Inclusão Digital: uma perspectiva de enfrentamento das desiguais e relações sócioeconômicas no cenário brasileiro.
Janaina Favacho Malcher1
Em virtude da grande utilização da ferramenta computacional nas últimas
décadas em diversos empreendimentos comerciais e educacionais, como meio de
gerenciar informações e com isso otimizar tempo e recursos financeiros, o campo da
informática alcançou tal prestígio como nós o conhecemos hoje.
É notório que nos dias atuais o computador é um elemento fundamental em
diversas organizações, no entanto a sua utilização requer operadores e/ou usuários
treinados e capacitados para desenvolverem suas atividades.
Nesse contexto e de acordo com a realidade brasileira é possível perceber e
constatar que a tecnologia em muitos casos fica restrita para quem detém poder
aquisitivo, ou seja, ela tem um preço, o qual uns podem pagar e outros não. Tanto
para a aquisição de um computador quanto para a formação que torna o indivíduo
capaz de operá-lo através de cursos, onde é necessário investimento financeiro.
No
atual
momento,
exige-se
incontestavelmente
conhecimentos
em
informática. Direcionando para o mercado de trabalho, as empresas recrutam
muitas vezes, apenas pessoas que já apresentam cursos na área da informática, ou
seja, essa qualificação se torna indispensável para uma almejada admissão. Outro
setor muito importante que adotou a informática foi a educação, pois a INTERNET rede mundial de computadores, oferta um leque de informações para os estudantes
através de pesquisas em diversos sites, com isso a ferramenta apresenta o mundo
para os interessados em conhecimento.O campo das relações afetivo-sociais,
também é contemplado com o benefício do computador e da internet, pois a
distância é ultrapassada através de softwares que permitem conversações em
tempo real.
1
Graduando em Licenciatura em Ciências Sociais e Tutora do Projeto de Extensão Unifap Digital
desenvolvido pelo Departamento de Informática – DINFO.
É interessante mencionar, que no despontar da informática no Brasil, uma
camada mínima da população tinha acesso a essa tecnologia, em razão do seu alto
custo, mas com o passar dos anos esse custo diminuiu consideravelmente e podese dizer que hoje uma boa parte da população do país também já obteve acesso.
Mas ainda há pessoas que por causa de suas condições econômicas dentre
outras razões não mantiveram contato com o computador. Considerando que o
mercado de trabalho só contrata funcionários com conhecimentos em informática,
quem não obtém tal conhecimento, é excluído.
Diante disso, há uma preocupação para com estes que por vários motivos
encontram-se digitalmente excluídos, e por que não dizer socialmente também, uma
vez que, a possibilidade de ocupar uma vaga em um determinado emprego é cada
vez mais remota. Assim, é mais do que necessário haver uma sensibilização de toda
a sociedade pela ‘democratização do acesso’, com vistas a diminuir a exclusão
social, bem como melhorar as condições sociais com o auxílio da tecnologia
informacional.
A bandeira da ‘democratização do acesso’ já é levantada por alguns agentes
e entidades sociais, tal como há iniciativas dos governos estadual e federal,
conscientes da relevância que a alfabetização digital desempenha para a
transformação social através da geração de renda e como meio de combater o alto
índice de exclusão social existente, com a promoção de programas de inclusão
digital, esses que por sua vez treinam monitores para mediarem em laboratórios ou
telecentros conhecimentos sobre itens de informática básicos, mas deliberadamente
necessários.
A difusão de conhecimentos em informática precisa alcançar todos os
cidadãos, e por meio de programas de inclusão digital, isso já vem tornando-se
realidade, a medida que oferta e dispõe, para os reais interessados que anseiam
galgar em lugar na sociedade do conhecimento, a chance de transpor uma situação
de alijado e com isso fortalecer sua consciência social e a percepção de que a
inclusão digital é uma das muitas maneiras de desafiar uma transformação sócioeconômica no Brasil.
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