1 Vol. 5 agosto-dezembro - 2014 - ISSN 2317-4838 QUÍMICA NAS INDÚSTRIAS DE UBÁ E REGIÃO: SUCOS DE FRUTA INDUSTRIALIZADOS Lorrayne Moreira Zampier1 Tatiane Teixeira Tavares2 RESUMO Os sucos naturais feitos à base de frutas ou vegetais são ótimas fontes de nutrientes, possuem ação antioxidante além de auxiliarem na prevenção de doenças. A produção de sucos prontos para consumo no Brasil começou em 1950, recebendo grande impulso e investimentos no início da década seguinte, quando fenômenos climáticos adversos geraram forte demanda de suco de laranja brasileiro nos Estados Unidos. O Brasil está inserido em um processo de crescimento econômico,o que favorece o aumento do consumo de produtos mais elaborados e práticos. Segundo a legislação brasileira, o registro, a padronização, a classificação e ainda, a inspeção e a fiscalização da produção e do comércio de bebidas, em relação aos seus aspectos tecnológicos, competem ao Ministério da Agricultura, as bebidas que apresentam como principal matéria prima os vegetais, são fiscalizadas/inspecionadas pelo Serviço de Inspeção Vegetal – SIV. Através de uma pesquisa bibliográfica foram identificadas as etapas de preparação dos sucos de fruta industrializados. Os sucos de fruta são obtidos a partir de frutas frescas, maduras e lavadas através de um processo industrial tecnologicamente adequado. Para a obtenção do produto, em uma primeira etapa se faz a extração da polpa. Após a obtenção da polpa, o processamento é basicamente realizado através de etapas de inativação enzimática, prensagem, refino ou clarificação, desaeração, pasteurização, formulação, envase e armazenamento. A tecnologia usada na produção destes sucos oferecem grandes vantagens ao consumidor, como garantia da qualidade higiênico-sanitária, maior prazo de validade, praticidade tanto para o consumo quanto para o armazenamento e informações nutricionais por meio da rotulagem. Portanto o que se percebe, é a importância das indústrias investirem nessa tecnologia, tornando seu produto cada vez melhor, para assim atingir um número maior de consumidores e consequentemente obter maiores lucros. Palavras-chave: indústria, sucos, tecnologia. 1Graduanda em Licenciatura em Química, na Universidade do Estado de Minas Gerais, Unidade de Ubá, [email protected]. 2Doutora em Química, Professora na Universidade do Estado de Minas Gerais, Unidade de Ubá, [email protected]. 2 Vol. 5 agosto-dezembro - 2014 - ISSN 2317-4838 INTRODUÇÃO A fim de atender a nichos de mercados diferenciados, o segmento das frutas processadas entrou na era da diversificação. As frutas processadas foram incorporadas à rotina das pessoas, em forma de sucos e polpas, conservas, produtos desidratados, água de coco, sorvetes, refrigerantes, confeitos, drinques, néctares, refrescos, barras de cereais, cereais matinais, petiscos, dentre outros (PEREIRA, 2006). O suco é uma bebida saborosa e benéfica à saúde, assim como as frutas. Os sucos naturais feitos à base de frutas ou vegetais são ótimas fontes de nutrientes, possuem ação antioxidante, auxiliam na prevenção de doenças (ZELA et al., 2013). Os sucos industrializados se dividem em: integral, o qual se encontra na concentração original de suco extraído da fruta, sem adição de água e açúcar; concentrado, que é parcialmente desidratado; desidratado,onde o produto é apresentado na forma pulverizada, e com umidade relativa máxima de 3%; reconstituído, produto desidratado que é diluído até sua concentração natural ou néctar, bebida não-fermentada, obtida da diluição em água potável da parte comestível do vegetal ou de seu extrato. O Brasil é um dos maiores polos mundiais de produção de suco de fruta, com destaque para o suco de laranja em que o país é o maior produtor e exportador mundial (ZELA et al., 2013). A produção de sucos prontos para consumo no Brasil começou em 1950, recebendo grande impulso e investimentos no início da década seguinte, quando fenômenos climáticos adversos geraram forte demanda de suco de laranja brasileiro nos Estados Unidos (ABIR, 2005). O aumento no consumo de sucos de fruta industrializados tem sido relacionado à conveniência, à busca por um estilo de vida saudável (ZELA et al., 2013). O Brasil está inserido em um processo de crescimento econômico, evidenciado pelo aumento da renda per capita, urbanização e aumento da participação feminina no mercado de trabalho, o que favorece o aumento do consumo de produtos mais elaborados e práticos (TEIXEIRA, 2007). Segundo a legislação brasileira, o registro, a padronização, a classificação e ainda, a inspeção e a fiscalização da produção e do comércio de bebidas, em 1Graduanda em Licenciatura em Química, na Universidade do Estado de Minas Gerais, Unidade de Ubá, [email protected]. 2Doutora em Química, Professora na Universidade do Estado de Minas Gerais, Unidade de Ubá, [email protected]. 3 Vol. 5 agosto-dezembro - 2014 - ISSN 2317-4838 relação aos seus aspectos tecnológicos, competem ao Ministério da Agricultura, já as bebidas que apresentam como principal matéria prima os vegetais, são fiscalizadas/inspecionadas pelo Serviço de Inspeção Vegetal – SIV (VENTURINI, 2005). A indústria, consciente do potencial brasileiro, está se beneficiando da tecnologia para investir num mercado cada vez mais em expansão (MONTEIRO, 2006). MATERIAL E MÉTODO Através de uma pesquisa bibliográfica foram identificadas as etapas de preparação dos sucos de fruta industrializados. Tecnologia A Sociedade Brasileira de Ciência e Tecnologia de Alimentos define tecnologia de alimentos como sendo a aplicação de métodos e da técnica para o preparo, armazenamento, processamento, controle, embalagem, distribuição e utilização dos alimentos (GAVA, 1978). Os sucos de fruta são obtidos a partir de frutas frescas, maduras e lavadas através de um processo industrial tecnologicamente adequado (EMBRAPA/SEBRAE, 1997).Para a obtenção do produto, em uma primeira etapa se faz a extração da polpa. Após a obtenção da polpa, o processamento é basicamente realizado através de etapas de inativação enzimática, prensagem, refino ou clarificação, desaeração, pasteurização, formulação, envase e armazenamento (VARNAN; SUTHERLAND, 1994). A inativação pelo calor consiste em submeter o produto, imediatamente após o despolpamento, a um tratamento térmico, que depende de cada fruta, com o objetivo de inibir ou minimizar as transformações enzimáticas e reduzir a carga microbiana, ambas indesejáveis e que podem deteriorar o produto (EMBRAPA/SEBRAE, 1997). 1Graduanda em Licenciatura em Química, na Universidade do Estado de Minas Gerais, Unidade de Ubá, [email protected]. 2Doutora em Química, Professora na Universidade do Estado de Minas Gerais, Unidade de Ubá, [email protected]. 4 Vol. 5 agosto-dezembro - 2014 - ISSN 2317-4838 Diversos processos podem ser usados para extração do suco, dentre eles a prensagem. A escolha da prensa depende de vários fatores: forma de operação, capacidade, custos, rendimento de extração e utilização de auxiliares de prensagem (APRIA, 1971). O acabamento do suco ou operação de refino tem por objetivo a remoção da polpa grosseira, que pode diminuir a eficiência do tratamento térmico, prejudicar a qualidade da bebida e o aspecto visual do produto (VENTURINI, 2005). Dependendo do tipo de produto final desejado, o suco requer uma etapa de clarificação, que visa à transparência e homogeneidade dos sucos e polpas de frutas. A preparação para a clarificação do suco começa com o tratamento da polpa com enzimas pectinolíticas. O uso de enzimas reduz a viscosidade do suco, facilitando a operação de filtração. Além disso, a baixa viscosidade favorece a troca de calor durante os tratamentos térmicos (SAINZet al., 2001). O oxigênio incorporado ao suco nas etapas de extração e refino causa oxidação, destruindo algumas vitaminas e prejudicando a cor e o sabor do suco. O desaerador é, em geral, colocado em linha com o pasteurizador, para que o suco só atinja a temperatura de pasteurização após a eliminação do oxigênio (VENTURINI, 2005). O processo de conservação térmica mais utilizado é a pasteurização, processo que elimina parte dos microrganismos presentes no produto. Para completar o processo de conservação, é necessária uma associação com outros sistemas de conservação (refrigeração, conservantes químicos, embalagens herméticas, etc.) para evitar a deterioração do produto pelos microrganismos sobreviventes (VENTURINI, 2005).Em seguida o produto é enviado ao tanque de formulação onde são adicionados os conservantes, antioxidantes e estabilizantes. A adição destas substâncias deve estar de acordo com a legislação vigente e constar do rótulo do produto. Após a formulação final, o produto é envasado sob condições higiênicas em embalagens apropriadas (VENTURINI, 2005). CONSIDERAÇÕES FINAIS 1Graduanda em Licenciatura em Química, na Universidade do Estado de Minas Gerais, Unidade de Ubá, [email protected]. 2Doutora em Química, Professora na Universidade do Estado de Minas Gerais, Unidade de Ubá, [email protected]. 5 Vol. 5 agosto-dezembro - 2014 - ISSN 2317-4838 Um dos segmentos de maior destaque da economia brasileira é a fruticultura, se destacando tanto no mercado nacional quanto no internacional. A produção e o consumo de sucos de fruta industrializados têm crescido cada vez mais no Brasil, devido à praticidade, segurança, apelo ao tema da alimentação saudável, e à estabilização monetária. A tecnologia usada na produção destes sucos oferecem grandes vantagens ao consumidor, como garantia da qualidade higiênico-sanitária, maior prazo de validade, praticidade tanto para o consumo quanto para o armazenamento e informações nutricionais por meio da rotulagem. Portanto o que se percebe, é a importância das indústrias investirem nessa tecnologia, tornando seu produto cada vez melhor, para assim atingir um número maior de consumidores e consequentemente obter maiores lucros. AGRADECIMENTOS À Universidade do Estado de Minas Gerais por conceder a oportunidade de estudo e pesquisa realizados para o desenvolvimento deste trabalho. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABIR – Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e de Bebidas Não Alcoólicas. A Indústria de Refrigerantes e de Bebidas Não Alcoólicas, 2005. Disponível em: <http://www.abir.org.br>. Acesso em: set. 2014. APRIA – Association pour La Promotion Industrie Agriculture. Industrie de jus de fruits. Paris, 1971, Tomo 2. p. 111. EMBRAPA/SEBRAE. Programa de capacitação tecnológica. Curso processamento de frutas, CTAA – Embrapa, Rio de Janeiro, 1997. P. 135. de GAVA, A. J. Princípios de Tecnologia de Alimentos. São Paulo, Nobel, 1978. MONTEIRO, S. Frutas para beber. 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