51 Formas de generalização instância de uma classe é instância de todas as suas superclasses: recebe todos os seus atributos e aplicam-se-lhe as suas operações (pode reimplementar métodos, mas sem alterar o protocolo externo) extensão - subclasse pode adicionar novas propriedades [Empregado] • reduzir o número de instâncias, aumenta o número de operações aplicáveis restrição - subclasse pode impôr restrições nos atributos herdados (limita os valores que as instâncias podem tomar) [um círculo é-uma elipse em que os dois eixos são iguais; operações de escalar x e y não são independentes para os círculos] • propriedades herdadas podem ser renomeadas numa restrição [eixos diâmetro] • uma classe pode não herdar todas as operações das suas generalizações (decisão do analista, com a tecnologia actual) - a classe Círculo deve suprimir a operação de escalar desigual • um objecto declarado elipse não é obrigado a permanecer um círculo mesmo que os seus eixos sejam temporariamente iguais - i.e., no sistema podem existir círculos que não são Círculo, o que é desagradável do ponto de vista de pesquisa declarativa Modelação OO 52 Pertença a uma classe • • • • implícita por regra - define a condição de pertença - todos os objectos que satisfaçam a condição pertencem à classe [objectos imutáveis da matemática] - pertença à classe derivada dos valores dos atributos explícita por enumeração - objectos discretos sabem explicitamente a que classe pertencem, independentemente de os valores dos atributos mudarem (pode gerar incoerências) pertença à classe derivada da identidade do objecto - operações que invalidem restrições de pertença à classe devem ser proibidas por razões semânticas Modelação OO 53 Revogação uso da herança: tipos de dados abstractos versus partilha de implementação; problemas quando a revogação altera substancialmente um método em vez de só o refinar revogação para • extensão - novo método reutiliza o herdado acrescentando comportamento [método para desenhar JanelaComEtiqueta desenha Janela e acrescenta a etiqueta] • restrição - novo método restringe o protocolo, limitando os tipos dos argumentos, para manter a operação fechada na subclasse [superclasse Conjunto, operação adiciona(Object); subclasse ConjuntoInteiro, operação adiciona(Integer)] • optimização - implementação tira partido da especialização para obter maior eficiência, mantendo o protocolo • conveniência - construir uma nova classe a partir de uma parecida em termos de implementação e revogando os métodos inconvenientes - semanticamente errado pois a subclasse não tem ligação inerente à superclasse problemas de manutenção Modelação OO 54 Partilha de implementação • parar evitar a herança ad-hoc - preferível factorizar os aspectos comuns da classe original e da pretendida numa classe abstracta e fazer desta superclasse comum Classe Abstracta NovaClasse ? Classe NovaClasse melhor Modelação OO 55 Regras para a herança Adesão a estas regras leva a software mais fácil de entender e estender e menos sujeito a erros por descuido Regras semânticas para a herança • todas as perguntas são herdadas por todas as subclasses • todas as operações de actualização são herdadas por todas as extensões • operações de actualização que afectem atributos ou associações restrictos são bloqueadas na restrição • as revogações não podem alterar substancialmente os métodos; métodos para a mesma operação têm o mesmo protocolo • operações herdadas podem ser refinadas com comportamento adicional A implementação e o uso de muitas linguagens OO violam estes princípios Modelação OO 56 Herança múltipla Generalização múltipla - permite a uma classe ter várias superclasses, e herdar propriedades de todas; i.e. combinar informação de várias fontes classe de junção - classe com mais do que uma superclasse propriedades de um ascendente obtidas por mais do que um caminho são herdadas uma só vez evitar definições paralelas que conduzam a ambiguidades nas classes de junção cada generalização deve ser feita sobre uma só propriedade [meio em que um veículo se desloca] refinar em várias dimensões independentes usar generalização múltipla Veículo s subclasses sobrepostas Veículo terrestre Veículo aquático subclasses disjuntas Carro Anfíbio Barco classe de junção nenhuma classe pode herdar de duas classes na mesma generalização disjunta (se for de uma generalização sobreposta, ou de generalizações diferentes, já pode) Modelação OO 57 Herança múltipla acidental Monitor é um Estudante que colabora na Docência. (classe de junção) um Docente da FEUP que é Estudante de Filosofia? • acontece haver uma instância que pertence simultaneamente a duas classes sobrepostas • não se justifica criar uma classe de junção artificial para este caso. solução: considerar Pessoa como um objecto composto de vários objectos Universitário Pessoa s Docente Estudante Pessoal Monitor Universitário • em vez de herança, delegação • perda da identidade entre os vários papéis Modelação OO 58 Herança simples herança simples - uma só superclasse, hierarquia é uma árvore delegação - mecanismo de implementação pelo qual um objecto faz seguir uma operação para outro objecto, para execução como contornar a falta de herança múltipla: • delegação com agregação dos vários papéis - • herdar a classe mais importante e delegar o resto - • nem todas as classes de junção terão que ser explicictamente criadas a classe de junção é uma agregação das outras subclasses generalização encaixada - factorizar primeiro uma generalização, depois as outras - preserva herança, mas duplica código Modelação OO 59 Meta-informação Meta-dados - dados que descrevem outros dados a definição de uma classe é meta-informação. • os modelos são inerentemente meta-informação um SGBD relacional contém meta-dados, sobre as tabelas • tabela de dados: Tokyo é capital do Japão; Bangcock, a da Tailândia, etc. • tabela de meta-dados: registar o facto de a uma cidade, corresponder uma capital - a tabela que contém o nome de todas as tabelas existentes, tem uma linha para ela própria instanciação - relacionamento entre a classe e o conjunto de objectos que descreve (notação a ponteado) • pouco utilizado porque normalmente não se representam no mesmo diagrama objectos e as respectivas classes • a não ser quando se tratam as classes como objectos, para as poder manipular (interpretadores, ferramentas de modelação) • ou se representam entidades reais que são meta-dados para outras entidades Modelação OO 60 Instanciação representar carros e respectivos modelos, proprietários e fabricantes • • seria possível criar directamente uma classe para descrever cada tipo de carro, mas estão sempre a aparecer novos modelos cada instância da classe Modelo tem os seus atributos e associações e descreve o conjunto dos carros desse modelo (espécie de classe) • cada carro recebe os atributos gerais do modelo, mais os seus próprios atributos ? Modelo é um padrão (meta-dado) dos objectos/classes Carro (Pessoa) João Silva 24 72 Pessoa nome idade peso (Pessoa) Maria Santos 52 60 Modelo nome ano preço base Fabricante Companhia Carro #série côr opções Proprietário Pessoa Modelação OO 61 Meta-classes as classes podem ser vistas como objectos, meta-objectos (descritores de classe) esses objectos têm propriedades (indicados com $) e são instâncias das suas próprias classes, as meta-classes atributo de classe - descreve valor comum à classe; não valores particulares de cada instância • valores por omissão na criação de objectos • informação sobre o conjunto das instâncias operação de classe - operação sobre a classe • criação de instâncias • análise da estrutura da classe • estatísticas sobre as instâncias Janela tamanho: Rectângulo visível: Booleano $todas-janelas: Set[Janela] $tamanho-omissão: Rectângulo mostra $nova-janela $janela-prioritária Modelação OO 62 Chaves de associações Chave candidata - conjunto minimal de atributos que identifica univocamente um objecto ou uma ligação • minimal - não é possível retirar um atributo e o que fica ser uma chave • podem existir várias chaves candidatas alternativas (o identificador do objecto é sempre uma chave) Associações binárias • noções de multiplicidade e de chave candidata são quase equivalentes - muitos-muitos: exige ambos os objectos para identificar cada ligação - muitos-um: chave candidata única, a do objecto do lado muitos - um-um: duas chaves candidatas, qualquer dos objectos ligados Pessoa Tem-acções Empresa {Chave candidata: (pessoa, empresa)} Pessoa Trabalha Empresa {Chave candidata: (pessoa)} País Capital Cidade {Chaves candidatas: (país), (cidade)} Modelação OO 63 Associações n-árias notação de multiplicidade das associações é ambígua para não binárias Associações ternárias • exemplo Pessoa-Projecto-Linguagem: chave da associação com os três objectos da ligação • noutros casos podem bastar dois objectos • analisar uma instância pode ajudar a inferir quais as chaves candidatas, mas a decisão é do analista • chaves são restrições nas instâncias válidas; pode-se verificar a conformidade da instância com as declarações de chaves Estudante Universidade Professor Estudante Maria Maria Susana Susana João Professor Simões Aguiar Simões Simões Costa Universidade Porto Minho Minho Porto Coimbra {Chave candidata: (estudante, universidade)} Um estudante, numa universidade tem um e um só supervisor. Modelação OO 64 Restrições Restrição - é um relacionamento funcional entre entidades de um modelo de objectos • entidade - objecto, classe, atributo, ligação, ou associação • as restrições limitam os valores que as entidades podem assumir Empregado salário Janela Chefe {salário <= chefe.salário} largura altura {0.8 <= altura/largura <= 1.5} Tarefa prioridade {prioridade nunca aumenta} • a própria estrutura do modelo impõe restrições • a qualidade do modelo está na quantidade de restrições relevantes que consegue modelizar implicitamente • as restrições no modelo de objectos são sempre simples; as complicadas vão para o funcional • privilegiar a escrita declarativa (passagem a procedimental para implementar automática) • inevitável uma percentagem em linguagem natural Modelação OO 65 Restrições genéricas Notação: delimitar por chavetas; junto à entidade restringida; linha ponteada a ligar entidades envolvidas na restrição; seta a ligar a entidade restrita àquela de que depende (caso da instanciação) se uma restrição ligar a muitas entidades, mais vale não riscar o diagrama • outros exemplos de restrição: {ordenado}, {subconjunto} Entidades derivadas - são entidades completamente determinadas pelo resto do diagrama através de uma restrição • têm interesse quando correspondem a conceitos do domínio do problema • notação - com um traço oblíquo Máquina Montagem Componente Offset total offset offset Offset {offset = montagem-máquina.offset + componente-montagem.offset} Modelação OO 66