DINÂMICA DA CORDA VIBRANTE A equação da onda unidimensional: por que deveríamos estudar o deslocamento de uma corda Considere uma corda de comprimento L, levemente esticada: Na figura o deslocamento u tem sido propositalmente exagerado... α e β são próximos de zero. T2 dl β α u T1 x L Hipóteses simplificadoras • i) a corda tem um comprimento fixo L; • ii) a tensão é constante ao longo da corda e do tempo; • iii) a densidade da corda é constante ao longo da corda e do tempo; • iv) os pontos da corda movimentam-se num plano • v) a corda só está sujeita à força de reação nos seus extremos; • vi) a velocidade de cada ponto é perpendicular a reta que passa pelos seus pontos extremos (eixo das abscissas), =T2 β α =T2 u α T1 T 1 dl Q P β u+ du u x T2 Δx A equação da onda 1-D A equação da onda unidimensional envolve apenas uma única variável espacial. Desde que assumimos que o deslocamento é vertical as componentes horizontais são constantes e então iguais. T1 cos α = T2 cos β = T = const . As componentes da tensão na direção vertical são: - T1 sen α e T2 sen β ∂ u Usando a Lei de Newton: F = m a = ( ρΔx ) 2 ∂t ∂ 2u T2 sin β − T1 sin α = ρ Δx 2 ∂t 2 Dividindo pela componente horizontal obtemos a inclinação local da corda: T 2 sin β T1 sin α ρΔx ∂ 2u ρΔx ∂ 2u − = = tan β − tan α = 2 T 2 cos β T1 cos α T ∂t T ∂t 2 1 ⎡ ∂u ⎢ Δx ⎣ ∂x ∂ 2u ρ ∂ 2u = 2 2 T ∂x ∂t x+Δx ou ∂u − ∂x x ⎤ ρ ∂ 2u ⎥ = 2 T ∂ t ⎦ ∂u 2∂u =c 2 2 ∂t ∂x 2 2 com c2 = T ρ Resolução da Equação de Onda the 1-D Condições de Fronteira: u(0,t) = 0 e u(L,t) = 0 para todo t desde que os extremos são fixos em 0 e em L Condições Iniciais: Deslocamento inicial, u ( x ,0 ) = f ( x ) Velocidade inicial, ∂u ∂t = g ( x) t =0 2 ∂ 2u ∂ u 2 =c 2 ∂t ∂x 2 onde c = 2 T ρ 1: Separação de variáveis → duas EDOs. Propomos uma solução como sendo o produto de duas funções: u ( x , t ) = F ( x ) G (t ) Diferenciando: ∂ u (t ) = F ( x ) G ∂t 2 2 ∂ u = F ′′( x)G (t ) 2 ∂x 2 e Assim de 2 ∂ 2u ∂ u 2 =c 2 ∂t ∂x 2 (t ) = c 2 F ′′( x)G (t ) F ( x)G temos (substituindo) (t ) F ( x)G c 2 F ′′( x)G (t ) = 2 2 c G (t ) F ( x) c G (t ) F ( x) e (t ) G F ′′( x) = =k 2 c G (t ) F ( x) Ambos lados devem ser igual a uma constante porque variando apenas x ou apenas t não mudam ambos lados simultaneamente. Obtemos duas EDOs: F ′′( x ) − kF ( x ) = 0 e 2 G (t ) − c kG (t ) = 0 F ′′( x ) − kF ( x ) = 0 e (t ) − c 2 kG (t ) = 0 G 2: Obter as soluções das EDOs que satisfaçam as condições iniciais e de fronteira: u(0,t) = 0 e u(L,t) = 0 u(0,t) = F(0)G(t) = 0 e u(L,t) = F(L)G(t) = 0 As soluções triviais são ignoradas: • G(t) = 0 • F(x) = 0 que é verdadeiro para k≥0 F ′′( x ) − kF ( x ) = 0 para k = –ρ2: F ′′( x) + ρp 2 F ( x) = 0 cuja solução é F ( x ) = A cos ρ x + B sin ρ x Aplicando as condições de fronteira obtemos F(0) = A = 0 e F(L) = B sin(ρL) = 0 ∴ ρL = nπ e escolhemos B = 1 nπ Fn ( x) = sin x L para n = 1, 2, … (t ) − c 2 kG (t ) = 0 G Já que k = –ρ2 = -(nπ/L)2 (t ) + λ2 G (t ) = 0 G n cnπ λn = L A solução obtida analiticamente é: Gn (t ) = Bn cos(λn t ) + Bn* sin( λn t ) Assim as soluções da equação de Onda 1-D são: u n ( x, t ) = Fn ( x)Gn (t ) nπ u n ( x, t ) = ( Bn cos λn t + B sin λn t ) sin x L * n para n = 1, 2, … Gráficos da equação de Onda 1-D instantâneas Normal Modes of the Vibrating String: n = 2 1 0.8 0.6 0.6 0.4 0.4 0.2 0.2 u(x,t) 1 0.8 0 0 -0.2 -0.2 -0.4 -0.4 -0.6 -0.6 -0.8 -0.8 -1 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 0 1 2 3 x 0.8 0.6 0.6 0.4 0.4 0.2 0.2 u(x,t) 1 0.8 0 -0.2 -0.4 -0.4 -0.6 -0.6 -0.8 -0.8 -1 -1 2 6 7 0 -0.2 1 5 Normal Modes of the Vibrating String: n = 4 1 0 4 x Normal Modes of the Vibrating String: n = 3 u(x,t) u(x,t) Normal Modes of the Vibrating String: n = 1 3 4 x 5 6 7 0 1 2 3 4 x 5 6 7 Para cada instante temos uma sinusóide; a seta mostra o sentido do deslocamento Modos normais de vibração, n = 4, para vários instantes de tempo Normal Modes of the Vibrating String: n = 4 1 Each sinusoid represents a different instant in time. The arrows show the direction of motion starting at t = 0 0.8 0.6 0.4 u(x,t) 0.2 0 L -0.2 -0.4 -0.6 -0.8 -1 0 1 2 3 4 x 5 6 7 3 O Princípio de Superposição nπ u ( x, t ) = ∑ u n ( x, t ) = ∑ ( Bn cos λn t + B sin λn t ) sin x L n =1 n =1 ∞ ∞ * n precisamos de uma soma convergente que satisfaça as condições iniciais: u( x,0) = f ( x) e ∂u ( x,0) = g ( x) ∂t Considerando a primeira condição inicial: Deslocamento nπ u ( x, 0) = ∑ Bn sin x = f ( x) L n =1 ∞ f(x) está dada por uma soma infinita de senos Determinar Bn de tal forma que u(x,0) seja a Série de Fourier de f(x) (dada como a condição inicial do deslocamento) nπx 2 Bn = ∫ f ( x) sin dx L0 L L Para satisfazer a segunda condição inicial: a velocidade, derivamos nπ u ( x, t ) = ∑ un ( x, t ) = ∑ ( Bn cos λnt + B sin λnt ) sin x L n =1 n =1 ∞ ∞ * n ∂u em relação a t, e calculamos ( x,0) ∂t , temos ∞ ∂u nπ x ∗ =g ( x ) ( x , 0) = ∑ B n λn sin ∂t L n =1 g(x) está dada por uma soma infinita de senos Obter os coeficientes B*n equivale a obter as Série de Fourier de g(x) 2 B = cn π * n nπx ∫0 g ( x ) sin L dx L Temos um bom motivo para estudar como representar funções com séries infinitas de funções trigonométricas As Séries de Fourier Resolvendo a Equação de Onda Unidimensional Consideremos primeiro a equação de onda com velocidade inicial nula, g(x) =0 L 2 nπx B = g( x ) sin dx = 0 cnπ 0 L * n u(x, t) = ∫ ∞ ∑u n (x, t) = n =1 ∞ ∑ n =1 sendo assim nπ B n cos λ n t sin x L 2 Bn = L L ∫ 0 n πx f ( x ) sin dx L Exemplo Ache a solução da equação de onda se o deslocamento inicial tem forma triangular e a velocidade é 0: ⎧ 2k ⎪⎪ L x f ( x) = ⎨ ⎪ 2k ( L − x ) ⎪⎩ L for 0 < x < L/2 for L/2 < x < L Como g(x) = 0, então Bn* = 0 e 8k nπ Bn = 2 2 sin 2 nπ Assim, a solução tem a forma: π πc 8k ⎡ 1 1 3π 3πc ⎤ u ( x, t ) = 2 ⎢ 2 sin x cos t − 2 sin x cos t + −...⎥ L L L L π ⎣1 3 ⎦ A solução da equação u(x,t)de onda é uma função de x e de t Qualquer solução da equação de onda pode ser escrita como u(x,t)= f*(x-ct) que representa uma onda que se desloca para a direita com velocidade c no trasocorrer do tempo e f*(x + ct) representa uma onda que se desloca para esquerda. Pelo Princípio de Superposição temos que u(x,t) pode ser escrita em uma forma compacta como: 1 * * u(x, t) = [f (x − ct) + f (x + ct)] 2 Onde f* é uma extensão periódica impar de f com período 2L Exemplo ⎧x −1 −1≤ x ≤ 0 ⎪ f (x) = ⎨1− x 0 ≤ x ≤1 ⎪0 nosotherwis outros casos ⎩ g(x) = 0 para alltodo x x time, t t t=0 ct=1 ct = 2 ct = 3 x+ct x+ct x-ct x-ct -5 -4 -3 -2 -1 0 x distance, x 1 2 3 4 5 Solução da equação de onda: D’Alembert 2 u ∂ 2u ∂ 2 c = ∂t 2 ∂x 2 c2 = T ρ Introduzimos novas coordenadas: v e z v = x + ct z = x - ct Assim, u é uma função de v e z. E as derivadas são: ux = uvvx + uzzx = uv + uz uxx = (uv +uz)x = (uv + uz)vvx + (uv + uz)zzx = uvv + 2uvz + uzz e utt = c2(uvv - 2uvz + uzz) Substituindo utt = c2uxx temos: c2(uvv - 2uvz + uzz) = c2(uvv + 2uvz + uzx) 2 ∂ u 4uvz = 0 ⇒ uvz = 0 uvz = ∂z∂v =0 ∂ 2u uvz = =0 ∂z∂v Integrando em relação a z obtemos: Integrando em relação a v temos: ∂u = h(v) ∂v ∫ u = h(v) dv + ψ ( z ) logo: u = φ(v ) + ψ ( z ) que leva a solução: e u ( x, t ) = φ( x + ct ) + ψ ( x − ct ) ut ( x, t ) = cφ' ( x + ct ) − cψ ' ( x − ct ) D’Alembert’s satisfazendo as condições iniciais Temos que: u(x,0) = f(x) e ut(x,0) = g(x) u ( x, t ) t =0 = φ( x) + ψ ( x) = f ( x) ut ( x, t ) t =0 = cφ' ( x) − cψ ' ( x) = g ( x) Dividindo por c e integrando em relação a x temos: x φ( x) − ψ ( x) = k ( x0 ) + 1 g ( s )ds onde cx ∫ 0 k ( x0 ) = φ( x0 ) − ψ ( x0 ) x + 1 φ( x) − ψ ( x) = k ( x0 ) + g ( s )ds cx φ( x) + ψ ( x) = f ( x) ∫ 0 x Dividindo por 2: φ( x) = 1 1 1 f ( x) + g ( s )ds + k ( x0 ) 2 2c x 2 ∫ 0 φ( x) + ψ ( x) = f ( x) x 1 - φ( x) − ψ( x) = k ( x ) + g ( s)ds 0 cx x 1 1 1 ψ x = f x − g s ds − k ( x0 ) ( ) ( ) ( ) Dividindo por 2: ∫ 2 2c x 2 ∫ 0 0 A solução de D’Alembert u ( x, t ) = φ( x + ct ) + ψ ( x − ct ) φ( x + ct ) = 1 1 f ( x + ct ) + 2c 2 1 1 ψ ( x − ct ) = f ( x − ct ) − 2 2c x + ct ∫ x0 1 g ( s )ds + k ( x0 ) 2 x −ct ∫ x0 1 g ( s )ds − k ( x0 ) 2 Resultados anteriores x0 = 1 1 1 f ( x − ct ) + g ( s )ds − k ( x0 ) 2 2c x−ct 2 ∫ x + ct 1 1 u ( x, t ) = [ f ( x + Ct ) + f ( x − ct )] + g ( s )ds 2 2c x−ct ∫