2 OS EFEITOS DAS MICROCORRENTES NO REPARO DE ÚLCERAS DÉRMICAS – UMA REVISÃO DE LITERATURA. The Effects of Microcurrent on of Dermo Ulcers Repair - a Review of Literature. Ana Paula Rodrigues de Almeida1 Ivelise Meirelles Douat2 Mariana Ribeiro de Paula3 RESUMO A eletroterapia é uma área de atuação da fisioterapia utilizada para o tratamento de diversas disfunções, seqüelas e patologias, se encontra em constante avanço tecnológico, com o desenvolvimento de estudos, pesquisas e novos empregos para seus recursos. O presente trabalho reúne um estudo de pesquisa em revisão literária, junto a diversos autores, procura verificar os efeitos obtidos no emprego da eletroterapia e na aplicação das microcorrentes na reparação de úlceras dérmicas. Nessa pesquisa estão reunidos autores que datam de 1968 até os dias de hoje, discorrendo sobre inúmeros estudos aplicados. Como resultado essa revisão literária procura evidenciar a eficácia da utilização da eletroterapia, mais especificamente as microcorrentes, no reparo de úlceras dérmicas de diferentes etiologias. Entre os resultados aqui apurados estão a ativação biológica das células, o balanço de seu potencial elétrico e a restauração da normalidade fisiológica nos tecidos lesados, através da aplicação da eletroterapia na sua reparação. A grande maioria dos estudos aqui relatados conseguiu obter uma significativa melhora no reparo das úlceras estudadas, tanto na diminuição do volume das feridas como na obtenção de sucesso significativo em sua resolução. Sugerindo a continuidade desse estudo indica-se que se façam novas pesquisas experimentais e qualitativas, para que se possa verificar, cada vez mais, a atuação e possível eficácia das ações da aplicação das microcorrentes no reparo de diferentes tecidos do corpo humano. Palavras chave: Eletroterapia; Microcorrentes; Úlceras Dérmicas. ABSTRACT The electrotherapy is an area of performance of physiotherapy used to the treatment of various disorders, sequelae and pathologies, is in constant technology advance, with the development of studies, research and new uses for its resources. The present work make up a research study on literature review, along with many authors; try to verify the results obtained in the use of electrical stimulation and the application of microcurrent in the repair of dermal ulcers. In this survey are gathered authors dating from 1968 to the present day, discussing about numerous applied studies. As a result, this literature review seeks to highlight the efficacy of the use of electrotherapy, microcurrent more specifically, on the repair of dermal ulcers of different etiologies. Among the results established here are the biological activation of cells, the balance of its electrical potential and the restoration of physiological normality in the damaged tissue through the application of electrotherapy for 1 Fisioterapeuta, Discente de curso de pós-graduação em Dermato Funcional do Instituto Brasileiro de Therapias e Ensino – IBRATE. 2 Fisioterapeuta, Esteticista, Professora da Hórus Cursos Ltda. 3 Fisioterapeuta, Docente do curso de pós–graduação em Dermato Funcional do Instituto Brasileiro de Therapias e Ensino – IBRATE. Endereço para contato: Rua João Assef, 875 - Araucária-Pr E-mail: [email protected] Telefone: (41)9925-5360 3 OS EFEITOS DAS MICROCORRENTES NO REPARO DE ÚLCERAS DÉRMICAS – UMA REVISÃO DE LITERATURA. The Effects of Microcurrent on of Dermo Ulcers Repair - a Review of Literature. on its repair. The great majority of studies reported here achieved a significant improvement in the repair of the studied ulcers, both in reducing the volume of wounds as in obtaining significant success in its resolution. Suggesting the continuity of this study is indicated the making of new experimental research and qualitative, so so that it can be verify, increasingly, the action and possible effectiveness of the application action of microcurrent in the repair of different tissues of the human body. Key words: Electrotherapy; Microcurrent; Dermal ulcers INTRODUÇÃO A Fisioterapia é uma profissão bastante nova, mas muitos relatos demonstram que a utilização de suas técnicas, como a eletroterapia, sempre foi aplicada, de maneira bem ampla, no tratamento de problemas de saúde diversos, em diferentes locais do mundo, por muitos e muitos séculos passados. (1) Luigi Galvani aparece como um dos primeiros fisiologistas a investigar as correntes de excitação nervosa, utilizadas em tratamentos no corpo humano. Em 1791 publicou o tratado De Viribus Electricitatis im Motu Muscularis (sobre a ação da eletricidade no movimento muscular). Com a descoberta do fenômeno da indução por Faraday em 1831, surgiu a possibilidade de estimular músculos e nervos com correntes elétricas alternadas. (2) Guirro e Guirro (3) descrevem que a polaridade dos tecidos que não possuem contratilidade tem sido documentada nas últimas décadas. Todas as funções e atividades funcionais do corpo humano envolvem, de alguma forma, a eletricidade. Sobre as propriedades elétricas dos tecidos Kitchen (4), afirma que o osso pode ser considerado um exemplo típico de um tecido que desenvolve potenciais do tipo piezoelétrico quando é deformado. Existem muitos estudos controlados sobre o uso da estimulação elétrica e a cicatrização de tecido ósseo, de úlceras e de feridas. Hoje, correntes elétricas exógenas são usadas na prática clínica para facilitar a cicatrização de diferentes tecidos, inclusive de fusões ósseas e fraturas que não se consolidam. A corrente mais comumente utilizada tem sido a corrente direta ou constante ou a corrente direta pulsada. (5) No presente trabalho há um relato de casos e estudos realizados na área de tratamento de úlceras dérmicas por meio da eletroterapia, com a utilização das microcorrentes sendo aplicada aos casos em diversas pesquisas. Há também relato da ação da eletricidade biológica, 4 OS EFEITOS DAS MICROCORRENTES NO REPARO DE ÚLCERAS DÉRMICAS – UMA REVISÃO DE LITERATURA. The Effects of Microcurrent on of Dermo Ulcers Repair - a Review of Literature. das propriedades elétricas dos tecidos, da descrição das microcorrentes, seus efeitos fisiológicos e terapêuticos, sua utilização no reparo tecidual. Esse trabalho se justifica pela importância do conhecimento e divulgação dos estudos nessa área, no auxilio e na base sólida que isso pode fornecer ao profissional fisioterapeuta que trabalha com a eletroterapia. O objetivo do mesmo foi o de reunir, em uma obra só, os principais estudos divulgados sobre o assunto microcorrentes, utilizadas no reparo das úlceras dérmicas, bem como verificar a eficácia de sua ação. MATERIAIS E MÉTODOS O presente trabalho trata-se de uma pesquisa bibliográfica, qualitativa, exploratória, desenvolvida com base em material já elaborado, constituído de teses, dissertações, monografias, livros, publicações, anais de encontros científicos, artigos científicos, documentos eletrônicos e impressos diversos de terceiros. (6) Para viabilizar a realização deste procedeu-se um levantamento de dados, informações, materiais, apontando e explorando o tema desenvolvido. Sendo assim, seu desenvolvimento seguiu fases que vão da escolha do tema, levantamento bibliográfico, elaboração do plano provisório de assunto, a tomada de apontamentos e construção lógica do trabalho. Vê-se que a principal vantagem em realizar uma pesquisa bibliográfica, segundo cita Gil, (6), ―(...) reside no fato de permitir ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente‖. DISCUSSÃO A Fisioterapia iniciou-se no Brasil com a criação, no final do século XIX, do Serviço de Eletricidade Médica e Hidroterapia na cidade do Rio de Janeiro – a Casa das Duchas. Posteriormente surgiram serviços de Fisioterapia no Hospital de Misericórdia do Rio de Janeiro, no Hospital central da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e no Hospital das Clínicas de São Paulo. O médico e professor Raphael de Barros fundou, em 1919, o Departamento de Eletricidade Médica na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. (7) 5 OS EFEITOS DAS MICROCORRENTES NO REPARO DE ÚLCERAS DÉRMICAS – UMA REVISÃO DE LITERATURA. The Effects of Microcurrent on of Dermo Ulcers Repair - a Review of Literature. Alessandro Volta analisando o experimento de Galvani, em que este investigou as correntes de excitação nervosa, pesquisou a produção de eletricidade por meio químico e, em 1800 construiu a primeira pilha elétrica. (2) O corpo humano é formado por pequenas partículas chamadas átomos que são a menor partícula da matéria e tem cargas elétricas, encontrando-se subdivididos em: o Prótons, que são as cargas positivas o Elétrons, que são as cargas negativas o Nêutrons, que não possuem carga elétrica Ficam assim dispostos: no núcleo central, ou núcleo atômico, estão os prótons e nêutrons. Ao redor do núcleo orbitam os elétrons. O movimento gerado entre o núcleo atômico e os elétrons livres de cada material é realizado de forma aleatória e caótica, isto é, sem que haja uma direção definida. É o fluxo ordenado de elétrons que irá produzir diferença de potencial (d.d.p.) entre os extremos de um condutor. D.d.p. é a força eletromotriz (fem), disponível para produzir o movimento de uma corrente elétrica, ou seja, a força que faz com que os elétrons sejam movidos (8); ou ainda para Prentice (9), a diferença de potencial é a diferença entre potencial alto e potencial baixo. Os elétrons tendem a fluir de áreas de concentração mais alta para áreas de concentração mais baixa. A diferença de potencial deve existir se houver algum movimento de elétrons. Quando, devido a um processo externo, gera-se uma força elétrica que os obriga a executarem um movimento em direção ordenada, que se sobreponha ao caótico, denominamos esse fluxo ordenado de elétrons livres de corrente elétrica. (8) ELETRICIDADE BIOLÓGICA Estudar e obter o conhecimento dos fenômenos elétricos no corpo humano é importante para uma melhor compreensão dos complexos processos físicos e químicos que caracterizam a vida. (3,10) Em termos elétricos, as células têm a grande vantagem de serem muito compactas, com vias de condução extremamente curtas de cerca de 10-20 nanômetros (1 nm = 1O"9 m), porém, novamente, têm algumas desvantagens importantes no funcionamento comparadas com a circuitaria elétrica e eletrônica normal (4). Os principais componentes usados pela célula são membranas, bombas de íons e canais de difusão. As membranas celulares têm 5-7,5 nm de espessura e são compostas de um conjunto altamente móvel, porém denso, de moléculas proteolipídicas arranjadas em uma 6 OS EFEITOS DAS MICROCORRENTES NO REPARO DE ÚLCERAS DÉRMICAS – UMA REVISÃO DE LITERATURA. The Effects of Microcurrent on of Dermo Ulcers Repair - a Review of Literature. camada dupla, e suas caudas lipídicas formam uma zona central que é resistente à passagem de eletricidade e pode funcionar como um isolante (4). A membrana plasmática forma a superfície divisória da célula e as membranas intracelulares envolvem cada uma das organelas celulares, com uma membrana dupla em torno do núcleo. As membranas celulares apresentam permeabilidade seletiva aos íons, sendo relativamente impermeáveis aos íons Sódio (Na+) e mais permeáveis aos íons Potássio (K+); desse modo, os dois íons são separados em diferentes concentrações de carga, ficando a superfície externa da membrana, como na membrana plasmática, relativamente mais positiva que a superfície interna, pois a densidade, ou número, de íons Na+ e outros cátions por unidade de área é maior na superfície externa do que a densidade de íons K+ revestindo a superfície interna. Essa separação de cargas resulta em uma d.d.p., média de 80 milivolts (mV) através da membrana, com a superfície interna sendo relativamente negativa em comparação com a superfície externa. (4). Os nervos e os músculos são compostos de células excitáveis porque são capazes de disparar potenciais de ação. Antes de disparar, a membrana excitável tem um potencial de repouso entre -60 a -90 mV devido à diferença de concentração e permeabilidade aos íons Na+ e K+ através da membrana. Durante o potencial de ação, a permeabilidade, principalmente ao Na+ e também ao K+, aumenta momentaneamente e há uma rápida inversão no potencial da membrana. A estimulação elétrica da membrana da célula nervosa ou muscular pode disparar potenciais de ação. Para que esse disparo ocorra, é necessário um estímulo com amplitude e duração que ultrapassem o limiar. (5). PROPRIEDADES ELÉTRICAS DOS TECIDOS Nos últimos quinze anos a eletroterapia obteve uma evolução sempre acompanhada pelo desenvolvimento de novas tecnologias (8). Os profissionais atuantes nesta área mudaram seu modo de pensar, passando a adotar níveis mais baixos de eletroestimulação, seguindo a teoria de Arndt e Schultz4 de 1985, que afirma ―estímulos de baixa intensidade estimulam a atividade fisiológica, enquanto estímulos altos podem inibir ou até mesmo abolir esta atividade‖; teoria esta compartilhada e comprovada no trabalho de Cheng, Van Hoff e Bockx (11), realizado para obter a comprovação da mesma. 4 Teoria de Arndt e Schultz: Nenhuma reação ou mudança pode ocorrer nos tecidos corporais se a quantidade de energia absorvida for insuficiente para estimular os tecidos absorventes. Muita energia absorvida em determinado período de tempo pode prejudicar seriamente a função normal. Se intensa o suficiente pode causar dano irreparável. (9). 7 OS EFEITOS DAS MICROCORRENTES NO REPARO DE ÚLCERAS DÉRMICAS – UMA REVISÃO DE LITERATURA. The Effects of Microcurrent on of Dermo Ulcers Repair - a Review of Literature. Muitos termos são utilizados para referir a terapia com microcorrentes, portanto essa pode ser encontrada com nomenclaturas diversificadas, visto que, esta é a classe mais recente de eletroestimulação a se tornar comercialmente disponível no mercado (3,9); Ainda segundo as afirmações de Prentice (9) o ponto mais importante a ser enfatizado é que as correntes geradas por esses aparelhos não são substancialmente diferentes das demais em eletroterapia, ou seja, a microcorrente possui direção e ambas as formas de onda. CA e CC estão disponíveis (12), tendo também duração de pulso, freqüência e amplitude como uma corrente galvânica comum, por exemplo. O diferencial da microcorrente com as demais correntes elétricas, empregadas em fisioterapia atualmente, é sua graduação de intensidade em microampéres, conforme segue. Tabela 1 Prefixos Métricos Utilizados em Eletricidade Refixo Símbolo Valor Mega M 1 000 000 Kilo K 1 000 Mili m 0,001 Micro µ 0,000 001 Nano n 0,000 000 001 Pico p 0,000 000 000 001 Fonte: GUSSOW, M. 1985, Pág. 21. (13) Os equipamentos de microcorrentes especificamente são projetados para imitar e ampliar os sinais bioelétricos minuciosos do corpo humano. Estes equipamentos atuam realizando um trabalho nas células criando um canal que veicula a corrente elétrica para poder propiciar a compensação da diminuição da corrente bioelétrica disponível para o tecido lesionado. Isto aumenta a habilidade e propicia condições biológicas ideais ao corpo para poder transportar nutrientes e resíduos metabólicos das células na área afetada. (10,11,14,15,16). Com a descoberta da teoria dos semicondutores, a qual determina que estão entre um isolante e um condutor de carga elétrica, e transportam pequenas cargas de corrente elétrica (microcorrente e nanocorrente), conduzindo esta a longas distâncias, compreendemos o transporte de carga no corpo humano, que antes de 1930 era obscuro (10). As proteínas constantes dos tecidos no corpo humano são semicondutores e as moléculas formadoras da matriz viva são também semicondutores. Uma das grandes descobertas realizadas em estudos foi a teoria dos semicondutores aplicada aos tecidos biológicos (2). E, através dessa teoria é possível compreender que ocorrendo a geração de 8 OS EFEITOS DAS MICROCORRENTES NO REPARO DE ÚLCERAS DÉRMICAS – UMA REVISÃO DE LITERATURA. The Effects of Microcurrent on of Dermo Ulcers Repair - a Review of Literature. uma corrente na área da lesão, no corpo, esta corrente é conduzida via célula de Scwhann e célula glial, que envolvem neurônios, deste modo ativando a reparação tecidual (17). O colágeno, a proteína mais comum no organismo, pode se comportar como um semicondutor. (2,18) ―A corrente de lesão‖ 5, os potenciais gerados pelo estresse, a estimulação do metabolismo da célula e os campos bioelétricos conduzindo o crescimento são eventos naturais que a estimulação de baixa intensidade pode ampliar, estimular ou substituir artificialmente. (2,9) Segundo Ruiz-Silva (2), durante a primeira etapa ocorre a ionização dos átomos de hidrogênio que foram removidos dos substratos alimentares. Os elétrons que são removidos dos átomos de hidrogênio entram então na cadeia de transporte de elétrons. Durante o transporte desses elétrons ocorre a liberação de energia que é utilizada na síntese de ATP. Esse processo gera uma elevada concentração de íons positivos na membrana externa da mitocôndria e de íons negativos na membrana interna (19,20). O ATP é um fator essencial no processo de cura. Grande quantidade de ATP, a principal fonte de energia celular (19), é requerida para controlar funções primárias como o movimento dos minerais vitais, como sódio, potássio, magnésio e cálcio, para dentro e para fora das células. Isto também sustenta o movimento dos resíduos para fora da célula (21). Tecidos lesionados têm resistência elétrica mais alta e também são pobres em ATP. Como mencionado anteriormente, quando um músculo ou tecido experimenta um trauma, a passagem da corrente bioelétrica é obstruída (10,16), resultando em impedância elétrica. A impedância elétrica causa uma redução no suprimento sanguíneo, oxigênio, e nutrientes para o tecido, conduzindo a espasmos teciduais (10). A circulação diminuída causa um acúmulo de resíduos metabólicos, resultando em hipóxia local, isquemia, e metabólitos nocivos que levam à dor (21). Quando isto ocorrer, é sinal que a produção de ATP está reduzida. Os impulsos elétricos do corpo precisam de uma corrente necessária para superar a barreira de impedância 5 Corrente de Lesão: Quando ocorre uma perda da continuidade do tecido superficial, ocorre uma alteração elétrica, chamada de corrente de lesão por Matteuci,1830; Dubois-Reymond, 1843 e Barker, 1980 (2). Teoria esta que é reinterpretada por Becker e Murray (22), que relatam que a polaridade do tecido reverte após a lesão. Esta teoria da "corrente de lesão" propõe que as lesões são inicialmente positivas com relação ao tecido circundante e, que essa polaridade positiva dispara o inicio do processo de reparo. Mantendo-se essa polaridade positiva ocorrerá o incentivo à cicatrização. Se a cicatrização de uma ferida está mediada por sinais elétricos, então se pode esperar que a exposição dessa lesão à estimulação elétrica permita que ocorra a alteração do processo de cicatrização/reparo (23). Becker (24) demonstrou existir um gatilho que estimula através da eletricidade endógena o processo curativo, o crescimento e a regeneração em todos os organismos vivos, recuperando a lesão, através da resposta vinda de um sistema de controle elétrico o qual vai se tornando menos eficiente à medida que envelhecemos. 9 OS EFEITOS DAS MICROCORRENTES NO REPARO DE ÚLCERAS DÉRMICAS – UMA REVISÃO DE LITERATURA. The Effects of Microcurrent on of Dermo Ulcers Repair - a Review of Literature. inerente ao tecido traumatizado (16). Isto também resulta em um obstáculo da própria habilidade do corpo para começar o processo curativo, até o tecido se recuperar substancialmente do trauma (10, 11, 14, 21). EFEITOS TERAPÊUTICOS Os efeitos terapêuticos das microcorrentes podem ser relacionados com a analgesia, a aceleração do processo de reparação tecidual, o aumento da osteogênese, efeito antiedematoso e bactericida. (8) As vantagens do Uso de Microcorrentes, em Comparação com Outros Métodos, podem ser relacionadas como: (8) 1. Método biologicamente compatível: sinal elétrico nivelado ao do organismo; 2. Método não invasivo: não se utilizam agulhas, não se perfura a pele; 3. Método subsensorial: não causa desconforto ao paciente; 4. Não atua contra qualquer tratamento utilizado concomitantemente; 5. Possibilidade de manutenção dos resultados obtidos; São poucas as contra indicações das microcorrentes, e a grande maioria dessas são consideradas contra indicações relativas. (12,18) Nas contra indicações, consideradas como absolutas, os referidos autores relatam a aplicação em pacientes com osteomielite e também em pacientes que estejam referindo dores de origem desconhecida. Pode haver a ocorrência de alergia ou irritação à corrente elétrica, principalmente quando se fizer o uso de microcorrentes na modalidade de corrente contínua. Ainda é considerada uma contra indicação relativa, a que direciona a aplicação em relação a útero gravídico, pois a excitação elétrica poderia afetar, teoricamente, os sistemas de controle endócrinos. Caso haja aplicação no eixo do marcapasso, poderá ocorrer influência em seu funcionamento. (18) A mobilidade celular chamada galvanotaxia, é a locomoção celular guiada eletricamente — a atração de células pelo ânodo ou pelo cátodo. Aparentemente, as células podem ser estimuladas a migrarem direcionalmente sem habituação. Em torno de 20 a 40 μA, a galvanotaxia aumenta para 95% a 97%, com os leucócitos dirigindo-se mais em direção ao pólo positivo quando em 60 μA. Fukushima et al (5), estudaram esse fenômeno colocando leucócitos humanos em uma corrente de 60 μA (com uma força de campo estimada em 10 a 20 mV/mm). Em sapos e ratos, os leucócitos também se agregaram ao redor do ânodo. 10 OS EFEITOS DAS MICROCORRENTES NO REPARO DE ÚLCERAS DÉRMICAS – UMA REVISÃO DE LITERATURA. The Effects of Microcurrent on of Dermo Ulcers Repair - a Review of Literature. Entretanto, quando uma reação inflamatória era eliciada, as células se agregavam preferencialmente no cátodo. Em 80 a 90 μA, há uma diminuição da galvanotaxia. Microcorrentes de alta densidade ou de alta amplitude e baixa voltagem podem ser usadas para destruírem tecidos e devem ser evitadas na cicatrização de feridas. Gentzkow e Miller (25) reviram vários estudos adicionais envolvendo fibroblastos, incluindo o trabalho de Bassett, Land e Hermann (26) onde é demonstrado que ocorriam aumentos de 20% na síntese de ácido desoxirribonucléico (DNA) e na síntese de colágeno (de até 100%) quando os fibroblastos eram expostos aos campos elétricos de CD. Sugeriu-se que a proliferação celular é modificada pela estimulação com Microcorrentes. Se a taxa de proliferação é lenta demais, pode-se induzir ao aumento e, por outro lado, se a taxa for alta demais, pode ocorrer uma regulação contrária, onde ocorre redução da taxa proliferativa (27). Já em outro estudo conseguiu-se demonstrar alguns efeitos fascinantes da estimulação elétrica (1 Hz, 2 V/cm) na migração de macrófagos humanos, onde a estimulação parece haver alterado o comportamento migratório das células. As células não migram mais rapidamente, mas seu movimento se torna menos aleatório, muito mais organizado. (28) MICROCORRENTES NA CICATRIZAÇÃO DE ÚLCERAS Assimacopoulos (29) publicou o primeiro estudo humano usando CD contínua de baixa intensidade para cura de ferida. Ele documentou a cura completa em três pacientes com úlceras crônicas na perna, devido à estase venosa, depois de seis semanas de terapia elétrica, onde o resultado obtido foi um denso tecido conectivo rico em fibras colágenas hialinizadas e dispostas em paralelo. Um ano depois, Wolcott et al (30) publicaram o seu trabalho, freqüentemente citado na história como o protocolo do ―Carpinteiro de Rodas‖, de cura de ferida através de estimulação elétrica. Eles usaram correntes diretas de 200-1.000 microampéres em 67 pacientes. Gault e Gatens (31) repetiram o trabalho de Wolcott e seu protocolo de ―Carpinteiro de Rodas‖ em 76 pacientes adicionais com 106 úlceras isquêmicas. Rowley, Mckenna e Wolcott. (32) estudaram um grupo de pacientes que possuíam 250 úlceras isquêmicas de vários tipos. Estes incluíram 14 úlceras de controle simétricas. As úlceras eletricamente estimuladas tiveram uma aceleração quádrupla em resposta curativa comparada aos controles. Carley e Wainapel (33) executaram um dos únicos estudos neste assunto publicado com igual protocolo ativo e controle de grupos. Todos estes estudos documentaram uma cura acelerada e significante através de estimulação elétrica. (34). 11 OS EFEITOS DAS MICROCORRENTES NO REPARO DE ÚLCERAS DÉRMICAS – UMA REVISÃO DE LITERATURA. The Effects of Microcurrent on of Dermo Ulcers Repair - a Review of Literature. Segundo Guirro e Guirro (3), esse fato pode ser retificado também no estudo, já citado, de Gault e Gatens, os quais acompanharam 106 pacientes com úlceras isquêmicas, conseguindo resultado satisfatório. Outros estudos, ainda, documentaram significativa aceleração do reparo de diversos tipos de úlceras indolentes, mediante estimulação elétrica, inclusive em úlceras contaminadas por bactérias, ocasionando a esterilização destas mediante a utilização da microcorrente por alguns dias. ―Pode-se concluir, então, que além dos efeitos encorajadores sobre a cicatrização das úlceras, ouve uma ação bactericida associada à aplicação inicial de corrente negativa a ferida‖. (3). Em outro relato Nelson, Hayes e Currier (5), discorrem sobre um estudo realizado por Barron et al em seis pacientes com úlceras de pressão que foram tratados três vezes por semana durante três semanas, num total de nove tratamentos com estimulação por microcorrente. A forma de onda relatada foi uma onda quadrada bifásica modificada; entretanto, suas características não estavam claras, bem como qual polaridade (positiva ou negativa) foi utilizada. O tratamento foi aplicado com 600 μA e 50 V (0,3 W) e 0,5 Hz a 5,0 Hz. Os eletrodos foram colocados a 2 cm da borda da úlcera e aplicados em movimentos circulares ao redor dela. Cada localização sucessiva estava a 2 cm da anterior. Nesse pequeno estudo, duas úlceras cicatrizaram 100%; três 99%; e uma diminuiu de tamanho em 55%. OS referidos autores também discorrem sobre o estudo de Gentzkow et Al., Gentzkow e Miller e de Feedar et Al (5), que durou quatro semanas, onde foram estimuladas 21 úlceras de pressão com MENS, 19 com placebo. Observaram nos resultados que as úlceras estimuladas com MENS cicatrizaram mais do que o dobro daquelas que receberam placebo, obtendo essa cicatrização uma taxa de 12,5% por semana em comparação a 5,8% do grupo placebo. O cruzamento dos resultados para 15 úlceras tratadas contra 19 úlceras do grupo placebo, evidenciaram um ganho quádruplo na cicatrização. Essa diferença foi significativamente relativa. Gentzkow e Miller (25), também publicaram um estudo sobre úlceras de pressão tratadas com MENS em 61 pacientes. A fase de tratamento do estudo foi precedida por uma de controle de quatro semanas de cuidados ótimos, sem estimulação elétrica. Após outras quatro semanas da fase de tratamento, 58,8% das feridas melhoraram na severidade. Após uma média de 8,4 semanas, 23% das úlceras cicatrizaram completamente, e 82% melhoraram significativamente. 12 OS EFEITOS DAS MICROCORRENTES NO REPARO DE ÚLCERAS DÉRMICAS – UMA REVISÃO DE LITERATURA. The Effects of Microcurrent on of Dermo Ulcers Repair - a Review of Literature. Já em estudos que se utilizavam os efeitos das correntes elétricas com animais podemos destacar o trabalho experimental de Alvarez et al. (35), em que usou um porco como modelo e compararam os efeitos da estimulação com CD, estimulação simulada e ausência de tratamento em feridas de pele que foram avaliadas quanto à reepitelização e síntese de colágeno. Eles encontraram resultados que indicam que o conteúdo de colágeno aumentou no grupo de estimulação com CD e ocorreu uma cobertura epitelial mais rápida no grupo de tratamento, se comparado com os grupos simulados e sem tratamento. Nos referidos experimentos, o eletrodo da ferida era positivo, com a colocação de uma placa de eletrodo dispersivo (negativo) a alguma distância da lesão. Já em seu trabalho, Reger et al. (36), efetuaram uma comparação, visando a eficácia da estimulação de microcorrentes com CD e CA em uma condição controlada de úlceras de pele experimentais de um modelo de porco. Verificou-se que, tanto a estimulação com CA, quanto com CD, indicaram resultados em que houve redução no tempo de regeneração em comparação com a condição controle, mas o grupo com CD demonstrou a redução mais rápida na área da ferida e o da estimulação com CA foi o que demonstrou a redução mais rápida no volume da ferida. Outro destaque para estudos comparativos em eletroterapia é o de Simões (40) em que efetua a comparação da aplicação da terapia a laser de baixa potencia e da estimulação elétrica com microcorrentes sobre processos de cicatrização de feridas de pele, realizado com 45 ratos machos Wistar. Foram divididos em 3 grupos: 1 grupo de tratamento com laser He-Ne na dose de 4 J/cm²; 1 grupo de estimulação elétrica com intensidade de 100µA; e 1 grupo controle em que os ratos receberam injeções diárias de Diclofenaco de Sódio 3mg/Kg. A conclusão final do estudo foi de que a estimulação elétrica com microcorrentes e o Laser são eficientes no processo de reparo tecidual. Em um estudo realizado por Pizano,(37) para tratar úlceras cutâneas crônicas de origem venosa, com existências variando de 2 a 35 anos, foi aplicada Estimulação Elétrica de Alta Voltagem – EEAV, durante um período de 30 minutos, 2 vezes por semana, por 5 semanas, com parâmetros de 100V, 100 Hz, eletrodo ativo no pólo negativo, estando o eletrodo dispersivo (positivo) há uma distância de 20 cm do ativo. Como resultado obtido, 90% das úlceras tratadas apresentaram diminuição de tamanho, podendo-se concluir que a EEAV é um método eficaz no tratamento de úlceras venosas crônicas. Silva et al.(38), procurando reaplicar o protocolo de tratamento de Pizano, (37), efetuou um estudo com 15 pacientes voluntários, possuidores de 19 úlceras, divididos em dois grupos: 13 OS EFEITOS DAS MICROCORRENTES NO REPARO DE ÚLCERAS DÉRMICAS – UMA REVISÃO DE LITERATURA. The Effects of Microcurrent on of Dermo Ulcers Repair - a Review of Literature. 1 grupo recebeu eletroestimulação de alta voltagem por 30 minutos, 2 vezes semanais, durante 5 semanas, com parâmetros de 100V, 100Hz e eletrodo ativo no pólo negativo, com dispersivo há 20 cm de distância do ativo. E o outro grupo (controle) recebeu terapia convencional de curativos. As úlceras avaliadas em pré-tratamento possuíam um tamanho médio de 21,2cm e 17,8cm nos dois grupos tratados. No grupo tratado com EEAV, ao final do tratamento, houve uma redução média de 41,1% no tamanho das úlceras, enquanto que no grupo do tratamento convencional a redução foi de 4,67%. Em estudo realizado com 13 pacientes para receber EEAV em úlceras venosas crônicas, em sessões de terapia com duração de 60 minutos, 3 vezes por semana, durante 3 meses, Pires (39) obteve como resultado a cicatrização total da ferida em 4 pacientes, a redução significativa em outros 6 pacientes, enquanto que em 3 elas aumentaram. Através de todos esses relatos, constatamos que em estudos clínicos há três abordagens principais para o uso da estimulação elétrica, embora as diferenças dentro de cada grupo tornem as comparações diretas entre os estudos praticamente impossíveis. As principais abordagens são: Uso de corrente direta de baixa intensidade (LIDC) Uso de LIDC pulsada Uso de estimulação galvânica pulsada de alta voltagem (high-voltage pulsed galvanic stimulation (HVPGS) - também conhecida como corrente pulsada de alta voltagem (HVPC)). Um dos primeiros relatos, entre os mais recentes envolvendo o uso de LIDC, também foi efetuado por Assimacopoulos (29) que tratou com estimulação por microcorrentes com CD úlceras crônicas, em membros inferiores, que tinham resistido a todas as formas prévias de terapia. As úlceras foram tratadas com estimulação com polaridade negativa e correntes com intensidade de até O,1 mA. Foi relatada a regeneração completa em 6 semanas. CONSIDERAÇÕES FINAIS Apesar de a fisioterapia ser uma profissão bastante nova, podemos ver que as práticas fisioterápicas datam de muito tempo atrás, milhares de anos antes de Cristo, por todos os cantos do mundo. 14 OS EFEITOS DAS MICROCORRENTES NO REPARO DE ÚLCERAS DÉRMICAS – UMA REVISÃO DE LITERATURA. The Effects of Microcurrent on of Dermo Ulcers Repair - a Review of Literature. Sua importância, por meio do uso constante e aplicação através dos séculos, levaram ao aperfeiçoamento das técnicas e recursos, seguindo os passos da evolução da humanidade. Através da utilização da eletroterapia desenvolveram-se métodos fisioterapêuticos aperfeiçoados. Esse ponto se revela uma habilidade de referencial na fisioterapia, sendo marca identificadora do símbolo profissional. Campo esse da fisioterapia que permanece em constante crescimento, baseando-se em estudos e pesquisas anteriores, publicados e reconhecidos, que se tornam referências, devido a sua credibilidade e eficácia. Considerando-se os autores, que embasaram esta pesquisa, pode-se afirmar que as correntes elétricas, sendo aplicadas aos tecidos, necessitam de uma classificação de correntes terapêuticas. Elas são divididas em dois grupos: o de CC ou diretas e o de CA, que pode englobar as clássicas, as quais possuem o fluxo igual em duas direções, ou as assimétricas, em que este é diferente. Há também uma terceira classificação, que é a Corrente Pulsátil, mas essa é de um fluxo interrompido que contém uma das duas formas de correntes anteriores: as CC ou CA. O estudo da ação dessas correntes em modalidade terapêutica leva em consideração o conhecimento prévio, embasado na credibilidade de estudos seculares, de que a condução elétrica nos sistemas biológicos altera eventos fisiológicos e patológicos do organismo. Nos relatos dos diversos autores do presente trabalho, percebe-se a comprovação do fato de que a estimulação com as Microcorrentes encontram o princípio de eletromedicina de Arndt & Schultz, determinante de que na eletroestimulação com baixa intensidade ocorre o aumento do metabolismo, e com maior intensidade ocorre a diminuição dele ou abolição de atividade celular, e comprova também os estudos de Cheng, Van Hoff e Bockx (11) que concluem: ―correntes elétricas de baixa intensidade (microampéres) produzem o aumento do ATP da ordem de 500%, com aumento no transporte de membranas e síntese de proteínas, aumento da circulação sanguínea arterial, venosa e linfática‖. Verifica-se, neste trabalho de pesquisa literária, através de suas diversas fases de elaboração e seleção de materiais, que as Microcorrentes podem se aplicar a qualquer modalidade de estimulação elétrica que produza Correntes Contínuas ou Pulsadas, sua diferenciação reside em uma amplitude máxima de amperagem, a qual chega até 1.000 μA. Inúmeros autores citados são unânimes em afirmar, e se pode verificar isso, nos relatos e registros de seus estudos comprobatórios, que há eficácia terapêutica da aplicação das Microcorrentes em ativar a célula biologicamente e, assim, balancear o seu potencial elétrico, 15 OS EFEITOS DAS MICROCORRENTES NO REPARO DE ÚLCERAS DÉRMICAS – UMA REVISÃO DE LITERATURA. The Effects of Microcurrent on of Dermo Ulcers Repair - a Review of Literature. promovendo a restauração da normalidade fisiológica nos tecidos lesados, melhorando sua regeneração. Também se pode concluir que o processo de reparo é mediado, em parte, por sinais elétricos e, com isso, a exposição artificial a esses sinais pode sim alterar o processo de reparação, favorecendo-o, tanto em humanos quanto em animais. Os efeitos terapêuticos obtidos, nos estudos aqui relatados, parecem serem compatíveis totalmente com os que ocorrem nos pólos positivo e negativo da corrente galvânica. Nas diferentes fases dos processos de reparação tecidual sobressai a lógica no uso alternado das polaridades sobre as feridas, com resolução de infecções sob o ânodo. Já os resultados positivos obtidos com a ação das Microcorrentes na cicatrização de úlceras, foram coincidentes entre os trabalhos estudados, sendo que ocorreu regeneração melhorada na totalidade dos mesmos. Estudos esses que datam dos anos de 1968 até 2008, trazendo comprovações de cicatrização total, de diminuição da ferida, de desinfecção e reperfusão, sempre apontando uma melhora significativa. SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS Como complementação dos conceitos vistos neste trabalho, sugere-se que se façam novas pesquisas, experimentais, que verifiquem ―in vivo‖ a eficácia das ações das Microcorrentes, e também estudos que procurem uma definição padronal específica para a adoção de um protocolo a ser utilizado. Pesquisas qualitativas, para explorar a literatura existente referente à Microcorrentes, considerando diversas modalidades de correntes elétricas, podem ser muito úteis para a complementação deste estudo. Sugere-se também realizar uma pesquisa em aspectos não contemplados neste trabalho, como a atuação das microcorrentes no tratamento da dor e do reparo de diversos outros tecidos do corpo humano. Tais estudos poderiam ser capazes de auxiliar o profissional fisioterapeuta, no tratamento bem sucedido de uma série de afecções, o que poderia levar a um crescimento do profissional individualmente, bem como a profissão em geral. Acreditamos que o progresso, advindo com o passar do tempo em nossa profissão, tornará a especificidade desses recursos, os quais cabem ao fisioterapeuta administrar o uso, um fator preponderante para a valorização e conseqüente sucesso do profissional. 16 OS EFEITOS DAS MICROCORRENTES NO REPARO DE ÚLCERAS DÉRMICAS – UMA REVISÃO DE LITERATURA. The Effects of Microcurrent on of Dermo Ulcers Repair - a Review of Literature. REFERÊNCIAS 01. Rebelato, JR; Batoné, SP.Fisioterapia no Brasil: perspectivas de evolução como campo profissional e como área de conhecimento. 2º Ed. São Paulo – SP. Editora Manole Ltda.1999. 02. Ruiz-Silva ,C. Efeito da corrente elétrica de baixa intensidade em feridas cutâneas de ratos. Universidade do Vale do Paraíba, UNIVAP, Brasil, 2006. Mestrado em Engenharia Biomédica. 03. Guirro, ECO; Guirro, RRJ. Fisioterapia dermato-funcional: fundamentos, recursos, patologias. 3. ed. São Paulo – SP. Editora Manole, 2002. 04. Kitchen, S. 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