O enfrentamento da paralisia cerebral: “Para ser mãe de uma criança
especial, tem que ser especial”
Este estudo descritivo com abordagem qualitativa teve por objetivo desvelar, sob o olhar
materno, o que significa ser mãe de uma criança portadora de paralisia cerebral e como o
tratamento fisioterapêutico influencia no desenvolvimento desta criança. Para isso, foram
entrevistadas seis mães cujos filhos portadores de paralisia cerebral (PC) são assistidos por
profissionais do Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (CRER),
situado na cidade de Goiânia/GO. Através das falas dos entrevistados emergiram as
seguintes categorias: “Sentimentos revelados pelo cuidador materno”; “A mãe é a única
responsável em cuidar do filho”; “Elas têm esperança e fé que seus filhos andem”;
Tratamento fisioterapêutico e “Cuidar do cuidador materno”. Percebemos que as mães
expressam reações de sofrimento, tristeza, choque, resignação e de negação frente à
chegada de uma criança com deficiência na família. Elas se sentem as únicas responsáveis
em cuidar do filho, enfatizando a falta de auxílio tanto da família quanto da sociedade.
Citam a disposição arquitetônica urbanística da cidade inadequada para portadores de
necessidades especiais, fato que dificulta a locomoção dos mesmos, sobretudo para o
CRER. Apesar de terem consciência que a PC é uma alteração permanente, as mães ainda
cultivam a esperança da cura divina ou que pelo menos o filho seja capaz de andar para
adquirir certa independência. Citam a importância do tratamento fisioterapêutico para o
desenvolvimento neuropsicomotor do filho e sentem necessidade de também serem
lembradas, ouvidas e assistidas para tentar transpor as dificuldades físicas, emocionais e
sociais impostas a elas pela deficiência do filho.
Palavras-chave: paralisia cerebral; enfrentamento; fisioterapia; cuidador materno.
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MF-MI 04/05