COORDENADOR PEGAGÓGICO NA EJA E O APOIO À FORMAÇÃO
CONTINUADA
Adylane Santos de Jesus- UNEB
Cátia Nery Menezes- UNEB
Esse trabalho é um relato de experiência do estágio supervisionado de Gestão em
Espaços Educativos, onde os graduandos do curso de Pedagogia desenvolveram
minicurso intitulado “O coordenador pedagógico e as especificidades da ação e da
função”, com o objetivo de propiciar um diálogo acerca da função do Coordenador
Pedagógico na Educação de Jovens e Adultos. O foco do trabalho é tratar das
dificuldades no que tange as aprendizagens e a inclusão, a fim de evidenciar a
necessidade de o coordenador pedagógico contemplar incentivos a momentos de
formação continuada. Profissionais da educação dialogaram sobre a necessidade do
coordenador atuar para EJA especificamente. Sinalizaram a fragilidade e a incoerência
da prática pedagógica de alguns docentes, pelo fato do curso de formação não realizar
um trabalho que dê conta das questões que emergem a EJA. Uma das atribuições do
coordenador pedagógico é contribuir para o incentivo às potencialidades e a busca de
uma formação continuada do professor, onde esse profissional tem um papel
extremamente importante em virtude de a EJA possuir demandas e especificidades que
o docente sem uma formação específica não consegue atingir, deixando lacunas na
formação dos alunos. Os cursistas realizaram produções escritas, elaboração e
apresentação de mapa conceitual, relato de experiência, que contribuíram no
enriquecimento da proposta de trabalho. As discussões trouxeram a necessidade da
formação continuada do professor que atua na EJA sob a orientação de um coordenador
pedagógico especifico na modalidade supracitada, e que atenda apenas a demanda de
sua unidade, que subsidiará uma melhor atuação dos docentes, dando apoio teórico e
prático. Dessa forma o professor da EJA terá um espaço para expressar suas angústias e
construir em conjunto caminhos para superar tais desafios.
Palavras-chave: Coordenador pedagógico, formação de professor, EJA
Um breve histórico da profissão de coordenador pedagógico
Há registros em que as organizações das atividades educativas tiveram início
com os Jesuítas em 1549. A Companhia de Jesus desenvolveu um plano, depois
denominado Ratio Studiorum, que era o material pedagógico do ensino jesuítico, onde
trazia orientações sobre como deveriam ser oferecidos os estudos. Nele continha a
delegação de um prefeito de estudos que era assistente do reitor.
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O prefeito de estudos deveria organizar os estudos, orientar e dirigir as
aulas, visando o bom aproveitamento dos alunos, ouvir e observar os
professores assistindo suas aulas e lendo apontamentos de alunos e se
necessário, comunicando o procedimento indevido do professor ao
reitor (ALMEIDA, 2008, p.14)
Na Reforma Pombalina houve a expulsão dos Jesuítas, gerando mudanças no
plano de educação, dessa forma à função de prefeito de estudos foi atribuída a de diretor
geral de estudos. Existem ainda as denominações de inspetor de ensino em 1897, que
era auxiliado pelos inspetores escolares.
[...] a idéia de supervisão tornou-se então ligada a aspectos políticoadministrativos, representada no papel do diretor geral e a parte da
direção, coordenação e orientação do ensino foi delegada a
comissários ou diretores de estudos, em nível local (ALMEIDA
2008, p.14)
A profissão de coordenador pedagógico surgiu para substituir o supervisor
escolar, pois até a década de 80/90, o supervisor era visto como um fiscalizador, um
inspetor das rotinas escolares e não alguém que contribuía com o processo educativo,
isto em sua maioria de maneira rude e arbitrária.
Dessa forma, buscou-se a valorização e identidade da profissão, as
especificidades foram levadas em conta, já que diferentes profissionais ocupavam
postos na esfera administrativa educacional, independentemente da habilitação que
possuía. O coordenador passava então a assumir tarefas como administrar, orientar,
supervisionar e inspecionar.
[...] O processo de estruturação/reestruturação do ensino brasileiro
desembocou na LDB, promulgada em 1961. Passou a haver uma
organização estatal com a criação do Ministério da Educação e das
Secretarias Estaduais de Educação e tornou-se necessária a formação
de agentes para operar nesses novos moldes. Os cursos de Pedagogia
eram responsáveis pela formação dos pedagogos, que eram técnicos
ou especialistas em educação e exerciam várias funções [...]
(SAVIANI, apud ALMEIDA, 2008, p. 14)
No contexto de 1960/80 o papel do supervisor/inspetor foi questionado, levando
a várias discussões. Faltava a especificidade desta função. Dessa forma, o curso de
Pedagogia passou a ser essencial. Foi atribuída neste período a chamada “Pedagogia
tecnicista” que visava garantir a eficiência e produtividade do processo educativo.
Atualmente, não houve mudanças só no nome atribuído a profissão, mas também
à sua finalidade, o profissional que antes era visto como “carrasco” voltado apenas para
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fiscalização dos professores, é conhecido como coordenador pedagógico, e tem como
principal função auxiliar o trabalho do professor, promovendo a melhoria na qualidade
de ensino e no ambiente escolar, deixando de ser fiscalizador para ser parceiro.
Mas apesar de todas estas reformulações e discussões, a profissão ainda
encontra-se carente de afirmação da sua identidade, principalmente na instituição
escolar, pois a falta de profissionais qualificados, descaso na escolha do profissional
para o cargo, falta de qualidade nos cursos voltados a educação, acabaram por não
garantir a especificidade da ação do coordenador pedagógico, repetindo a atuação do
antigo inspetor.
Segundo ALMEIDA (2008), os coordenadores acabam por se restringir a
funções administrativas, a vice-direção, entre outras atribuições, deixando de lado o
propósito de desenvolver uma educação participativa, voltada para melhorias na
qualidade de ensino. A parceria aos professores se restringe em conferir planos, auxiliar
em digitação de atividades, e não a de incentivá-los a melhorar as suas práticas,
promovendo
uma
continuidade
e
aperfeiçoamento
da
aprendizagem
desses
profissionais.
Freire, (1982, p.04) entende que o supervisor, hoje coordenador pedagógico é:
[...] primeiramente, um educador e como tal deve estar atento ao
caráter pedagógico das relações de aprendizagem no interior da
escola. Ele deve levar os professores a ressignificarem suas práticas,
resgatando a autonomia sobre o seu trabalho sem, no entanto, se
distanciar do trabalho coletivo da escola.
O coordenador precisa perceber que o foco de sua prática tem que estar
vinculado à relação do professor com o aluno, a fim de estabilizá-la, e na ajuda ao
docente no que tange a práxis educativa, a formação continuada.
Segundo CHRISTOV (2010) a formação continuada é importante, pois, os
conhecimentos se atualizam a cada instante e é preciso que existam momentos para
reflexão sobre a prática docente, oferecendo subsídios para que os mesmos consigam,
por sua vez, facilitar a aprendizagem de seus alunos.
O coordenador pedagógico tem uma importância fundamental por ele
realizar uma leitura mais ampla do processo de ensino, por que nós,
professores, ficamos muito tempo na sala de aula, envolvidos com o
próprio processo de ensino (conteúdos), esquecendo de outras
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questões necessárias para a formação dos alunos, e o coordenador por
visualizar a escola como um todo, tem muito a contribuir para nós,
professores. (Informação verbal) i
Por conta das novas demandas educacionais, principalmente com as questões da
inclusão, dificuldade de aprendizagem, indisciplina, sucateamento do sistema escolar, e
formação inicial e continuada para o professor, o coordenador pedagógico se configura
peça fundamental para a articulação dessas questões, no contexto da realidade de cada
escola onde atua, para juntamente com os docentes, realizar ações e proposições para
dar conta da dinamicidade do processo de ensinar e aprender. E, é tendo como
referência esses pontos supracitados e a reflexão do minicurso, que esse artigo vai
realizar uma discussão sobre o coordenador pedagógico na EJA, por essa modalidade de
ensino ter sido historicamente mal formulada pelas políticas públicas da educação e que
atualmente necessita construir uma identidade curricular, além de uma proposta
pedagógica que dê conta das especificidades dos sujeitos que a frequentam.
O coordenador pedagógico na EJA
Partindo do princípio de que a modalidade de EJA nunca deixou de ser discutida
e repensada, vimos à necessidade de se incorporar o profissional coordenador
pedagógico específico para a EJA, visto que ele poderá desenvolver um projeto
pedagógico direcionado a referida modalidade, contribuindo assim, para uma melhor
qualidade de ensino, desenvolvimento de projetos, respeito à diversidade e
especificidades dos sujeitos, auxílio para os professores, entre outras necessidades.
A EJA traz consigo resquícios de um processo histórico marcado pela exclusão e
má qualidade na disseminação do ensino.
Os sujeitos da EJA são ricos de conhecimento de mundo e retornam à escola por
diversos motivos, muitos trazem preconceitos, rancores, entre outras situações que
foram desenvolvidos nas primeiras experiências escolares, sendo assim, não devem ser
tratados de maneira infantilizada. Tais questões levam a uma evasão no quadro escolar.
Um dos principais problemas que se apresentam ao trabalho na EJA
refere-se ao fato de que, não importando a idade dos alunos, a
organização dos conteúdos a serem trabalhados e os modos
privilegiados de abordagem dos mesmos seguem as propostas
desenvolvidas para as crianças do ensino regular. (OLIVEIRA, 2004,
p.13-28)
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Tudo isto decorre da falta de qualificação dos profissionais que estão à frente
deste ensino. É necessário profissionais capacitados e comprometidos com a EJA, para
que possa gerar um bom aproveitamento das atividades.
Diante disso cabe considerar que:
[...] a EJA pode ser uma maneira a mais de fazermos um pouco de
justiça ao imenso contingente de homens e mulheres que neste país
foram alijados do processo educativo. Alijamento este que, sem
duvida, teve um papel decisivo na historia de vida destas pessoas e,
em conseqüência, no alto grau de injustiça social e de exclusão em
que hoje vivem milhões de brasileiros e brasileiras. De outro lado, não
se trata apenas de cumprimento de uma obrigação formal de fazer uma
“reparação de danos”, ate porque alguns são irreparáveis.Contudo,
trata-se sim de estabelecer uma relação de fraternidade e solidariedade
com estas pessoas que não só foram privadas de aprender a ler e a
escrever como tiveram sonegada de si uma dimensão importante de
suas vidas, que é, segundo Rousseau, o direito ao “segundo
nascimento”:o nascimento para a cultura através do direito de estudar
na escola.(BARCELOS, 2006,p.89)
Porém, para que este processo seja reparado é primordial rever os profissionais
que estão à frente da EJA, a fim de proporcionar um estímulo à qualificação para que
possam continuar atuando, mas de forma mais responsável e consciente. O problema é
que falta incentivo para melhoria deste quadro, pois não há cursos de graduação
específicos para formação de profissionais de atuação na EJA. Aos cursos de pedagogia
são atribuídos apenas como disciplina, mas nada que possa subsidiar uma boa práxis.
O coordenador deve promover um ambiente participativo, outra questão
importante é a da necessidade de se repensar o trabalho educativo com os jovens e
adultos e propor a construção de um projeto educativo específico. FRANCO (2010,
p.124) diz que “um projeto voltado para a EJA deve estar em sintonia com o projeto
político-pedagógico da unidade escolar, que é a referência para que os projetos das
diversas dimensões que compõem a realidade escolar sejam efetivados.”
Eu mesma quando fui atuar na EJA, realizava um trabalho da mesma
forma que fazia com as crianças, mas fazia isso por falta de
informação mesmo, nunca tive uma ajuda em termos de orientação de
como trabalhar na EJA. (Informação Verbal) ii
O relato da cursista foi bastante enfático e trouxe em evidência a falta de formação
específica do professor que atua na EJA, isso acaba prejudicando a sua proposta de
ensino. Por isso a importância de se ter em cada unidade escolar um coordenador
pedagógico específico para a EJA, para atentar-se sobre a diversidade do público que a
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frequenta, realizando um papel de mediador de mudança, transformando o espaço
escolar, que se encontra carente de direcionamento e repleto de lacunas, que devem ser
preenchidas o quanto antes.
Esse profissional deve conhecer a realidade social da área onde irá atuar, a
cultura, o ambiente, a fim de desenvolver propostas que mobilize o professor a realizar
em sala de aula atividades significativas.
O pedagogo escolar na função de Coordenador Pedagógico se
apresenta como elemento primordial na construção de uma equipe de
trabalho mobilizada e consciente do processo educativo da EJA, que
vivencie a execução da proposta de trabalho, recebendo desse
coordenador as orientações necessárias às ações planejadas e
desenvolvidas, considerando as características e especificidades dos
sujeitos alunos, como também dos sujeitos professores da EJA.
(FONTES E LIMA, 2010, p.04)
Outra ação importante é a realização de reuniões escolares, pois, “é um excelente
espaço para se discutir melhorias, ouvir os profissionais, e buscar alternativas de
mudança, basta torná-las produtivas e, o coordenador pedagógico deve articular esse
momento para ser produtivo. (FRANCO 2010, p.127)
Dessa forma, para que este profissional consiga mobilizar sua equipe e ser agente
transformador, deve estar preparado e ser qualificado para assumir tal função, não
adianta nomear um profissional sem qualificação, pois assim não haverá mudança.
Contribuição do coordenador pedagógico para a formação continuada do
professor
Diante dessas questões que emergem a educação na contemporaneidade os
graduandos do curso de pedagogia realizaram um minicurso intitulado “o coordenador
pedagógico e as especificidades da ação e da função”, com o objetivo de propiciar um
diálogo acerca da função do Coordenador Pedagógico na EJA, no que tange às
dificuldades de aprendizagem e a inclusão, a fim de evidenciar a necessidade de o
coordenador contemplar incentivos a momentos de formação continuada. Teve como
público alvo profissionais da educação, principalmente coordenadores pedagógicos do
município de Valença-Ba e cidades circunvizinhas.
Nesse sentido, a Educação de Jovens e Adultos foi contemplada, por ser uma
modalidade com especificidades e que o modelo atual não está dando conta de assegurar
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aos discentes, qualidade no ensino para a permanência e continuidade nos estudos. Isso
foi verificado através dos altos índices de evasão da EJA no município campo de
estudo.
As discussões realizadas se pautaram na questão da construção da identidade do
coordenador pedagógico, também na importância desse profissional pensar e atuar na
EJA com mais afinco, tendo em vista que essa modalidade é carente de profissionais
especializados, e o coordenador, pode contribuir de forma significativa na interlocução
entre o saber prático e o saber teórico.
O coordenador pode contribuir na formação continuada do professor, ao realizar
atividades que emergem a discussão e problematização de situações reais de
aprendizagem dos alunos. Isso possibilitará ao docente pensar de forma reflexiva e
respaldada em uma teoria pedagógica que o ajude no processo de ensinar e aprender de
forma propositiva e questionadora, para que a construção do conhecimento sobre a
práxis aconteça de forma coletiva, reflexiva e problematizadora.
Sinto a necessidade de ter alguém para expressar as minhas angustias,
sugerir atividades, dizer algo sabe? Às vezes me sinto perdida, sem
saber o que fazer principalmente no inicio do ano letivo. (informação
verbal) iii
Infelizmente, os cursos de formação de professor, na maioria das vezes, não dão
conta de realizar um estudo aprofundado sobre a EJA, o educador vai atuar
despreparado, sem conhecer seus sujeitos, sem saber como mediar o conhecimento para
este público tão especial. Estas questões são essenciais para atuar na EJA.
Esse minicurso trouxe para discussão tais questões, que a priori parecem ter sido
esgotadas em jornadas pedagógicas, mas que na instituição escolar, elas ainda
persistem, e o educador sozinho não consegue dar conta, por falta de um embasamento
teórico e de trocas de experiências.
O coordenador pedagógico é peça fundamental no espaço escolar, pois busca:
Integrar os envolvidos no processo ensino-aprendizagem mantendo as
relações interpessoais de maneira saudável, valorizando a formação do
professor e a sua, desenvolvendo habilidades para lidar com as
diferenças com o objetivo de ajudar efetivamente na construção de
uma educação de qualidade (LIMA, 2009, s/p)
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O coordenador pode contribuir no incentivo a formação continuada dos
docentes, trazendo reflexões constantes dos sucessos e insucessos de sua prática,
desenvolvendo projetos que necessitem uma visão mais ampliada dos professores, ou
seja, mobilizando o quadro a fim de buscar melhorias na qualidade do ensino atribuído.
Ao subsidiar e organizar a reflexão dos professores sobre as razões
que justificam suas opções pedagógicas e sobre as dificuldades que
encontram para desenvolver seu trabalho, o professor-coordenador
está favorecendo a tomada de consciência dos professores sobre suas
ações e o conhecimento sobre o contexto escolar em que atuam. Ao
estimular o processo de tomada de decisão visando à proposição de
alternativas para superar esses problemas e ao promover à constante
retomada da atividade reflexiva, para readequar e aperfeiçoar as
medidas implementadas, o professor-coordenador esta propiciando
condições para o desenvolvimento profissional dos participantes,
tornando-os autores de suas próprias praticas. (GARRIDO, 2006, p.9)
A formação compreende também o preparo para saber lidar com a diversidade,
pois não podemos nos esquecer que vivemos em uma sociedade multicultural e que a
escola, marca em seu espaço esta multiculturalidade. Conforme ALMEIDA (2010), na
formação docente, "é muito importante prestar atenção no outro, em seus saberes,
dificuldades”. Dessa maneira, o docente deve estar preparado para lidar com essa
situação, para isto, tem que estar em contato com a realidade local e buscar formação
específica, para poder atuar com mais significado.
O incentivo a formação continuada representa o cultivo de saberes de docentes e
demais profissionais de educação, considerando seu exercício laboral como uma prática
formativa e geradora de oportunidades de crescimento pessoal e profissional no âmbito
dos espaços de trocas. A educação continuada expressa a concepção de conhecimento
como resultado da práxis social e como tal, dispositivo produtivo para elaboração de
novos sistemas interpretativos sobre a realidade e experiência docente, até então
desenvolvida.
Tendo como aporte as contribuições de FRANCO (2010), no que diz respeito ao
papel do coordenador pedagógico percebemos este profissional como mediador do
conhecimento, que dentre suas atividades deverá desenvolver um trabalho harmônico
dentro da escola, conversar diretamente com os professores sobre o desempenho
discente, criar situações para a solução dos problemas que surjam no grupo de
professores, procurar subsídios que facilitem a ação docente, discutir diferentes
maneiras de trabalho e comunicar experiências, organizar as condições de trabalho do
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professor com o material didático, facilitar a união e parceria dos alunos e professores, e
ainda incentivar os docentes a avançar em seus estudos
A partir da realidade discutida no minicurso percebemos que a nossa região não
investe muito na função de coordenador pedagógico e nem na formação continuada. Os
coordenadores são geralmente professores, mas que nem sempre possuem uma
formação adequada para assumir o cargo, e, além disso, são atribuídos a eles várias
escolas, fazendo com que o trabalho não seja eficiente.
Portanto, se o coordenador não estiver atento as suas funções, não for preparado
para assumir tal cargo, também não poderá ser agente de mudança em seu espaço
escolar, e tampouco motivar os docentes a buscar uma formação que pode ser “através
de programas composto por ações como cursos, congressos, seminários, orientações
técnicas e estudos individuais” (CHRISTOV, 2010, p.10)
Assim, cabe ao coordenador incentivar os docentes e demais profissionais que
fazem parte da comunidade escolar, a investir na sua formação, e promover discussões
que os levem a perceber a EJA na sua especificidade para que possa realizar um
trabalho diferenciado, e dessa forma modificar o modelo de educação até então posto.
Conclusão
O profissional coordenador pedagógico necessita estar sempre atento as questões
que emergem a educação, partindo da valorização dos profissionais da sua equipe e
acompanhando os resultados, essa visão nem sempre é executada com sucesso, visto
que a falta de informação e qualificação, faz com que a sua prática seja equivocada.
Cabe ao coordenador refletir sobre sua própria prática para superar os obstáculos e
aperfeiçoar o processo de ensino – aprendizagem. O trabalho em equipe é
importantíssimo na superação e valorização do profissional.
Diante das discussões geradas no minicurso percebemos a importância do
coordenador como articulador pedagógico, podendo assim, ajudar o professor a
desenvolver um bom trabalho. Mas sabemos também que para isso, este profissional
tem que ser qualificado, e principalmente conhecer a fundo a EJA, os sujeitos, a
diversidade, as especificidades.
Os cursistas refletiram sobre a importância de se ter um coordenador pedagógico
qualificado para cada modalidade de ensino, evidenciando a necessidade de contemplar
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as questões pedagógicas específicas. Sinalizaram a necessidade da formação continuada
do professor que atua na EJA sob a orientação de um coordenador, dando apoio teórico
e prático. Dessa forma, o docente da EJA terá um espaço para expressar suas angústias e
construir em conjunto caminhos para superar tais desafios.
Portanto, como contribuição das reflexões advindas do minicurso, entendemos
que coordenador pedagógico deverá criar em cada unidade escolar um espaço de trocas
de experiências e socialização do trabalho pedagógico, para juntos pensarem no
processo de ensino e aprendizagem e dessa forma estreitar os laços da formação inicial e
continuada dos docentes tendo como objeto de estudo e investigação a sua própria sala
de aula.
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Relato da cursista y.
ii
Relato da cursista w.
iii
Relato da cursista k.
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