Série/ turma: 3º ANO Professor: Abdulah Apostila/aula: Livro 1 / Aulas 1 e 2 O QUE VEM A SER FILOSOFIA? A palavra filosofia deriva de dois termos gregos: FILO (philía): amizade, e SOFIA (sophía): sabedoria. Portanto, originalmente, a palavra filosofia significa "amizade pela sabedoria" ou "amor ao saber", e divide-se em alguns campos de estudo. ALGUMAS ÁREAS DOS ESTUDOS FILOSÓFICOS A lógica — estudo da forma, da estrutura do próprio pensamento; procura o método ideal de raciocínio, análise e pesquisa. A ética — estudo de valores e atos humanos; busca estabelecer os princípios e a conduta justos. A estética — estudo das formas de representação e das considerações sobre o Belo, sobre as artes e demais formas de expressão de cultura. A política — estudo das formas como o homem se organiza no espaço público; busca a organização social ideal. A metafísica — o campo mais complexo da filosofia, o estudo da realidade última das coisas, da natureza do ser (em outras palavras, a ontologia), da mente humana, do conhecimento, dos sentidos, das relações entre o homem e a matéria. A FILOSOFIA AO LONGO DO TEMPO A ―evolução‖ do pensamento filosófico no tempo: SABER MÍTICO: A COSMOGONIA MITOLOGIA O homem apela para o ALÉM para explicar o AQUÉM. Busca de um saber alegórico. Possui três funções: EXPLICATIVA, ORGANIZACIONAL e COMPENSATÓRIA. Grandes narrativas gregas aprox. séc. VIII a.C. Destaque para Ilíada e Odisséia de Homero. SABER FILOSÓFICO: A COSMOLOGIA FILOSOFIA Explicação RACIONAL e SISTEMÁTICA das características do Universo. Rompe com o pensamento mitológico. É reflexiva. Compromete-se VERDADE. com a busca da Filosofar é como procurar ouro. A gente cava muita terra e encontra pouco ouro. Mas é ouro. PERÍODOS DA FILOSOFIA Pré-socrático (séc. VII a V a.C): De Tales de Mileto a Sócrates. A filosofia se ocupa da natureza e da origem das coisas. Socrático ou clássico (séc. V a IV a.C): A Filosofia reflete sobre as questões humanas, sobretudo a ética e a política. OS PRÉ-SOCRÁTICOS: EM BUSCA DA ARCHÉ E a primeira resposta sobre a origem da natureza e das coisas veio de Mileto, onde Tales observou que os alimentos são úmidos e os corpos ressecam ao morrer. Aí estava! O mundo só podia ser feito de água, em diferentes estados e concentrações! OS PRÉ-SOCRÁTICOS: EM BUSCA DA ARCHÉ Anaximandro pensava numa substância leve, invisível, ilimitada, infinita e capaz de assumir todas as formas e texturas imagináveis: o ápeiron (éter). OS PRÉ-SOCRÁTICOS: EM BUSCA DA ARCHÉ Para Anaxímenes, era desnecessário ir tão longe. Essas eram propriedades do ar, elemento ilimitado, capaz de manter a vida por meio da respiração. Sem dúvida, o mundo era feito de ar! OS PRÉ-SOCRÁTICOS: EM BUSCA DA ARCHÉ Pitágoras e seus seguidores viam números por toda parte. Juravam habitar um mundo repleto de proporções, medidas, quantidades e relações numéricas, feito de dobros, triplos, metades, somatórios, em combinações infinitas e harmoniosas. OS PRÉ-SOCRÁTICOS: EM BUSCA DA ARCHÉ Heráclito de Éfeso afirmava que mundo tinha dois princípios: o fogo, isto é, o calor que os corpos perdem quando morrem, e o movimento. Para ele, havia movimento mesmo onde parecia haver repouso, por isso, não acreditava que o mesmo homem pudesse banhar-se no mesmo rio duas vezes. OS PRÉ-SOCRÁTICOS: EM BUSCA DA ARCHÉ “O ente é; pois é ser e nada não é”. Parmênides de Eléia (510-470 a.C) opõe-se a Heráclito. Existe o ser e o não ser não é. Os contrários não podem coexistir. Princípio lógico da não contradição. Segundo seu modo de pensar, o não ser, o nada não existe e não pode ser nem dito nem pensado. Portanto, o ser não pode ter surgido, porque ou teria surgido do nada, o que é impossível, ou teria surgido de outro ser, justificando que o ser já era e sempre será; logo, é eterno. OS PRÉ-SOCRÁTICOS: EM BUSCA DA ARCHÉ Faltava ainda incluir a terra e os sentimentos, velhos conhecidos da humanidade. Empédocles fez isso, dizendo que o mundo é feito de água, terra, fogo e ar, unidos pelo amor e separados pelo ódio. OS PRÉ-SOCRÁTICOS: EM BUSCA DA ARCHÉ Sentimentos contrários, forças contrárias... Tudo isso inspirou Anaxágoras, que viu o mundo como efeito da existência de contrários como quente / frio, muito / pouco, sempre / nunca, vivo / morto... OS PRÉ-SOCRÁTICOS: EM BUSCA DA ARCHÉ Enfim, Demócrito (460-370 a.C.) encontrou as condições necessárias para uma nova teoria: um mundo feito de átomos, ou seja, minúsculas partículas materiais, sólidas, invisíveis e indivisíveis. Dançando eternamente no vazio, juntando-se e separando-se umas das outras, criando e desfazendo inúmeras formas. OS PRÉ-SOCRÁTICOS: EM BUSCA DA ARCHÉ Tudo isso graças a mim, uma pergunta que permanece viva para quem sabe admirar o mundo. Uma pergunta que você pode responder agora! De que o mundo é feito? Por que você pensou nessa resposta? (ENEM 2012) TEXTO I Anaxímenes de Mileto disse que o ar é o elemento originário de tudo o que existe, existiu e existirá, e que outras coisas provêm de sua descendência. Quando o ar se dilata, transforma-se em fogo, ao passo que os ventos são ar condensado. As nuvens formam-se a partir do ar por feltragem e, ainda mais condensadas, transformam-se em água. A água, quando mais condensada, transforma-se em terra, e quando condensada ao máximo possível, transforma-se em pedras. BURNET, J. A aurora da filosofia grega. Rio de Janeiro: PUC-Rio, 2006 (adaptado). TEXTO II Basílio Magno, filósofo medieval, escreveu: “Deus, como criador de todas as coisas, está no princípio do mundo e dos tempos. Quão parcas de conteúdo se nos apresentam, em face desta concepção, as especulações contraditórias dos filósofos, para os quais o mundo se origina, ou de algum dos quatro elementos, como ensinam os Jônios, ou dos átomos, como julga Demócrito. Na verdade, dão a impressão de quererem ancorar o mundo numa teia de aranha”. GILSON, E.; BOEHNER, P. História da Filosofia Cristã. São Paulo: Vozes, 1991 (adaptado). Filósofos dos diversos tempos históricos desenvolveram teses para explicar a origem do universo, a partir de uma explicação racional. As teses de Anaxímenes, filósofo grego antigo, e de Basílio, filósofo medieval, têm em comum na sua fundamentação teorias que a) eram baseadas nas ciências da natureza. b) refutavam as teorias de filósofos da religião. c) tinham origem nos mitos das civilizações antigas. d) postulavam um princípio originário para o mundo. e) defendiam que Deus é o princípio de todas as coisas. X SOFISTAS: OS MESTRES DA ARGUMENTAÇÃO As lições dos sofistas tinham como objetivo: – – – – Desenvolver a argumentação. Habilidade retórica. Transmissão de diversas doutrinas divergentes. Eles transmitiam todo um jogo de palavras, raciocínios e concepções que seria utilizado na arte de convencer as pessoas, driblando as teses de seus adversários. O PERÍODO SOCRÁTICO Sócrates (469-399 a.C) - O homem que sabia perguntar Só sei que – Representou um divisor de águas na nadatendo sei... Filosofia, em vista que ele abandonou a preocupação em explicar a natureza (como faziam os Pré-socráticos) e se concentrou na problemática do Homem. – Seu estilo de vida assemelhava-se ao dos sofistas, embora não “vendesse” os seus ensinamentos. – Usava um diálogo extremamente crítico dividido em dois momentos: a ironia (interrogação) e a maiêutica (parto de ideias). Jacques Louis David: A morte de Sócrates, de 1787 O PERÍODO SOCRÁTICO Platão (427-347 a.C)- O mundo das ideias – Desenvolveu a Teoria das Ideias: do mundo das sombras e das aparências para o mundo das ideias e das essências. Para tal, usou como recurso didático o Mito da Caverna. – Propôs o método dialético: TESE – ANTÍTESE – SÍNTESE. – Escreveu a República. PAIDEIA PLATÔNICA: O MITO DA CAVERNA CONTEMPORANEIDADE DO MITO DA CAVERNA (ENEM 2014) No centro da imagem, o filósofo Platão é retratado apontando para o alto. Esse gesto significa que o conhecimento se encontra em uma instância na qual o homem descobre a a) suspensão do juízo como reveladora da verdade. b) realidade inteligível por meio do método dialético. c) salvação da condição mortal pelo poder de Deus. d) essência das coisas sensíveis no intelecto divino. e) ordem intrínseca ao mundo por meio da sensibilidade. X (UEM 2011) “Platão escreveu que os homens estão ligados desde o nascimento às sensações primitivas. Por conta disso, vivem num estado mental permeado por “imagens” dos objetos existentes. Para Platão, poucos alcançam o verdadeiro conhecimento” (Filosofia / vários autores – Curitiba: SEED-PR. 2006, p. 64). Recentemente, o filme Matrix, dirigido pelos irmãos Wachowiski, apresentou uma história que traz uma discussão sobre o que é realidade e o que é ilusão. Sobre essas questões, é correto afirmar que X o personagem Neo do filme Matrix, ao ser levado a conhecer a verdade, 01) tendo a capacidade de distinguir a realidade da ilusão, pode ser comparado ao filósofo visto por Platão. X obra cinematográfica Matrix, conforme descrita acima, pode ser 02)a considerada um paralelo com O mito da caverna, que Platão expõe em seu livro República. 04)o cinema, um dos maiores trunfos da indústria cultural, é uma arte que reproduz a vida como ela é e, portanto, não é um veículo adequado para a discussão de alegorias. 08) X para Platão, depois de passar da doxa (opinião) à episteme (ciência), o filósofo deve voltar para o meio dos outros indivíduos para orientá-los. 16) Platão, ao opor o mundo das ideias ao mundo real, negava os ensinamentos de seu mestre Aristóteles, durante seus estudos no Liceu de Atenas.