Gaspar de Carvalho, R., Mata, Antunes, D., Marques, N., Silveira, C., Lino, J., Luís, S. & Palma-Oliveira, J.M. (2005). Monitorização Psicossocial de uma Actividade Industrial. I Encontro Nacional de Riscos, Segurança e Fiabilidade. IST, Lisboa. MONITORIZAÇÃO PSICOSSOCIAL DE UMA ACTIVIDADE INDUSTRIAL Rui Gaspar de Carvalho3, André Mata1,2, Dalila Antunes1,2,Nuno Marques1, Carlos Silveira1, Joana Diniz Lino1, Sílvia Luís1 e José Manuel PalmaOliveira3 1 Factor Social – Consultoria em Psicossociologia e Ambiente, Lda., Lisboa, Portugal [email protected] [email protected] 2 3 Universidade Independente, Lisboa, Portugal Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Lisboa, Lisboa, Portugal Sumário O presente trabalho resulta da monitorização da actividade industrial de uma cimenteira realizada em 2003 (momento 2; Mata, Gaspar de Carvalho, Marques, Moreira, Palma-Oliveira, 2003), que foi precedida de um Estudo de Impacte Ambiental da mesma realizado em 1997 (momento 1; PalmaOliveira, 1998). Pretende-se em termos gerais apresentar a percepção da situação pela população em 2003, relativamente a variáveis psicológicas como atitudes, percepção de risco, percepção de controlo, entre outras. O objectivo será ilustrar a forma como as pessoas locais avaliam e se adaptam aos outputs da actividade industrial (e.g., poluição) ao longo do tempo. A amostra nesta avaliação era composta por 600 residentes, aos quais foi administrado telefonicamente um questionário. Neste questionário foi mantida a semelhança com algumas questões daquele administrado a 200 residentes com o mesmo procedimento, no momento 1. A apresentação deste caso exemplo de monitorização psicossocial será precedido de um enquadramento teórico relativo a aspectos que poderão facilitar a posterior compreensão deste caso. Gaspar de Carvalho, R., Mata, Antunes, D., Marques, N., Silveira, C., Lino, J., Luís, S. & Palma-Oliveira, J.M. (2005). Monitorização Psicossocial de uma Actividade Industrial. I Encontro Nacional de Riscos, Segurança e Fiabilidade. IST, Lisboa. 1 1.1 A percepção de riscos artificiais Cultura de risco Existem dados que permitem considerar que vivemos num momento onde a percepção de risco é bastante elevada. Isto é, quando as pessoas avaliam o risco de uma determinada actividade não natural, estas tendem a considerá-lo como elevado (Palma-Oliveira, 1998). A sensibilidade das sociedades ao risco mudou radicalmente nos últimos anos e essa mudança tem vindo, ainda mais a acentuar-se depois de alguns acidentes tecnológicos importantes (Slovic, 2000). São cada vez mais os movimentos de opinião pública que se insurgem contra a construção de algumas infra-estruturas, nomeadamente no que se refere a infra-estruturas destinadas ao exercício de actividades industriais. A base para a aceitação pública, ou não aceitação, das infra-estruturas, é a percepção subjectiva do risco associada às actividades operadas nas mesmas. De acordo com alguns autores (e.g., Palma-Oliveira, 1996), a percepção de risco é fundamentalmente uma construção social e cultural, verificando-se, deste modo que, não é apenas o conhecimento que se possui sobre uma determinada infra-estrutura, mas também a confiança nas instituições e a credibilidade da informação, que determinam a aceitação, ou não, da infraestrutura à qual subjaz o risco. Estudos de campo demonstram que a percepção global de risco constata-se elevada, quer no que se refere a riscos ambientais globais, quer no que se refere concretamente à actividade industrial (e.g., Palma-Oliveira, 1996). Neste sentido, uma investigação europeia, cuja a amostra era constituída por professores do ensino secundário e engenheiros da IBM, revelou que a percepção de risco ambiental, para a população em estudo, se situa acima do ponto médio em todos os países estudados (Inglaterra; Alemanha; França; Itália e Portugal), sendo que os portugueses apresentam uma percepção de risco superior às amostras dos outros países (Ferreira Marques, PalmaOliveira, Marques & Ferreira, 1995). De salientar que Portugal tende não só a acompanhar esta tendência de alta percepção de risco, mas também a acentuá-la. O estudo já citado anteriormente de Marques et al. (1995) mostrou que os portugueses possuem uma percepção de risco superior às amostras de outros países (França, Itália, Inglaterra e Alemanha). Em Portugal, cerca de 80% da população classifica a Gaspar de Carvalho, R., Mata, Antunes, D., Marques, N., Silveira, C., Lino, J., Luís, S. & Palma-Oliveira, J.M. (2005). Monitorização Psicossocial de uma Actividade Industrial. I Encontro Nacional de Riscos, Segurança e Fiabilidade. IST, Lisboa. actividade industrial como pouco ou nada segura e apenas 4% considera esta actividade como segura (ver por exemplo Palma-Oliveira, 2000). Concluindo, podemos afirmar que estes dados permitem apontar para a existência de uma cultura caracterizada por uma alta percepção de risco, que se estende pelos diversos níveis culturais, sociais e económicos. 1.2 Avaliação objectiva e subjectiva de Risco Quando se debate a introdução de tecnologias desta natureza, damo-nos conta de que a visão de risco das populações e dos técnicos é frequentemente diferente. A tendência, da parte dos técnicos e das instituições, é de considerar como irracionais as atitudes e comportamentos das populações, que classificam geralmente como NIMBY (Not In My Back Yard), LULU (Local Unwanted Land Use), considerando-as como não baseadas numa análise científica robusta. Ainda assim, é de salientar que existe um processamento cognitivo da informação por parte da população e a questão fundamental é a de saber quais são as concepções de risco que estão implícitas nas estimativas de risco da população pois deste modo será possível intervir por forma a minimizar os enviezamentos. As investigações que têm comparado as percepções de risco da população em geral e dos especialistas demonstram que (Palma-Oliveira, 1996): 1. Quando os especialistas são inquiridos para avaliarem o risco de uma dada tecnologia, tendem a responder com números que se aproximam dos valores da taxa de mortalidade estimada ou real de um dado período, para essa tecnologia; 2. Quando é perguntado a grupos de indivíduos não especialistas, qual é a taxa de mortalidade de uma dada tecnologia num dado ano, as respostas são muito coincidentes com as dos técnicos; 3. Quando se pede às populações para estimar o risco dessa tecnologia, as respostas diferem marcadamente das dos técnicos. Isto é, as estimativas de risco dos peritos tendem a basear-se unicamente na taxa de mortalidade, enquanto a população utiliza como referência outros factores (Palma-Oliveira, 1996; Lima, 1995). 1.3 Construção da Percepção de Risco Parece então que as pessoas não são propriamente irracionais quando realizam avaliações de risco, mas utilizam outros indicadores que não os Gaspar de Carvalho, R., Mata, Antunes, D., Marques, N., Silveira, C., Lino, J., Luís, S. & Palma-Oliveira, J.M. (2005). Monitorização Psicossocial de uma Actividade Industrial. I Encontro Nacional de Riscos, Segurança e Fiabilidade. IST, Lisboa. índices de fatalidade para aferir determinada estimativa. Podemos assim considerar a avaliação de risco da população como mais abrangente e menos robusta cientificamente, na medida em que 1) é baseada numa definição de risco mais lata, ou que envolve maior diversidade de factores, e 2) é mais susceptível de sofrer alguns enviezamentos cognitivos, decorrentes do habitual processamento de informação, e 3) é susceptível de ser influenciada socialmente. 1.3.1 Factores relevantes na Percepção de Risco Em investigações realizadas (cujos resultados foram replicados em muitos contextos, incluindo em Portugal por Lima, 1993) conclui-se que, tanto o público em geral como os chamados especialistas ou peritos, coincidem na caracterização das características de risco de uma dada actividade. Essa coincidência é manifestada no facto das pessoas (público e peritos) mostrarem consenso no que concerne a características de risco, tal como o grau em que uma dada actividade é conhecida, controlada, ameaçadora, detém potencialidade catastrófica, tem potenciais efeitos imediatos ou não, etc. Um conjunto de análises factoriais demonstrou que as avaliações destas características se encontram altamente relacionadas entre si, podendo ser condensadas em vários factores, dentre os quais se consideram como fundamentais: Conhecimento: nível de conhecimento que a sociedade possui relativamente à tecnologia a implementar; Novidade: período de tempo de conhecimento de determinada tecnologia apresentada pela sociedade, e à experiência relativa à mesma. Grau de Exposição Voluntária: grau de escolha do indivíduo para se expor, ou evitar expor a determinado risco real, ou percebido. Controle: grau de controle que a pessoa detém para dominar a vulnerabilidade a determinado risco. Ameaça: grau em que o indivíduo é ameaçado por determinado risco. Potencial Catastrófico: nível de dano potencial das consequências que podem advir de determinada tecnologia ou acontecimento. Equidade: justiça da distribuição de prejuízos e benefícios pelos indivíduos. Saliência: estímulos que se tornam mais salientes em termos dos aspectos da envolvente que são perceptíveis para o indivíduo (quer porque associados a uma componente perceptiva visual, auditiva ou olfactiva; quer porque são habitualmente mais mencionados e por isso se tornam mais acessíveis em termos de memória). Gaspar de Carvalho, R., Mata, Antunes, D., Marques, N., Silveira, C., Lino, J., Luís, S. & Palma-Oliveira, J.M. (2005). Monitorização Psicossocial de uma Actividade Industrial. I Encontro Nacional de Riscos, Segurança e Fiabilidade. IST, Lisboa. Mais especificamente, as estimativas de risco do público estão geralmente altamente correlacionadas com o factor ameaça e, de forma mais moderada, com o conhecimento. 1.3.2 Viézes Cognitivos Tendo sido identificados os factores relevantes para a construção da percepção de risco importa então determinar os processos cognitivos subjacentes à mesma. Segundo Fichhoff, Slovic, Lichtenstein, Read e Combs (1978, in Slovic, 2000), na tomada de decisão relativa à aceitação de actividades que comportam determinados riscos está geralmente associada uma análise custo-benefício, que pode ser mais ou menos “enviezada” consoante o recurso a heurísticas durante o processamento da informação relevante. As heurísticas têm por objectivo a simplificação dos processos cognitivos, durante a determinação da percepção de risco. No entanto, apesar das vantagens inerentes à sua utilização e de conduzirem geralmente a previsões correctas, geram-se por vezes, sob determinadas circunstâncias, enviezamentos significativos e persistentes. Esta persistência decorre fundamentalmente do excesso de confiança que as pessoas depositam nos resultados decorrentes do recurso a um processamento heurístico da informação. A seguir identificam-se duas das principais heurísticas a ter em consideração no processo de elaboração da percepção de risco das populações, a heurística da acessibilidade e a heurística do afecto. Heurística da Acessibilidade De acordo com a heurística da acessibilidade, a probabilidade de ocorrência de determinado evento e das suas consequências depende da facilidade com que esse mesmo evento e consequências são imaginados ou recordados. Assim, por exemplo, um evento facilmente recordado como tendo atingido uma grande quantidade de pessoas e tendo gerado graves consequências atingirá uma cotação elevada na escala de “potencial catastrófico” e ser-lhe-á associada uma elevada percepção de risco. Heurística do Afecto Uma outra heurística referida por Finucane, Alhakami, Slovic e Johnson (in Slovic,2000), é a heurística do afecto. De acordo com esta heurística, o risco e o benefício estão relacionados inversamente porque existe um afecto envolvido no julgamento do risco ou benefício de um determinado Gaspar de Carvalho, R., Mata, Antunes, D., Marques, N., Silveira, C., Lino, J., Luís, S. & Palma-Oliveira, J.M. (2005). Monitorização Psicossocial de uma Actividade Industrial. I Encontro Nacional de Riscos, Segurança e Fiabilidade. IST, Lisboa. acontecimento. Deste modo, a atitude positiva face a um objecto é um bom predictor do grau de positividade ou negatividade das qualidades que lhe são atribuídas e a mudança da percepção face a um atributo (aumentar o risco) tende a influenciar a percepção de outro atributo (redução dos benefícios). 1.3.3 Influência Social Para além da construção individual do risco com base nos factores e nas heurísticas atrás referidos, a percepção de risco também está dependente da influência de factores sociais. Em 1988 Kasperson e colaboradores propuseram uma nova abordagem ao estudo da experiência social do risco, baseada no conceito de amplificação social do risco. Esta tese defende a acção de processos psicológicos, sociais, institucionais e culturais na interpretação de perigos potenciais, que podem potenciar ou atenuar as percepções de risco individual e social e seus impactes (ver Renn, Burns, Kasperson, Kasperson & Slovic, 1992). De acordo com estes autores a construção social do risco processa-se nas seguintes fases: 1) os indivíduos ou grupos seleccionam características específicas de acontecimentos perigosos ou aspectos específicos de informação relativa a estes acontecimentos e interpretam-nos de acordo com as suas percepções e esquemas mentais; 2) estas interpretações são formadas numa mensagem e comunicadas a outros indivíduos e grupos; e 3) os indivíduos ou grupos recebem e respondem a esta informação respeitante a risco e actuam como estações de ampliação por meio de respostas comportamentais ou comunicação. Assim, é possível isolar duas dimensões neste processo: uma sociocultural, na qual interessa estudar o papel de processos valores culturais na mediação do risco percebido; e uma intraindividual, na qual se pretende avaliar o modo como os interpretativos dos sujeitos apreendem a situação de ameaça. dimensão grupais e dimensão esquemas Relativamente à dimensão intraindividual, os factores e heurísticas definidas anteriormente surgem como conceitos centrais na análise do modo como o indivíduo interpreta a ameaça e, logo, no risco que percepciona. Quanto à dimensão sociocultural, alguns estudos mostram que o risco percebido é fortemente condicionado pela identidade social dos indivíduos que percepcionam a ameaça. A este respeito, Lima (1993) demonstrou que um acontecimento cataclísmico pode ser interpretado de forma diferente de Gaspar de Carvalho, R., Mata, Antunes, D., Marques, N., Silveira, C., Lino, J., Luís, S. & Palma-Oliveira, J.M. (2005). Monitorização Psicossocial de uma Actividade Industrial. I Encontro Nacional de Riscos, Segurança e Fiabilidade. IST, Lisboa. modo a apoiar uma estratégia cognitiva de manutenção de uma identidade social positiva: os indivíduos que não apresentavam um considerável vínculo à região atribuíram um significado mais negativo aos acontecimentos de risco, que aqueles com uma forte identidade local. Para além da identidade social, pensa-se ser também possível isolar valores culturais que influenciam a percepção de risco. Assim, numa sociedade capitalista com fortes valores egoístas enraizados (sucesso, poder, ambição, por exemplo) os indivíduos temem mais os riscos que comprometem a ordem social, enquanto que numa sociedade na qual a equidade seja uma preocupação, os indivíduos dão mais importância aos riscos para o maior número. 2 O Processo de Stress O conceito de stress respeita sempre a um processo adaptativo, processo esse que é geralmente despoletado por uma mudança no ambiente, através da acção de um ou mais estímulos indutores de stress, e que pode acarretar consequências positivas e/ou negativas para o indivíduo. É a percepção/avaliação que o indivíduo faz da própria situação, nomeadamente em termos do risco associado, que determinará as consequências para a sua saúde e bem-estar e o grau de adaptação a esta. Os sintomas geralmente associados ao processo de stress, são tão simples como o aumento da tensão arterial (o que em termos fisiológicos corresponde a uma predisposição do indivíduo para a acção), e dos ritmos cardíaco e respiratório; sendo que no entanto, em casos mais graves, geralmente decorrentes duma persistência do processo de stress e incapacidade de adaptação, se poderão observar ansiedade, dificuldades de concentração, problemas gastrointestinais, ou até sintomas de depressão. Alguns estudos demonstram que o facto de se estar a viver perto do local de construção de uma incineradora ou de um aterro, é vivido com um aumento da preocupação por parte dos indivíduos. De facto esta situação reúne algumas características comummente associadas ao stress crónico: incerteza quanto ao futuro, ambiguidade quanto às consequências negativas, situação prolongada no tempo, percepção de incontrolabilidade e sentimento de importância pessoal da questão (Lazarus & Folkman, 1984; Palma-Oliveira, 1992). O processo de stress divide-se em diferentes etapas, que serão apresentadas de seguida, com base num modelo integrado de stress ambiental (Gaspar de Carvalho, Mata, Marques, Moreira, Antunes & Palma-Oliveira, 2002). Gaspar de Carvalho, R., Mata, Antunes, D., Marques, N., Silveira, C., Lino, J., Luís, S. & Palma-Oliveira, J.M. (2005). Monitorização Psicossocial de uma Actividade Industrial. I Encontro Nacional de Riscos, Segurança e Fiabilidade. IST, Lisboa. 2.1 Avaliação do estímulo (appraisal) Consideremos a primeira etapa do processo de stress ambiental apresentado. O processo tem início quando surge um estímulo ou situação que dá início a este, e que corresponderá à detecção duma alteração de um ou mais aspectos do ambiente, resultantes de uma determinada acção. Um processo cognitivo basilar a qualquer encontro com um estímulo ou situação, consiste na avaliação e caracterização desse estímulo ou situação (appraisal) em relação ao seu significado para o bem estar da pessoa (Lazarus & Folkman, 1984) e o grau de ameaça que coloca ao indivíduo. De salientar que, de acordo com o atrás exposto e destacando em particular a heurística do afecto, esta avaliação de ameaça, ou risco, é feita com base na atitude do indivíduo em relação ao estímulo/situação, no sentido em que quanto mais se gosta do objecto menor o risco e maior o benefício que se lhe associará. Assim, espera-se que a uma atitude e a percepção de risco estejam negativamente relacionadas entre si. Convém referir também que o processo de stress é sensível à alteração conjunta de vários aspectos ambientais que ocorra cumulativamente ou em simultâneo. Efectivamente, alguma literatura (Evans & Cohen, 1987) tem demonstrado a existência de interacção em termos da co-ocorrência de stressores ao nível das consequências comportamentais, afectivas e fisiológicas que ocorreriam de forma diferenciada na presença de cada um deles isoladamente. Estes aspectos são particularmente importantes, visto que a implementação de um determinado projecto acarreta habitualmente alterações em mais do que um aspecto do ambiente, com as consequências cumulativas e/ou sinérgicas que daí possam advir. Para mais, espera-se que os estímulos mais salientes, em termos daquilo que é perceptível no ambiente para o indivíduo, num processo de construção e exploração de uma determinada infra-estrutura ou outro tipo de acção, sejam também aqueles com um maior potencial gerador de stress. Estes impactes podem resultar não da infra-estrutura em si, mas dos efeitos físicos decorrentes das acções necessárias à sua implementação ou operação. 2.2 Reacção de alarme Se a atitude face ao estímulo/situação for negativa e, consequentemente, o indivíduo considerar a situação ameaçadora, será despoletada uma reacção de alarme (i.e., activação fisiológica caracterizada pelo aumento da produção de adrenalina, do tónus muscular, dos ritmos cardíaco e respiratório, e da pressão arterial). Esta reacção é vista como adaptativa no sentido em que permite mobilizar os recursos do organismo para confrontar a situação Gaspar de Carvalho, R., Mata, Antunes, D., Marques, N., Silveira, C., Lino, J., Luís, S. & Palma-Oliveira, J.M. (2005). Monitorização Psicossocial de uma Actividade Industrial. I Encontro Nacional de Riscos, Segurança e Fiabilidade. IST, Lisboa. (Cannon e Selye ambos citados por Palma-Oliveira, 1992). Neste ponto, tem início o processo de stress propriamente dito. Se este processo de stress não corresponder à primeira exposição à situação, mas a um processo de estimulação prolongada, então o termo activação continuada traduz melhor este estado do indivíduo. Saliente-se no entanto que se a atitude for positiva, assim como os benefícios esperados, e a ameaça percebida for baixa, não terá lugar qualquer processo de stress psicológico. 2.3 Fase de resistência Após a activação que caracteriza a fase de alarme, entra-se na fase de resistência. Nesta fase o indivíduo vai tentar lidar com a situação aversiva, de modo a tentar adaptar-se a ela, para atenuar ou eliminar as consequências negativas da situação (Palma-Oliveira, 1992). Durante esta fase o indivíduo poderá utilizar estratégias manipulativas e/ou estratégias acomodativas para lidar com a situação. Enquanto as primeiras remetem para tentativas de acção directa sobre o estímulo ou situação indutores de stress, no sentido de os eliminar ou reduzir o seu impacte; as segundas respeitam genericamente a mecanismos de defesa os quais, ao invés de actuarem directamente sobre a fonte de estimulação, actuam no indivíduo que a percepciona alterando a sua avaliação da situação no sentido de minimização da ameaça e promoção da percepção de segurança. O modelo de stress prevê ainda que após fracasso de uma determinada estratégia, qualquer que ela seja, se verifica nova tentativa de sucesso através da implementação de nova estratégia, e assim sucessivamente até se dar o sucesso ou o esgotamento dos recursos do indivíduo. Convém referir que, uma das estratégias mais importantes para lidar com a situação, passa pela procura de apoio das pessoas que estão próximas do indivíduo (em termos relacionais). Neste sentido, a existência de uma rede social de apoio e de uma identidade local positiva (i.e., sentimento de pertença ao grupo de indivíduos que fazem parte de uma determinada comunidade), poderá ter efeitos bastantes benéficos, sendo que, pelo contrário, os efeitos negativos serão potenciados se existir disrupção dessa identidade e redes sociais envolvidas. É de notar que o processo adaptativo tem sempre custos individuais, independentemente das estratégias de coping serem bem sucedidas ou não. Esses custos decorrem do consumo de recursos cognitivos durante o processo de avaliação dos estímulos indutores de stress e dos efeitos fisiológicos colaterais à implementação de estratégias de coping, que contribuem para um sentimento de fadiga psicológica e física. Gaspar de Carvalho, R., Mata, Antunes, D., Marques, N., Silveira, C., Lino, J., Luís, S. & Palma-Oliveira, J.M. (2005). Monitorização Psicossocial de uma Actividade Industrial. I Encontro Nacional de Riscos, Segurança e Fiabilidade. IST, Lisboa. Quando as estratégias de coping são implementadas com sucesso, ocorre uma adaptação ao estímulo, ou situação, stressante; verificando-se efeitos positivos ao nível do fortalecimento da auto-estima e da percepção de controlo do indivíduo, assim como uma redução da percepção de risco associado ao estímulo. 2.4 Fase de exaustão Quando as estratégias não têm sucesso, a activação e o processo de stress continuam, podendo ser amplificados pela consciência do indivíduo de que as estratégias estão a falhar, entrando-se numa fase de exaustão. Nesta o indivíduo pode colocar em questão a sua auto-eficácia, com repercussões negativas ao nível da saúde mental (e.g., redução da auto-estima), saúde física (e.g., fadiga física) e das dimensões psicossociais, como por exemplo as percepções: redução do controlo percebido; amplificação do risco percebido (i.e., aumenta a tendência para considerar a situação ainda mais ameaçadora); aumento do incómodo percebido. Como consequência da entrada na fase de exaustão, poderão ocorrer manifestações negativas aos níveis fisiológico, psicológico e comportamental, cuja intensidade varia em função da negatividade atribuída pelo indivíduo ao estímulo. - Ao nível fisiológico pode salientar-se o aumento da produção de catecolaminas e corticosteróides, com repercussões ao nível circulatório (e.g. aumento de tensão arterial), respiratório, muscular, renal, entre outros aspectos. - Ao nível psicológico salientam-se, por exemplo: aumento da ansiedade estado; diminuição na capacidade de resolução de problemas; irritabilidade; humor negativo e depressivo; expectativas negativas para o futuro; estado de impotência aprendida. - Ao nível comportamental, são exemplo os comportamentos com repercussões negativas colaterais, tais como: aumento do consumo de substâncias que criem dependência (e.g.: álcool); comportamento anti-social; desordens da conduta. Este processo funciona em termos cíclicos. Deste modo, a experiência do indivíduo com um determinado estímulo stressor, influencia a percepção do ambiente para encontros futuros com outros estímulos, podendo verificar-se efeitos sobre a atitude ou avaliação do estímulo - reavaliação do estímulo e dos constructos individuais associados à avaliação do mesmo (reappraisal). Após estas considerações, convém referir ainda que a resposta do indivíduo será melhor compreendida, tendo em conta as circunstâncias específicas Gaspar de Carvalho, R., Mata, Antunes, D., Marques, N., Silveira, C., Lino, J., Luís, S. & Palma-Oliveira, J.M. (2005). Monitorização Psicossocial de uma Actividade Industrial. I Encontro Nacional de Riscos, Segurança e Fiabilidade. IST, Lisboa. (contexto) que geram o processo de stress, assim como as características individuais do indivíduo que o experiência. Isto é, diferentes estímulos indutores de stress originam diferentes tipos de resposta ao processo de stress, assim como diferentes indivíduos o experienciam de forma diferente. 3 Um caso exemplo A partir do que foi referido, importa apresentar uma monitorização psicossocial da actividade industrial de uma cimenteira em Portugal, visto que muitas das variáveis referidas anteriormente foram avaliadas nesta análise. De forma a compreender melhor os resultados obtidos com esta, apresentaremos inicialmente uma pequena descrição de alguns acontecimentos que poderão também em parte explicar os resultados. A cimenteira em causa (assim como outras no país) esteve envolvida em 1998 em alguma controvérsia a nível local e nacional, posteriormente à decisão do governo de implementar a coinceneração de resíduos perigosos em algumas fábricas a nível nacional. Esta decisão gerou muito debate ao nível dos media, manifestações públicas e acções guiadas pela emoção, quer a nível local, quer a nível nacional, por duas razões: 1) este processo foi visto pela população em geral como um risco para a sua saúde (nomeadamente para as que se encontravam próximas); e 2) porque poderia prejudicar a qualidade ambiental em geral e da fauna e da flora em particular nas áreas próximas e também a maior distância. Estas manifestações foram consideradas pelo governo e alguns cientistas como irracionais, visto que a implementação deste processo foi precedida por um Estudo de Impacte Ambiental (EIA) que considerou os riscos aceitáveis e apresentou soluções técnicas que mitigariam os impactes e deste modo reduziriam o risco para a população. Para além disto, a cimenteira mais tarde modificou os seus sistemas de gestão ambiental de forma a que lhe fosse atribuída uma Certificação Ambiental (ISO 14001). Olhando para toda esta certeza e objectividade acerca da ausência de riscos para a saúde da população local e qualidade ambiental da envolvente (até em comparação com a situação que existia antes), estas manifestações públicas poderiam ser consideradas ilógicas e o “não” ao projecto como irracional. No entanto, com base neste ponto de vista, não seriamos capazes de minimizar as causas e as consequências do processo de stresse associadas à percepção dos riscos envolvidos na actividade da cimenteira e à reduzida qualidade ambiental a nível local e das actividades industriais no geral. Gaspar de Carvalho, R., Mata, Antunes, D., Marques, N., Silveira, C., Lino, J., Luís, S. & Palma-Oliveira, J.M. (2005). Monitorização Psicossocial de uma Actividade Industrial. I Encontro Nacional de Riscos, Segurança e Fiabilidade. IST, Lisboa. Neste âmbito, foi chamada uma equipa de especialistas de forma a realizar uma análise psicossocial (que corresponde ao primeiro estudo de um processo de monitorização da actividade da cimenteira), com o objectivo de entender esta situação e propor medidas de mitigação conformes. Este diagnóstico baseou-se num inquérito a 600 habitantes das freguesias mais próximas da cimenteira. A avaliação sistemática das percepções da população foi realizada, por meio de condução de entrevistas telefónicas baseadas na aplicação de questionários estruturados, com base no Computer Assisted Telephonic Interview (CATI), com margem de erro de 4%. O questionário utilizado baseou-se em certa medida naquele usado no EIA (Palma-Oliveira, 1998) e noutros estudos para variáveis como o risco perceido (ver Lima, 1995), consistindo em itens com resposta numa escala de 5 pontos (tipo lykert), com base no nível de concordância espressado nesta, relativamente a uma determinada afirmação. Estes itens mediam: attitudes; percepção de risco; controlo percebido, qualidade ambiental percebida; incómodo; identidade local e outras variáveis psicológicas e socio-demográficas. Estes itens permitiram a construção de escalas validadas estatisticamente e foram analisados em termos de estatística descritiva e inferencial. Para além destes, existiam também medidas de recordação e reconhecimento, referentes às fontes de poluição industrial a nível local. Os resultados deste primeiro momento de monitorização mostraram que existia uma tendência para a atitude em relação à cimenteira para ser negativa (Média=2.54; DP=0.91; Mediana=2.33). A actividade era vista como moderadamente preocupante (Média=3.26; DP=1.22; Mediana=4) e num nível mais elevado como poluidora (Média=3.82; DP=0.82; Mediana=4) e de baixa segurança (Média=2.31; DP=0.94; Mediana=2.31). No entanto, esta situação alterava-se quanto mais velha eram os indivíduos (F(3,592)=7.27; p<.01), sendo que as pessoas mais novas (18-34; Média=3.53; DP=1.05) consideravam a actividade como mais poluente e insegura, comparativamente às pessoas mais velhas (54-75; Média=2.96; DP=1.29). Para os respondentes, o risco percebido para o próprio e para a família associado à actividadeda cimenteira era tendencialmente elevado (Média=3.91; DP=0.88; Mediana=4) e significativamente menor que o risco em geral (Média=3.97; DP=0.77; Mediana=4) e este por sua vez significativamente menor que o risco para os outros (Média=4.08; DP=0.73; Mediana=4) (F(2, 1198)=39.21; p<.01). Existia também uma tendência para ver as actividades industriais no geral como inseguras (numa escala de segurança; Média=2.40; DP=0.69; Mediana=2) e ameaçadoras (numa escala de ausência de ameaça; Média=2.38; DP=0.82; Mediana=2). Esta ameaça era percebida como maior a nível local, em termos do concelho em que a Gaspar de Carvalho, R., Mata, Antunes, D., Marques, N., Silveira, C., Lino, J., Luís, S. & Palma-Oliveira, J.M. (2005). Monitorização Psicossocial de uma Actividade Industrial. I Encontro Nacional de Riscos, Segurança e Fiabilidade. IST, Lisboa. cimenteira se insere (Média=2.46; DP=0.86; Mediana=2) comparativamente ao país (t=2.62, p<.01). Mais ainda, não existiam diferenças nestes resultados, quando se manipulava a distância à cimenteira, não existindo diferenças significativas entre as pessoas mais próximas e as mais distantes. Este resultado é oposto ao que se verificou no EIA, visto que neste as pessoas mais próximas manifestavam mais preocupações (Palma-Oliveira, 1998). No que diz respeito ao grau de controlo percebido no geral (incluindo itens de controlo primário e secundário), os inquiridos percebiam-no como baixo (Média=2.38; DP=0.72; Mediana=2.4). No que se refere às estratégias de coping no sentido de lidar com a possível situação de stresse, algumas não se encontravam a ser implementadas de forma bem sucedida. Por exemplo, é conhecida a importância da identidade social e da comparação social. No entanto, neste caso, existem resultados opostos ao que seria de esperar: as pessoas locais percebem a qualidade ambiental da sua zona como menor (Média=2.14; DP=0.70; Mediana=2) do que a nacional (Média=2.21; DP=0.77; Mediana=2), têm elevada identidade local (Média=4.15; DP=0.83; Mediana=4.15) mas menor que a identidade nacional (Média=4.51; DP=.81; Mediana=5), têm pouca confiança nas autoridades para controlar o risco (Média=2.26; DP=0.93; Mediana=2) e, apesar da significância estatística, existem poucas diferenças entre o risco percebido para o próprio e família e o risco para os outros. No que diz respeito às consequências do processo de stresse, os indivíduos encontram-se moderadamente incomodados com a actividade industrial da cimenteira (Média=3.31; DP=1.27; Mediana=4), o que apesar de tudo demonstra que apesar de algumas defesas psicológicas não estarem a funcionar, outras estão, no sentido de baixar o incómodo sentido. Para além destes resultados, existe ainda a questão da influência que a atenção dada pelos media e pela população em geral poderá ter tido ao nível da percepção da actividade desta cimenteira, em comparação com outras indústrias similares. De facto, os resultados da recordação livre e reconhecimento são interessantes neste sentido. De facto, existe uma predominãncia de uma fábrica de papel a nível local para ser considerada como a actividade mais poluente, seguida da cimenteira, quando foi solicitado aos inquiridos para dizerem quais as principais fontes de poluição local (medida de recordação livre). No entanto, o número de pessoas que “recorda” a fábrica (31.3%) é inferior ao número que a reconhece (37.7%) a partir de uma lista como uma fonte de poluição (medida de reconhecimento). Para a cimenteira ocorre o oposto, sendo maior o número de inquiridos que a “recorda” (27%) do que aqueles que a identificam numa lista (21.5%). Estes resultados são independentes das características sócio-demográficas, excepto Gaspar de Carvalho, R., Mata, Antunes, D., Marques, N., Silveira, C., Lino, J., Luís, S. & Palma-Oliveira, J.M. (2005). Monitorização Psicossocial de uma Actividade Industrial. I Encontro Nacional de Riscos, Segurança e Fiabilidade. IST, Lisboa. para o grupo entre os 18 e os 35 anos com elevado nível de instrução (12º ano ou superior), que na medida de recordação escolheu mais a cimenteira, do que a fábrica de papel. De acordo com alguns autores (e.g., Badelley, 1996), são esperadas diferenças entre os dois tipos de medidas, sendo a medida de recordação mais influenciada pelas atitudes e acessibilidade da informação na memória. Na medida de reconhecimento este efeito dilui-se, sendo que outras indústrias estão também acessíveis. Comparando a cimenteira com a fábrica de papel, a primeira parece ser mais influenciada pela sua acessibilidade em memória. Mais ainda, as duas parecem ser escolhidas como as mais poluidoras, devido à sua acessibilidade. A primeira provavelmente devido à sua exposição ao nível dos media e porque foi também considerada como a principal fonte de poluição visual a nível local pela maioria dos inquiridos (33.7%); a segunda, porque foi considerada a maior fonte de poluição do ar (37.2%; de facto, é frequente a permanência no ar de um cheiro associado a esta, nas cidades mais próximas) e do rio local (16.5%). Sintetizando, a acessibilidade da cimenteira em memória paraece derivar mais da sua exposição mediática e acessibilidade visual, enquanto a acessibilidade da fábrica parece derivar mais dos seus efeitos sobre a qualidade do ar e água. No que se refere à comparação entre os resultados obtidos na monitorização e aqueles obtidos em 1997 (antes da polémica da co-incineração), verifica-se que, para a grande maioria das variáveis a situação piorou. Contudo, na maioria este agravamento não se traduz na alteração da categoria dos valores. Por outras palavras, salvo em relação ao risco para o próprio (que se tornou muito elevado) os resultados, ainda que significativamente diferentes estatisticamente, não passam da categoria de negativos para muito negativos nem de neutros para negativos. Existem ainda outros resultados relativos a esta comparação que importa discutir. Em primeiro lugar, o efeito da zona ao nível da percepção de risco em relação às actividades industriais registado no primeiro estudo deixou de existir com os dados do segundo estudo. De facto a localidade de residência não se revelou preditora de qualquer resultado. Para além disto, verifica-se que no primeiro estudo a população utilizava estratégias de comparação social que serviam o fim de promover a adaptação ao meio. De facto, a avaliação da poluição no país era considerada pior do que para Setúbal, padrão que se inverteu com os dados do 2º estudo, e a identidade local era um preditor positivo da avaliação da poluição (i.e., quanto maior a identidade, menor a avaliação da poluição), resultado que não foi passível de replicação com os dados actuais. Neste sentido, é plausível supor que a população em 1997, ainda implementava estratégias de comparação social associadas à valorização do grupo de pertença que, Gaspar de Carvalho, R., Mata, Antunes, D., Marques, N., Silveira, C., Lino, J., Luís, S. & Palma-Oliveira, J.M. (2005). Monitorização Psicossocial de uma Actividade Industrial. I Encontro Nacional de Riscos, Segurança e Fiabilidade. IST, Lisboa. provavelmente por não se revelarem adaptativas, deixaram de ser bem sucedidas. Sendo ambos os estudos exploratórios, interpretações mais aprofundadas dos resultados fogem da sua alçada. No entanto, o primeiro momento de monitorização (correspondente ao segundo estudo) e o estudo anterior no âmbito do EIA, demonstram-se valiosos no sentido de perceber as características de uma situação potencialmente stressora deste género, os factores envolvidos e, a partir disto, propôr medidas mitigadoras dos efeitos e consequências negativas observados. 4 Referências Evans G.W., & Cohen, S. (1987).Environmental Stress. In D. Stokols & I. Altman (Eds.), Handbook of Environmental Psychology, (pp.571-610). New York: Wiley. Gaspar de Carvalho, R., Mata, A., Moreira, S., Marques, S., Antunes, D. y Palma-Oliveira, J. (2002). Relatório de Monitorização Psicossocial da fase de construção do lanço Castro Verde/Via Longitudinal do Algarve da A2. Lisboa: Palma Consultores, BRISA. Lazarus, R.S. y Folkman, S. (1984). Stress, Appraisal, and Coping. New York: Springer. Lima, M. L. (1995) Viver com o Risco: Abordagens da Psicologia Social Ambiental. Ferreira Marques, J., Palma-Oliveira, J.M., Marques, J.F. & Ferreira, M.B. (1995). Subgroup comparisons. In Levy-Leboyer, C., Bonnes, M., Pawlik, K., Ferreira Marques, J. & Chase, J. The Psychological and Social Determinants of Environmental Attitudes and Behaviours: International comparison. EU Project Report: Brussels. Palma-Oliveira, J.M. (1992). Stress Ambiental: Ponto da Situação e Modelo Explicativo. Revista Portuguesa de Psicologia, 28. Palma-Oliveira, J. M. (1996). A Análise Objectiva e a Percepção do Risco Ambiental: A Assumção da Subjectividade e a Crónica da Morte Anunciada da Aceitação Incondicional. 5ª Conferência Nacional sobre Qualidade do Ambiente, Vol. I. Universidade de Aveiro. Palma-Oliveira, J.M. (1998). Análise psicossocial. Tomo 8 do estudo de impacte ambiental do tratamento de resíduos industriais perigosos pelo sector cimenteiro. Lisboa: Scoreco-Ecosaúde. Gaspar de Carvalho, R., Mata, Antunes, D., Marques, N., Silveira, C., Lino, J., Luís, S. & Palma-Oliveira, J.M. (2005). Monitorização Psicossocial de uma Actividade Industrial. I Encontro Nacional de Riscos, Segurança e Fiabilidade. IST, Lisboa. Palma-Oliveira, J. M. (2000). A new theory for the explanation of the NIMBY effect. In M. Cottam, D. Harvey, R. Pape & J. Tait (Eds.), Foresigth and Precaution. (p. 1167-1171). Rotterdam: A A Balkema. Renn, O., Burns, W.J., Kasperson, J.X., Kasperson, R.E. & Slovic, P. 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