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Qualificação do Turismo Cultural em Porto Alegre: Casa de
Cultura Mário Quintana
X Salão de
Iniciação Científica
PUCRS
Adriana Schnaeder, Fernanda Mattos, Francine Uflacker, Jaciel Kunz, Roberta Machado,
Taize Silva, Dr. Susana Gastal (orientador)
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Faculdade de Administração, Contabilidade e Economia, PUCRS.
Introdução
O projeto intitulado Qualificação do Turismo Cultural em Porto Alegre, desde 2008,
atua na Casa de Cultura Mário Quintana (CCMQ), notável centro cultural da capital gaúcha,
com a finalidade de que a mesma se torne objeto de estudo, intervenção e práticas do turismo
cultural, que além de melhor atender aos visitantes, também encaminhe para a
sustentabilidade deste bem cultural de importância arquitetônica, histórica e sócio-cultural. A
abrangência do presente trabalho está situada na qualificação da experiência turística, através
de um atrativo turístico que é equipamento cultural.
Logo, torna-se pertinente apresentar a conceituação do objeto de intervenção maior,
que é o fenômeno do Turismo, que no caso do presente projeto, se desenvolve o segmento
cultural. Turismo cultural, para Beni (2007), “refere-se à afluência de turistas a núcleos
receptores que oferecem como produto essencial o legado histórico do homem em distintas
épocas, representado a partir do patrimônio e do acervo cultural (...)”.
A Casa de Cultura Mário Quintana é um lugar que se sobressai no contexto do turismo
praticado no Centro Histórico de Porto Alegre. Isso do ponto de vista da expressividade
arquitetônica, dos episódios históricos que o edifício testemunhou desde sua construção, pelo
fato de o famoso poeta homônimo ter ali residido e finalmente pelo fato se constituir como
um centro cultural de referência na cidade como também no estado gaúcho.
Utilizando-se da pesquisa exploratória e de método empírico, verificou-se na etapa
denominada diagnóstico que a CCMQ carece de uma maior qualificação que trate de
revalorizá-la perante o turista e o porto-alegrense. Sendo assim, o objetivo geral é propor,
experimentalmente, roteiro de visitas com freqüência semanal à CCMQ, guiados e
qualificados, tanto em termos de conteúdos de informação quanto de lógicas de percurso.
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Para Gastal e Mafra in Nora e Pugen (2008), “criar um roteiro turístico não significa,
portanto, dispor de um cronograma de atividades (...), mas propor uma ordenação – ou um
percurso de leitura – que conduza a um olhar e a uma construção e sentidos específicos”. É
nessa perspectiva que o projeto atua. Porém, essa é somente uma parte da intervenção.
Pretendemos transpô-la para a proposição de outras melhorias, com ênfase para a qualificação
visual do local e da experiência turística como um todo.
Metodologia
O projeto se dá através do método da pesquisa exploratória e o método empírico.
Iniciou-se com uma revisão bibliográfica e biográfica. Houve também visitas guiadas ao
local, passando-se assim para a etapa de observação in loco, a fim de elaborar um inventário
do referido centro cultural. Fizeram-se, então, e registros fotográficos que integram um
diagnóstico completo sobre o atual estado em que se encontra a Casa de Cultura em termos de
qualificação visual e atratividade turística. Inclui-se nesse diagnóstico uma hierarquização da
atratividade de cada espaço da CCMQ que recebe visitantes. Posteriormente procedeu-se à
elaboração de um estudo prognóstico que deverá conduzir, através da implantação de ações
diversas, à qualificação aplicada, com destaque para a roteirização.
Resultados
A partir das metodologias citadas acima, pode-se desenvolver um diagnóstico sobre as
condições da Casa de Cultura Mário Quintana em relação à visitação e a experiência turística
que esta proporciona.
Fica evidente que a Casa de Cultura possui um alto grau de atratividade e uma
potencialidade ainda maior. Isto se deve às diversas peculiaridades que esta apresenta, tanto
aquelas ditas tangíveis (arquitetura da edificação, qualidade dos espaços, entre outras) quanto
intangíveis (a história ali vivenciada, os imaginários, os testemunhos e rugosidades, entre
outras).
A localização do edifício é privilegiada, está no centro de Porto Alegre e ajudar formar
um importante conjunto de edificações de valor histórico e cultural. Portanto não está isolada,
faz parte de um contexto, e se sobressai. Outro aspecto a ser mencionado é a possibilidade de
se ter, na Casa de Cultura, bonitas vistas panorâmicas. Nesses termos, no caso específico da
Casa de Cultura Mário Quintana, o interesse está ligado à preservação da memória histórica
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da cidade, do Estado do Rio Grande do Sul e de pessoas ilustres que ali estiveram (destaque
para o poeta Mário Quintana). Os atrativos ou espaços da referida casa de cultura estão, em
geral, desqualificados visualmente.
Retomando os pontos de desqualificação por nós detectados, apresentamos os
principais: ausência de critério e ordenamento na exposição do acervo, baixa e inadequada
luminosidade em muitos espaços, carência de atrativos entre os andares (acesso pela escada),
excesso de folheteria, murais e cartazes, existência de espaços subutilizados, falta de
identificação de autoria de algumas obras na casa, inadequação do mobiliário em alguns
ambientes, em termos de conforto e qualidade visual e por fim insuficiência de placas de
identificação de cada espaço.
Como prognóstico, elaboramos três roteiros de visitação, com durações e focos
diferentes. As temáticas eleitas para a tal tarefa foram a histórico-arquitetônica e artística.
Aliadas a essas propostas, está a qualificação visual dos espaços que recebem visitantes,
através de medidas simples, mas criativas.
Conclusão
A expressividade da Casa de Cultura Mário Quintana, conforme já exposto, não vem
sido devidamente trabalhada no sentido da qualidade da experiência turística ali
proporcionada. Existem algumas limitações (que foram elencadas no diagnóstico) que devem
ser consideradas. A elaboração e execução do presente projeto se fazem necessários para que
a visitação à Casa de Cultura seja dinamizada e constantemente qualificada, nos mais diversos
aspectos. Isto é possível através da visitação guiada pelos principais atrativos do centro
cultural, que possui diversas funções: “conduzir o olhar” do visitante, ordenar e otimizar o
tempo de visitação, valorizar os espaços existentes e garantir interatividade. Este projeto se
propõe a fazer jus ao imenso e já reconhecido valor que a Casa de Cultura Mário Quintana
possui à identidade cultural do porto-alegrense e do gaúcho e que seria capaz de atrair um
número cada vez maior de visitantes e com maior hospitalidade.
Referências
BENI, M., Análise Estrutural do Turismo. São Paulo: Editora Senac. 2007.
GASTAL, S. e MAFRA, M. in. NORA, P. e PUGEN, B., Processo Curatorial e construção de roteiros turísticos ,
Diálogos. Caxias do Sul: Lorigraf, 2008.
SILVA, L., Majestic Hotel: memórias de um monumento. Porto Alegre: Editora Movimento, 1992.
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Hotel Majestic. Disponível em: http://www.ccmq.rs.gov.br. Acesso em: 10 jun. 2008.
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