UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA - UFPB CENTRO DE CIENCIAS EXATAS E DA NATUREZA-CCEN DEPARTAMENTO DE QUIMICA Disciplina: Físico-Química II Professora: Claudia Braga BATERIAS DE CHUMBO ALUNO: RONALDO DA SILVA PONTES João Pessoa-PB, 31/07/2009 Baterias de Chumbo Baterias de Chumbo ►A bateria de chumbo-ácido foi inventada por Gaston Planté em 1860 (Planté, 1860), período que remonta aos primórdios das células galvânicas. ► Ela é usada como bateria de arranque e iluminação em automóveis, como fontes alternativas em no breaks, em sistemas de tração para veículos e máquinas elétricas, etc. Composição básica da bateria ►A composição básica da bateria é essencialmente, chumbo, ácido sulfúrico e materiais plásticos. O chumbo está presente na forma de chumbo metálico, ligas de chumbo, bióxido de chumbo e sulfato de chumbo. O ácido sulfúrico se encontra na forma de solução aquosa com Concentrações variando de 27% a 37% em volume. Tipos de baterias ► Existem várias baterias no mercado com a mesma voltagem e amperagem, porem de tipos diferentes, basicamente se refere ao tipo de funcionamento: ► Selada: Não requer manutenção, segundo o fabricante a água da bateria dura por toda a vida útil sem a necessidade de recarga, esta vida útil normalmente chega a 4 anos se a bateria for bem cuidada. Nestas baterias o processo químico para produzir eletricidade consome uma quantidade insignificante de água. O problema é que em alguns casos de sobrecarga a água desaparece da bateria e acaba inutilizando a mesma, não existe uma forma de recarregar ou verificar o nível da água. ► Não selada: Requer manutenção, o nível da água deve ser verificado pelo menos uma vez por ano, se o nível da água estiver sempre completo a bateria pode durar tanto quanto uma bateria selada bem cuidada. Estas baterias o processo químico para produzir eletricidade consome água e por este motivo deve ser verificado e completado. A desvantagem fica por conta de ser mais uma coisa a ser verificada na hora da manutenção. Célula chumbo-ácido ► O anodo é chumbo, o catodo é o óxido de chumbo (PbO2) e o eletrólito, solução de ácido sulfúrico. ► A tensão da célula é cerca de 2 V e é desnecessário dizer que sua maior aplicação é no ramo automotivo, normalmente agrupada em 6 para formar a bateria de 12 V. Na construção mais comum, anodo e catodo são placas retangulares planas, dispostas e interligadas alternadamente, com separadores de material poroso não condutor para evitar contato elétrico direto. O conjunto fica no interior de uma cuba, submerso no eletrólito de solução de ácido sulfúrico. Conforme figura abaixo: ► Reações ► A reação global (para a descarga) é Pb(s) + PbO2(s) + 2 H2SO4(aq) → 2 PbSO4(s) + 2 H2O(l) ► Separando os íons do ácido, pode-se escrever: Pb(s) + PbO2(s) + 2 SO42-(aq) + 4 H+ → 2 PbSO4(s) + 2 H2O(l) E, de forma similar à da célula básica, consideram-se as trocas de elétrons em cada pólo durante a descarga. Ver figura. ► Para o eletrodo negativo (anodo), tem-se: Pb(s) + SO42- (aq) → PbSO4(s) + 2 e− E para o eletrodo positivo (catodo), PbO2(s) + SO42- (aq) + 4 H+ + 2 e− → PbSO4(s) + 2 H2O(l). ► ► ► À medida que é usada, a concentração de ácido sulfúrico diminui e aumenta a concentração de sulfato de chumbo. A célula chumbo-ácido é recarregável. Provavelmente, uma das razões para isso é o fato de o produto da descarga (sulfato de chumbo) ser insolúvel no eletrólito e permanecer junto dos eletrodos (em geral, nas células não recarregáveis, os produtos se perdem por serem gases ou se precipitam no eletrólito). Uma vez descarregada, total ou parcialmente, uma fonte externa de energia elétrica, aplicada conforme Figura , reverte as reações anteriores, regenerando o chumbo e o óxido de chumbo dos eletrodos e o ácido sulfúrico do eletrólito. A reação global (para a recarga) é : 2 PbSO4(s) + 2 H2O(l) → Pb(s) + PbO2(s) + 4 H++ 2 SO42-(aq) Cuidados com a recarga ► O processo de recarga tem seu lado problemático, uma vez que pode haver a reação comum de decomposição da água: 2H2O(l) → 2H 2(g) + O2(g) Ou seja, pode ocorrer a formação de uma mistura gasosa potencialmente explosiva e, para reduzir o risco, a carga deve ser controlada. A evaporação da água faz necessária a complementação periódica com água pura. Para evitar isso, sugiram na década de 1970 as primeiras células seladas. Elas dispõem também de um composto catalítico que produz água se houver formação de hidrogênio e oxigênio durante o processo de carga. Potenciais das reações Escrevendo as semi-reações: para o eletrodo positivo (catodo) temos: E1 º = 1,68 V PbO2(s) + SO42−(aq) + 4 H+ + 2 e− → PbSO4(s) + 2 H2O(l). Para o eletrodo negativo (anodo) temos: E2 º = 0,36 V Pb(s) + SO42−(aq) → PbSO4(s) + 2 e− Para a reação global o potencial será a soma dos potenciais das semi-reações: Pb(s) + PbO2(s) + 2 H2SO4(aq) → 2 PbSO4(s) + 2 H2O(l) E º COMPLETO= E1 º + E2 º = 2,04 V Energia de Gibbis padrão Para a reação de descarga: Pb(s) + PbO2(s) + 2 H2SO4(aq) → 2 PbSO4(s) + 2 H2O(l) O potencial padrão da bateria é definido por: ∆G º = - n F E º . Onde: ∆G º é a energia de Gibbs padrão. n é o número de elétrons.( 2 e -) F é a constante de Faraday. (9,648 x 104 C mol -1) E º é o potencial padrão da pilha.( 2,04 V) ∆G º = - n F E º = - 2 x 9,648 x 104 x 2,04 = - 3,93 x 10 5 CV = - 3,93 x 102 kJ. Como ∆G º < 0 a reação é exotérmica ,ou seja, espontânea no sentido dos produtos. Cálculo da constante de equilíbrio da reação de descarga Equação para calcular a constante de equilíbrio : RT ln K = - ∆G º Onde : ∆G º é a energia de Gibbs padrão. ( - 3,93 x 102 kJ). R constante dos gases perfeitos. ( 8,314 J K-1). T temperatura padrão 298,15 K. K é a constante de equilíbrio da reação. RT ln K = - ∆G º 8,314 x 298,15 x ln K = - (- 393000) ln K = 158 K = 7,15 x 10 68 . Como K > 1 a reação é espontânea no sentido dos produtos. Quantidade de calor reversível Para a reação de descarga é: Pb(s) + PbO2(s) + 2 H2SO4(aq) → 2 PbSO4(s) + 2 H2O(l) A reação de recarga) é : 2 PbSO4(s) + 2 H2O(l) → Pb(s) + PbO2(s) + 4 H++ 2 SO42-(aq) Segundo o Castellan,Gilbert- FUNDAMENTOS DE FISICO-QUIMICA, p.431: ∆G º = - 376,97 k J e ∆H º = - 227,58 k J. Como ∆G º = ∆ H º - T ∆S º T ∆S º = + 149,39 k J = Q rev. Para a bateria trabalhar reversivelmente a reação será endotérmica ∆G º> 0. Isso significa que não é apenas a variação de energia ,o ∆H º é o responsável pela produção de energia elétrica. Também a quantidade de calor Q rev = T ∆S º, que flui das vizinhanças para conservar o sistema isotérmico, pode ser convertido em energia elétrica. A razão ∆G º / ∆H º = 1,36 compara a energia elétrica que pode ser produzida para diminuir a entalpia dos materiais. Os 36% extras representam a energia que flui das vizinhanças. Impacto ambiental ► O chumbo e seus compostos estão associados a disfunções no sistema nervoso, problemas ósseos, circulatórios, etc Devido sua baixa solubilidade, a absorção se dá principalmente por via oral ou respiratória. Crianças são mais suscetíveis à problemas de contaminação por causa da relação contaminação/peso como também por estarem em fase de desenvolvimento do sistema neurológico e pelos hábitos de higiene pouco sedimentados. O chumbo se encontra na natureza acumulado em minas como resultado dos processos de diferenciação que ocorreram durante a evolução do planeta. ► Como já foi mencionado o principal uso de chumbo nos dias atuais é na fabricação de baterias de chumbo-ácido. Quando se discute o impacto ambiental desta atividade, deve-se levar em consideração desde a extração de chumbo nas minas até sua utilização na indústria. O Brasil praticamente não possui reservas minerais deste elemento. Assim, a maior parte do chumbo existente no país procede de importações. A questão ambiental e o desenvolvimento tecnológico O efeito da produção de baterias sobre o ambiente pode ser dividido em dois aspectos: ocupacional, devido à contaminação do ambiente interior à fábrica e ambiental, devido à emissão de efluentes para as regiões externas à fábrica. Processo de reciclagem ► Este processo, que no passado era feito manualmente, atualmente é feito de forma automática. As sucatas de baterias são quebradas e passam por um processo de separação baseada na densidade: o material é flotado: os compostos de chumbo são separados da matéria plástica e o efluente líquido é neutralizado. O material plástico é reaproveitado na fábrica de caixas e tampas e o material contendo compostos de chumbo segue para o refino. Como na fábrica de baterias, todo efluente é contido no interior da planta e redirecionado para uma estação de tratamento de efluente que essencialmente faz a neutralização e decantação do mesmo. O resíduo sólido consiste em sua quase totalidade de sulfato de cálcio. Experimento VÍDEO.(BATERIA DE CHUMBO) http://www.pontociencia.org.br/experimentosinterna.php?experimento=71&BATERIA+CHUMBO+ACIDO Materiais necessários Solução eletrolítica de bateria de automóvel (acido sulfúrico 37%) 4 Placas de chumbo 2 Béqueres 3 fios com jacarés nas pontas Voltímetro Transformador de corrente alternada em corrente continua Palha de aço 2 Rolha Elástico Procedimento ► Passo 1 Polir a placa de chumbo com a palha de aço ate remover toda a película que cobre as placas. Afixe as placas de chumbo separadas pela rolha. Use o elástico para prendê-las. ► Passo 2 Colocar a solução eletrolítica nos béqueres. Coloque cada par de placas em béqueres separados ► Passo 3 Ligue cada placa de chumbo em um pólo do transformador para carregar a bateria. ► Passo 4 Retire os jacarés do transformador e ligue no voltímetro. Observe o que acontece. A bateria da vida A reação de felicidade é espontânea e libera alegria, a reação de tristeza é forçada por uma razão externa. RONALDO DA SILVA PONTES 31/07/2009. OBRIGADO A TODOS. Referências ► ► ► ► ► http://www.coladaweb.com/quimica/baterias.htm http://www.techcar.com.br/index?con=446&page =content/content_index http://mspc.eng.br/tecdiv/bat120.shtml http://inorgan221.iq.unesp.br/quimgeral/respostas/pilhas_ baterias.html http://www.pontociencia.org.br/experimentosinterna.php?experimento=71&BATERIA+CHUMBO+ACIDO ► CASTELLAN. GILBERT W., Físico-Química; Rio de Janeiro, Ao Livro, ► LTC – Livros Técnicos e Científicos Editora S.A , 1986,530p. ATKINS, P. W. Físico-Química – Fundamentos, LTC S/A, Rio de Janeiro (7ª. edição, traduzida em português), 2003,356p.