EDUCAÇÃO BÁSICA E A LEGISLAÇÃO: REALIDADE EDUCACIONAL NO MUNICÍPIO DE PINHAIS1 Anderson Alessi Guebur2 Aparecido Donizete Teixeira3 Everton dos Santos4 Marcelo Magneski5 Resumo No Brasil a educação de crianças de 0 à 6 anos ficou muito tempo deixada de lado pelas entidades governamentais, a realidade da educação básica em relação a legislação vigente teve grande avanços com o surgimento da L.D.B (Lei de Diretrizes e Bases da Educação). O artigo tem como objetivo analisar a realidade da educação infantil, verificando as políticas educacionais que fizeram com que o Estado onera-se a educação dessas crianças, e um dos meios que ele usou para arcar com as despesas é o FUNDEB (Fundo Nacional Desenvolvimento da Educação Básica), sendo que o artigo retrata mais especificamente um município da região Metropolitana de Curitiba, que economicamente é o décimo segundo em arrecadação no Estado do Paraná. O tipo de pesquisa realizada foi o levantamento bibliográfico com o estudo de caso do município de Pinhais. Palavras chaves: Sistema Municipal de Educação: Educação Básica – LDB9.394/96, CF88 – Pinhais Introdução Cada vez mais torna-se importante o incentivo e a promoção da educação infantil, disponibilizando instituições para crianças de 0 a 6 anos, já que esta faixa etária é considerada uma idade onde o ser humano tem facilidade em adaptar-se com o aprendizado cultural e até mesmo social. Neste artigo estaremos analisando justamente sobre a modalidade de educação básica pública que, apesar de não ser obrigatória (LDB 9.394 – 1996) ao sistema de educação de um individuo, torna-se necessário articular a Educação Infantil, principalmente devido a realidade da cultura familiar atual, onde muitas vezes a família é compostas por pais divorciados e separados e/ou casais que trabalham simultaneamente, não tendo então a disponibilidade de educar seus filhos na faixa etária de 0 a 6 anos. Segundo a LDB 9394 (1996; pág 12), em seu Título III, Seção II, Art. 29º e 30º, define que a Educação Infantil, é a primeira etapa da educação básica, e tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade. A Educação Infantil é oferecida em creches, ou entidades 1 2 Artigo elaborado na disciplina de Gestão da Educação, Curso de Formação de Professores - UTFPR Graduando no Curso de Formação Pedagógica, UTFPR, – Tecnólogo em Eletrônica, UTFPR - [email protected] Graduando no Curso de Formação Pedagógica, UTFPR – Bacharel em Administração Pública , UNIBRASIL - [email protected] 4 Graduando no Curso de Formação Pedagógica, UTFPR – Tecnólogo em Radiologia, UTFPR - [email protected] 5 Graduando no Curso de Formação Pedagógica UTFPR – Bacharel em Química Industrial, PUC - [email protected] 3 2 equivalentes, para crianças de até três anos de idade e pré-escolas, para as crianças de quatro a seis anos de idade. Sendo que por lei a educação é direito de todos, educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais (LDB 9394, 1996), incumbiu-se ao município a responsabilidade de oferecer a educação básica infantil em creches e pré-escolas e preferencialmente ao ensino fundamental, assegurando assim, a gratuidade do ensino público básico desde sua etapa inicial. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. (Art. 205, CF-88) Este artigo é do tipo pesquisa bibliográfica, já que a pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos (MOREIRA, 2006), sendo apresentado de forma explicativa qualitativa evidenciado um estudo de caso do município de Pinhais - PR. A Educação Infantil na História O Historiador Philippe Ariès, retrata em sua obra – História Social da Criança e da Família – o tratamento da infância e da adolescência através dos tempos. Aqui destacaremos alguns pontos importantes desta obra, principalmente em relação à forma em que as crianças recebem a educação, partindo da Idade Média até os dias atuais. Na idade Medieval, situada no tempo de uma sociedade feudal, as crianças eram exploradas executando as mesmas atividades dos adultos, sem distinção de classe social, aos 7 anos já eram enviadas a uma outra família, com o intuito de aprender os trabalhos domésticos e valores humanos e as escolas eram reservadas para um pequeno grupo clérigos, principalmente do sexo masculino. Com influencias da Revolução Industrial, o Iluminismo e a constituição de Estados Laicos, que ocorreram na Idade Moderna, a visão que se tinha da criança foi modificada. Neste caso a criança nobre é tratada diferentemente da criança pobre, para a primeira tinha-se amor, piedade e dor, lamentando-se a morte desta 3 criança guardando retratos pra torná-la imortal, já a criança plebe não tinha esse tratamento. Portanto nesta época, influenciado pela burguesia, surgem as primeiras propostas de educação e moralização infantil, a criança passa a ser alguém que necessita de cuidados, escolarização e preparação para atuação futura, sendo que a educação estava ao cargo dos colégios, abrindo portas para leigos, nobres, burgueses e classes populares, ainda que com forte discriminação entre as classes sociais. A escolarização de ensino somente era disponibilizada para meninos, as meninas somente obtiveram este direito a partir do século XVIII. A responsabilidade da educação inicial da criança pertencia à mulher, já que esta era a tarefa destinada às mães, porém ao surgirem as industrias, as mulheres que trabalhavam nas fábricas, foram amparadas com o surgimento das primeiras creches. No capitalismo, com o avanço da ciência e das tecnologias, a criança precisava ser preparada para uma atuação futura, por conta disso a criança passou a ser considerada como um ser histórico, acrítico, fraco e incompetente não produtivo, que o adulto deve cuidar, o que justificou a subordinação da criança perante ao adulto. Para tanto, na educação, cria-se o primário para as classes populares, de pequena duração, com ensino prático para formação de mão-de-obra. E o ensino secundário, para a burguesia e para a aristocracia, de longa duração, com o objetivo de formar eruditos, pensantes e mandantes. No final do século XIX, difunde o ensino superior na classe burguesa. A partir do século XIX, com Pestalozzi, Froebel, Montessori e McMillan, foram criados programas de cunho compensatório. A pré-escola era encarada por esses pensadores como uma forma de superar a miséria, a pobreza, a negligência das famílias. Mas sua aplicação ocorreu efetivamente apenas no século XX. Somente depois da Segunda Guerra Mundial é que o atendimento pré-escolar tomou novo impulso, pois a demanda das mães que começaram a trabalhar nas indústrias bélicas ou naquelas que substituíam o trabalho masculino aumentou. Houve uma preocupação assistencialista-social, onde se tinha a preocupação com as necessidades emocionais e sociais da criança. Crescia o interesse de estudiosos pelo desenvolvimento da criança, a evolução da linguagem e a interferência dos primeiros anos em atuações futuras. A preocupação com o método de ensino reaparecia. As primeiras iniciativas voltadas à criança tiveram um caráter higienista, cujo trabalho era realizado por médicos e damas beneficentes, e se dirigiram contra 4 o alto índice de mortalidade infantil, que eram atribuídas aos nascimentos ilegítimos da união entre escravas e senhores e a falta de educação física, moral e intelectual das mães. No Brasil, o surgimento das creches foi um pouco diferente do restante do mundo. Enquanto no mundo a creche servia para as mulheres terem condição de trabalhar nas indústrias, no Brasil, as creches populares serviam para atender não somente os filhos das mães que trabalhavam na indústria, mas também os filhos das empregadas domésticas. As creches populares atendiam somente o que se referia à alimentação, higiene e segurança física. Em 1919 foi criado o Departamento da Criança no Brasil, cuja responsabilidade caberia ao Estado, mas foi mantido na realidade por doações, que possuía diferentes tarefas. Neste momento, a criança passa a ser valorizada como um adulto em potencial, matriz do homem, não tendo vida social ativa. Nos anos 80, os problemas referentes à educação pré-escolar são: ausência de uma política global e integrada; a falta de coordenação entre programas educacionais e de saúde; predominância do enfoque preparatório para o primeiro grau; insuficiência de docente qualificado, escassez de programas inovadores e falta da participação familiar e da sociedade. Através de congressos, da ANPEd (Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação) e da Constituição de 1988, a educação pré-escolar é vista como necessária e de direito de todos, além de ser dever do Estado, deverá ser integrada ao sistema de ensino (tanto creches como escolas). A partir daí, tanto a creche quanto à pré-escola são incluídas na política educacional, seguindo uma concepção pedagógica, complementando a ação familiar, e não mais assistencialista, passando a ser um dever do Estado e direito da criança. Esta perspectiva pedagógica vê a criança como um ser social, histórico, pertencente a uma determinada classe social e cultural. Ela desmascara a educação compensatória, que delega a escola à responsabilidade de resolver os problemas da miséria. Porém, essa descentralização e municipalização do ensino trazem outras dificuldades, como a dependência financeira dos municípios com o Estado para desenvolver a educação infantil e primária. O Estado nem sempre repassa o dinheiro necessário, deixando o ensino de baixa qualidade, favorecendo as privatizações. 5 Com a Constituição de 1988 tem-se a construção de um regime de cooperação entre estados e municípios, nos serviços de saúde e educação de primeiro grau. Há a reafirmação da gratuidade do ensino público em todos os níveis, além de reafirmar serem a creche e a pré-escola um direito da criança de zero a seis anos, a ser garantido como parte do sistema de ensino básico. A partir do ano 2002 as creches e pré-escolas existentes ou as que vieram a ser criadas deverão integrarse ao sistema de ensino conforme reza a lei 9.394. Realidade atual da educação infantil Atualmente, verifica-se a existência de diferentes tendências relativas ao nível inicial da educação infantil. Uma, defende a acolhida de crianças nas instituições desde muito cedo, ainda antes de ela completar um ano de idade, como conseqüência das exigências de realização pessoal das mães e dos ganhos ofertados pela educação coletiva. A outra tendência é a de prolongar a licença maternidade, mantendo em casa a mulher com vistas a proporcionar à criança um desenvolvimento que na perspectiva psicanalítica tradicional, aumentaria as possibilidades de formar um adulto equilibrado e feliz. É preciso salientar que essa última tendência acentua-se em países tecnologicamente mais desenvolvidos, no caso brasileiro, prevalece a primeira tendência (HADDAD, 2006; RELATÓRIO EFA 2006; GRIFFIN, 2006). A procura por creches e pré-escolas públicas, atualmente intituladas de Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI), vem crescendo, no entanto, ainda há poucos estabelecimentos para atender a demanda, por isso a educação infantil ainda é restrita para uma pequena parte da população com recursos para buscar instituições privadas que atendam a suas necessidades. O acesso à educação infantil, muitas vezes, fica à mercê de programas e projetos pontuais financiados pelo governo federal e/ou dos estados, com indefinições quanto à qualidade de sua oferta (SOUZA, 2005). A educação na faixa etária do 0 aos 6 anos é apontada por uma série de estudos e por especialistas na área como responsável pelo desenvolvimento da autonomia e da autoconfiança das crianças, além de contribuir para o desenvolvimento emocional e intelectual. Estudos indicam que a aquisição de algumas habilidades cognitivas como uso de linguagens, é mais fácil no início da 6 infância (EESP-FGV; IBGE; MEC). Pesquisas com dados nacionais mostram que o fato de uma criança freqüentar o ensino infantil melhora seu desempenho no ensino fundamental, aumenta as chances de ela concluir um curso superior e ter um salário mais alto no futuro. No entanto, a pesquisa demonstra que esses acessos ainda é maior para crianças brancas e moradoras de regiões urbanas (PORTELA, 2009). Em 1996, foi criado o FUNDEF, fundo que distribuía recursos para os estados e municípios de acordo com o número de crianças matriculadas no ensino fundamental, no entanto, este financiamento não previa investimentos na educação infantil, nem se quer para os municípios que só ofereciam esta etapa da educação. O mecanismo de arrecadação e distribuição do fundo fazia com que a cidade que não tivesse rede de ensino fundamental perdesse recursos e foi o grande responsável pela municipalização do ensino fundamental no Brasil (RELATÓRIO EFA -2000). A partir de então, a educação infantil ganhou espaço político, afirmando-se tecnicamente e encontrando defensores em todos os âmbitos da sociedade, por isso, está presente atualmente no FUNDEB, em igualdade de condições com as etapas seguintes do processo educacional (DIDONET, 2006). Estas reflexões é que estará sendo demonstrada a seguir, utilizando como estudo de caso o Município de Pinhais, que fica na região metropolitana de Curitiba, no Estado do Paraná. Município de Pinhais: Um olhar para a educação infantil Pinhais é ainda uma cidade jovem, até 1992 (20 de Março de 1992) era um distrito do município de Piraquara, a partir deste ano recebeu a emancipação e tornou-se um município, sendo o município mais próximo do centro da capital do Paraná, apenas 10km, é considerada ainda uma cidade “dormitório”, porém com a instalação de diversas industrias, principalmente indústria de metal mecânica plásticos e prestação de serviços. A cidade tem crescido, e aos poucos tornando-se um município gerador de empregos. Pinhais tem três pontos que são bastante visitados, o chamado Autódromo Internacional de Curitiba, onde acolhe eventos nacionais de grande porte, como a Fórmula Truck e Stock Car, além dos tradicionais arrancadões, também o antigo Parque Castelo Branco, atualmente conhecido como Parque da Ciência é visitado sempre por grupos de estudantes aos quais os 7 colégios levam para visitar, e o terceiro é a casa de eventos Expocenter, ao qual tem recebido diversos shows, feiras comerciais e outros eventos. Economicamente Pinhais é a décima e segunda arrecadação do Estado do Paraná, com 2500 empresas instaladas e 1500 estabelecimentos comerciais. A cidade hoje é formada por 15 bairros e inúmeras vilas, que abrigam uma população de 112 mil habitantes. Pinhais faz fronteira com os seguintes municípios: Colombo, Curitiba, Quatro Barras, Piraquara e São José dos Pinhais. Atualmente, o município em questão, conta com 21 escolas municipais, atendendo 10.341 alunos da educação básica (1º a 5º séries iniciais) que equivale a 9.22% da população do município. Há 16 CMEI’s, distribuídos em vários bairros atendendo 3.780 crianças, que equivale 3.37% da população. Tem 15 escolas Estaduais num total de 16.424 alunos, correspondendo à 14.65% dos munícipes, num total de 30.545 estudantes que equivale a 27.24% da população existente no município de Pinhais. Além disso, Pinhais conta também com uma faculdade e alguns estabelecimentos particulares, contemplando os ensinos fundamentais e médios. As crianças de 0 a 6 anos, ainda podem ser matriculadas pela família, em Escolas Particulares. No município de Pinhais há 13 escolas particulares que atendem esta modalidade da Educação, sendo que 4.172 alunos que equivale a 3.72% da população estão matriculados no ano letivo de 2010 até a presente data dados referentes ao ano letivo de 2009 ficaram em 3.185 alunos - havendo um aumento gradativo num total de 987 alunos. (Dia a Dia da Educação, 2010) Educação Infantil, direito público A Constituição de 1988 faz referência a direitos específicos das crianças e define como direito da criança de 0 a 6 anos de idade e dever do Estado o “atendimento em creche e pré-escola”. A nova Carta nomeia formas concretas de garantir, não só amparo,mas principalmente a educação das crianças. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de: Educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco) anos de idade; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006). Assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas; (Art. 208.§IV e XXV, CF88) 8 O município de Pinhais vem cumprindo esta determinação do Art. 208 da Constituição Federal de 1988, pois disponibiliza atualmente 15 CMEI’s, sendo que há mais um em construção, mas já está ativo ocupando o espaço do CAIC. Estes estabelecimentos em 2009 atenderam 3600 crianças e a previsão para o fim do mês de março de 2010 é atender a 3780 crianças. Quanto aos profissionais da educação infantil, estão distribuídos pelas 16 instituições 168 educadores infantil concursados com formação em magistério, mais 37 atendentes infantil de creches, ambas com carga horária de 8h diárias, e 110 estagiárias de pedagogia e/ou magistério que tem cargas horárias variadas entre 4, 5 e 6 horas diárias. Além destas existem diversos outros funcionários trabalhando nas creches em regime PSS (Processo de Seleção Simplificada), que contém apenas contratos temporários. Os serviços que a Prefeitura Municipal de Pinhais não dispõe à educação infantil é o transporte escolar, ficando ao encargo dos responsáveis legais para levar e buscar as crianças nas instituições de ensino infantil e também não dispõe de qualquer convênio médico, sendo que, em caso de emergência os funcionários da Secretária de Assistência Social e Saúde se responsabilizam em atender os ocorridos dentro das instituições do CMEI. Financiamentos na Educação Infantil Como já descrito anteriormente, por lei o Estado tem o dever de financiar a educação. A partir disso, surgiram vários programas, entre os quais o mais abrangente é o FUNDEB (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e dos Profissionais da Educação), este implantando em 2006 com 14 anos de vigência, sucedeu o FUNDEF (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e do Magistério), que vigorou por 10 anos, o qual atendia o ensino fundamental, porém não apresentava qualquer direcionamento à Educação Infantil, sendo exatamente por este motivo que surgiu o FUNDEB. O fundo dispõe de recursos oriundos de impostos e a contribuição da união, sendo que para o ano de 2009, foi estipulado um montante de 51 bilhões de reais, ano em que o FUNDEB foi plenamente implantado. O universo de beneficiários do fundo é da ordem de 48 milhões de alunos da educação básica (cartilha do FUNDEB Pernambuco, 2006). 9 Cada estado tem um fundo, sendo que o repasse à educação infantil é de responsabilidade do município, segundo o Art. 60, 4° do ADCT. Ressaltando que a distribuição do fundo não é igualitária para todas as séries de ensino na educação básica, pois cada série tem um fator de ponderação. Para 2010 o fundo repassará a cada aluno da creche e pré-escola período integral, creche e pré-escola período parcial, o valor de R$1.728,19, R$1.963,85, R$1.286,56, R$1.571,08 por aluno respectivamente, no estado do Paraná. O município de Pinhais arrecada anualmente cerca de R$146.188.903,41. Deste montante é distribuído, é separado para a educação, cerca de 25% do valor arrecadado, ou seja, cerca de R$ 36 Milhões, repartidos entre Ensino Fundamental e Educação Infantil, sendo destinado para esta última 8,08%, aproximadamente R$ 7,7 Milhões (AGORA PARANÁ, 2010). A renda percapita por criança é uma das maiores do Brasil, R$2.800,13 por criança. Referente ao FUNDEB, o município recebe, um montante líquido de aproximadamente R$ 6,8 Milhões (AGORA PARANÁ, 2010), sendo que para a educação infantil são destinados deste montante, cerca de R$ 5,3 Milhões para pagamento dos profissionais do magistério, e outros R$ 4,1 Milhões para despesas gerais com educação Infantil. Concluindo O município de Pinhais, por ter em seu território diversas instalações de industrias e comercios, alcança recursos altíssimos através dos impostos. A educação tem recebido também um investimento muito alto, baseando-se, por exemplo, pela distribuição per capita por criança, Pinhais dispõe do maior valor conhecido no território nacional. Estes recursos tem sido investidos, principalmente no atendimento da demanda de crianças que vivem no território do município, através da contratação de profissionais da educação, merenda escolar, e novos Centros de Educação Infantil (CMEI’s), sendo que, conforme foi verificado, uma destas instituições está ainda em faze de construção. No entanto foi observado também, que os recursos fornecidos pela FUNDEB, não são totalmente utilizados, mantendo uma sobra considerável de recursos, e ainda assim, a Prefeitura Municipal de Pinhais, não disponibiliza transporte gratuito 10 para as crianças e tão pouco fornece assistência de higiene e saúde do corpo humano para as crianças. Portanto sugere-se que o município disponibilize ônibus, para que assim como em outros municípios da região metropolitana, as crianças possam ser transportadas com maior segurança no trajeto rotineiro da casa até a escola. A saúde também pode receber investimentos, disponibilizando para as crianças matriculadas, programas de vacinação, palestras sobre a importância da higiene do corpo, e também sobre prevenção de doenças, além de uma assistência emergencial, contratando médicos e dentistas pediatras para o atendimento público e específico para a comunidade infantil que freqüentam os CMEI’s. Além disso, a prefeitura, através da Secretaria da Educação deve articular convênios com outras instituições, como a Secretaria Estadual da Saúde, e as Universidades, para que as crianças tenham a disposição os serviços de atendimento médico, odontológico e também, psicológico. Com isso, certamente o município, que já vem crescendo em vários âmbitos, também estaria concretizando mais um importante passo, que é ter uma educação de qualidade para a comunidade pinhanhense. Referências AGUIAR, Marcia A.S.; FERREIRA, Naura S. C. (Orgs.) Para onde vão a orientação e a supervisão educacional? 3. ed. 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