Comunicado Conjunto da CUA, OSAA, CEA e UNIDO África tem de se industrializar A África tem assistido a um notável crescimento económico desde a viragem do milénio. Tornou-se na região do mundo com o segundo maior crescimento e continua nesta rota apesar da persistente desaceleração económica global. No entanto, é necessário acelerar o crescimento económico anual para mais de 7% para que se produza um crescimento transformativo económico real. Para que seja sustentável e inclusivo, este progresso deve agora ser acompanhado por uma transformação estrutural, que continua a ser a única opção para retirar as pessoas de África da pobreza. Por forma a beneficiar plenamente dos seus vastos recursos naturais e colher os benefícios do dividendo demográfico, a África tem de se industrializar. É absolutamente necessário um investimento expressivo na formação e educação das mulheres e dos jovens. Para que se consiga alcançar a industrialização inclusiva e sustentável, temos de iniciar uma revolução das competências, em particular nas áreas das ciências, tecnologia, engenharia e matemática. A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável e o Objectivo 9 do Desenvolvimento Sustentável reconhecem a importância da industrialização inclusiva e sustentável para o desenvolvimento. Os líderes africanos defenderam categoricamente o crescimento inclusivo e o desenvolvimento sustentável na sua própria Posição Comum Africana sobre a agenda para o desenvolvimento pós-2015 e na Declaração Solene do 50.º Aniversário da União Africana, que culminou na Agenda de África para 2063, e no seu Primeiro Plano de Implementação a Dez Anos. Muitos países africanos já começaram a elaborar estratégias nacionais para beneficiarem da actual dinâmica global para fomentar o desenvolvimento industrial sustentável e inclusivo. Neste contexto, os líderes africanos presentes no evento de alto nível “Operacionalização da Agenda 2030 para a Industrialização de África” fizeram um apelo à comunidade internacional para aumentar o seu apoio financeiro em sintonia com o Objectivo 9 da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, e apoiar projectos industriais e de infra-estruturas que sirvam de base a este desenvolvimento, em particular conforme articulado na Aspiração 1 da Agenda de África para 2063, que exige uma África próspera baseada no crescimento inclusivo e no desenvolvimento sustentável. Em particular, apelaram ao sector privado para reconhecer o potencial de exportação e do mercado interno de África, e convidaram os investidores estrangeiros a aumentarem substancialmente os seus compromissos no continente. Também fizeram um apelo às organizações internacionais para fornecerem aconselhamento em políticas industriais e programas de cooperação técnica para permitir que os países africanos implementem as suas estratégicas e fomentem uma cooperação regional e inter-regional mais forte. Enfatizaram a urgência de todos os países promoveram a transformação estrutural, a mudança tecnológica e a inovação. A integração económica regional, o comércio intra-africano, um maior investimento directo estrangeiro e assistência pública ao desenvolvimento, assim como a cooperação sul-sul e triangular, serão pilares fundamentais deste processo. Os novos programas da UNIDO para a Parceria por País, a Nova Parceria para o Desenvolvimento de África (NEPAD), a Visão Africana para o Sector Mineiro e o Plano de Acção para o Desenvolvimento Industrial Acelerado de África (AIDA) são mecanismos promissores para mobilizar coligações com várias partes interessadas para promover a industrialização. Como também observado durante a Terceira Conferência Internacional sobre o Financiamento para o Desenvolvimento, e a adopção da Agenda para a Acção de Adis Abeba, a ênfase deve continuar a ser colocada no crescimento económico inclusivo e no desenvolvimento industrial sustentável. Agora que o mundo adoptou a Agenda 2030, apelamos a todas as partes interessadas para unirem forças e criarem uma nova parceria global para a sua implementação, em particular nos países mais vulneráveis em África, incluindo os países menos avançados, os países sem litoral em vias de desenvolvimento e os pequenos Estados insulares em vias de desenvolvimento. Temos de aproveitar este momento histórico e tomar passos substanciais colectivamente para alcançar a agenda transformativa do desenvolvimento industrial inclusivo e sustentável em benefício de todos os países e das suas populações no continente. A CUA, o OSAA, a UNECA e a UNIDO comprometem-se plenamente em apoiar os Estados-Membros no seu apelo à Assembleia-Geral para aprovar em 2016 a resolução para uma Década de Industrialização Africana em 2016-2025. Nkosazana Dlamini Zuma Presidente da Comissão da União Africana Maged Abdelaziz Assessor Especial e Subsecretário-Geral para África (OSAA) Carlos Lopes Secretário Executivo UNECA LI Yong Director-Geral UNIDO