APEGAR-SE A UMA CRIANÇA: CONCEPÇÕES DE EDUCADORAS DE
ABRIGO.
Laiane da Silva Corrêa (PPGTPC\LED\UFPA)
Profª Drª. Celina Maria Colino Magalhães (PPGTPC\LED\UFPA)
Profª Drª. Lília Iêda Chaves Cavalcante (PPGTPC\LED\ FASS\UFPA)
A literatura destaca que idéias, crenças, cognições e percepções que o cuidador tem
sobre a criança é fator central para os estudos de questões desenvolvimentais, bem como
a concepção de apego. Aqui entendido como vínculo forte e afetuoso com figura
específica. O estudo objetivou investigar a avaliação e definição que educadoras de
abrigo apresentam sobre sua experiência de apegar-se a uma criança. Participaram do
estudo 102 educadoras com média de idade de 32 anos. Para a coleta de dados utilizouse um questionário com duas perguntas estruturadas. A primeira abordou a avaliação
que a educadora tem sob o apegar-se a uma criança e a segunda investigou como a
educadora define o que significa apegar-se a uma criança. A partir dos resultados
identificou-se que 63,72% das educadoras avaliam o fato de apegar-se a criança como
sem problema, ressalvando que não haja descuido das demais; 33,34% avaliam como
algo inevitável e 2,94% avaliam como algo que não deveria acontecer. Ao investigar o
significado que estas profissionais têm a respeito do apegar-se a uma criança
identificou-se, a partir da análise do conteúdo das respostas, onze categorias, a saber:
vínculo afetivo, tratamento diferenciado, identificação/afinidade, proteção, manter
proximidade, amor, reciprocidade, relação maternal, saudade, inevitável e sentir
ciúme. Observa-se a partir das categorias apresentadas às características que norteiam o
conceito de apego, como demonstrar clara preferência e alegria no encontro, protestar à
separação e proximidade. A questão do vínculo afetivo indica que essas educadoras
verbalizam tratar as crianças buscando suprir as necessidades físicas e emocionais que
essas expressam em virtude de conviver em abrigo. A categoria tratamento diferenciado
está diretamente relacionada ao cuidado, atenção e ações voltadas a uma figura
específica. Os dados sugerem que mesmo estando nestes ambientes, com todas as suas
particularidades, a relação cuidador-criança é permeada por um conjunto de fatores
positivos que pode favorecer o processo de desenvolvimento do infante. Entretanto, o
fato da criança manter relações com muitos educadores diferentes e em ocasiões pouco
estáveis, visto que estes profissionais trabalham através de sistema rotativo, pode ser
considerado um fator negativo quando se fala de apego e suas implicações para o
desenvolvimento.
Palavras-chave: apego; relação cuidador-criança; criança institucionalizada; ambiente
de abrigo.
Trabalho parcialmente financiado através de bolsa CNPq (1º autor) e bolsa de
Produtividade (2° autor).
E-mail: [email protected]
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