Sociedade Brasileira de Química (SBQ) Síntese, caracterização e citotoxicidade de melaninas quimicamente modificadas: seletivos agentes quelantes para metais de transição. 1 1 1 1 Mateus J. Feldhaus (IC)*, Thiago G. Costa (PG), Bruno Szpoganicz (PQ), Gustavo A. Micke (PQ) , 1 2 2 3 Melina Heller (PG), Tânia B. C. Pasa (PQ) , Fabiola F. Monteiro (PG) , Felipe Vilhena (PG) . 1 Universidade Federal de Santa Catarina, Departamento de Química, Laboratório de Equilíbrio Químico e Laboratório de Eletroforese Capilar, Florianópolis, SC, CEP: 88040-900, CP.476, [email protected] 2 Universidade Federal de Santa Catarina, Departamento de Ciências Farmacêuticas. 3 Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Departamento de Química, Laboratório de Química Inorgânica. Melaninas modificadas, aminoácidos, equilíbrio, complexos de Cu(II) e Zn(II). Introdução Melaninas são pigmentos naturais, oligoméricos, que possuem em comum os grupamentos: ácido carboxílico, quinona-imina e catecol, provenientes 1 da oxidação da tirosina sob a ação de enzimas. Neste trabalho foi realizada a síntese de 2 melaninas modificadas por aminoácidos (Figura 1). Figura 1. Esquema reacional para síntese das melaninas modificadas por aminoácidos. Após a síntese, foi realizada a purificação, e as melaninas foram caracterizadas por CHNS, IV, cromatografia, TGA, MEV, estudos de equilíbrio químico e citotoxicidade. O TGA (Figura 3) apresenta características semelhantes para os três produtos, ambos o apresentam perdas de massa em torno de 300 C, relativo a uma possível descarboxilação e até 700 o C ainda restam em média 50% da massa inicial, fato esse relacionado a estabilidade dos oligômeros. Figura 3. Análise termogravimétrica das melaninas. A microscopia eletrônica de varredura mostrou que os três produtos se encontram como sólidos amorfos, como já descrito na literatura para outras 3 melaninas sintéticas. Os equilíbrios ácido-base estudados por potenciometria estão na Tabela 1: Tabela 1. Constantes de dissociação dos grupos majoritários presentes em cada melanina. Resultados e Discussão Ensaios de LC-MS não detectaram aminoácidos residuais e seus respectivos dímeros. Os CHNS dos produtos foram: cys-DOPA: C 45,76 %, H 4,30 %, N 7,71 %, S 16,03 %; thr-DOPA: C 44,5 %, H 3,80 %, N 7,60 %. Observa-se ausência de enxofre na melanina modificada pela treonina. A Figura 2 mostra os espectros de IV dos produtos obtidos: cys-DOPA ser-DOPA * Ac – Acetato, QI – Quinona Imina, Cat – Catecol, R-SH – tiol. ** Valores obtidos pela média de 3 titulações. *** pKas obtidos por titulação espectrofotométrica. Todas as melaninas modificadas não apresentaram citotoxicidade em células sadias do tipo NIH/3T3. Conclusões thr-DOPA 4000 3500 3000 2500 2000 wavenumber / cm 1500 1000 500 -1 Figura 2. Espectro de infravermelho dos produtos obtidos. Ambos os produtos apresentam banda -1 característica em 1621 cm relativo ao estiramento υC=O dos grupos carboxilatos de ácidos carboxílicos e quinona imina. A cys-DOPA apresenta bandas características de tiocarbonilas (υC=S) em freqüências mais baixas que os carboxilatos, caracterizando o produto formado. 36a Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química As melaninas modificadas pelos aminoácidos foram sintetizadas e caracterizadas com sucesso e não apresentaram citotoxicidade em células sadias. Agradecimentos Ao CNPq, DQ UFSC e LCME. ____________________ 1 Szpoganicz, B.; et al. J. Inorg. Biochem.. 2002, 89, 45-53. Chedekel, M. R.; et al. J. Am. Chem Soc. 1982, 104, 25, 7306-7309. 3 Simon, J. D.; et. al. Pigment Cell Res. 2000, 13, 179-184. 2