FRATURAS
DO PROCESSO CONDILAR DA MANDÍBULA: DISTRIBUIÇÃO,
ETIOLOGIA E RESULTADOS DE TRATAMENTO EM 262 PACIENTES TRATADOS EM
HOSPITAL PÚBLICO DE BELO HORIZONTE, DURANTE 2 ANOS
FRACTURES OF THE MANDIBULAR CONDYLAR PROCESS: DISTRIBUTION, ETIOLOGY AND TREATMENT RESULTS
OF 262 PATIENTS IN A PUBLIC HOSPITAL IN BELO HORIZONTE, BRAZIL, OVER A 2 YEARS PERIOD
Rodrigo Carvalho Pinto Coelho1
Vasco de Oliveira Araújo2
Peter Reher3
Resumo: Este trabalho tem como objetivo determinar os padrões de fraturas do processo condilar da
mandíbula, bem como os tipos de tratamento adotados, em um hospital público de Belo Horizonte, comparando os
resultados com a literatura internacional. Foi realizada uma análise retrospectiva de todos os casos de fraturas
mandibulares atendidos nos anos de 1999 e 2000, no Hospital Maria Amélia Lins (FHEMIG). As fraturas condilares
representaram 30,1% das fraturas mandibulares, sendo mais freqüentes em homens (77,5%), entre a segunda e
quarta décadas de vida. As causas mais comuns foram acidentes de trânsito (43%), quedas (28%) e agressões
(13%). Dentre os acidentes de trânsito, 49% foram causados por bicicletas. Fraturas condilares associadas a
outras fraturas faciais ocorreram em 51,5% dos casos, sendo a região de sínfise mandibular a mais acometida. O
tratamento conservador foi realizado em 88,8% dos casos, sendo 50,6% sem fixação maxilo-mandibular (FMM) e
38,2% com FMM. Tratamento cirúrgico, com redução aberta e osteossíntese com miniplacas e parafusos, foi
realizado em 11,2% dos casos. Todos os pacientes receberam terapia miofuncional associada. Alguns fatores
como a ocorrência de fraturas bilaterais ou a associação com outras fraturas faciais contribuíram para um maior
número de tratamentos com FMM ou de reduções abertas. Na avaliação pós-operatória média de seis meses,
foram observadas complicações em 12% dos pacientes, sendo o desvio mandibular a mais freqüente.
Unitermos: Mandíbula, Côndilo mandibular, Traumatologia, Cirurgia buco-maxilo-facial.
INTRODUÇÃO
Poucos estudos, no entanto, abordam especificamente
O processo condilar é uma das regiões
anatômicas da mandíbula mais acometidas por fraturas.
A incidência dessas lesões tem sido relatada na literatura
variando entre 20 e 52% de todas as fraturas
mandibulares (Amaratunga, 1987; Olson et al., 1982;
Ellis et al., 1985; Fridrich et al. 1992; Silvennoinen et
al., 1992; Cascone et al., 1999; Marker et al. 2000a;).
os padrões de fraturas do côndilo, considerando fatores
como idade, gênero, etiologia, tipo de fratura,
tratamento, entre outros. Alem disso, discussões e
controvérsias permanecem, sobretudo no que tange às
formas de tratamento: redução aberta e osteossíntese
ou tratamento conservador, e ainda, qual seria o tempo
de fixação maxilo-mandibular (FMM) necessário.
1
Estagiário do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial do Hospital Maria Amélia Lins - FHEMIG
2
Coordenador do Serviço de Cirurgia BMF dos Hospitais João XXIII e Maria Amélia Lins – FHEMIG
3
Professor Adjunto de Cirurgia BMF da Faculdade de Odontologia da PUC-Minas e de Anatomia do Departamento de Morfologia do
ICB-UFMG
Arquivo Brasileiro de Odontologia
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O presente estudo foi proposto para determinar
a incidência e os padrões de fraturas envolvendo o
processo condilar da mandíbula, bem como os tipos
de tratamentos adotados, em hospital público de Belo
Horizonte, no período de 2 anos.
MATERIAIS
E
MÉTODOS
Este trabalho foi desenvolvido no Serviço de
Cirurgia Buco-Maxilo-Facial dos Hospitais João
XXIII e Maria Amélia Lins – FHEMIG, em Belo
Horizonte. Tal instituição tem grande demanda de
pacientes acometidos por diferentes tipos de trauma
e constitui um centro de referência no tratamento de
fraturas faciais no estado de Minas Gerais.
Foi realizado o estudo retrospectivo de todos
os pacientes com fraturas mandibulares atendidos
nessa unidade, entre 01 de janeiro de 1999 a 31 de
dezembro de 2000. Durante este período, 697
pacientes tiveram 1014 fraturas de mandíbula.
Todos os dados foram obtidos a partir da análise
dos prontuários dos pacientes, junto ao Serviço de
Arquivo Médico – SAME, sendo o estudo previamente
avaliado e aprovado pela Comissão de Ética do hospital.
RESULTADOS
Durante os dois anos analisados, 262 pacientes
tiveram fraturas do processo condilar da mandíbula. O
total de fraturas de côndilo foi de 306, já que alguns
pacientes tiveram fraturas bilaterais, o que correspondeu
a 30,1% de todas as fraturas mandibulares. A média
de fraturas por paciente foi de 1,16.
As fraturas foram mais comuns entre a segunda
e quarta décadas de vida, com pico de incidência entre
20-29 anos no gênero masculino. Nas mulheres,
notou-se uma distribuição mais homogênea entre a
primeira e quarta décadas de vida (Gráfico I). 203
pacientes (77,5%) eram do gênero masculino e 59
(22,5%) eram do gênero feminino (média de 3,4:1).
Número de casos
As fraturas do processo condilar da mandíbula
foram analisadas considerando os seguintes aspectos:
incidência, idade, gênero, etiologia, incidência de
fraturas uni ou bilaterais e de fraturas isoladas ou
associadas a outras fraturas faciais, modalidades de
tratamento adotadas: cirúrgico ou conservador, com
ou sem FMM e complicações pós-operatórias
observadas em um período médio de 6 meses.
Gráfico I – Distribuição dos pacientes com fraturas do processo condilar da mandíbula em relação à idade
e gênero (n=262)
Arquivo Brasileiro de Odontologia
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Os acidentes de trânsito foram a principal causa
de fraturas condilares, ocorrendo em 112 pacientes
(43%). Quedas ocorreram em 72 casos (28%),
agressões físicas em 33 (13%), atropelamentos em
17 (6%), acidentes com arma de fogo em 11 (4%),
acidentes de trabalho em 8 (3%) e outras causas como
acidentes esportivos ou com animais em 9 casos (3%)
(Gráfico II).
Gráfico II – Distribuição dos pacientes com fraturas do processo condilar da mandíbula em relação à
etiologia (n=262)
Dentre os acidentes de transito, os ciclísticos
foram os mais freqüentes, com 55 casos (49%), seguidos
por acidentes automobilísticos com 32 casos (28,5%) e
motociclísticos com 25 casos (22,5%) (Gráfico III).
Gráfico III – Distribuição dos pacientes com fraturas do processo condilar da mandíbula causadas por
acidentes de trânsito (n=112)
Em mulheres, as quedas foram a principal
causa, ocorrendo em 23 pacientes (39%), seguidas
por acidentes de transito com 22 casos (37%) e
agressões com 8 casos (13,5%).
pacientes (16,8%). 127 pacientes (48,5%)
Fraturas unilaterais ocorreram em 218
pacientes (83,2%) e fraturas bilaterais em 44
associadas às fraturas de côndilo são mostradas
Arquivo Brasileiro de Odontologia
86
apresentaram apenas fraturas condilares, enquanto
135 (51,5%) possuíam outras fraturas faciais
associadas. As principais fraturas faciais
na Tabela I.
Tabela I – Principais fraturas associadas às fraturas condilares (n=135). Alguns
pacientes apresentaram mais de uma fratura associada à fratura de côndilo.
Região
Sínfise e parassínfise
Corpo mandibular
Complexo zigomático
Ângulo mandibular
Ossos nasais
Proc. alveolar da mandíbula
Le Fort II
Proc. coronóide da mandíbula
Proc. alveolar da maxila
Ramo mandibular
Le Fort I
Le Fort III
Pacientes (n)
83
27
23
11
11
08
07
06
06
03
03
01
Porcentagem
61,5%
20 %
17 %
8,1 %
8,1 %
6%
5,2 %
4,5 %
4,5 %
2,2 %
2,2 %
0,7 %
Neste estudo foram observadas três
tratamento conservador com FMM e 118 (50,6%)
modalidades de tratamento: 1) cirúrgico, que incluía
receberam tratamento conservador sem FMM
redução aberta e osteossíntese com miniplacas e
(Gráfico IV).
parafusos; 2) conservador, com 2 semanas de FMM
Alguns fatores, como a ocorrência de fraturas
com elásticos rígidos, seguidos por 2 a 4 semanas
bilaterais ou associação com outras fraturas faciais,
com elásticos leves, permitindo exercícios e
contribuíram para o maior índice de reduções abertas
ou tratamentos conservadores com FMM. Dos 218
higienização; 3) conservador sem FMM. Terapia
miofuncional e dieta líquida ou pastosa foram
instituídas em todos os casos, com o auxílio da equipe
de fonoaudiologia.
pacientes com fraturas unilaterais de côndilo, 194 foram
Dos 262 pacientes atendidos, 29 (11%) não
retornaram para o tratamento e 233 (89%) foram
tratados. Destes, 26 (11,2%) foram submetidos a
tratamento cirúrgico, 89 (38,2%) receberam
conservador com FMM e 107 (55,1%) tratamento
conservador sem FMM. Dos 44 pacientes com fraturas
tratados. Destes, 18 (9,3%) receberam tratamento
cirúrgico, 69 (35,6%) receberam tratamento
bilaterais, 39 foram tratados. 8 pacientes (20,5%)
receberam tratamento cirúrgico, 20 (51,3%) foram
Gráfico IV – Distribuição dos pacientes com fraturas do processo condilar da mandíbula
quanto ao tratamento realizado (n=233)
Arquivo Brasileiro de Odontologia
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submetidos a tratamento conservador com FMM e 11
(1992) relataram 729 pacientes com fraturas
(28,2%) a tratamento conservador sem FMM.
mandibulares em três anos de estudo e Marker et al.
Nos casos com fraturas condilares isoladas, dos
127 pacientes atendidos, 109 foram tratados. A
maioria recebeu tratamento conservador sem FMM
(76 pacientes – 69,7%). 26 pacientes (23,9%)
receberam FMM e apenas 7 casos (6,4%) foram
tratados cirurgicamente. Dos 135 pacientes atendidos
com fraturas condilares associadas a outras fraturas
faciais, 124 foram tratados. Nestes pacientes, 63
(50,8%) receberam tratamento conservador com
FMM, 42 (33,9%) foram submetidos a tratamento
conservador sem FMM e 19 pacientes (15,3%) foram
tratados cirurgicamente.
(2000a) avaliaram 1.195 pacientes entre 1984 e 1996
Dos 233 pacientes tratados, 28 (12%)
apresentaram algum tipo de complicação, numa
avaliação pós-operatória de 06 meses. A mais comum
foi o desvio mandibular para o lado afetado, em 14
pacientes (6%). Outras complicações observadas:
limitação de abertura bucal (10 pacientes – 4,3%),
distopia oclusal (8 pacientes – 3,5%), dor articular (6
pacientes – 2,5%) e infecção (1 caso – 0,4%).
Olson et al., 1982; Marker et al., 2000a, b; Lobo et
Considerando as fraturas do processo condilar,
Silvennoinen et al. (1992) tiveram 382 pacientes em
3 anos de estudo, número próximo ao encontrado
neste estudo (131 por ano). Outros trabalhos
mostraram a média anual menor (Lobo et al.., 1998;
Marker et al., 2000a; Mikonen et al., 1989).
A incidência de fraturas condilares neste estudo
(30,1%) foi similar a de outros trabalhos na literatura,
que mostra números entre 20 e 52% de todas as
fraturas de mandíbula (Silvennoinen et al., 1992;
al., 1998). A alta freqüência pode ser justificada pelas
características anatômicas, morfológicas e funcionais
próprias do côndilo. O colo do côndilo constitui região
de adelgaçamento ósseo que atua como ponto de
fragilidade da mandíbula. A sua fratura, no entanto, é
útil para prevenir lesões intracranianas que poderiam
ocorrer caso o côndilo fosse projetado superiormente,
para dentro da fossa media do crânio. Além disso, as
DISCUSSÃO
várias forças que incidem na mandíbula, por carga
Como os Hospitais João XXIII e Maria Amélia
Lins (FHEMIG) são instituições públicas, referências
no tratamento de fraturas de face no estado de Minas
Gerais, é presumível que o número de pacientes
atendidos anualmente seja alto. Durante os dois anos
do estudo, 697 pacientes foram atendidos com
fraturas mandibulares. A média de 348 pacientes por
ano é bem elevada, quando comparada a outros
estudos da literatura. Olson et al. (1982) relataram
entre 59 e 99 pacientes com fraturas mandibulares
por ano durante 5 anos. Ellis et al. (1985) tiveram a
média de 200 pacientes por ano em 10 anos, e
Fridrich et al. (1992) tiveram entre 78 e 104 pacientes
por ano, entre 1979 e 1989. Já Silvennoinen et al.
Arquivo Brasileiro de Odontologia
(média de 92 pacientes por ano).
88
oclusal ou por ação dos músculos nela inseridos são
dissipadas para o crânio, através do processo condilar
e da articulação têmporo-mandibular (ATM). Assim,
impactos deferidos contra o terço inferior da face,
especialmente no mento, tendem a originar fraturas
do processo condilar da mandíbula (Teixeira & Reher,
2001).
A maior prevalência de fraturas condilares em
adultos jovens do gênero masculino foi corroborada
por outros trabalhos (Amaratunga, 1987; Lobo et al.,
1998; Marker et al., 2000a e b; Silvennoinen et al.,
1992). Isso pode ser explicado pelo fato dos jovens
estarem mais expostos a atividades que podem
acarretar acidentes, como direção veicular perigosa,
esportes ou violência induzida por álcool. Alem disso,
os homens ainda hoje participam mais de atividades
na agricultura e indústria, expondo-os mais a tais
intercorrências.
Os acidentes de trânsito foram a principal causa
de fraturas condilares, assim como em outros estudos
(Lobo et al. 1998; Marker et al. 2000; Olson et al.
1982). Outros autores encontraram as agressões
como etiologia principal (Ellis et al., 1985; Fridrich
et al, 1992; Silvennoinen et al. 1992). Amaratunga
(1987) relatou que as quedas foram a causa mais
comum. A discordância entre esses estudos pode ser
explicada pelas diferenças culturais, econômicas e
sociais entre as populações avaliadas.
O alto número de acidentes de bicicleta nesta
pesquisa chama a atenção. Atualmente, com a
introdução de equipamentos de proteção como cinto
de segurança e air bag, o número de lesões causadas
por acidentes automobilísticos vem diminuindo. Além
disto, o jovem com bicicleta raramente usa
dispositivos de segurança como capacete, e este,
quando usado, não oferece proteção para a
mandíbula e terço médio da face, protegendo apenas
a calota craniana. Torna-se, pois, importante o
desenvolvimento de equipamentos de proteção mais
eficientes, bem como a conscientização para a
importância da sua correta utilização.
As fraturas condilares unilaterais foram bem
mais freqüentes que as fraturas bilaterais, como em
outros trabalhos (Lobo et al., 1998; Marker et al.,
2000a; Silvennoinen et al. 1992; Amaratunga, 1987),
o que explica, em parte, a prevalência do tratamento
conservador neste trabalho. Fraturas condilares
associadas a outras fraturas faciais ocorreram em
pouco mais da metade dos casos (51,3%), sendo a
região de sínfise a mais acometida, assim como em
outros trabalhos (Marker et al., 2000a; Silvennoinen
et al. 1992).
Com relação ao tratamento, houve a grande
predominância de métodos conservadores. Mais da
metade dos pacientes tratados recebeu tratamento
conservador sem FMM, com terapia miofuncional
e restrição dietética. É importante ressaltar o papel
da equipe de fonoaudiologia integrada ao Serviço
de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial.
Outros estudos também relataram resultados
satisfatórios com métodos conservadores
(Amaratunga, 1987; Takenoshita et al., 1990;
Konstantinovic & Dimitrijevic, 1992; Reher, 1993;
Marker et al., 2000b).
Reduções abertas foram realizadas em
pequeno número de pacientes. Quando as fraturas
eram bilaterais ou estavam associadas a outras
fraturas faciais, a porcentagem de tratamentos
cirúrgicos aumentou, como sugerido pela literatura
(Takenoshita et al, 1990; Worsaae & Thorn, 1994;
Ellis et al., 2000a,b).
Apesar da predominância de tratamentos
conservadores nesta pesquisa, é importante ressaltar
que alguns fatores devem ser bem avaliados quando
da decisão da modalidade de tratamento. Entre eles:
o grau de deslocamento dos segmentos fraturados, o
nível (altura) da fratura, a idade do paciente, a
presença ou não de fraturas concomitantes, se há ou
não perda de dimensão vertical e se a fratura é uni ou
bilateral (Hayward & Scott, 1993; Joos & Kleinheinz,
1998). Usualmente tem-se indicado o tratamento
cirúrgico quando a fratura é baixa, para permitir
adequada fixação, quando há grau de deslocamento
grande ou o côndilo encontra-se fora da fossa
mandibular, quando há impossibilidade de manter a
oclusão estável com tratamento conservador, e em
fraturas bilaterais, exceto quando as fraturas são
intracapsulares.
As complicações pós-operatórias foram
incomuns nos primeiros 6 meses, sendo o desvio
Arquivo Brasileiro de Odontologia
89
mandibular a mais freqüente, assim como em outros
treatment was employed in 88.8% of cases, 50.6%
estudos (Amaratunga, 1987; Konstantinovic &
without maxillo-mandibular fixation (MMF), and
Dimitrijevic, 1992; Ellis, 1998; Marker et al., 2000b;
38.2% using MMF, and both groups used miofunctional
Silvennoinen, 1992).
therapy. Surgical treatment with open reduction and
rigid internal fixation was realized in 11.2% of the cases.
Bilateral fractures and associated fractures contributed
CONCLUSÃO
to increase the number of treatments with MMF and
As fraturas do processo condilar da mandíbula
open reductions. The mean follow-up period was six
são comuns dentro da traumatologia buco-maxilo-facial,
months, and 12% of the patients had complications,
acometendo principalmente pacientes jovens, com
and mandibular deviation was the most frequent.
predomínio do gênero masculino. A etiologia é variável,
sendo freqüentes os acidentes de trânsito e a maioria
dos casos acomete apenas um lado. O tratamento
conservador sem FMM foi empregado em 50,6% dos
casos. A presença de fraturas bilaterais e de outras
UNITERMS
Mandibular fracture, Mandibular condylar
process, Traumatology, Maxillofacial surgery.
fraturas faciais indicaram tratamentos cirúrgicos ou o uso
de FMM. As complicações pós-operatórias foram
pouco freqüentes em 6 meses, o que mostra a importância
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ABSTRACT
The purpose of this study was to determine the
Cascone P, Sassano PP, Spallaccia F, Rivaroli A, Di
patterns of mandibular condyle fractures and types of
Paolo C. Condylar ractures during growth: follow-up
of 16 patients. J Craniofac Surg 1999; 10: 87-92.
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A retrospective review of all mandibular fractures
fractures: an analysis of 2137 cases. Oral Surg 1985;
treated during 1999 and 2000 in the Maria Amélia Lins
59: 120-9.
Hospital (FHEMIG) was performed. The condylar
fractures represented 30.1% of the total number of
mandibular fractures, being more frequent in men
Ellis E. Complications of mandibular condyle fractures.
Int J Oral Maxillofac Surg 1998; 27: 255-7.
The most common causes were traffic accidents (43%),
Ellis E, Throckmorton G., Palmieri C. Open treatment
of condylar process fractures: assessment of adequacy
falls (28%) and violence (13%). Bicycle accidents were
of repositioning and maintenance of stability. J Oral
frequent between the traffic accidents (49%). Condylar
Maxillofac Surg 2000a; 58: 27-34.
fractures associated with others facial fractures occurred
Ellis E, Simon P. Throckmorton G. Oclusal results after
in 51.5%, and fractures in the symphysis were the most
open and closed treatment of fractures of the
common. Limited mouth opening, malocclusion and
mandibular condylar process. J Oral Maxillofac Surg
pain were frequent symptoms. The conservative
2000b; 58: 260-8.
(77.5%) between second and fourth decades of life.
Arquivo Brasileiro de Odontologia
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Peter Reher
Faculdade de Odontologia da PUC Minas
Av. Dom José Gaspar, 500 - Prédio 46
30.535-901 – Belo Horizonte – MG
E-mail: [email protected]
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