As equipes de alto desempenho só existem quando RH e líderes trabalham juntos Se a contratação de um novo colaborador é um dos desafios mais complexos e estratégicos para RH e o gestor, a construção de uma equipe multiplica a dificuldade de se cercar de talentos para compartilhar um projeto profissional e realizá-lo. Que seja para criar uma equipe a partir do zero ou de reformatar uma, em ambos os casos se trata de definir o que significa criar uma equipe. Uma equipe não deve ser reduzida a uma adição de alguns funcionários que trabalham para a mesma causa ou uma mesma organização. Só seria, então, um grupo de pessoas trabalhando no mesmo assunto. Uma equipe é diferente. (Greenberg, 1995) Uma equipe é como um navio; para funcionar precisa de um capitão, um verdadeiro líder, portador de uma visão, mas também com valores; um homem ou uma mulher capaz de reunir, consolidar, organizar e motivar os colaboradores, especialmente em torno de um projeto. A visão esperada supera os limites dos objetivos a serem alcançados: vai definir também que tipo de organização vai ser implementada, o método de trabalho, os processos de reporting e decisão, enfim deverá configurar os pontos-chave do sucesso da equipe. As características de um líder se visualizam com facilidade nos resultados dos testes de Método Funcional, na Marca Psíquica, Lócus de Controle, Empreendedorismo, Pró-atividade, etc. Criar uma equipe significa acima de tudo, querer enriquecer e perenizar a história da empresa. Nova governança, novos objetivos de crescimento ou desenvolvimento, novos produtos ou serviços... Uma página se vira, outra se abre, e você deve escrevê-la. Esta dinâmica também acontece geralmente com a instauração de uma nova mentalidade que busca eficiência, coerência e transparência. Pode ser uma questão de otimização do existente: para simplificar a organização, os procedimentos, as ferramentas. Pode haver mais profissionalismo, em busca da excelência, expertise, serviço... Se trata também, cada vez mais, de promover a inovação, para diferenciar-se, tornar-se um pioneiro e criar valor para os clientes internos e externos. Deste ponto de vista escopo e sentido do trabalho são essenciais. Grazier (2002) mostrou em seus trabalhos que equipes relativamente pouco competentes conseguiam grande resultados quando os desafios faziam sentido e se situavam no nível certo. Em muitos casos criar uma equipe significa também aplicar regras conhecidas e compartilhadas por todos. Isto significa (re)inventar uma forma de trabalhar, promover mais troca de ideias, facilitar as relações e hierarquizar as prioridades. Que sejam regras novas, revisadas, corrigidas ou otimizadas, essas regras serão aplicadas a todos, e, claro, ao chefe que, por seu exemplo e congruência, participará de reforçar a coesão da equipe. Além dos procedimentos “chatos” de controle ou validação, justificados por razões de segurança ou qualidade em certas atividades, a regra da mudança deve sempre visar a facilitar, não a complicar. Caso contrário, se trata de uma regra ruim, e muitos colaboradores dedicarão tempo e energia para tentar contorná-la. Criar uma equipe significa compartilhar uma aventura com os colaboradores, seja de toda a empresa, do setor ou dos dois. Compartilhar um projeto e envolver um grupo de colaboradores é dar significado ao trabalho e participar a motivar uma equipe. Pois se um bom líder consegue © Moityca Eficiência Empresarial Ltda. 1 motivar uma equipe, um líder excelente prepara o ambiente para que a equipe possa se motivar sozinha. (Grazier, 2002). Neste sentido a experiência de Jimmy Wales é exemplar. Este nome não diz nada? Normal, um líder excelente sabe ser discreto. Portanto ele é o pai de um dos maiores desafios de liderança. Fazer trabalhar milhares de pessoas com qualidade, excelência, mas sem cobrar prazos nem fornecer qualquer remuneração. Extraordinário, não é? Isto é o projeto de Wikipedia, a enciclopédia virtual imaginada por Wales. Se nos primeiros anos (até 2003) alguns verbetes eram “anárquicos” e em várias áreas pouco confiáveis, a partir de 2005 os erros científicos constatados na Wikipedia eram comparáveis em número às das mais prestigiosas enciclopédias clássicas. Hoje em dia Wikipedia é uma fonte bem confiável para muitos assuntos. (https://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_da_Wikip%C3%A9dia) Para alcançar um objetivo ambicioso é essencial que o projeto esteja suficientemente claro e preciso. Deve ser apresentado e explicado para toda a equipe, para que todos possam se engajar. Na gestão, como na comunicação, a andragogia nunca deve ser negligenciada. Parece simples, mas não é. Hoje a informação circula quase livremente com pouco controle sobre a qualidade. Colegas, fornecedores e clientes podem exprimir “desejos” nem sempre filtrados pela liderança. É dever do líder verificar a conformidade do trabalho desenvolvido e dos resultados entregues com as legítimas expectativas dos outros. Criar uma equipe envolve principalmente pessoas cada uma com suas motivação, ambições e capacidades. Significa ser capaz de recrutar e integrar pessoas com as competências compatíveis com a função e aptos a aprender constantemente e a inovar para proporcionar resultados “excepcionais”. Com a parceria de RH alguns líderes conseguem. Quando a empresa adota o Método Funcional para contratar e gerenciar seus colaboradores a grande maioria dos líderes consegue manter a motivação intrínseca dos colaboradores. Consegue também estruturar uma organização transparente onde todos têm um lugar e um papel a desempenhar, onde todos se valorizam e promovem os talentos humanos cujas habilidades são utilizadas e reconhecidas: autonomia e empowerment tendem a aumentar a produtividade, a qualidade e a satisfação dos funcionários. (Pink, 2009) Criar uma equipe significa também instaurar as condições para uma nova dinâmica de colaboração, com profissionais que compartilham, trocam, se ouvem, falam e procuram se entender. Eles se comunicam, se ajudam mutuamente, se projetam juntos em direção de metas, objetivos e resultados. Trata-se de uma oportunidade única de reunir e valorizar os talentos, para permitir que cada colaborador se entusiasme, se destaque e cresça em seu trabalho. Não existe concorrência interna. As pessoas mais produtivas servem de exemplo e ajudam os outros. Todos têm metas individuais e coletivas a serem alcançadas. Todos têm acesso aos indicadores que mostram o andamento dos projetos: os números ajudam a manter o foco e a alcançar as metas. Criar uma equipe é principalmente uma manifestação da vontade política, materializada pela decisão de um líder, que cuida, com a ajuda de RH, da organização humana ao seu redor para conseguir um projeto profissional nas melhores condições. Isto significa recrutar, integrar e reter os melhores trabalhadores, mas também fornecer os recursos necessários, tecnológicos e financeiros. Se a produtividade deve aumentar anualmente de 10-25% na economia globalizada, só a tecnologia © Moityca Eficiência Empresarial Ltda. 2 não é mais suficiente. RH e seus líderes, devem desenvolver novos processos, treinamentos e incentivos para obter mais da força de trabalho sem nenhum desgaste. Para conhecer as possibilidade de cada membro da equipe e proporcionar os desafios no nível certo, a utilização dos escores absolutos dos instrumentos de Método Funcional facilita este trabalho apontando claramente o real potencial de cada colaborador: assim tarefas e ações de desenvolvimento se articulam a partir das reais capacidades dos colaboradores e não mais nos gaps observados. Essa decisão deve considerar os objetivos a serem alcançados, a personalidade e a diversidade dos talentos que contribuirão, cada um com suas competências, ao sucesso de um projeto e, portanto, ao sucesso da equipe, da empresa e da economia. Aproveite, a tecnologia libertadora já pode estar ao seu alcance! R. Oswald e F. Barroso Junho de 2015 Notas bibliográficas: Grazier, P. (2002), Team motivation, disponível no link: http://health.utah.gov/eol/utc/articles/team_motivate.pdf (acesso 03.04.2015) Greenberg, J., & Baron, R. (1995). Behavior in organizations. Understanding and managing the human side of the work. New Jersey: Prentice-Hall, Inc. Pink, D.H. (2009). Drive: The Surprising Truth about What Motivates Us. New York, Riverhead Books, 242 pág. © Moityca Eficiência Empresarial Ltda. 3