DEPARTAMENTO DE TAQUIGRAFIA, REVISÃO E REDAÇÃO SESSÃO: 263.4.54.O DATA: 18/11/14 TURNO: Vespertino TIPO DA SESSÃO: Deliberativa Ordinária CD LOCAL: Plenário Principal - CD INÍCIO: 14h TÉRMINO: 19h27min DISCURSOS RETIRADOS PELO ORADOR PARA REVISÃO Hora 14:18 15:06 18:10 Obs.: Fase PE PE GE Orador JANETE ROCHA PIETÁ JANETE ROCHA PIETÁ PAES LANDIM Ata da 263ª Sessão da Câmara dos Deputados, Deliberativa Ordinária, da 4ª Sessão Legislativa Ordinária, da 54ª Legislatura, em 18 de novembro de 2014. Presidência dos Srs.: Henrique Eduardo Alves, Presidente. Amauri Teixeira, Benedita da Silva, Janete Rocha Pietá, Onofre Santo Agostini, Mauro Benevides, Inocêncio Oliveira, nos termos do § 2º do artigo 18 do Regimento Interno. ÀS 14 HORAS COMPARECEM À CASA OS SRS.: Henrique Eduardo Alves Arlindo Chinaglia Fábio Faria Marcio Bittar Simão Sessim Maurício Quintella Lessa Biffi Gonzaga Patriota Wolney Queiroz Vitor Penido Takayama CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 I[CD1][CD2] - ABERTURA DA SESSÃO O SR. PRESIDENTE (Amauri Teixeira) - A lista de presença registra na Casa o comparecimento de 142 Senhoras Deputadas e Senhores Deputados. Está aberta a sessão. Sob a proteção de Deus e em nome do povo brasileiro iniciamos nossos trabalhos. O Sr. Secretário procederá à leitura da ata da sessão anterior. II - LEITURA DA ATA O SR. ONOFRE SANTO AGOSTINI, servindo como 2º Secretário, procede à leitura da ata da sessão antecedente, a qual é, sem observações, aprovada. III - EXPEDIENTE (Não há expediente a ser lido) 3 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 [CD3][CD4]O REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 SR. PRESIDENTE (Amauri Teixeira) - Passa-se ao IV - PEQUENO EXPEDIENTE Concedo a palavra ao Deputado José Chaves. 4 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 [CD5][CD6] REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O SR. JOSÉ CHAVES (PTB-PE. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, eu ocupo a tribuna para externar uma preocupação com o Projeto de Lei nº 5.627, de 2013, que estará, dentro de poucos instantes, em discussão e provavelmente em votação na Comissão Especial. O projeto trata dos chamados terrenos de Marinha. Talvez uma das maiores dificuldades da questão urbana neste País esteja focalizada em terrenos de Marinha. Pois bem, Sr. Presidente, apresentei um parecer, que democraticamente não foi aceito pela Comissão. Deverá ter um substitutivo. Mas minha preocupação é a falta do parecer substitutivo, a falta de distribuição do novo parecer, que deverá ser votado hoje. A reunião começa às 14h30min, e, neste momento, ainda não há cópia do parecer. Eu queria externar isto e apelar para V.Exa., a fim de que providências sejam tomadas, e a gente não discuta e vote um parecer sem prévio conhecimento. Muito obrigado, Sr. Presidente. O SR. PRESIDENTE (Amauri Teixeira) - Solicito distribuição prévia do parecer solicitado pelo Deputado José Chaves. 5 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 [CD7][CD8] REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O SR. PRESIDENTE (Amauri Teixeira) - Com a palavra o Deputado Onofre Santo Agostini, por 1 minuto mais 1. O SR. ONOFRE SANTO AGOSTINI (PSD-SC. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o último final de semana foi muito triste para o Brasil, pois faleceu o Dr. Jatene, uma grande figura, o homem que fez uma das primeiras cirurgias do coração, uma pessoa extraordinária. Perde não só o Estado de São Paulo, mas o Brasil inteiro, de modo muito especial a Medicina e aqueles que têm problema cardíaco, com a morte do exMinistro, por duas vezes Ministro, uma figura extraordinária. Sem dúvida nenhuma, o fato causou tristeza não só à área médica, mas a todos os segmentos da sociedade brasileira, haja vista que o Dr. Jatene foi, sem dúvida nenhuma, um excepcional Ministro da Saúde em dois Governos: nos Governos Fernando Collor e Fernando Henrique Cardoso. Por isso, nós fazemos este registro, com muito pesar, do falecimento do Dr. Jatene, um grande cardiologista do Estado de São Paulo, mas que serviu ao Brasil inteiro, principalmente como Ministro da Saúde. Deixo, portanto, o registro nesta Casa do triste falecimento do Dr. Jatene. Muito obrigado. O SR. PRESIDENTE (Amauri Teixeira) - Nobre Deputado, em nome da Câmara dos Deputados, quero me associar a V.Exa. Considero que todos os Parlamentares desta Casa têm um imenso respeito pelo trabalho que o Dr. Jatene fez na Medicina privada, mas, sobretudo, na área de saúde pública. Então, manifesto meu pesar também pelo falecimento desse grande brasileiro. 6 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 [CD9][CD10][CD11] O REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 SR. PRESIDENTE (Amauri Teixeira) - O próximo inscrito é o Deputado Amauri Teixeira, em permuta com o Deputado Gonzaga Patriota. Concedo a palavra ao Deputado Gonzaga Patriota. S.Exa. dispõe de 1 minuto, prorrogável pelo mesmo tempo. O SR. GONZAGA PATRIOTA (PSB-PE. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, eu estive olhando na Folha de S.Paulo e em outros jornais, nesse final de semana, esses tais de cartões da Presidência da República. Eles têm gastos secretos. É um absurdo! Eu acho que tem que acabar com isto: cartão de presidência, cartão de governo, cartão de assessor. O povo está morrendo de fome, a miséria aumentando, e os cartões por aí! A previsão de gastos em um cartão foi de 6,5 milhões de reais somente neste ano. Sr. Presidente, acabamos de apresentar o Projeto de Lei nº 8.105. Ele trata da complementação ao Regime da Previdência Social. Nós sabemos que a Previdência Social tem o teto. Quem se aposentar hoje fica naqueles 4 mil a 5 mil reais. O que a gente está fazendo aqui? Os servidores federais serão obrigados, na vigência da assinatura do contrato, a adentrarem na previdência complementar. Obviamente, se ele quiser sair, ele pode. Ele tem o direito de sair. A gente tem hoje menos de 20% dos servidores novos, de 2012 para cá, na previdência complementar. Quando essas pessoas se aposentarem, elas vão sentir uma grande diferença entre o que ganham e a aposentadoria. Então, nós estamos aqui inclusive abrindo para os servidores que já foram contratados antes dessa lei para que possam fazer a opção. Muito obrigado, Presidente Amauri. 7 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, venho à tribuna desta Casa para falar de um assunto que envergonha toda a sociedade brasileira há alguns anos. Trata-se dos famigerados gastos secretos da Presidência da República. Os gastos sigilosos pagos com cartão da Presidência da República bateram recorde em 2014 e já chegam a R$ 6,5 milhões, segundo reportagem recente do jornal Folha de S.Paulo. O valor é superior aos R$ 5,9 milhões gastos secretamente em todo o ano passado e aos R$ 6,1 milhões, de 2011. No Governo Federal, os cartões corporativos são usados para compra de materiais, prestações de serviços e abastecimento de veículos oficiais, por exemplo. Alguns gastos, porém, podem ser considerados como sigilosos, por serem considerados de segurança nacional. No caso da Presidência, podem ser classificados assim tanto gastos como alimentação da Presidente Dilma Rousseff e a locação de veículos. Para se ter ideia do montante que esses gastos secretos representam, considerando todos os pagamentos, os cartões da Presidência efetuaram despesas no valor de R$ 7,1 milhões. No ano passado, foram R$ 6,5 milhões. A Assessoria da Presidência disse ao jornal paulista que os gastos variam de acordo com as ações do Governo e aumentam em casos de viagens. Ao longo de 2014, Dilma teve uma agenda administrativa intensa em função das eleições presidenciais. Considerando todos os gastos com cartão corporativo do Governo Federal, Sr. Presidente, foram gastos R$ 46,3 milhões ao longo de 2014. Os valores vêm sendo reduzidos desde 2011, quando os débitos chegaram a R$ 69,5 milhões. 8 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 Em 2013, reportagem do jornal O Estado de S.Paulo revelou que, entre 2003 e 2010, os gastos da Presidência com cartões corporativos classificados como sigilosos por se tratarem de “informações estratégicas para a segurança da sociedade e do Estado” incluíram compra de produtos de limpeza, sementes, material de caça e pesca e até comida de animais domésticos. No início de 2008, vieram a público revelações de que o primeiro escalão do Governo Lula usava seus cartões de crédito corporativos para fins recreativos. Descobriu-se primeiro que alguns Ministros — Matilde Ribeiro, da Igualdade Racial; Orlando Silva, do Esporte, e Altemir Gregolin, da Pesca — haviam se habituado a usar o cartão para pagar desde tapioca até temporadas com a família em hotéis de luxo. Em seguida, soube-se que o abuso de 11.510 cartões nas mãos de 7.145 funcionários públicos era fato corriqueiro. Os Ministros se defenderam dizendo que tinham sido mal orientados, e o Planalto decidiu apoiar a criação de uma CPI — desde que englobasse os gastos dos cartões na gestão do FHC. Foi a senha para que uma equipe da Casa Civil revirasse os arquivos da Pasta atrás de informações desabonadoras para constranger os tucanos, de que resultaria um escandaloso dossiê, que o Governo insistiu em chamar de “banco de dados”, mas pelo qual se desculpou com o ex-casal presidencial, Fernando Henrique e Ruth Cardoso. Ao fim do escândalo, foram editadas novas normas para disciplinar o uso dos cartões, e Matilde deixou o Governo. Está passando da hora, Sr. Presidente, de o Governo Federal acabar definitivamente com essa farra de dinheiro público. A sociedade brasileira já não aceita mais conviver com esse tipo de comportamento. 9 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 [CD12][CD13] REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O SR. PRESIDENTE (Amauri Teixeira) - Concedo a palavra ao Deputado Sandro Alex, por 1 minuto mais 1. O SR. SANDRO ALEX (PPS-PR. Sem revisão do orador.) - Obrigado, Sr. Presidente. Senhoras e senhores que nos acompanham em todo o País, Maior caso de corrupção da história do mundo moderno em um país democrático. Este é o título que o Brasil ganhou, título que a PETROBRAS deu ao País, no caso mais vergonhoso de corrupção, um crime de lesa-pátria, de desvios fraudulentos dos cofres, de aliança política traiçoeira dentro da maior empresa do País, enganando-se o povo. Em poucos dias de investigação e prisão, Sr. Presidente, apenas cinco pessoas já anunciaram a devolução de mais de 400 milhões de reais. Imaginem os senhores e as senhoras o quanto foi roubado deste País! E a maior vítima não é a PETROBRAS. A maior vítima é a população brasileira, é o povo que paga, no preço do combustível, pela má gestão, pelo superfaturamento, pela corrupção! Não ficarão impunes! O povo do Brasil, o povo do meu Estado do Paraná quer a punição exemplar de todos. Não sei se serão dezenas ou centenas de envolvidos, mas pagarão pelo crime que fizeram contra a maior empresa deste País, a empresa que pertence ao povo deste País, que é a PETROBRAS. O Parlamento tem a obrigação de acompanhar, e vamos continuar o trabalho, mesmo no próximo mandato, na próxima Legislatura, para que ninguém que tenha participado desse crime fique sem a sua devida punição. Nós estaremos atentos e vigilantes! 10 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 [CD14][CD15] REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O SR. PRESIDENTE (Amauri Teixeira) - Concedo a palavra ao Deputado Fernando Ferro. Vou falar por último. Passarei a Presidência à Deputada Benedita da Silva, em homenagem à Semana da Consciência Negra. O SR. FERNANDO FERRO (PT-PE. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, quero fazer o registro de uma iniciativa interessante do Ministério Público Eleitoral. Ele entrou com um recurso, nessa segunda-feira, contra a decisão do Presidente Toffoli de redistribuir a prestação de contas da Presidenta Dilma Rousseff para o Ministro Gilmar Mendes. São mais do que evidentes as manifestações políticas e eleitorais, que colocam publicamente sua opção política e partidária, em diversos momentos, com críticas e observações indevidas para um magistrado da Suprema Corte, com comportamento claramente partidário. Compreendo que o Ministério Público Eleitoral busque dar imparcialidade na apreciação das contas ao questionar essa indicação. Nós não gostaríamos que isso estivesse acontecendo, mas infelizmente faz parte de um comportamento que tem sido expressado em vários momentos pelo Ministro Gilmar Mendes, com críticas já conhecidas que evidenciam a sua falta de imparcialidade em se tratando de matéria desse porte. [CD16] Por isso, queremos aqui apoiar e elogiar a iniciativa do Ministério Público Eleitoral. Isso contribui para uma atitude republicana das instituições, do respeito ao devido processo eleitoral acontecido e, principalmente, para descontaminar esse ambiente da disputa, do pretenso terceiro turno que alguns querem insistir. Lamentavelmente, o Ministro Gilmar Mendes não consegue se desvencilhar dessa sua capa partidária e de enfrentamento com o Governo. 11 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 Portanto, esta é nossa manifestação de apoio. Parabenizo o Ministério Público Eleitoral pela iniciativa de colocar sob suspeição a figura do Sr. Gilmar Mendes para apreciar as contas da Presidenta Dilma Rousseff. 12 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 [CD17][CD18] REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O SR. PRESIDENTE (Amauri Teixeira) - Concedo a palavra ao Deputado Giovani Cherini. O SR. GIOVANI CHERINI (PDT-RS. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, eu quero saudar a chegada dos pardais e dos controladores de velocidade em praticamente todo o Estado do Rio Grande do Sul. Eles vêm para resolver os problemas que causam acidentes em nosso Estado. Porém, nós precisamos de duas coisas fundamentais em nosso trânsito. Primeiro, placas de sinalização — nós temos uma dificuldade enorme de encontrar uma placa indicando a velocidade do trecho, se 60 quilômetros por hora, 70 quilômetros por hora ou 80 quilômetros por hora. [CD19]Não há uniformidade. Eu acredito, com todo o respeito aos engenheiros de trânsito, que as avaliações feitas muitas e muitas vezes são equivocadas. Uma BR como a 386, que liga a minha Soledade a Porto Alegre, está duplicada pela metade, e a velocidade continua ainda 80 quilômetros por hora. Em contrapartida, uma rodovia como a 116, que liga Porto Alegre a Pelotas, tem a velocidade de 100 quilômetros por hora. Na frente das cidades, nós temos velocidades de 30, 40, 50, 60, 70 quilômetros por hora. Não há uniformidade, e o motorista tem dificuldades enormes para saber quando começa e quando termina cada limite de velocidade. Aí o pardal vem e fatura. Neste final de semana, nós tivemos um faturamento bombástico. Nós precisamos de uniformidade na sinalização de trânsito. Não é só multar; nós precisamos de educação também, de placas de sinalização, e hoje elas estão muito aquém da necessidade do motorista, para que ele possa fazer uma boa viagem. Obrigado, Sr. Presidente. 13 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o limite de velocidade tem que ser revisto nas rodovias federais do Rio Grande do Sul. Peço aos técnicos do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes e à Polícia Rodoviária Federal que avaliem imediatamente essa possibilidade. Atualmente, o critério é mais ou menos o seguinte: aconteceu um acidente, reduz-se o limite de velocidade. Existem rodovias em que se pode desenvolver uma velocidade maior. Eu parto da premissa de que rodovia duplicada tem condições de suportar uma velocidade maior. Também chamam a atenção as inúmeras oscilações. Um exemplo é para quem viaja na freeway, onde o limite é de 110 quilômetros por hora. Ao ingressar na BR-101, a velocidade máxima cai para 100 quilômetros por hora. Ao ingressar em Santa Catarina, a velocidade máxima na BR-101 volta a ser de 110 quilômetros por hora. Entenda esses critérios. Muitas vezes os motoristas são confundidos, o que acaba resultando em pesadas multas. Se melhorarem a sinalização, se melhorarem a qualidade do asfalto e se colocarem tachões em certas curvas, onde veículos pesados costumam invadir a pista contrária e certos dementes fazem ultrapassagens, vão-se reduzir mais os acidentes do que multando um sujeito andando a 100 quilômetros por hora em uma reta, em um dia ensolarado. Estão multando até de Rosário do Sul para Santana do Livramento! Vamos ver motoristas morrendo por pegarem no sono na estrada, tentando manter 80 quilômetros por hora em longas retas de ótima visibilidade. Diminuam a média de velocidade, criem mais gargalos, aí verão gente tentando ultrapassagens impossíveis, porque o fluxo viário não anda, e aí... mais acidentes! 14 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 Em Rio Grande, no sul do Rio Grande do Sul, há trechos de 500 metros em que temos de quatro a cinco placas com limites diferentes, sempre entre 30 e 50 quilômetros por hora. Imagine andar em uma rodovia duplicada a 30 quilômetros por hora! Qualquer bicicleta chega a 40 quilômetros por hora, facilmente! O trecho Tabaí-Canoas da BR-386 é uma rodovia de pista dupla, em bom estado, e a velocidade máxima é de 80 quilômetros por hora. Em que tipo de rodovia no Rio Grande do Sul é possível andar a 100 quilômetros por hora? O que os nossos técnicos precisam entender é que o tempo em que nas rodovias circulavam Rural Willis, Corcel I, Gordini, Fusca, Brasília, DKW e similares já passou. Temos carros modernos, que nos permitem andar com segurança. Senhores, o Rio Grande do Sul precisa ter vazão! 15 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 [CD20][CD21] REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O SR. PRESIDENTE (Amauri Teixeira) - Quero saudar os professores de língua portuguesa que participam das Olimpíadas da Língua Portuguesa presentes aqui na nossa galeria. (Manifestação nas galerias.) Sentimo-nos muito honrados com a presença de V.Sas. Eu vou permutar mais uma vez — seria eu — com o Deputado Celso Maldaner. Depois do Deputado Celso Maldaner terão a palavra os Srs. Deputados Mauro Benevides e Janete Rocha Pietá. 16 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 [CD22][CD23] REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O SR. PRESIDENTE (Amauri Teixeira) - Concedo a palavra ao Deputado Celso Maldaner. O SR. CELSO MALDANER (PMDB-SC. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, eu gostaria de registrar que, após ter estado em missão oficial na China desde o dia 12 deste mês, o Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Neri Geller, retornou ao Brasil com a mala repleta de boas notícias e hoje vai dar uma coletiva à imprensa. Agora é oficial: após cerca de 2 anos de embargo, a China finalmente reabriu seus portos para a carne bovina brasileira. A retirada da restrição foi anunciada oficialmente no sábado, dia 15, depois de 2 anos de negociações intensas entre os Governos brasileiro e chinês. A reabertura é resultado do reconhecimento da qualidade e da segurança do sistema de defesa sanitária animal e vegetal brasileiro, em um segmento produtivo brasileiro que sem dúvida possui enorme potencial de crescimento no cenário internacional. Além disso, precisamos elogiar a agilidade do governo brasileiro no repasse de todas as informações e garantias solicitadas pelas autoridades chinesas, o que permitiu a queda definitiva das barreiras e a consequente retomada das importações. Também quero aproveitar para informar que outra vitória trazida por Neri Geller dessa missão oficial foi a ampliação, pela China, do protocolo de importação do tabaco brasileiro. Com isso, a produção catarinense poderá ser exportada ao mercado chinês. Até então, apenas o tabaco produzido no Rio Grande do Sul estava liberado para embarque ao país, que é o maior importador do produto brasileiro do Extremo Oriente. Hoje, a cultura do tabaco é desenvolvida em Santa Catarina, em 217 Municípios, por cerca de 46 mil pequenos produtores rurais, totalizando 17 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 aproximadamente 184 mil pessoas vinculadas à atividade, as quais poderão se beneficiar da abertura do mercado chinês. Eu queria agradecer ao Ministro Neri Geller e pedir a V.Exa., Sr. Presidente, que este pronunciamento fosse divulgado em A Voz do Brasil. Muito obrigado. O SR. PRESIDENTE (Amauri Teixeira) - Acolho na íntegra o seu pronunciamento e solicito a sua divulgação, inclusive em A Voz do Brasil. 18 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O SR. PRESIDENTE (Amauri Teixeira) - Concedo a palavra à Deputada Janete Rocha Pietá. A SRA. JANETE ROCHA PIETÁ (PT-SP. Sem revisão da oradora.) DISCURSO DA SRA. DEPUTADA JANETE ROCHA PIETÁ QUE, ENTREGUE À ORADORA PARA REVISÃO, SERÁ POSTERIORMENTE PUBLICADO. (Discurso a ser publicado na Sessão nº 299, de 18/12/14.) 19 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 [CD24]O REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 SR. PRESIDENTE (Amauri Teixeira) - Quero registrar a presença de representantes do UNICEF e de um grupo de empoderamento de meninas, que participarão nesta Casa de audiência pública. A presença de vocês nos honra! É preciso cada vez mais empoderarmos as mulheres em todos os espaços, principalmente nos espaços políticos. (Palmas nas galerias) Em nome da bancada feminina desta Casa, que ainda é minúscula, quero saudá-las e dar-lhes boas-vindas. 20 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O SR. PRESIDENTE (Amauri Teixeira) - Os próximos oradores inscritos são os Deputados Mauro Benevides, Celso Maldaner, com quem eu permutei, e Benedita da Silva. Passo a palavra para o Deputado Mauro Benevides, e a Presidência, para a Deputada Benedita da Silva, em homenagem à semana de que faz parte o Dia Nacional da Consciência Negra.[CD25][CD26][CD27] O SR. MAURO BENEVIDES (PMDB-CE. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente Amauri Teixeira, Sras. e Srs. Deputados, presentes nas galerias, telespectadores da TV Câmara, na próxima segunda-feira (24) será comovidamente relembrado o transcurso do centenário do prestigioso Parlamentar cearense Murilo Rocha Aguiar, com a celebração de missa solene, mandada oficiar pela família e incontáveis amigos, num testemunho à memória de um líder competente que se dedicou de corpo e alma à defesa de reivindicações justas vinculadas à Zona Norte do Estado e, de forma mais ampla, de todo o povo cearense, ao qual serviu no cumprimento de sucessivos mandatos como Deputado Estadual, na condição de representante de Camocim e de muitas comunas interioranas. Como seu colega, à época, no Poder Legislativo, sou testemunha do seu extraordinário espírito público, que evidenciava uma liderança autêntica, alçando-se à condição de membro da Mesa Diretora da Assembleia, ocupante que era da 3ª Secretaria na época em que estive à frente daquela Casa, buscando identificá-la com as aspirações legitimas da nossa comunidade. Aos seus descendentes legou exemplos edificantes de compenetração destinada a endossar conquistas fundamentais à aceleração do progresso de sua 21 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 terra natal e das demais áreas que o apoiavam nas competições democráticas a que esteve submetido, no curso do múnus público. Notadamente, a Francisco Aguiar, atual Presidente do Tribunal de Contas dos Municípios e ex-titular da chefia do Poder Legislativo, bem assim ao Deputado Sérgio Aguiar, 1º Secretário da Assembleia Legislativa, confiou a missão de, na vida publica, ambos guardarem incessantemente vínculos de participação em tudo o que espelhasse o sentimento maior da coletividade em cada época. Em[CD28] momentos cruciais por que passou a vida institucional do País, ele sabia comportar-se com altivez, mesmo correndo o risco de incompreensões, mas persistentemente adotando uma postura intrépida, que o tornava admirado por seus pares e, especialmente, os respectivos representados, os quais lhe garantiram seguidos mandatos, cumpridos com exação e espírito público. Através deste registro, presto a minha homenagem à sua memória imperecível, levando-a aos seus herdeiros e, sobretudo, ao povo de Camocim, através da Prefeita Monica Gomes Aguiar, aos Vereadores e a todos quantos nele sempre viram alguém identificado com os legítimos interesses da cidadania. As atuais gerações e as porvindouras manterão vivo o seu vulto paradigmal, pelo devotamento às reivindicações dos nossos coestaduanos. Muito obrigado, Sra. Presidente. Muito obrigado, Sras. e Srs. Deputados. Durante o discurso do Sr. Mauro Benevides, o Sr. Amauri Teixeira, nos termos do § 2º do art. 18 do Regimento Interno, deixa a cadeira da Presidência, que é ocupada pela Sra. Benedita da Silva, nos termos do § 2º do art. 18 do Regimento Interno. 22 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 [CD29][CD30] REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 A SRA. PRESIDENTA (Benedita da Silva) - Eu queria consignar e agradecer a presença do Sr. Célio Alves Elias, Presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Alimentação de Criciúma e Região, e do Sr. Gilvan Francisco, advogado do Sindicato. Muito obrigada pela presença. 23 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 [CD31][CD32] REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 A SRA. PRESIDENTA (Benedita da Silva) - Com a palavra o nobre Deputado Amauri Teixeira. O SR. AMAURI TEIXEIRA (PT-BA. Sem revisão do orador.) - Sra. Presidenta, Deputada Benedita da Silva, importa que hoje V.Exa., que presidiu e conduziu tão bem os trabalhos da sessão especial, esteja presidindo neste momento esta sessão. Sra. Presidenta, nós estamos vivendo a Semana da Consciência Negra, que ressalta o dia 20 de novembro, em homenagem a Zumbi dos Palmares. [CD33] Em todo o Brasil, em todas as cidades, em todos os Estados, nós temos programações para chamar a atenção para os diversos aspectos em que vive a população negra neste País. É evidente que nós avançamos muito quanto à igualdade, principalmente com os Governos Lula e com o Governo da Presidenta Dilma Rousseff, com a aprovação, nesta Casa, do Estatuto da Igualdade, das cotas nas universidades e das cotas no serviço público, entre outros avanços. Eu quero manifestar aqui mais uma vez a minha preocupação e o meu descontentamento com esta Casa por não colocar em pauta e não aprovar o PL 4.471/12, que põe fim aos chamados autos de resistência. Até membros da Polícia Militar e da Polícia Civil têm-se manifestado no sentido de que os autos de resistência induzem maus policiais à violência e a criminalização na ação da polícia. Por isso, peço que seja registrado nos meios de comunicação desta Casa e divulgado no programa A Voz do Brasil artigo da Secretaria Nacional de Juventude publicado no Correio Nagô. Por fim, solicito, Sra. Presidenta, que o Presidente desta Casa coloque em votação o PL 4.471/12. 24 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 ARTIGO A QUE SE REFERE O ORADOR Por que precisamos do PL 4.471? Pelo fim dos autos de resistência. O Projeto de Lei nº 4.471, de 2012, altera o Código de Processo Penal e prevê a investigação das mortes e lesões corporais cometidas por policiais durante o trabalho. Atualmente estes casos são registrados pela polícia como autos de resistência ou resistência seguida de morte e não são investigados. Esta medida administrativa foi criada no período da Ditadura Militar para legitimar a repressão policial da época e segue sendo usada até hoje para encobrir crimes. Não existe uma Lei para esta medida, porém ela está amparada em alguns dispositivos legais como, por exemplo, o art. 292 do Código do Processo Penal brasileiro. Conforme explica a diretora da ONG Justiça Global, Sandra Carvalho, a imensa maioria dos casos registrados como “auto de resistência” ou “resistência seguida de morte” são casos nos quais as vítimas foram executadas sumariamente. “Os exemplos mais gritantes decorrem de casos nos quais a morte foi provocada por tiro de fuzil na nuca ou casos nos quais os laudos cadavéricos atestam que os disparos foram efetuados a curta distância, de cima pra baixo, ou seja, de joelhos no chão, com os braços na cabeça”, afirma. Para ela, a possibilidade de realizar o registro de “auto de resistência” corresponde à possibilidade de descrever uma situação como essa de outra forma: “trata-se da produção de um documento oficial que localiza a morte em questão como decorrente da resistência à autoridade policial, como se tivesse havido confronto, como se o agente de Estado que efetuou o disparo o tivesse realizado para se defender”, conclui. O autor do PL 4.471, deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP), aponta que entre janeiro de 2010 e junho de 2012, apenas nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina, 2.882 pessoas foram mortas em ações registradas como “autos de resistência”. “Uma inaceitável média de mais de três execuções por dia”, salienta. Uma resolução de dezembro de 2012 do Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CDDPH), ligado a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência 25 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 da República (SDH/PR), já prevê que mortes ou lesões decorrentes de operações policiais ou de confrontos com a polícia devem constar nos boletins de ocorrência. De acordo com o documento, os termos “autos de resistência” e “resistência seguida de morte” devem ser trocados, respectivamente, por “lesão corporal decorrente de intervenção policial” e “morte decorrente de intervenção policial”. O principal objetivo da mudança é evitar que terminologias escondam violações de direitos humanos ou ações de grupos de extermínio. Já o PL 4.471 prevê uma série de regras para esta investigação. Desde o ano passado a sociedade civil organizada, parlamentares e órgãos do Governo federal batalham para ter, no Congresso, a aprovação do PL 4.471. No início de agosto deste ano, o Conselho Nacional de Juventude (Conjuve), o Conselho Nacional de Igualdade Racial (CNPIR), a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR) e a Secretaria Nacional Juventude — ambas da Presidência da República —, articuladores do Plano Juventude Viva, o movimento Mães de Maio, artistas, entre outros, realizaram uma ação na Câmara dos Deputados, onde o projeto atualmente se encontra, para sensibilizar os líderes dos partidos na Casa. Foi explicado aos parlamentares que a aprovação do PL não é um ataque a corporação policial, mas uma defesa da vida, dos bons profissionais e da correta apuração de crime. Também foi entregue uma carta assinada por mais de 100 entidades e artistas denunciando a violência policial que acomete, sobretudo, os jovens negros nas periferias das cidades brasileiras. O documento já havia sido entregue à presidenta Dilma Rousseff na solenidade que sancionou o Estatuto da Juventude. Batizada de blitz, a ação chegou até o presidente da Câmara, Henrique Alves, e o vice-presidente, André Vargas. Henrique Alves havia então informado que o projeto seria votado ainda no mês de agosto. Voltamos agora a nos mobilizar para que o PL 4.471 entre em votação na Câmara dia 15 de outubro de 2013. Entre você também nessa campanha pela aprovação deste projeto de lei e mobilize sua rede pelo #FimDosAutosDeResistencia. 26 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 [CD34][CD35] REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 A SRA. PRESIDENTA (Benedita da Silva) - Com a palavra o Deputado Marcon. O SR. MARCON (PT-RS. Sem revisão do orador.) - Sra. Presidenta, Sras. e Srs. Deputados, meus cumprimentos. Primeiro, quero saudar nossa companheira Benedita da Silva por presidir os trabalhos no dia de hoje. Eu venho a esta tribuna para parabenizar todos os negros e negras que lutaram para ter respeito, dignidade e o espaço onde vivem. No dia 20, comemoramos o Dia da Consciência Negra. Eu entendo que o respeito aos negros deveria acontecer nos 365 dias do ano — todos os dias. Isso vale, inclusive, para alguns dos Parlamentares desta Casa. Os Deputados Alceu Moreira e Luis Carlos Heinze, no Rio Grande do Sul, em novembro do ano passado, no mês da consciência negra, disseram em audiência pública que os negros e os índios são uma turma que não prestava e não valia nada. Para esses Deputados, o respeito aos negros deveria ser todos os dias. Venho aqui, Sra. Presidente, para também elogiar a Presidenta da República, que isentou todas as áreas dos quilombos do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural — ITR. A área dos quilombos não é individualizada, é um conjunto. Como se trata de uma área grande, o ITR representava um montante muito grande de recursos.[CD36] E agora o Governo, com a lei que esta Casa aprovou, isentou todas as comunidades e famílias quilombolas. É uma vitória! Há muito tempo essas famílias reivindicavam isso. Meus parabéns a todos os quilombolas que fazem bom uso da sua área quilombola! 27 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 Eu gostaria, Sra. Presidente, que ficassem registrados, na mídia interna e no programa A Voz do Brasil, os meus cumprimentos aos quilombolas do Brasil inteiro. Obrigado. PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, servidores e servidoras, venho a esta tribuna para comemorar e ressaltar a importância de a Presidenta Dilma ter Sancionado a Lei nº 13.043/14. Falo mais especificamente da parte que isenta as comunidades remanescentes de quilombos do pagamento do Imposto Territorial Rural. Essa é uma importante correção feita na Lei nº 9.393/96, que dispõe sobre a cobrança do ITR, que já isentava os assentados da reforma agrária e os agricultores familiares. Como naquele momento ainda não eram discutidas as questões dos povos quilombolas, eles ficaram excluídos da isenção. O ITR tem por objetivo, além de arrecadar recursos, disciplinar o uso da terra, a fim de que a propriedade privada seja produtiva e cumpra a sua função social, o que faz da cobrança de comunidades quilombolas uma distorção. Chegava-se ao cúmulo de haver comunidades com mais de 18 milhões em dívidas com ITR, o que as excluía de outras políticas públicas importantes para o seu desenvolvimento. O texto da lei sancionada por nossa Presidenta afirma que: “os imóveis rurais oficialmente reconhecidos como áreas ocupadas por remanescentes de comunidades de quilombos que estejam sob a ocupação direta e sejam explorados, 28 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 individual ou coletivamente, pelos membros destas comunidades são isentos do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural”. Além disso, a nova norma também estabelece que as dívidas acumuladas devido à cobrança do ITR e registradas como dívida ativa serão perdoadas. Caros colegas Deputados, isso é um importante avanço para as comunidades quilombolas, porque atua no sentido de desmercantilizar a terra, afirmando-a como um espaço de vida e desenvolvimento econômico, social, humano e cultural. É preciso ainda muita luta pelos povos negros brasileiros, pois cada pequeno avanço sempre foi conquistado com organização e luta. Muito obrigado. 29 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 [CD37][CD38] REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 A SRA. PRESIDENTA (Benedita da Silva) - Concedo a palavra ao Deputado Sebastião Bala Rocha. O SR. SEBASTIÃO BALA ROCHA (SD-AP. Sem revisão do orador.) - Sra. Presidenta, Deputada Benedita da Silva, Sras. e Srs. Deputados, mais uma vez venho à tribuna para anunciar que amanhã, quarta-feira, dia 19, a partir das 14 horas, no Plenário 12 da Câmara dos Deputados, teremos uma importante audiência pública da Comissão do Trabalho, de Administração e Serviço Público. Pretendemos esclarecer de uma vez por todas a regulamentação da Emenda Constitucional nº 79, que prevê vários benefícios para os servidores dos ex-Territórios de Amapá e Roraima e para alguns servidores do ex-Território de Rondônia. Trata-se de benefícios que têm sido negados ao longo dos anos pelo Governo Federal, aos quais os nossos servidores dos ex-Territórios fazem jus por serem servidores da União. Como eu já disse, são direitos já consagrados na Emenda Constitucional nº 79, que o Governo até agora não regulamentou. E o prazo para essa regulamentação esgota-se este mês, por volta do dia 26. Então teremos essa audiência pública para que o Governo, através do Ministério do Planejamento e da AGU, venha dizer de público quais são as providências que está adotando para proceder à regulamentação da Emenda Constitucional nº 79. [CD39] Queremos urgência para essa regulamentação. Precisamos que o Governo cumpra o seu papel, cumpra o que estabelece a emenda constitucional, que já foi inserida na Constituição e é, portanto, uma norma constitucional. Muito obrigado, Sra. Presidenta. 30 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 [CD40] [CD41]A REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 SRA. PRESIDENTA (Benedita da Silva) - Com a palavra o Sr. Deputado Zé Geraldo. O SR. ZÉ GERALDO (PT-PA. Sem revisão do orador.) - Sra. Presidenta, quero dar como lido o meu pronunciamento acerca dos autos de resistência. Sou favorável a que os autos de resistência tenham fim com a aprovação do Projeto de Lei nº 4.471, de 2012. O que são autos de resistência? Autos de resistência ou resistência seguida de morte são mecanismos que servem para encobrir mortes cometidas por agentes do Estado. Por exemplo, quando os policiais matam mesmo estando de folga, escrevem nos autos do crime que houve resistência à prisão. Isso faz com que tal morte não seja investigada. Sra. Presidenta, peço a V.Exa. que autorize a divulgação do meu pronunciamento pelos meios de comunicação da Casa e inclusive pelo programa A Voz do Brasil. PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, funcionários e todos aqueles que nos acompanham pelos veículos de comunicação da Casa, por que devemos acabar com os autos de resistência, aprovando o Projeto de Lei nº 4.471, de 2012? O assassinado do Cabo Antônio Marco da Silva Figueiredo, pertencente à Ronda Tática Metropolitana — ROTAM, deu sequência à chacina de 10 indivíduos, segundo a polícia, bandidos. Os assassinatos ocorreram precisamente nos bairros do Guamá, Terra Firme e Jurunas, na capital do Estado do Pará, Belém. 31 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 Não há provas definitivas, mas todas as evidências nos levam a crer que as mortes que seguiram ao assassinato do policial tenham sido por vingança e executadas por policiais. Pois bem, senhoras e senhores, se comprovado que os autores dos crimes foram policiais, um complicado processo criminal será instaurado e levará décadas para conclusão, sem a garantia da prisão dos responsáveis. Isso ocorre devido a uma série de brechas na legislação, herança do regime militar, que de certa forma blinda os membros da corporação, tornando-os imputáveis. Uma dessas excrescências jurídica, sem dúvida, são os autos de resistência. Os autos de resistência ou resistência seguida de morte são um mecanismo que serve para encobrir mortes cometidas por agentes do Estado. Ou seja, os policiais matam, mesmo quando estão de folga, e escrevem nos autos do crime que houve resistência à prisão. Isso faz com que os crimes não sejam investigados. Essa prática é letal, principalmente na periferia das grandes cidades. Dados da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo apontam que, apenas no terceiro trimestre de 2014, 170 pessoas foram mortas por policiais militares ou civis. Quem sofre mais com o problema são os jovens negros e pobres das periferias do Brasil. No ano passado, o IPEA divulgou uma pesquisa mostrando que, de cada três pessoas assassinadas no Brasil, duas são negras. Esse é só mais um indício de como a questão é muito mais racial do que de segurança. Não podemos esquecer o assassinato do pedreiro Amarildo pela PM na favela da Rocinha, no Rio de Janeiro; não podemos esquecer a morte do menino Douglas por PMs na Zona Norte de São Paulo; ou do caso do menino Davi Fiúza, 32 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 que desapareceu levado pela PM em Salvador. O que têm em comum essas vítimas? Eram pobres, negros e favelados. Não podemos esquecer também, Sr. Presidente, das dezenas de Amarildos, Douglas e Davis que são assassinados nas mãos de maus policiais. Por isso, devemos revogar imediatamente a licença para matar, aprovando o quanto antes o Projeto de Lei nº 4.471, de 2012, uma vez que ele obriga a preservação da cena do crime; obriga a realização de perícia e coleta de provas imediatas; define a abertura de inquérito para apuração do caso; veta o transporte de vítimas em confronto com agentes, que devem chamar socorro especializado — essa medida, já adotada no estado de São Paulo, diminuiu o número de mortes em 39%; substitui os autos de resistência ou resistência seguida de morte por lesão corporal decorrente de intervenção policial e morte decorrente de intervenção policial. Eu gostaria aqui de parabenizar as diversas organizações governamentais e da sociedade civil que estão à frente da grande campanha em todo o Brasil pela aprovação desse projeto de lei, tais como, os movimentos: Juventude Viva; Mães de Maio; Instituto Brasileiro de Ciências Criminais — IBCCRIM; União de Núcleos de Educação Popular para Negros e Classe Trabalhadora — UNEAFRO; Pastoral Carcerária; Educação e Cidadania de Afrodescendentes e Carentes — EDUCAFRO e muitos outros, incluindo também a Ordem dos Advogados do Brasil — OAB. Essas organizações também foram responsáveis pela organização do PL 4471/12. Temos também do nosso lado, senhoras e senhores, a nossa Presidenta Dilma, que já afirmou ser radicalmente contra os autos de resistência que tanto vitima os jovens negros no Brasil. Para a Presidenta não é válido dizer que esses 33 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 jovens — a maioria negra — foram mortos porque resistiram. Eles foram mortos porque foram mortos. Era o que eu tinha a dizer. 34 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 [CD42][CD43] REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 A SRA. PRESIDENTA (Benedita da Silva) - Com a palavra o Deputado Edinho Bez. O SR. EDINHO BEZ (PMDB-SC. Sem revisão do orador.) - Sra. Presidente Benedita da Silva, meus caros colegas, antes de nós iniciarmos a Ordem do Dia, quero registrar a presença aqui de meus coestaduanos. Está aqui o meu amigo Prefeito de Braço do Norte, Ademir Matos, que tantas vezes esteve aqui, atrás de recursos para o seu Município. Seja bem-vindo mais uma vez! Também estão presentes o Vereador Dudu e o radialista Israel, grande representante da imprensa do nosso Município de Braço do Norte e região e também homem de televisão. É um prazer tê-los conosco! Venham sempre a Brasília! Sra. Presidenta, venho falar, nesta oportunidade, sobre o sinal de alerta do Ministério da Saúde para os casos de dengue em 533 Municípios do nosso Brasil. Os dados divulgados no dia 4 de novembro indicam que 533 Municípios brasileiros estão em situação de alerta para a dengue e 117 correm o risco de registrar uma epidemia da doença. Eu, que relatei o projeto sobre a regulamentação da Medicina no Brasil e trabalhei com 12 profissões da área da saúde, sei do que estou falando e da preocupação que isso causa. Mas o Ministério da Saúde tem tomado as devidas providências. As cidades classificadas em alerta apresentam larvas do mosquito entre 1% e 3,9% dos imóveis pesquisados, enquanto as que se enquadram em risco registram índice superior a 3,9%. [CD44] O Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypti — LIRAa mostra que dez capitais brasileiras apresentam situação de alerta para a dengue: 35 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 Belém, no Pará; Porto Velho, em Rondônia; Maceió, em Alagoas; Natal, no Rio Grande do Norte; Recife, em Pernambuco; São Luís, no Maranhão; Aracaju, em Sergipe; Vitória, no Espírito Santo; Cuiabá, em Mato Grosso; e Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Santa Catarina está fora dessa relação. Quero aqui cumprimentar, na pessoa do nosso amigo e hoje Secretário-Adjunto, Acélio Casagrande, toda a equipe da Secretaria de Saúde do Estado de Santa Catarina. Cumprimento também o nosso Governador Raimundo Colombo e o nosso Vice-Governador Eduardo Moreira. Mais capitais também estão com esse problema, por isso eu encerro dizendo que é importante ficarmos atentos. Os dados relativos à Região Sul mostram que a infestação de mosquitos ocorre principalmente por causa do lixo dos domicílios. Parabenizo o Ministério da Saúde pelas providências tomadas. PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, tomo a palavra nesta oportunidade para falar sobre o sinal de alerta do Ministério da Saúde para os casos de dengue em 533 Municípios brasileiros. Os dados divulgados no dia 4 de novembro indicam que 533 Municípios brasileiros estão em situação de alerta para a dengue e 117 correm o risco de registrar uma epidemia da doença. As cidades classificadas em alerta apresentam larvas do mosquito entre 1% e 3,9% dos imóveis pesquisados, enquanto as que se enquadram em risco registram índice superior a 3,9%. 36 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypti — LIRAa mostra que dez capitais brasileiras apresentam situação de alerta para a dengue: Belém, no Pará; Porto Velho, em Rondônia; Maceió, em Alagoas; Natal, no Rio Grande do Norte; Recife, em Pernambuco; São Luís, no Maranhão; Aracaju, em Sergipe; Vitória, no Espírito Santo; Cuiabá, em Mato Grosso, e Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Seis capitais — Boa Vista, em Roraima; Manaus, no Amazonas; Palmas, no Tocantins; Rio Branco, no Acre; Fortaleza, no Ceará, e Salvador, na Bahia — ainda não apresentaram os resultados do levantamento ao Ministério. No Norte, dos 124 Municípios que participaram do levantamento, 52 estão em situação de alerta e 17 em situação de risco. O principal problema para a transmissão da doença na região é o lixo nos domicílios, como garrafas, pneus, latas e qualquer outro objeto que possa acumular água de chuva. Já na Região Nordeste, o Ministério detectou que o principal problema para a transmissão da doença é o armazenamento incorreto de água. Dos 727 Municípios que responderam ao levantamento, 354 estão em situação de alerta e 96 em situação de risco. No Sudeste, 426 Municípios participaram do levantamento, 90 se enquadram em situação de alerta e apenas um em situação de risco. Na região, a transmissão da doença acontece principalmente por depósitos domiciliares, que incluem pratos de vasos de planta, vasilhas de água de cães e gatos e calhas entupidas. Na Região Centro-Oeste, o Ministério da Saúde também detectou como principal problema para a transmissão o armazenamento incorreto de água. Cento e 37 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 trinta e quatro Municípios participaram do levantamento, 20 estão em situação de alerta e um em situação de risco. Por fim, os dados relativos à Região Sul mostram que a transmissão ocorre principalmente pelo lixo nos domicílios. O Ministério fez o levantamento com 52 Municípios: 17 estão em situação de alerta e dois em situação de risco. Encerro lembrando que continuaremos atentos, pois se trata de um assunto extremamente importante para a saúde da população brasileira. Era o que tinha a dizer. 38 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 [CD45][CD46] REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 A SRA. PRESIDENTA (Benedita da Silva) - Com a palavra o Deputado Simplício Araújo. O SR. SIMPLÍCIO ARAÚJO (SD-MA. Sem revisão do orador.) - Sra. Presidente, apenas gostaria de trazer ao conhecimento desta Casa, da imprensa e dos demais órgãos de controle deste País a gravidade do que está acontecendo na minha cidade, Pedreiras, no Maranhão. Lá em Pedreiras, houve há alguns dias gravíssimas denúncias, formuladas por um médico, contra o sistema público de saúde da cidade, as quais geraram a demissão do Secretário Municipal de Saúde. E esse Secretário, ao sair, em vez de se defender, atribuiu todas as denúncias a uma possível dependência química do médico denunciante, pelo uso de drogas. Ou[CD47] seja, somente agora, quando o médico denunciou o que estava ocorrendo na saúde, o Secretário de Saúde apresentou a sua demissão. Ele não o fez por conta de qualquer risco por que poderia passar a população. Portanto, Sras. e Srs. Deputados, através de ofício que apresentei hoje à Mesa, peço que esta Casa tome providências para que os órgãos de controle deste País investiguem o que está ocorrendo em Pedreiras, no Estado do Maranhão. Nós precisamos que aquela cidade, que é um polo de saúde importante para mais de 13 Municípios da Regional de Saúde do Médio Mearim, tenha esse caso passado a limpo. Gostaria também de pedir ao juiz e ao Ministério Público locais que investiguem todas as denúncias do médico, para que possamos dar uma resposta à altura para a população, levando ao seu conhecimento o que está ocorrendo com os recursos públicos federais, em especial do SUS. Muito obrigado. 39 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 [CD48][CD49] REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 A SRA. PRESIDENTA (Benedita da Silva) - Com a palavra o Deputado Chico Lopes. O SR. CHICO LOPES (PCdoB-CE. Sem revisão do orador.) - Sra. Presidente, eu quero agradecer às entidades da magistratura e da advocacia pela nota que publicaram contra a Proposta de Emenda à Constituição nº 457, de 2005, que levanta a questão de Ministros permanecerem no cargo até os 75 anos. Eu não tenho nenhum preconceito sobre idade, mas existe nisso um problema político: se deixarmos os vários Ministros que há nos tribunais superiores ficarem no cargo até os 75 anos, ninguém sabe o que poderão aprontar cada vez mais com a política. Se eles querem ser políticos, que renunciem ao mandato, entrem num partido político e venham disputar conosco. Venha[CD50]m saber como é bom a imprensa criminalizar indistintamente qualquer político desta Casa! Venham saber o que é passar na rua, e o cara te apontar com o dedo, dizendo que todos nós somos isso, aquilo ou aquilo outro! Aí eles vão notar que este bem, a democracia, é bom para todo mundo. Vou seguir a Ordem dos Advogados do Brasil, os magistrados e todos aqueles que assinaram esta nota, para que não se vote a favor dessa PEC da Bengala. Muito obrigado, Sra. Presidente. 40 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 [CD51] [CD52]A REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 SRA. PRESIDENTA (Benedita da Silva) - Com a palavra o Deputado Fábio Trad. O SR. FÁBIO TRAD (PMDB-MS. Sem revisão do orador.) - Sra. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, venho à tribuna para sensibilizar o Colégio de Líderes, a fim de que decida colocar em pauta a votação da Proposta de Emenda à Constituição nº 82, de 2007. Trata-se de uma conquista pleiteada por muito tempo pela advocacia pública brasileira, que exige a sua autonomia para fiscalizar, de forma imparcial, a execução e a formulação bem como a implementação de políticas públicas idealizadas pelos governantes. Queremos uma advocacia pública independente, que não seja cúmplice dos erros voluntários ou involuntários dos governantes, que passa por uma advocacia pública de Estado fortalecida e que na realidade seja fiscal da exação da lei para robustecer e legitimar a autoridade dos governantes. Além desse pleito, Sra. Presidente, solicito que o Colégio de Líderes delibere pela inclusão em pauta da votação da Proposta de Emenda à Constituição nº 555, de 2006, uma vez que é absolutamente injusto que servidores públicos aposentados tenham que contribuir com o INSS. Afinal[CD53] de contas, na sua carreira laboral, eles já o fizeram. Penalizá-los depois de aposentados é, na verdade, uma violência que constitui uma excrecência jurídica. Solicito que o meu pronunciamento seja repercutido pelo programa A Voz do Brasil, Sra. Presidente Benedita da Silva. 41 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 [CD54] [CD55]A REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 SRA. PRESIDENTA (Benedita da Silva) - Com a palavra o Deputado Renato Molling. O SR. RENATO MOLLING (Bloco/PP-RS. Sem revisão do orador.) - Sra. Presidenta Benedita da Silva, eu queria dar como lido o meu pronunciamento sobre a importância do setor de turismo para o nosso País. Nós temos um potencial enorme para crescer, e o setor já representa um mercado bastante grande, principalmente na geração de emprego. Tive a oportunidade de, dias atrás, participar do Festival do Turismo de Gramado — FESTURIS. Gramado é um exemplo de cidade turística que acolhe bem as pessoas, que trabalha em parceria com os governos para melhorar a infraestrutura. Precisamos unir todo o trade turístico, para que realmente o turismo seja uma prioridade em nosso País. Eu queria que este discurso fosse divulgado pela imprensa, especialmente pelo programa A Voz do Brasil. Muito obrigado, Sra. Presidenta. PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, na qualidade de Presidente da Comissão de Turismo desta Casa, tenho tido a oportunidade de conhecer ainda mais profundamente os diversos aspectos dessa fonte inesgotável e limpa de desenvolvimento para o nosso País. No último dia 6, tive a oportunidade de prestigiar a abertura do 26º Festival do Turismo de Gramado. Considerada a feira de negócios e de resultados mais efetivos para o trade brasileiro e sul-americano, o Festival reúne significativa amostra do 42 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 setor no sul do Brasil. O FESTURIS tem como objetivo a concretização de negócios e parcerias que geram sólidos resultados durante todo o ano. O FESTURIS é voltado exclusivamente para profissionais do trade turístico, recebendo empresas, delegações oficiais e profissionais com poder de decisão de mais de 30 países. Por seus corredores circulam mais de 13 mil profissionais. Vitrine privilegiada para cerca de 2 mil marcas, a feira é realizada no Serra Park, um dos mais modernos centros de eventos do Brasil, localizado a apenas 1 quilômetro do centro da cidade. Gramado, a pequena cidade com características europeias e sede do Festival do Turismo, é considerada um modelo de planejamento turístico no Brasil. Dotada de completa infraestrutura hoteleira e gastronômica, é frequentada por milhares de turistas do Brasil e de outros países. Seu centro é um verdadeiro shopping a céu aberto, com lojas de grifes fazendo contraponto aos artesanatos e chocolatarias — outra marca registrada da cidade. Gramado é ainda privilegiada por suas áreas verdes que abrigam condomínios, mais de 1 centena de hotéis, parques e áreas de lazer. O Estado do Rio Grande do Sul é a principal via de acesso para o MERCOSUL. A Capital Porto Alegre é considerada o centro deste mercado comum formado por Brasil, Uruguai, Argentina e Paraguai e que tem como associados Chile e Bolívia. A estratégica posição geográfica do Estado faz dele a segunda maior porta de entrada de turistas no Brasil. Com quatro estações bem definidas, o Rio Grande do Sul foi colonizado por imigrantes açorianos, alemães e italianos, que aqui encontraram um pedaço da Europa. O Estado tem ainda forte influência hispânica, devido à proximidade com os países de fala espanhola, com os quais faz fronteira. 43 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 Por isso mesmo, desejo aproveitar essa oportunidade e solicitar aos meus pares que não poupem esforços nem apoio às proposições que tramitam nesta Casa destinadas a impulsionar o turismo como negócio legalizado, correto, ordenado, gerador de empregos, impostos e desenvolvimento. Por último, e não menos importante, Sr. Presidente, desejo manifestar aqui minha mais absoluta convicção de que é necessário e urgente melhorar a infraestrutura de acesso aos empreendimentos, melhorar a sinalização turística e, sobretudo, a conscientização dos gestores públicos. Há muito o que fazer. Essa é uma tarefa que transcende governos, transcende mandatos eletivos, está acima de ideologias ou de programas partidários, pois é algo que beneficia a todos nós, indistintamente. Na realidade, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, já passa da hora de os formuladores de políticas públicas verem o turismo com outros olhos, especialmente por meio da criação de mecanismos que alavanquem ainda mais o desenvolvimento do turismo no Brasil. Essas eram as minhas considerações. Sr. Presidente, peço a V.Exa. que dê publicidade deste pronunciamento nos veículos de comunicação internos da Casa, bem como no programa A Voz do Brasil. Muito obrigado. 44 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 [CD56][CD57] REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 A SRA. PRESIDENTA (Benedita da Silva) - Com a palavra o Deputado Pedro Fernandes. O SR. PEDRO FERNANDES (PTB-MA. Sem revisão do orador.) - Sra. Presidente, temos acompanhado uma série de denúncias feitas contra políticos, contra empresas, contra agentes públicos. Nós esperamos que tudo isso seja realmente apurado, que a verdade venha à tona e se puna realmente os verdadeiros culpados. Também, por outro lado, fala-se muito na reforma política deste País. Nós estamos apresentando um projeto que será submetido à discussão desta Casa, para que os partidos políticos em que os seus políticos estejam envolvidos com corrupção sejam punidos. Hoje, esses partidos se fortalecem na corrupção; cresce o seu número de Deputados; fortalecem-se no fundo partidário, no tempo de televisão com dinheiro sujo, com dinheiro da corrupção. Então, esses partidos precisam ser punidos. E essas punições nós haveremos de discutir aqui. Ou o partido deixa de existir ou o partido deixa de lançar candidatos por uma ou duas eleições. Enfim, nós precisamos punir os partidos políticos. Não é possível, ao longo da recente história republicana brasileira, dessa redemocratização do País, vermos a corrupção campeando, corrupção nas eleições, partidos políticos se fortalecendo e não serem punidos. Seus dirigentes são presos, seus dirigentes são multados, são levados à barra da Justiça, e os partidos se salvam. A instituição precisa pagar esse preço para que os bons do partido possam realmente, na democratização partidária, expulsar aqueles que fazem o malfeito, como diz a Presidenta Dilma, dentro do partido. 45 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 É um projeto que, claro, nós vamos submeter à discussão nesta Casa e, depois, então, à sociedade brasileira. Muito obrigado, Sra. Presidente. A Sra. Benedita da Silva, nos termos do § 2º do art. 18 do Regimento Interno, deixa a cadeira da Presidência, que é ocupada pela Sra. Janete Rocha Pietá, nos termos do § 2º do art. 18 do Regimento Interno. 46 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 [CD58][CD59] REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 A SRA. PRESIDENTA (Janete Rocha Pietá) - Concedo a palavra ao Deputado Afonso Hamm, do Bloco PP/PROS do Rio Grande do Sul. O SR. AFONSO HAMM (Bloco/PP-RS. Sem revisão do orador.) - Sra. Presidente, colegas Deputados, eu queria que o meu discurso fosse dado como lido e difundido no programa A Voz do Brasil. Hoje, 18 de novembro, é Dia do Conselheiro Tutelar. A representação dos nossos conselheiros é fundamental ao cumprimento do Estatuto da Criança e do Adolescente: a questão do jovem, do descaminho das drogas, dos maus-tratos. Nós precisamos também evitar a exploração sexual que existe em alguns pontos do nosso País. Inclusive essa preocupação, que nós tivemos durante a Copa do Mundo, deve ser permanente no País. Eu queria destacar o trabalho feito por esses conselheiros tutelares, cujas condições de trabalho precisam melhorar, para que eles possam efetivamente fazer cumprir a lei e dar segurança aos menores e adolescentes. Esta é a homenagem do Deputado Afonso Hamm, do Congresso, aos conselheiros tutelares. PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, na data de hoje, 18 de novembro, celebra-se o Dia do Conselheiro Tutelar, quando havemos de prestar as merecidas homenagens em reconhecimento à importância do papel a cargo dos conselheiros tutelares, responsáveis pela promoção e defesa dos direitos básicos das crianças e adolescentes. 47 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 Criados por intermédio da Lei nº 8.069, de 1990, o Estatuto da Criança e do Adolescente — ECA, os Conselhos Tutelares possuem, entre outras atribuições, atender crianças e adolescentes cujos direitos foram desrespeitados e receber comunicação de casos de maus-tratos. Na oportunidade, aproveito para fazer especial referência sobre atuação dos Conselhos Tutelares no meu Estado do Rio Grande do Sul. Vale notar que a primeira Capital a instituir os Conselhos Tutelares foi justamente Porto Alegre, que se divide, atualmente, em dez microrregiões. Esses Conselhos têm recebido um número crescente de denúncias, principalmente depois do caso do menino Bernardo, de Três Passos. Neste ano de Copa do Mundo, segundo o Secretário de Governança, Carlos Siegle de Souza, a Capital gaúcha investiu na preparação dos conselheiros, visando prevenir contra situações decorrentes da ideia que, durante muito tempo, foi difundida e levou o País a ser identificado como um lugar para turismo sexual e exploração de menores. O trabalho empreendido na Capital gaúcha resultou, conforme o Secretário, em número reduzido de ocorrências de violação de direitos da criança e do adolescente. Mesmo com o reconhecido trabalho social realizado pelos conselheiros, ainda em muitos Municípios os profissionais enfrentam problemas de cunho estrutural. Portanto, Sr. Presidente, além de reconhecer avanços e conquistas na trajetória dos Conselhos Tutelares, precisamos também corrigir os problemas existentes, somando esforços para assegurar melhores condições para o cumprimento efetivo das finalidades a que se destinam esses importantes instrumentos de proteção para as crianças e adolescentes. 48 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 Há muito ainda por se fazer no sentido da ampliação e do aperfeiçoamento da rede protetora da criança e do adolescente no Brasil, para o enfrentamento de situações de extrema gravidade como a violência, o uso de drogas, o abandono, a exploração sexual, o trabalho infantil e demais questões que requerem a atuação firme, constante e coesa dos agentes e das entidades responsáveis. Em conclusão, Sr. Presidente, reitero a justa homenagem pelo transcurso do Dia do Conselheiro Tutelar, encarecendo as esferas públicas para que se dedique a devida atenção a esse serviço de extraordinária relevância e utilidade, preponderante realmente para a proteção da família e da sociedade, razão pela qual merece integral apoio e reconhecimento. Justificam-se, portanto, as reivindicações pela destinação de recursos em volume correspondente à dimensão dos desafios a enfrentar. Por melhores condições de trabalho e remuneração dos servidores, por uma infraestrutura mais adequada, com o intuito de garantir o pleno respeito aos direitos fundamentais da criança e do adolescente no Brasil. Peço a divulgação deste pronunciamento em A Voz do Brasil e nos meios de comunicação desta Casa Legislativa. Era o que eu tinha a manifestar. Muito obrigado. 49 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 [CD60] REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 A SRA. PRESIDENTA (Janete Rocha Pietá) - Com a palavra a nossa querida Deputada Benedita da Silva, do PT do Rio de Janeiro. S.Exa. dispõe de 1 minuto, prorrogável por mais 1 minuto. A SRA. BENEDITA DA SILVA (PT-RJ. Sem revisão da oradora.) - Sra. Presidenta, Sras. e Srs. Deputados, nós estivemos hoje neste plenário para participar de uma grande comemoração pelo transcurso da Semana da Consciência Negra, principalmente da homenagem que prestamos a Zumbi dos Palmares. É com grande satisfação que registro que a Presidenta Dilma sancionou, no dia 13 de novembro, a Lei nº 13.043, na qual o art. 82 da Lei nº 9.393, de 19 de dezembro de 1996, passou a vigorar com a seguinte redação: [CD61]“Art. 3ºA. Os imóveis rurais oficialmente reconhecidos como áreas ocupadas por remanescentes de comunidades de quilombos que estejam sob a ocupação direta e sejam explorados, individual ou coletivamente, pelos membros destas comunidades são isentos do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural — ITR.” Essa iniciativa é de grande alcance social. Depois do Estatuto da Igualdade, da implantação de políticas de cotas nas universidades e nos concursos públicos, é muito importante que esta Casa saiba que essa iniciativa da Presidente Dilma vai muito além de regulamentar um decreto. Nós sabemos da importância de se garantir aos quilombolas o direito a essas terras. Não tínhamos dúvida de que o ITR era um grande entrave na busca do direito dessa comunidade. 50 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 Eu peço, Sra. Presidenta, a divulgação do meu pronunciamento na íntegra no programa A Voz do Brasil e nos meios de comunicação desta Casa. Obrigada. A SRA. PRESIDENTA(Janete Rocha Pietá) - Obrigada, Deputada Benedita da Silva. 51 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 [CD62][CD63] REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 A SRA. PRESIDENTA (Janete Rocha Pietá) - Com a palavra o Deputado Francisco de Assis, do PT de Santa Catarina, por 5 minutos. O SR. FRANCISCO DE ASSIS (PT-SC. Sem revisão do orador.) - Sra. Presidenta, boa tarde! Quero também saudar as colegas e os colegas Deputados. Estou inscrito hoje, Sr. Presidenta, para fazer alguns registros: o primeiro deles é para saudar os meus amigos de Joinville, o Ingo, o Ivo, a Salete, a Cida, e a minha esposa, Deputado Onofre, a Luci, que se encontra aqui presente. [CD64] O segundo registro que eu quero fazer é sobre um presente que ganhei de um professor do Instituto Federal de Educação de Santa Catarina, o Prof. Fernando. Ele me presenteou com uma obra sobre uma experiência feita em Videira, Santa Catarina, pelos alunos do Instituto Federal, cujo título é Experiências de Mulheres Mil. A experiência retrata a biografia das mulheres catarinenses do Município de Videira. Então, agradeço ao Prof. Fernando e ao Instituto Federal por esse brilhante trabalho, que vai ficar à disposição da sociedade brasileira no nosso gabinete e no gabinete do Deputado Pedro Uczai, assim que terminar o nosso mandato. Outro registro que quero fazer é sobre o presente que ganhei do Prefeito de Ituporanga, este belo trabalho que divulga a cidade de Ituporanga, a Capital Nacional da Cebola. Foi feito um brilhante trabalho, e o Prefeito o está trazendo a Brasília para presentear vários Deputados e o Governo Federal, contando a história daquela brilhante e rica cidade de Santa Catarina, localizada no Alto Vale do nosso Estado, capital catarinense e capital nacional da cebola, onde é realizada uma das maiores festas deste País. 52 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 Agradeço ao Prefeito e a toda a população do Alto Vale pela pujante cidade daquela região de Santa Catarina. O quarto registro que quero fazer, aproveitando os meus 5 minutos, é a respeito da audiência pública que tivemos hoje pela manhã com o Ministro Aldo Rebelo, com o Governo Federal, que recebeu a delegação catarinense de Parlamentares, composta por Deputados e Senadores, assim como o Prefeito de Joinville, para tratar da ampliação da nossa Arena, da Arena Joinville. É um reconhecimento pelo Governo Federal da história de Santa Catarina, um compromisso que Aldo Rebelo assumiu com o nosso Estado, mas principalmente com a nossa história, com a história do Joinville Esporte Clube e com a história da maior cidade de Santa Catarina, que é Joinville. [CD65] Quero registrar isso porque, na delegação que hoje esteve presente no gabinete do Ministro, realmente estavam representadas todas as regiões de Santa Catarina. Tínhamos um único objetivo: fazer com que a Arena Joinville, essa arena municipal, consiga demandar os jogos da Série A do Campeonato Brasileiro ano que vem, quando o Joinville, representando a nossa cidade e o norte de Santa Catarina, vai precisar de um estádio melhor do que o que temos hoje. Agradeço ao Ministro Aldo Rebelo e ao Governo Federal por entenderem que é fundamental e urgente essa ampliação da Arena, para que possamos, enfim, comandar e mandar jogos da Série A do ano que vem em Joinville. Por fim, Sr. Presidente, eu quero registrar que estamos dando entrada e encaminhando a esta Casa os Projetos de Lei nºs 8.100 e 8.101. O Projeto de Lei nº 8.101 altera o Código Brasileiro de Trânsito, obrigando o uso de limitador de velocidade nos veículos em circulação no Brasil, e dá outras providências. 53 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 Por que esse projeto, senhores? Esse projeto vem corrigir uma distorção. No mesmo país onde o Código Brasileiro estabelece velocidades máximas nas rodovias, são fabricados veículos para andar a 200, 300 quilômetros por hora. Como é que eu vou produzir um veículo para andar a 300 quilômetros por hora, Srs. Deputados, se a lei diz que eu só posso andar até 100, 110, 120? É uma contradição. Penso que esta Casa não tinha ainda atentado para essa questão. Nosso mandato termina agora, em dezembro, mas quero deixar para os colegas, para os nobres Deputados, a tarefa de fazerem esse importante debate na principal Casa de leis deste País, discutindo o limite de velocidade dos veículos no Brasil. Isso vai diminuir acidentes, diminuir mortes, diminuir o custo no SUS. Enfim[CD66], é um projeto que vem ao encontro da saúde, acima de tudo, e não dos gastos que nós temos hoje no nosso País. Concedo um aparte a V.Exa. O SR. LÁZARO BOTELHO - Olha, coincidentemente... O SR. PRESIDENTE (Onofre Santo Agostini) - Infelizmente, Deputado, não pode. O SR. FRANCISCO DE ASSIS - No Pequeno Expediente não pode ter haver aparte. Mas, enfim, concluindo o meu raciocínio, Deputado, são estes os dois registros que desejava fazer. Um segundo projeto que apresentei esta semana diz respeito às taxas dos cartões de crédito. Sabemos que os absurdos... (O microfone é desligado.) 54 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O SR. FRANCISCO DE ASSIS - Obrigado, Sr. Presidente. Mais 1 minuto, só para concluir. Outro projeto a que dei entrada nesta Casa trata das taxas cobradas pelos cartões de crédito. Sabemos que no Brasil esses valores são muitos altos. A CDL — Câmara de Dirigentes Lojistas, os lojistas, os contribuintes reclamam há bastante tempo. E o Brasil, hoje, já se coloca numa posição mundial em que muita gente utiliza o cartão de crédito e de débito, e essas taxas cobradas, da forma como são, não mais condizem com a nossa realidade. Por isso, estamos estabelecendo um limite máximo de 2% nessas taxas. É outro projeto que vai ficar tramitando nesta Casa, mas eu espero poder contar com a inteligência, com a sabedoria dos nobres Parlamentares para fazerem com que isso ande, seja aprovado e se torne uma realidade no nosso País. Presidente, eu gostaria que esses comunicados que fiz, essas observações, fossem também divulgadas nos meios de comunicação da Casa e no programa A Voz do Brasil, para que o povo brasileiro tome ciência daquilo que nós estamos apresentando. Muito obrigado. O SR. PRESIDENTE (Onofre Santo Agostini) - O pedido de V.Exa. será atendido. A Sra. Janete Rocha Pietá, nos termos do § 2º do art. 18 do Regimento Interno, deixa a cadeira da Presidência, que é ocupada pelo Sr. Onofre Santo Agostini, nos termos do § 2º do art. 18 do Regimento Interno. 55 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 [CD67][CD68] REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O SR. PRESIDENTE (Onofre Santo Agostini) - Com a palavra o Deputado Lázaro Botelho. V.Exa. dispõe de 1 minuto. O SR. LÁZARO BOTELHO (Bloco/PP-TO. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, eu gostaria que fosse dado como lido este meu discurso, mas eu gostaria pelo menos de ler o início. O Brasil está em guerra! O Dia Mundial em Memória das Vítimas de Trânsito, instituído pela Organização das Nações Unidas e celebrado no terceiro domingo de novembro, tem o objetivo de chamar a atenção da sociedade para a tragédia representada pelo grande número de lesões e mortes em decorrência de acidentes de trânsito. Levantamento feito pela ONU em 183 países mostra que em termos absolutos o Brasil é o quarto país do mundo com maior número de mortes no trânsito, ficando atrás somente de China, Índia e Nigéria. Dados de 2010 serviram de base para o relatório que registrou a morte de 42.844 pessoas, mostrando que uma verdadeira guerra é travada em nossas ruas e estradas, matando diariamente 117 pessoas. O SR. PRESIDENTE (Onofre Santo Agostini) - Deputado Lázaro Botelho, como já há um orador na tribuna, vou dar como lido seu discurso e solicitar que seja divulgado nos Anais desta Casa e de modo especial no programa A Voz do Brasil. PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o Dia Mundial em Memória das Vítimas de Trânsito, instituído pela Organização das Nações Unidas — ONU e 56 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 celebrado no terceiro domingo de novembro, tem o objetivo de chamar a atenção da sociedade para a tragédia representada pelo grande número de lesões e mortes em decorrência de acidentes de trânsito. O levantamento feito em 183 países pela ONU mostra que, em termos absolutos, o Brasil é quarto país do mundo com maior número de mortes no trânsito, ficando atrás somente de China, Índia e Nigéria. Dados do ano de 2010 que serviu de base para o relatório registrou a morte de 42.844 pessoas, mostrando que uma verdadeira guerra é travada nas nossas ruas e estradas, matando diariamente 117 pessoas. Cada número, cada estatística, representa uma vida, uma família, uma história. Os dados preliminares do Datasus apontam que em 2013 houve uma redução de 10% no número de vítimas fatais, com 40,5 mil mortes, ante 44,8 mil em 2012, interrompendo uma sequência de aumento no número de mortes por acidentes de trânsito registrados nos últimos anos. Apesar da redução, os números no Brasil estão longe dos registrados em outros países. Enquanto temos um índice de 20,1 mortes por 100 mil habitantes, na Islândia são 2,8 mortes, no Reino Unido, 3,7, nos Estados Unidos, 11,4 e na nossa vizinha Argentina, 12,6 mortes para cada grupo de 100 mil habitantes. Quando observamos o número de vítimas no Tocantins, os dados são ainda mais alarmantes. Estudo prévio do Mapa da Violência 2014 aponta o nosso Estado com a segunda maior taxa proporcional de mortalidade, com 40,9 óbitos por grupo de 100 mil habitantes, muito à frente da média brasileira, de 23,7, e a de Estados com frotas e malha rodoviárias maiores que a nossa, como Minas Gerais, 23,6, Rio de Janeiro, 18,9, e São Paulo, 17,4. 57 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 Outro dado que preocupa é o crescente número de motociclistas mortos. Em 2013, 29% das vítimas fatais eram motociclistas, 24% eram ocupantes de automóveis, 19% eram pedestres e 3% eram ciclistas. Na última década, enquanto as mortes de ocupantes de carro subiram 32%, as de moto cresceram mais de 130%. No âmbito do Congresso Nacional temos tomado diversas medidas para aperfeiçoar o Código de Trânsito Brasileiro. Em conjunto com o Ministério das Cidades, através do Departamento Nacional de Trânsito — DENATRAN, alteramos a Lei Seca, que ficou ainda mais rigorosa, aumentamos os valores das multas por ultrapassagens indevidas, nossos carros passaram a contar com itens de segurança como airbag e freio ABS em todos os modelos, entre outras importantes medidas para salvar vidas. Mas o rigor na legislação tem que vir acompanhado de aumento na fiscalização. Governos Estaduais e Municipais precisam enfrentar esse problema com mais empenho, aumentando o número de agentes de trânsito e investindo em campanhas educativas. Medidas de engenharia de trânsito e oferta de transporte público de qualidade também são importantes para salvar vidas. O crescimento no número de motos nas ruas deve-se, em grande parte, à falta de transporte público adequado. Imprudência e excesso de velocidade estão entre as maiores causas de mortes no trânsito. A chance de um pedestre sobreviver a um atropelamento com um carro a 60 quilômetros por hora é de apenas 2%, mas se a velocidade cair para 40 quilômetros por hora, a probabilidade de sair com vida salta para 64%. 58 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 A sociedade tem que apoiar e até mesmo cobrar mais rigor na fiscalização. Cada carro parado em uma blitz e impedido de prosseguir viagem pela constatação de alguma irregularidade pode representar a salvação de diversas vidas. Ao receber uma multa por excesso de velocidade saiba que a sua vida, a de sua família e a de outras pessoas estavam em risco naquele momento. O Brasil é signatário de resolução da ONU da Década de Ação pela Segurança no Trânsito, comprometendo-se a reduzir pela metade as mortes até 2020. Mas para atingir esse objetivo precisaremos da participação de todos — condutores, pedestres e ciclistas —, promovendo uma verdadeira revolução no nosso comportamento diante do trânsito. Só assim poderemos acabar com a guerra, salvar vidas e viver em paz. Lázaro Botelho é Deputado Federal pelo PP do Tocantins, membro da Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados. 59 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 [CD69] [CD70]O REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 SR. PRESIDENTE (Onofre Santo Agostini) - Concedo a palavra ao Deputado Arnaldo Faria de Sá. O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PTB-SP. Sem revisão do orador.) Obrigado, Sr. Presidente. Eu quero registrar que está na pauta da sessão extraordinária a provável votação da Proposta de Emenda à Constituição nº 170, de 2012. Não é o texto que foi votado na Comissão! É o texto que está sendo manobrado e, sem dúvida nenhuma, com 171 assinaturas, podemos entender que é um verdadeiro estelionato, que é pretexto para se tirar a questão da retroatividade. Está se retirando integralidade; está se retirando paridade. Basta confrontar o texto desta emenda do Deputado Henrique Fontana com o texto da Emenda Constitucional nº 70, e 2012, para se ver que é um perfeito golpe. Mais um que se dá nos aposentados por invalidez. [CD71]Nós não vamos aceitar. Eu vou lutar, já que foi aprovada a LDO agora, também para garantir um percentual de aumento aos aposentados e pensionistas, que estão há muito tempo sem aumento real. Tem dinheiro para tudo! Basta ver o escândalo da PETROBRAS aí. Sobra até para devolver dinheiro! Estão devolvendo mais de 100 milhões de dólares — vejam quanta grana —, mas não tem dinheiro para os aposentados. É lamentável! 60 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 [CD72][CD73] REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O SR. PRESIDENTE (Onofre Santo Agostini) - Concedo a palavra ao Deputado Augusto Coutinho. V.Exa. dispõe de 5 minutos. O SR. AUGUSTO COUTINHO (SD-PE. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, durante a campanha eleitoral, a Presidente Dilma, junto com o ex-Presidente Lula, estiveram no meu Estado de Pernambuco para apresentar e levar a informação para todo o povo pernambucano das muitas obras do Programa de Aceleração do Crescimento — PAC. Passadas as eleições, arrefecidos todos os sentimentos eleitorais, é importante que usemos neste momento a tribuna para chamar a atenção do Governo Federal para o fato de que Pernambuco é realmente um canteiro de obras paralisadas do PAC — algumas quase paralisadas e outras efetivamente paradas. Para se ter uma ideia, Sr. Presidente, quando se trata da área de transporte, das 16 principais obras do PAC elencadas para Pernambuco, apenas 4 foram concluídas. A maior delas, que é a Transnordestina, é uma construção que começou em 2006, com previsão para terminar em 2010, e que hoje, ao final de 2014, tem um índice de execução apenas de 40%. O[CD74] novo cronograma agora remete para 2016. Na área de energia, nós temos a lamentar a obra da Refinaria Abreu e Lima, que, inicialmente, foi orçada em 2 bilhões de reais, e os gastos já passam de 20 bilhões de reais. Esse aumento do custo da obra é devido ao uso dos recursos, por parte do Governo do Estado, para beneficiar alguns atores ligados ao Governo Federal. Essa obra também está atrasada, não está finalizada. Na área de água e energia, o relatório do PAC destaca 35 obras, das quais apenas quatro foram concluídas. A transposição de águas do Rio São Francisco é 61 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 outro exemplo. O orçamento deu um salto de 82%. A previsão de gasto era de 4,5 bilhões, e hoje o orçamento da obra foi para 8,2 bilhões. Ela também não foi concluída. A obra começou em 2007, com entrega prevista para 2010, e, agora, novamente, o Governo remete a sua entrega para 2016. Neste momento, nós queremos aproveitar para chamar a atenção do Governo Federal. Espero que isso não seja uma retaliação ao Governo de Pernambuco, que não votou na Presidente Dilma Rousseff. O que ocorre de fato é que este ano, em 2104, Pernambuco já deixou de receber 1,1 bilhão de reais em repasses do Governo Federal. [CD75] Em transferências voluntárias, este ano, em comparação com o mesmo período do ano passado, recebemos 391 milhões de reais a menos. Nesse caso, no nosso entender, o Governo também tem imposto retaliações ao nosso Estado, não permitindo até agora a prorrogação do seu contrato junto ao Programa de Ajuste Fiscal — PAF. Isso significa que Pernambuco deixou de levantar mais de 800 milhões de reais por causa da não renovação do seu contrato no PAF. Só para finalizar, Sr. Presidente, falo ainda do Arco Metropolitano, uma obra importante, que, quando a FIAT foi para Pernambuco, era uma das contrapartidas do Governo Federal. Essa obra está parada, sem nenhum recurso aportado pelo Governo Federal para que a ela se dê andamento. É uma obra importante, como também a Via Mangue, que a Presidente da República foi inaugurar em Pernambuco, inaugurou só uma banda da estrada, só um sentido, o outro não inaugurou e não manda recurso para terminar a obra. Sr. Presidente, deixo aqui registrada a nossa indignação. Queremos, acima de tudo, que a Presidente Dilma cumpra o que ela fez muito bem durante a 62 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 campanha eleitoral. Ela iludiu não só a nós pernambucanos, como também a todo o povo brasileiro. Agora é chegada a hora de mostrar trabalho, e esperamos que Pernambuco não sofra retaliações por parte do Governo Federal. PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, em 12 anos de gestão petista, o que temos visto, e já há muito havíamos percebido, é a atuação de um partido político que não tem, nem nunca teve, um plano de governo. Teve sempre, e unicamente, um projeto de poder. Para levar à frente tal projeto, aparelharam por completo o Estado, como jamais se viu antes neste País, tentaram subjugar o Ministério Público e amordaçar a Imprensa, buscam criar os chamados conselhos populares, com os quais pretendem claramente relegar a um papel submisso e meramente coadjuvante de suas práticas políticas não só o Poder Legislativo, como também o Poder Judiciário. Pressionam, sem qualquer pejo, órgãos oficiais de pesquisas estatísticas e econômicas e assediam moralmente seus dirigentes, no intuito de esconderem, ou pior, de manipularem números e informações menos auspiciosos sobre a realidade brasileira. Nesse elenco de medidas autoritárias destinadas a submeter os que não compartilham o credo oficial está a retaliação feita aos Governos Estaduais não integrantes da base aliada, com a qual o Governo Central intenta prejudicar a gestão de um adversário político, mas, no fundo, acaba mesmo é por sacrificar os seus cidadãos. 63 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 É o que acontece com o meu Estado de Pernambuco, que, somente neste ano, já deixou de receber R$1,1 bilhão em repasses do Governo Federal. Em transferências voluntárias (que são os recursos enviados a partir de projetos dos Governos Estaduais), Pernambuco recebeu em 2014, sintomaticamente num ano eleitoral, R$391 milhões a menos em comparação com o mesmo período de 2013. O Governo Dilma também tem imposto retaliações a Pernambuco ao não permitir até agora a prorrogação do seu contrato junto ao Programa de Ajustamento Fiscal (PAF). A consequência disto é que o Estado ficou impedido de levantar mais de R$800 milhões. Sem a prorrogação do seu contrato no PAF, o Governo do Estado não pode sequer contrair empréstimos destinados a compensar a falta de repasses de recursos do Governo Dilma. A construção do Arco Metropolitano do Recife está paralisada por falta de repasses de verbas de responsabilidade do Governo Federal, assim como as obras da Via Mangue e do projeto de navegabilidade do Rio Capiberibe. Para as obras de restauração do Ginásio Geraldo Magalhães, o Geraldão, no Recife, o Ministério dos Esportes deveria participar com R$20 milhões, mas não transferiu 1 centavo ao Estado. Ao Hospital da Mulher, dos R$48 milhões que o Governo Dilma deveria repassar, só R$ 1 milhão foi enviado até agora. Essas obras não têm como destinatário o Governo do Estado, mas a sua população, que, como disse, é que termina por suportar as consequências dessa represália do Governo Federal. Não há cooperação nem diálogo. 64 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 Como se vê, para o projeto de poder do Partido dos Trabalhadores não basta a figura de um mandatário supremo. O que importa é ter um mandante absoluto. Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, passado o segundo turno das eleições, ouviu-se da Presidente da República a nova frase de efeito cunhada pelo marketing palaciano e aqui repetida pelos representantes do partido do Governo: “É hora de descer do palanque”. O que se pretende com tal expressão é encerrar qualquer debate indesejado, principalmente aqueles sobre temas cuja ressonância por esta Casa deve ser a todo custo evitada. Mas a verdade é que, decorrido o período eleitoral, é outra vez a hora de subirmos à tribuna da Câmara dos Deputados, quer queiram, quer não os que desejam compará-la a um palanque, tentando, assim, diminuir ou mesmo impedir a atuação da Oposição. Vencida a etapa da campanha das inverdades, como jamais se viu antes neste País, é novamente ocasião de se confrontar o Governo com a realidade dos fatos e de esclarecer a sociedade que aqui representamos. Durante a campanha eleitoral, a candidata à reeleição presidencial, em companhia do ex-Presidente Lula, visitou o meu Estado de Pernambuco para ali, juntos, exaltarem a realização de inúmeras obras de seus governos. A realidade, entretanto, é muito diferente daquela divulgada no horário político. Pernambuco é um canteiro de obras inacabadas do PAC, das quais três se destacam: a da Refinaria Abreu e Lima, a de transposição de águas do Rio São Francisco e a da Ferrovia Transnordestina, que são, antes de tudo, exemplos de má-gestão e de mau uso do dinheiro público. Todas elas tiveram tanto orçamentos quanto prazos estourados ao longo de duas administrações petistas. 65 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 Das 29 obras do PAC na área de energia no Estado de Pernambuco, somente nove estão em fase de operação. O maior destaque negativo é precisamente a obra da Refinaria Abreu e Lima, considerada a mais cara e controversa da história da PETROBRAS. Com custo inicial estimado em 2 bilhões de dólares, já ultrapassou os 18 bilhões de dólares e nem sequer está concluída. Prevista para entrar em funcionamento no ano de 2010, estima-se agora que as suas atividades tenham início ainda este ano, mas, ainda assim, de apenas metade de todo o complexo petroquímico. Na área do Programa Água e Luz para Todos, o relatório do PAC destaca 35 obras, das quais apenas quatro aparecem como concluídas. Aqui sobressai a obra de transposição de águas do Rio São Francisco, cujo orçamento inicial aumentou 82%, indo de R$4,5 bilhões para R$8,2 bilhões, e também não está terminada. A obra teve início em 2007, com entrega prevista para 2010. A nova data é setembro de 2016. Na área de transportes, das 16 principais obras elencadas para o Estado de Pernambuco pelo PAC, somente quatro foram concluídas. Dentre as obras não terminadas está a maior delas: a da Ferrovia Transnordestina. A sua construção começou no mês de junho de 2006, com término previsto para o ano de 2010. Até o momento foram executados apenas 41% da obra e o novo cronograma sinaliza a conclusão em 2016. Portanto, Excelências, quem deve descer do palanque e enfrentar a sua própria realidade é o Governo do PT, e isso serve também para o ex-Presidente Lula, que até hoje nunca deixou o palanque nem o Planalto. 66 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 [CD76][CD77] REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O SR. PRESIDENTE (Onofre Santo Agostini) - A próxima oradora inscrita, em permuta com a Deputada Benedita da Silva, é a Deputada Janete Rocha Pietá. Porém, com a permissão da Deputada, nós vamos ouvir a Deputada Janete Capiberibe e o Deputado Ivan Valente, ambos por 1 minuto. 67 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 [CD78] [CD79] REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O SR. PRESIDENTE (Onofre Santo Agostini) - Com a palavra a Sra. Deputada Janete Capiberibe. A SRA. JANETE CAPIBERIBE (PSB-AP. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, Sra. Deputada Benedita da Silva, Sra. Deputada Janete Rocha Pietá, o Mapa da Violência, da Secretaria de Igualdade Racial e da Juventude, remete-nos à seguinte realidade: sete em cada dez jovens mortos no Brasil são negros. Proporcionalmente, morrem 150% mais jovens negros do que brancos. A polícia mata três vezes mais negros — e a metade é lavrada sob alegado auto de resistência. Todos os jovens têm direito a uma vida livre de violência e preconceito. Vamos exigir políticas públicas de segurança, educação, saúde, trabalho, cultura, mobilidade urbana, entre outras, para transformar esta realidade de exclusão imposta pela “casa grande”. As políticas afirmativas precisam ser ampliadas e fortalecidas, e dependem da representação da negritude nesta Casa. No Dia Nacional da Consciência Negra, reafirmo o compromisso de luta com o povo negro do País! Sr. Presidente, peço a V.Exa. a divulgação do meu pronunciamento no programa A Voz do Brasil. Obrigada. O SR. PRESIDENTE (Onofre Santo Agostini) - Pois não, Deputada. 68 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 [CD80][CD81] REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O SR. PRESIDENTE (Onofre Santo Agostini) - Com a palavra o Sr. Deputado Ivan Valente. O SR. IVAN VALENTE (PSOL-SP. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, eu quero deixar como lido o nosso pronunciamento, intitulado Punição aos envolvidos no assassinato de 43 estudantes no México. Foi um massacre de estudantes que ocorreu no Estado de Guerrero, patrocinado pela aliança política de governantes com a polícia e o narcotráfico, e conseguiram torturar, matar, incinerar 43 estudantes. [CD82] Hoje há uma imensa revolta em todo o México, que e pede a democratização real num país onde o narcotráfico assumiu dimensões fantásticas, até porque há toda uma relação com os Estados Unidos, que é o maior mercado consumidor de drogas do mundo, e 90% do comércio americano, através do NAFTA, é feita aí também. Por isso, Sr. Presidente, nós descrevemos aqui o que aconteceu contra a população, o povo pobre e os movimentos sociais daquele país, e anexamos aqui também a nota da executiva do PSOL sobre esse massacre. Muito obrigado, Sr. Presidente. O SR. PRESIDENTE (Onofre Santo Agostini) - O pedido de V.Exa. será atendido. PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o mundo assiste estarrecido aos últimos acontecimentos no México, desde a fatídica noite de 26 de setembro, quando do desaparecimento de 43 estudantes e de todos os desdobramentos das 69 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 investigações, que revelaram o envolvimento de agentes públicos, do narcotráfico e de autoridades políticas no massacre. O México talvez seja um dos países que mais tenha sofrido com a onda neoliberal iniciada no fim da década de 1970, o primeiro a assinar um tratado de livre comércio com os Estados Unidos e o Canadá, o NAFTA, em 1994. Para se ter uma ideia, 90% do comércio exterior mexicano é com os EUA, ou seja, o impacto da recessão estadunidense é direta na economia daquele país. A aplicação desse modelo levou o México a se tornar um país com mais desigualdade social e violência. Não bastasse isso, o México sofre historicamente por ser a principal rota de tráfico para o maior mercado de consumo de drogas do mundo, criando toda uma rede de poder paralelo, mas fortemente incrustada no Estado. Essa rede usa da violência não só na guerra entre rivais dentro do próprio narcotráfico ou no enfrentamento ao Estado, mas na unidade com forças reacionárias e muitas vezes do próprio poder público para reprimir os movimentos sociais e amedrontar a população pobre. Toda essa rede, que envolve agentes públicos, policiais, juízes, prefeitos corruptos,. também é nossa conhecida. Não podemos esquecer os casos de violência e abuso de poder que vemos no Brasil, muitos deles com uma triste conivência do Estado com o crime organizado, mas o caso mexicano chama a atenção do mundo por sua extensão e pelos motivos torpes que o engendraram. Ao que tudo indica, a ordem da ação de repressão partiu do prefeito da cidade de Iguala, para evitar manifestação contrária a um evento público promovido por sua mulher. 70 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O caso mexicano não pode ser visto como algo esporádico ou como um excesso. Infelizmente faz parte de uma violência institucionalizada que já aterroriza o México há décadas. A própria procura dos estudantes revelou valas com corpos de outras pessoas. De certo modo, representa também a barbárie contemporânea, a violência que ocorre em várias partes do mundo, quando da união de interesses criminosos com interesses econômicos e políticos para reprimir os movimentos sociais e a população pobre. A população do México saiu às ruas após o massacre. Greve de professores em atos públicos chamam a atenção do mundo e exigem a mais ampla investigação. O Governo de direita de Enrique Peña Nieto responde a essas manifestações com mais violência, aliado aos empresários que reclamam que os protestos trazem prejuízo econômico ao país. Por tudo isso, Sras. e Srs. Deputados, não podemos assistir inertes a esses fatos. É preciso uma condenação clara da violência e a necessária apuração dos fatos e punição dos culpados. Destaco desta tribuna a moção de repúdio aprovada pela Executiva Nacional do Partido Socialismo e Liberdade, PSOL, realizada no último dia 10 de novembro. Segue abaixo a íntegra da moção: “Moção de repúdio à violência contra a juventude mexicana. No último dia 26 de setembro, o mundo ficou estarrecido com o desaparecimento de 43 estudantes de Guerrero, Estado do sul México, após brutal repressão 71 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 policial a um ato pacífico com o objetivo de coletar recursos para o financiamento de seus estudos. Esses estudantes foram sequestrados por bandos armados e vinculados a um esquema que envolve a polícia, o crime organizado e as elites políticas locais, incluindo o prefeito da cidade de Iguala, onde ocorreu o protesto. Alguns dias depois, três pistoleiros ligados ao narcotráfico confessaram que, sob ordens diretas de agentes públicos do estado, assassinaram e incineraram os 43 estudantes e, posteriormente, os jogaram em um rio. Este caso absurdo demonstra, primeiramente, o quanto a violência contra o povo pobre e trabalhador é uma constante em diversas partes do mundo, especialmente nas periferias. Demonstra também a escalada de violência no México após a vitória de Enrique Peña Nieto nas últimas eleições presidenciais, um presidente com vasto histórico de repressão aos movimentos sociais. O PSOL exige punição de todos os envolvidos, manifesta seu profundo repúdio à violência institucionalizada e comandada conscientemente pelos agentes públicos no México e reafirma seu compromisso 72 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 com a luta de todos os estudantes por uma América Latina livre e soberana.” 73 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O SR. PRESIDENTE (Onofre Santo Agostini) - Tem a palavra a Deputada Janete Rocha Pietá. Peço desculpas a V.Exa., que teve a tolerância de ouvir todo mundo. A SRA. JANETE ROCHA PIETÁ (PT-SP. Pela ordem. Sem revisão da oradora.) DISCURSO DA SRA. DEPUTADA JANETE ROCHA PIETÁ QUE, ENTREGUE À ORADORA PARA REVISÃO, SERÁ POSTERIORMENTE PUBLICADO. (Discurso a ser publicado na Sessão nº 001, de 03/02/15.) 74 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 [CD83][CD84] REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O SR. PRESIDENTE (Onofre Santo Agostini) - Concedo a palavra ao Deputado Mauro Benevides. O SR. MAURO BENEVIDES (PMDB-CE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero apelar, mais uma vez, para o Presidente Henrique Eduardo Alves e para as Lideranças partidárias no sentido de que incluam na pauta a Proposta de Emenda Constitucional nº 555/06, de interesse dos aposentados e pensionistas da Previdência Social. Já falei umas três ou quatro vezes sobre este tema. Uma comissão me procurou ontem para que eu reprisasse este apelo, que agora transmito a V.Exa. na íntegra. Muito obrigado. PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, durante várias sessões ordinárias, tive oportunidade de formular apelo ao Presidente Henrique Eduardo Alves e ás Lideranças partidárias no sentido de que esta Casa deliberasse sobre a Proposta de Emenda Constitucional 555/06, de interesse dos aposentados e pensionistas da Previdência Social, sem que, até agora, aquela proposição haja sido submetida ao crivo decisivo deste Plenário soberano, o que há gerado insatisfação por entre os líderes dessa mobilização, empreendida no País inteiro, com entusiástico empenho de todos os futuros beneficiários de tão justa decisão. Hoje, volto a reivindicar o acolhimento de tal pleito, para o qual são necessários 308 votos, de conformidade com o que estabelecem a Carta Magna, bem assim a norma regimental, cuja observância torna-se imperiosa por parte de nossas bancadas. 75 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 No último final de semana, do meu Estado recebi solicitação de ponderável segmento de tais categorias, reivindicando nova manifestação nesta tribuna, como forma de sensibilizar a Mesa Diretora e os demais 500 membros que compõem esta Casa Legislativa. Diante disso, entendi de meu dever voltar a postular a inserção da mencionada PEC entre os itens prioritários, os quais se acham pautados para deliberação, ainda na presente Legislatura. Sendo assim, reitero, uma vez mais, solicitação veemente para que não mais se protele uma decisão que irá beneficiar apreciável número de interessados, até aqui prejudicados em sua justíssima aspiração, à falta de uma conclusão a ser assentada por três quintos dos que aqui se encontram como autênticos mandatários do povo brasileiro. Nada mais justificaria a preterição de um justo anseio daqueles contribuintes da Previdência, que se veem postergados em tão justa reivindicação, ora exposta com clareza e fundamentações inquestionáveis. 76 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 [CD85][CD86] REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O SR. PRESIDENTE (Onofre Santo Agostini) - Concedo a palavra à ilustre Deputada Benedita da Silva, que disporá de 5 minutos. A SRA. BENEDITA DA SILVA (PT-RJ. Pela ordem. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, nós temos participado de algumas reuniões em que entendemos que o debate sobre a família é o de fortalecimento desse núcleo milenar, que sofre, hoje, na medida em que não há uma igualdade dentro dele. Esse núcleo familiar nem sempre tem o homem como o chefe da família. Às vezes, é a mulher a chefe da família, que tem de cuidar dos filhos, tem de trabalhar e de dar conta de sua responsabilidade como mãe. É[CD87] dessa família que eu quero falar, porque foi essa família que buscou o Minha Casa, Minha Vida. São trabalhadoras e trabalhadores que trabalharam a sua vida inteira para ter um lar. Só quem passou por uma experiência de demorar 20 anos fazendo um barraco, depois mais 10 para fazer o telhado, é que pode compreender o valor do Minha Casa, Minha Vida. Além disso, Sr. Presidente, é importante dizer que, nesses 5 anos, nós tivemos 1,2 milhão de pessoas empregadas através do Minha Casa, Minha Vida, que trouxe esperança para essas famílias que têm o seu núcleo familiar com problemas, na medida em que é baixo o salário, nem todos da família trabalham e nem todos têm uma alta escolaridade, para que possam fazer uma boa disputa no mercado de trabalho. O mercado de trabalho deixa de ser promissor para esse tipo de pessoa. Então, eu quero aqui enfatizar, mais uma vez, para aqueles que andam falando dos programas sociais do Governo Federal, da Presidente Dilma, que nós 77 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 temos, sim, responsabilidades aqui nesta Casa de votar matérias que possam, cada vez mais, fortalecer essas famílias, das quais eu estou falando neste momento. [CD88] Aqui nesta Casa, nós temos a responsabilidade de fazer valer o seu direito, regulamentando o trabalho da doméstica, porque são 7 milhões de pessoas em péssimas condições, mulheres negras, na sua maioria, que deixam seus filhos em casa e vão trabalhar nas nossas casas. Muitas vezes, elas não vão dormir também em suas casas, deixando de dar aquela atenção necessária aos filhos menores. São essas pessoas que trabalham em nossas casas e que precisam que seus direitos constitucionais sejam regulamentados. Ao se regulamentar essa profissão, tem que ser garantido um salário digno, o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, creche para seus filhos, jornada de trabalho, sobretudo o aviso prévio e o seguro-desemprego. São essas regulamentações que estão faltando ser feitas, mas não há um acordo, um entendimento. Na medida em que não se regulamenta esse direito da trabalhadora doméstica, nós estamos sacrificando uma família. Além do sacrifício a esta família, nós ainda estamos impedindo que mais de 7 milhões de pessoas possam estar decentemente no mercado de trabalho. Não podemos fazer com que essas trabalhadoras, que na sua maioria são mulheres — por isso eu digo trabalhadoras —, sejam discriminadas. Então, uma das mensagens que nós temos e que teremos de debater e discutir nesta Casa é a regulamentação do trabalho da doméstica. Deve-se entender que elas também são chefes de família, que nós precisamos também dar oportunidade para que essas mulheres façam parte do Programa Minha Casa, Minha Vida. 78 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 [CD89] REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 Por isso, na Semana da Consciência Negra, por se tratar principalmente de mulheres negras, na sua maioria, eu quero fazer um apelo a esta Casa: vamos regulamentar os direitos das trabalhadoras domésticas, para que elas tenham os mesmos direitos dos demais trabalhadores. Muito obrigada, Sr. Presidente. 79 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 [CD90][CD91] REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O SR. PRESIDENTE (Onofre Santo Agostini) - O próximo orador inscrito é o Deputado Raimundo Gomes de Matos, mas vou conceder a palavra a mais dois oradores, o Deputado Zé Geraldo e o Deputado Renato Molling. Em seguida, vamos entrar no Grande Expediente, porque já estamos atrasados 10 minutos. Com a palavra o Deputado Zé Geraldo. O SR. ZÉ GERALDO (PT-PA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, todos os demais que me ouvem neste momento, amanhã eu vou fazer um pronunciamento escrito desta tribuna sobre a injustiça que o Poder Judiciário do Pará, o Tribunal de Justiça do Estado do Pará está fazendo com o Prefeito do Município de Conceição do Araguaia, Valter Peixoto. A promotora e a juíza daquele Município se determinaram a não deixar esse Prefeito governar. A promotora pediu uma investigação numa licitação escolar; a juíza, acatando um mandado de busca e apreensão, ampliou essa iniciativa. [CD92] Pois bem, com todos os dados e todas as informações na mão, mesmo o Prefeito tendo afastado o Secretário de Educação e o Presidente da Comissão de Licitação, a promotora pediu o afastamento por 180 dias, sob o argumento de o Prefeito não atrapalhar as investigações, e a juíza acatou. O Prefeito recorreu ao Tribunal de Justiça, e até hoje, após 120 dias, não conseguiu uma liminar. A desembargadora — amanhã citarei o nome dela — está com o processo pronto para ser votado há 1 mês, e não o coloca em votação. A interpretação que existe lá é de que o adversário político do Prefeito que perdeu as eleições, um cidadão que se diz empresário, que de repente arrumou alguma coisa que não tem 80 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 como explicar de onde veio o dinheiro — é dono de rádio, etc. —, exerce influência para que esse processo do Tribunal não entre na pauta de votação. Se não bastasse tudo isso, a desembargadora pediu à Câmara de Vereadores que cassasse o Prefeito. Ontem, a matéria foi votada na sessão, e a Câmara não aceitou a cassação do Prefeito, até porque ele é um homem íntegro e honesto. São mais de 20 anos na política! Nunca teve nenhuma denúncia, nenhuma conta reprovada. Ganhou as eleições, foi empossado e suas contas foram aprovadas. Nós estamos vivendo exatamente esta situação de injustiça, de partidarização da Justiça no Município de Conceição do Araguaia. É lamentável que o Ministério Público do Pará tenha profissionais que acham que são deuses e que podem fazer o que querem, destituindo um Prefeito eleito democraticamente, que, inclusive, estava trabalhando para colocar as contas do Município em dia, já que assumiu uma Prefeitura pequena com mais de 30 milhões de reais de dívidas. [CD93] Portanto, amanhã, eu vou apresentar por escrito aqui os fatos que estão acontecendo contra o Partido dos Trabalhadores, contra o Prefeito Valter Peixoto: a partidarização e a discriminação, inclusive por parte do Ministério Público, no Município de Conceição do Araguaia. 81 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 [CD94][CD95] REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O SR. PRESIDENTE (Onofre Santo Agostini) - Antes de dar prosseguimento à sessão, esta Mesa dá conhecimento ao Plenário do seguinte “OF. Nº 423/2014-CN Brasília, em 18 de novembro de 2014. Ao Exmo. Sr. Deputado Henrique Eduardo Alves Presidente da Câmara dos Deputados Sr. Presidente, Nos termos do art. 2º do Regimento Comum, comunico a V.Exas. e, por seu intermédio, à Câmara dos Deputados, que está convocada sessão conjunto do Congresso Nacional a realizar-se dia 19 de novembro do corrente, quartafeira, às 11 horas, no plenário da Câmara dos Deputados, destinada à leitura de expedientes e apreciação dos Vetos Presidenciais nºs 47 a 57, de 2013, e nºs 1 a 27, de 2014, e dos Projetos de Lei do Congresso Nacional nºs 5, 2, 9 e 31, de 2014. Atenciosamente, Senador Renan Calheiros Presidente do Congresso Nacional.” 82 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 [CD96][CD97]O REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 SR. PRESIDENTE (Onofre Santo Agostini) - Concedo a palavra ao Deputado Renato Molling, por 5 minutos. O SR. RENATO MOLLING (Bloco/PP-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente Onofre Santo Agostini, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, eu queria me manifestar novamente, nesta tribuna, para destacar a importância do setor industrial, especialmente das indústrias de transformação, para o crescimento do País. [CD98] Nos últimos anos, temos visto uma queda muito grande do setor industrial no Produto Interno Bruto brasileiro. Nós representávamos 48% e hoje estamos representando somente algo em torno de 13% do PIB. Isso significa, mesmo que nós tenhamos pleno emprego, um perigo muito grande para o nosso País. Enquanto nós tivermos emprego na construção, especialmente com o financiamento de casas populares por meio do Programa Minha Casa, Minha Vida, nós ainda vamos ter bastantes empregos. E depois? Nossa agricultura é forte; temos exportado bastante. Agora, ela não gera o tanto de emprego que o nosso País precisa. Então, com certeza, no próximo mandato, a Presidente Dilma e a equipe econômica terão que fazer um esforço muito grande para diminuir esse déficit comercial que temos hoje — em torno de 120 bilhões de reais —, o que gera emprego lá fora, e não aqui dentro do nosso País. Sabemos que o trabalho, o emprego, gera cidadania, gera crescimento, gera desenvolvimento. Participei ontem da Feira Zero Grau, de calçados. É um setor importante da economia do nosso País, que representa muito para o Estado do Rio Grande do Sul, o Nordeste, a cidade de Franca, o Estado de São Paulo, a cidade de São João Batista, o Estado Santa Catarina e diversas outras localidades do nosso País. 83 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 [CD99] REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 Encontramos seriíssimas dificuldades em razão da concorrência da China e, principalmente, dos altos custos de produção quando se envolvem produtos de transformação. Nós temos que diminuir a carga tributária, não só para competir dentro do País, mas principalmente para voltar a exportar. Nos anos 80, o setor calçadista era pioneiro. Nós temos potencial, temos mão de obra, temos design, temos qualidade, mas o preço não nos permite competir. Mesmo que o dólar hoje já esteja num patamar razoável, nós temos muitas dificuldades em função da insegurança que nós temos. O Regime Especial de Reintegração de Valores Tributários para as Empresas Exportadoras — REINTEGRA foi introduzido, funcionou por 2 anos, foi paralisado e agora voltou. Quem fecha pedidos tem que ter certeza de que isso continua no ano que vem. Nós temos que ter uma política industrial de longo prazo, para que as pequenas, médias e grandes empresas possam ficar consistentes, possam gerar empregos, possam gerar novos empreendedores, porque o Brasil só vai ser grande se gerar emprego. E o emprego industrial é consistente, é de longo prazo, cria cidadania. Outros setores que geram emprego são importantes, mas o da indústria é essencial. Era isso que eu queria destacar hoje: a importância de nós valorizarmos o setor produtivo. Os setores coureiro-calçadista, moveleiro e têxtil sempre foram fundamentais para o nosso País. Precisamos fazer com que eles voltem a ser fortes tanto no mercado interno quanto no mercado externo. 84 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 [CD100] REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 Esperamos que a equipe econômica, juntamente com a Câmara, possa encontrar alternativas para que nós melhoremos a competitividade, especialmente diminuindo a carga tributária na cadeia produtiva, que é muito alta. Hoje qualquer produto, aqui, está o dobro do preço da China e o preço quase igual ao dos Estados Unidos. Nós não conseguimos mais competir da maneira como nós estamos. Muito obrigado, Sr. Presidente. 85 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 [CD101][CD102] REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O SR. PRESIDENTE (Onofre Santo Agostini) - Nós já iriamos entrar no Grande Expediente, com o primeiro orador inscrito, o Deputado Edinho Araújo. Todavia, S.Exa. concordou que ouvíssemos o Deputado Roberto Lucena. Antes, porém, atendendo ao pedido do meu amigo Deputado Décio Lima, eu quero registrar a presença na Casa dos nossos conterrâneos de Imbituba, do Estado de Santa Catarina. O Deputado Décio Lima me soprou no ouvido: “Por favor, registre a presença dos nossos conterrâneos de Imbituba”. É uma honra muito grande deste Parlamento receber a visita dos senhores. Sintam-se bem! É um prazer enorme tê-los em nosso meio. 86 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 [CD103][CD104] REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O SR. PRESIDENTE (Onofre Santo Agostini) - Agora, sim, vamos ouvir o Deputado Roberto de Lucena. O SR. ROBERTO DE LUCENA (PV-SP. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, tive a oportunidade de, na semana passada, estar da linda cidade de Oslo, na Noruega, onde foi realizado um painel internacional em defesa da liberdade religiosa. Dele participaram Parlamentares de diversos países. A liberdade de crença e de culto é um direito humano fundamental, conforme o art. 18 da Declaração Universal dos Direitos Humanos. [CD105] Sr. Presidente, é impressionante que, chegando já no 15º ano do século XXI, ainda tenhamos que estar ocupados com esse tema, mas a verdade é que pessoas ainda hoje estão sendo perseguidas, mortas e presas por causa da sua fé, da sua crença, ou pela falta dela, em várias partes do mundo. Neste momento em que ocupo esta tribuna, mulheres estão sendo violadas, crianças vendidas como escravas sexuais, e homens estão simplesmente sendo executados ou mortos, para retirada de órgãos que serão vendidos, porque são, por exemplo, cristãos e considerados, portanto, infratores, criminosos, apóstatas ou suicidados em seus países. É imprescindível que o Brasil quebre o silêncio em relação a esse tema. Já tivemos aqui uma religião oficial. Já fomos um Estado confessional por assim dizer. Durante muitos ano, pessoas foram igualmente perseguidas aqui por praticarem a sua fé e a sua crença. Aconteceram prisões e mortes. Houve discriminação e preconceito, mas isso foi vencido — vencemos juntos. 87 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O Brasil é um Estado laico, sem uma religião oficial, mas que respeita a fé dos seus cidadãos. E 90% dos cidadãos brasileiros se declaram cristãos. Então, permitam-me a referência, a partir disso, aos cristãos que sofrem a perseguição religiosa no mundo. Pode-se chegar ao número de 100 mil cristãos mortos todos os anos por causa da sua fé, segundo informações da Missão Portas Abertas, em países com os quais, Sr. Presidente, o Brasil mantém, sem restrições, relações diplomáticas e comerciais. Essa é a questão. É aí que esse assunto diz respeito, sim, a este Parlamento. O Brasil, que é signatário da Declaração Universal dos Direitos Humanos e de tratados internacionais que defendem os direitos humanos fundamentais, mantém relações diplomáticas e comerciais irrestritas com esses países. [CD106] É por isso, Sr. Presidente, que eu proponho, não de forma leviana, não de forma inconsequente, que façamos uma reflexão profunda sobre esse tema. Combatamos, aqui, o trabalho escravo, mas não sejamos consumidores, importadores de países que promovam ou tolerem o trabalho escravo, o trabalho infantil, por exemplo. Combatamos a intolerância em solo pátrio, mas revisemos nossas relações com países que promovam ou tolerem, por exemplo, a perseguição religiosa ou desrespeitem os direitos humanos. É nessa direção que apresentei, aqui, Sr. Presidente, nesta Casa, projeto de lei que autoriza o Presidente da República a suspender relações diplomáticas e comerciais com países que promovam ou tolerem a perseguição religiosa ou que desrespeitem os direitos humanos. Se o silêncio, Sr. Presidente, tivesse sido quebrado na ocasião, possivelmente 6 milhões de judeus não haveriam sido exterminados dos campos de 88 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 concentração de Hitler. Eu chamo esta Casa a essa reflexão, ao compromisso com esse tema. Assinamos, com esse grupo de Parlamentares, em Oslo, o documento chamado A Carta de Oslo e assumimos o compromisso da formação de uma coalizão de Parlamentares de diversos países, em todo o mundo, para levantarmos a bandeira e, a partir de cada um dos nossos países, fazermos essa discussão, esse enfrentamento e essa luta, para que a liberdade religiosa em todo o mundo seja tratada como direito humano fundamental. Sr. Presidente, era o que eu tinha a dizer. Muito obrigado. Que Deus abençoe o Brasil! 89 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 [CD107]O REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 SR. PRESIDENTE (Onofre Santo Agostini) - Concedo a palavra ao Deputado Arnaldo Jordy. O SR. ARNALDO JORDY (PPS-PA. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, gostaria de registrar e parabenizar o músico paraense, também conhecido como Rei do Carimbó, Pinduca, que, no Dia Nacional da Cultura, recebeu das mãos da Presidente Dilma Rousseff a Ordem do Mérito Cultural, na classe Comendador da Cultura Nacional. Pinduca foi um dos 30 agraciados na 20ª edição da cerimônia, promovida pelo Ministério da Cultura para homenagear personalidades da cultura brasileira, que teve como homenageadas principais a arquiteta Lina Bo Bardi e a artista plástica Djanira da Motta e Silva. Aos 77 anos, sendo 50 anos de divulgação do Carimbó dentro e fora do País, Pinduca ostenta o titulo de Rei do Carimbó, o que o tornou uma das figuras públicas mais conhecidas e admiradas do Estado do Pará. Além do Carimbó, Pinduca também tem composições nos ritmos da Lambada, do Siriá, do Merengue, da Cumbia e do Sirimbó. Na mesma solenidade, outra personalidade paraense muito estimada foi homenageada, in memoriam. O chef de cozinha Paulo Martins, falecido em 2010 e reconhecido como Embaixador da Cozinha Paraense, também recebeu a premiação na classe de Comendador. Paulo Martins comandou por 37 anos o restaurante Lá em Casa, em Belém, e trocou experiências com chefs de renome nacional e internacional, valorizando a típica e deliciosa culinária do Pará. 90 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 Cumprimento também todos demais agraciados nessa premiação, que fazem por engrandecer a cultural nacional e trabalham para disseminar as expressões das várias e ricas culturas de cada Região deste imenso Brasil. Era o que tinha a dizer. Muito obrigado. 91 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 [CD108][CD109]O REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 SR. PRESIDENTE (Onofre Santo Agostini) - Passa-se ao V - GRANDE EXPEDIENTE Concedo a palavra ao Sr. Deputado Edinho Araújo, do PMDB de São Paulo. S.Exa. dispõe de 25 minutos. 92 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 [CD110][CD111] REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O SR. EDINHO ARAÚJO (PMDB-SP. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, é com muita satisfação que ocupo esta tribuna no Grande Expediente para prestar contas destes quase 4 anos de mandato como Deputado Federal pelo Estado de São Paulo. Cumpro[CD112] atualmente meu terceiro mandato, e com apoio expressivo dos eleitores paulistas, sobretudo os da região noroeste paulista, que me deram 112.780 votos na última eleição, conquistei um novo mandato, o quarto, que saberei honrar, como fiz até hoje em todos os cargos públicos que ocupei. Disputei 11 eleições e venci 10. Felizmente perdi a primeira, aos 22 anos, para Prefeito de Santa Fé do Sul, minha cidade natal. Digo felizmente porque por certo eu estava imaturo para o cargo. Quatro anos depois, em 1976, realizei um sonho de criança e me tornei Prefeito da minha cidade. A partir daí fiz uma opção pela carreira política. Sou político sim e me orgulho disso. Enfrentei muitos testes nas urnas. Fui por duas vezes Prefeito de São José do Rio Preto e por três Deputado Estadual e me preparo agora para o quarto mandato como Deputado Federal. Devo toda a minha carreira política de mais de 4 décadas ao carinho, ao reconhecimento dos eleitores da minha região e ao apoio da minha família, muitas vezes sacrificada em função das andanças e dos compromissos de um homem público. Esses quase 4 anos foram produtivos. Tive a oportunidade de trabalhar muito, de ouvir as pessoas, de encaminhar e resolver problemas, de aprender com o exercício do cargo. 93 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 [CD113] REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 Graças à confiança do meu partido, o PMDB, e dos colegas desta Casa, pude relatar 23 matérias na atual Legislatura, algumas muito polêmicas. Fui o autor do relatório que resultou no texto final da nova Lei Seca, aumentando as punições e criando novos meios de provas contra motoristas infratores. E agora vemos as últimas estatísticas apontando queda de 10% do número de mortes nas nossas estradas em 2013. É um passo importante para enfrentarmos esta verdadeira epidemia que são as mais de 40 mil mortes anuais em acidentes rodoviários. Assumi ainda na semana passada a relatoria do Projeto de Lei nº 6.520, de 2013, do Deputado Carlos Alberto, do PMN do Rio de Janeiro, que institui o Programa Nacional de Redução de Acidentes de Trânsito — PRONARAT. O objetivo é implantar uma política pública de Estado para termos um trânsito mais seguro, integrando órgãos federais, estaduais e municipais nessa luta. A par das leis mais duras, é preciso realizar campanhas educativas, começando nas escolas, para formarmos futuros condutores mais responsáveis e conscientes que os atuais. Também relatei, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a medida provisória que supriu lacunas deixadas pelo veto presidencial a partes do novo Código Florestal. Ouvi os principais segmentos e trabalhei para conciliar produção de alimentos com necessária proteção ao meio ambiente. Infelizmente[CD114], há partes do Código ainda não implementadas, criando insegurança jurídica por conta das milhares de ações judiciais em andamento contestando supostos prejuízos ambientais. Outra relatoria importante, Sr. Presidente, nobres colegas aqui presentes, foi a da Medida Provisória nº 609, de 2013, que zerou os impostos da cesta básica e 94 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 garantiu a manutenção dos descontos nas contas de luz. Foi uma medida socialmente importante para aquele momento que favoreceu o trabalhador de baixa renda. Fui incumbido ainda de relatar o projeto que permitiu a criação da Comissão Nacional da Verdade. Numa única noite obtivemos o consenso que parecia impossível. E vemos hoje o trabalho da Comissão jogando luzes sobre um período obscuro da nossa história no século passado. Ajudamos, assim, a passar a limpo parte da história política recente do Brasil. Este ano, relatei a nova Lei de Arbitragem, que trata de um sistema que vai desafogar o Judiciário brasileiro, permitindo que haja acordos diretos sem a necessidade de ajuizamento de ação. O Sr. Mauro Benevides - V.Exa. me permite, nobre Deputado, fazer uma breve intervenção? O SR. EDINHO ARAÚJO - Pois não, nobre Deputado Mauro Benevides. O Sr. Mauro Benevides - Quero saudar V.Exa. no momento em que faz a retrospectiva de uma marcante vida pública assinalada por êxitos, quer na condição de Chefe do Executivo Municipal de sua cidade, quer no desempenho de mandatos — naturalmente sequenciando essa atividade — nesta Casa. Acredito que V.Exa. aqui tem pontificado como uma das figuras estelares do Parlamento brasileiro. Eu não me escusaria, neste momento em que o vejo assomar à tribuna para fazer uma prestação de contas das respectivas atividades — sinto-me compelido a isso e acredito que posso falar em nome da nossa bancada, cuja Vice-Liderança exerço neste momento, já que ela está reunida em outra área da Casa —, de lhe dizer que 95 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 no desempenho de todos esses mandatos soube honrar, dignificar e engrandecer a vida pública brasileira. É a homenagem que presto a V.Exa. com este breve aparte. [CD115] O SR. EDINHO ARAÚJO - Muito obrigado, Deputado e sempre Presidente, Mauro Benevides, uma das figuras mais brilhantes do Congresso Nacional que honra este Parlamento. A história da democracia do Brasil se confunde com sua história. É uma honra receber seu aparte, cumprimentado que sou pela bancada através de V.Exa., sem sombra de dúvida, um dos grandes líderes da nossa querida bancada do PMDB. O Sr. Roberto de Lucena - Peço, nobre orador, Deputado Edinho Araújo, um aparte a V.Exa. O SR. EDINHO ARAÚJO - Pois não, Deputado Roberto de Lucena. O Sr. Roberto de Lucena - Quero cumprimentar V.Exa. pelo brilhante pronunciamento feito neste momento da tribuna desta Casa; quero cumprimentar V.Exa. pelo grande trabalho parlamentar desenvolvido ao longo de mandatos sucessivos que muito honram e são motivo de orgulho para nossa bancada paulista; quero ainda reconhecer sua importância e liderança não apenas no trabalho parlamentar, no trabalho legislativo, aqui resumidamente relatado por V.Exa., mas também como grande articulador que é no nosso Estado dos grandes projetos e realizações, sobretudo aquelas que têm sido levadas para sua região. V.Exa. inclusive já atuou no Poder Executivo como Prefeito de importante cidade. Mas[CD116] quero apenas, Deputado Edinho Araújo, com este registro, aplaudir V.Exa. pelo grande e brilhante trabalho e pela referência que é para mim e para essa geração de Parlamentares chegando de todo o Brasil a esta Casa para contribuir para o engrandecimento e o futuro da nossa Nação. 96 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O SR. EDINHO ARAÚJO - Agradeço o aparte ao nobre Deputado e colega Roberto de Lucena, do PV do meu Estado de São Paulo. V.Exa. é sem sombra de dúvida uma das referências da nossa bancada e deste Parlamento pelo brilhante trabalho que faz. Tenho certeza de que vamos continuar juntos em favor de São Paulo e do Brasil. Muito obrigado pelo aparte. O Sr. Roberto de Lucena - Obrigado, Deputado. O Sr. Efraim Filho - Deputado Edinho Araújo, permita-me um breve comentário. Quero apenas me somar ao seu pronunciamento e aproveitar esta oportunidade para fazer aqui uma referência ao fato de poder ter convivido com V.Exa. em várias Comissões. Então, receba do Deputado Efraim Filho, do Democratas da Paraíba, um abraço e o reconhecimento pela seriedade com que conduz seu mandato, sabendo que a população de São Paulo, especialmente aquela que confiou na sua proposta, esteve sempre muito bem representada neste Parlamento. Siga em frente, com suas brilhantes ideias, representando o povo brasileiro à altura. Meus parabéns! O SR. EDINHO ARAÚJO - Agradeço ao nobre Deputado Efraim Filho, de cujo pai tive a honra de ser colega. Portanto, é um prazer muito grande poder conviver com esta nova liderança não só da Paraíba, mas também do Brasil. Eu me lembro muito bem das nossas participações na reforma política e das suas ideias. Tenho certeza de que esse tema estará na Ordem do Dia da próxima reunião do Congresso Nacional, e, sem sombra de dúvida, V.Exa. haverá de pontificar com as ideias brilhantes que tem, no sentido de termos uma reforma política que propicie ao 97 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 jovem participar da vida pública e de termos novamente esperança na política e nos políticos do nosso País. Muito obrigado, Deputado. [CD117] Como eu dizia, ainda a respeito da nova Lei de Arbitragem, vale registrar que uma projeção feita pelo Conselho Nacional de Justiça indica que o número de ações judiciais na fila de espera por uma decisão não para de crescer, e neste ritmo deverá alcançar 114 milhões de ações em 2020. Hoje temos um estoque de mais de 78 milhões de processos na fila da Justiça brasileira. A nova Lei de Arbitragem, associada à regulamentação dos mecanismos de mediação, se constituirá em importante instrumento para tornar nossa Justiça mais célere e abrangente. Apresentei a esta Casa 11 projetos de lei em diferentes áreas — apoiando os cuidadores de pessoas com deficiência, destinando recursos das loterias para tratamento de dependentes de crack, alterando regras para recursos contra dívidas fiscais —, além do projeto que passa a manutenção da Ponte Rodoferroviária sobre o Rio Paraná, entre São Paulo e Mato Grosso do Sul, para a União, entre outros projetos. Aqui abro parêntese, Sr. Presidente, para lamentar recente acordo entre a União e o Estado do Mato Grosso do Sul para a instalação de pedágio na Ponte Rodoferroviária. Trata-se de obra, entregue em 1998, vital para a integração entre o noroeste paulista e o Centro-Oeste brasileiro, cuja manutenção deveria ser de responsabilidade da União. A cobrança de pedágio é inaceitável e atropela projeto de minha autoria, aprovado nesta Casa e em tramitação no Senado, que passa a 98 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 manutenção da ponte à União. Estamos[CD118] lutando contra essa aberração em todas as esferas possíveis. Sou autor do projeto aprovado pelos nobres colegas impedindo a portabilidade do fundo partidário e do tempo de TV em caso de troca de partido. Na impossibilidade de uma reforma política mais ampla, entendi que essa mudança pontual se fazia necessária, em defesa do fortalecimento dos partidos. Fiz um projeto de lei que interessa em especial aos jovens do interior de São Paulo, aquele que cria a Universidade Federal do Noroeste Paulista. Nessa importante região do interior paulista próxima às divisas com Minas Gerais e Mato Grosso do Sul vivem mais de 2,5 milhões de habitantes. É uma área carente de cursos federais superiores e gratuitos. Ao mesmo tempo trabalho também pela instalação de cursos do Instituto Técnico Federal de São Paulo em Rio Preto e região, tudo para que nossos jovens estudem mais perto de casa. Neste mandato comemoramos algumas conquistas importantes para o interior de São Paulo, como a inclusão no PAC 2 da duplicação de 18 quilômetros da rodovia BR-153 na área urbana de Rio Preto, obra já licitada, no valor de quase 190 milhões de reais, que em breve deverá ser iniciada. Trabalhei muito para melhorar nossa infraestrutura de transportes, defendendo um programa permanente de recuperação das principais rodovias do interior de São Paulo. Vi com alegria a duplicação da Rodovia Euclides da Cunha num trecho de quase 200 quilômetros ser concluída e entregue ao tráfego, diminuindo o risco de acidentes e facilitando a integração entre São Paulo e Mato Grosso do Sul. 99 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 [CD119] REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 Também conseguimos junto à Secretaria de Aviação Civil incluir a região noroeste de São Paulo no programa de melhorias dos aeroportos regionais. Os primeiros a serem modernizados serão os de Fernandópolis, Barretos e Araçatuba, fortalecendo a aviação regional em momento de aumento da demanda. Priorizei em meu mandato a distribuição de verbas das emendas parlamentares para a saúde, beneficiando as pessoas que dependem exclusivamente do Sistema Único de Saúde — SUS. Destinei verbas para o Hospital de Câncer de Barretos e o Hospital de Base de São José do Rio Preto, referências nacionais em atendimento de especialidades que recebem pacientes de todo o Brasil; destinei recursos também para as Santas Casas e os hospitais filantrópicos e venho defendendo o reajuste de 100% na tabela SUS como forma de tirar esses hospitais da penúria. Também trabalhei muito pela agricultura. Conquistamos o preço mínimo de referência para a laranja e os leilões da CONAB para colocar o excedente de safra. Buscamos recursos para financiar o setor da borracha natural do interior paulista, fortemente atingido pela queda dos preços internacionais, que recebeu este ano um incentivo de 50 milhões de reais do Governo Federal. Destaco aqui a importância da seringueira na região de São José do Rio Preto, que se tornou uma das regiões mais produtoras do nosso País. Buscamos apoio para projetos de piscicultura na região dos Grandes Lagos, no interior de São Paulo, hoje infelizmente atingida por uma longa estiagem que ameaça o turismo, a criação de peixes, a navegação e até a geração de energia elétrica. 100 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 [CD120] REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 Outra das nossas grandes lutas, Sr. Presidente e Srs. Parlamentares, é por mais segurança na malha ferroviária de carga que corta todo o interior de São Paulo. A ferrovia explorada pela América Latina Logística tem trechos precários, com sucessivos descarrilamentos de composições carregadas de grãos. Em novembro do ano passado morreram na área central de Rio Preto oito pessoas, atingidas em suas casas por uma composição de carga que trafegava acima da velocidade permitida e saiu dos trilhos. Ainda este mês outro descarrilamento derrubou o muro de uma escola na cidade de Catanduva. Por sorte, ninguém se feriu. Desde o início do meu mandato, faço sucessivos alertas ao Governo e à concessionária ALL, que estão registrados em indicações, ofícios e requerimentos. No trecho entre Santa Fé do Sul e a região de Campinas, todas as travessias são perigosas, com inúmeros cruzamentos em nível e com o avanço das construções para a beira da linha do trem. Até o momento, infelizmente, não há ações concretas para acabar com o pesadelo de milhares de pessoas que vivem à beira da ferrovia. [CD121] É forçoso reconhecer que a nossa ferrovia, que no passado transportava passageiros, hoje transporta carga, a produção do Centro-Oeste brasileiro. Portanto, passar hoje no centro das cidades, no meio das nossas cidades, é realmente um perigo. É também um transtorno e um atraso para se chegar ao Porto de Santos. Na semana passada protocolei nova indicação, a Indicação nº 6.572, de 2014, solicitando ao Ministério dos Transportes e à Agência Nacional de Transportes Terrestres — ANTT providências urgentes para iniciar os estudos técnicos para a construção de um novo traçado ferroviário de cargas em todo o interior paulista, retirando os trens cargueiros das áreas urbanas. 101 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O investimento se justifica. Afinal, passam por esse trecho ferroviário cerca de 20 composições de carga diariamente, com até 80 vagões cada uma, levando 10% da soja produzida no Centro-Oeste brasileiro, rumo ao Porto de Santos. E com a entrada em operação, em breve, de um ramal da Ferrovia Norte-Sul no Noroeste de São Paulo, o movimento de cargas deverá triplicar, tornando ainda mais arriscada a travessia das composições pelas cidades paulistas. As cidades do interior de São Paulo não podem conviver com tanta insegurança. Deixo aqui uma palavra final sobre o momento político. O Sr. João Dado - Sr. Deputado Edinho Araújo, peço um aparte a V.Exa. O SR. EDINHO ARAÚJO - Pois não, Deputado. É um prazer conceder-lhe o aparte. O Sr. João Dado - Peço este aparte não só para saudá-lo, mas também para dizer-lhe que é um dos ícones desta Casa, com projetos absolutamente importantes para o atendimento do interesse público. E lá na nossa região de São José do Rio Preto — essa nossa cidade pujante da qual foi grande gestor, Prefeito — V.Exa. tem deixado um legado de grandes obras. Eu[CD122] quero homenageá-lo especialmente em relação à BR-153, obra muito defendida por V.Exa. Nós colaboramos, com os membros da bancada paulista, e fizemos com que o sucesso ou o êxito viesse, mas V.Exa. foi o coordenador desse processo. Quero saudar e homenagear V.Exa. pelo trabalho nesta Casa. O SR. EDINHO ARAÚJO - Eu quero agradecer a honra que tenho de receber aparte do Deputado João Dado, companheiro com quem compartilhamos as lutas e as conquistas da região de São José do Rio Preto, uma vez que é sem sombra de dúvida um representante autêntico de Votuporanga e região. E quero dizer da 102 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 alegria que tenho de ser seu colega na Câmara Federal, uma vez que é sem sombra de dúvida um dos Deputados mais influentes e tem liderança expressiva não só em Votuporanga, mas em todo o Estado de São Paulo. Muito obrigado. Pois não, Deputado Emanuel Fernandes. O Sr. Emanuel Fernandes - Deputado Edinho Araújo, eu gostaria também de me solidarizar com V.Exa. e testemunhar aqui o trabalho que faz em relação a duas das coisas que citou, tanto a Ponte Rodoferroviária sobre o Rio Paraná quanto a Rodovia Euclides da Cunha. Eu sei do esforço que fez para que isso acontecesse. Hoje nós vemos a nossa região da Alta Araraquarense em pleno desenvolvimento, embora momentaneamente com problema de seca no Canal Pereira Barreto, com problema de seca nas grandes represas. Mas a infraestrutura que ajudou a construir na região faz jus aos trabalhos que os pioneiros que fundaram a região da Alta Araraquarense tiveram, desbravando os sertões. V.Exa. será lembrado sempre na região de São José do Rio Preto e de Alta Araraquarense como uma das pessoas que ajudaram a desenvolver a infraestrutura, além de ter sido Prefeito tanto de Santa Fé do Sul quanto de São José do Rio Preto. Parabéns a V.Exa.! [CD123] O SR. EDINHO ARAÚJO - Quero agradecer ao Deputado Emanuel Fernandes, que é da nossa querida São José dos Campos, mas tem suas raízes na região de São José do Rio Preto, Américo de Campos, Valentim Gentil, Votuporanga. Sem sombra de dúvida, com a contribuição que deu como Secretário de Economia e Planejamento do Governo Geraldo Alckmin, tem ali sua marca também. A duplicação da Rodovia Euclides da Cunha tem a presença de V.Exa. 103 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 Aproveito para cumprimentar o Governador Geraldo Alckmin e o Deputado Julio Semeghini, que é também da nossa região, pelo brilhante trabalho que desenvolvem. Digo da minha alegria de tê-lo também como colega no Congresso Nacional, Deputado Emanuel Fernandes, uma vez que é um dos grandes municipalistas que sem sombra de dúvida realizou uma das administrações históricas em São José dos Campos. Muito obrigado, Deputado. Continuando, Sr. Presidente, quero fazer referência ao momento político. A Fundação Ulysses Guimarães recebeu do Conselho Nacional do PMDB na última semana a missão de ouvir a sociedade para apresentar um projeto de reforma política ao Congresso Nacional. É um passo importante. Costumo dizer que a reforma política é a mãe de todas as reformas e que a dificuldade de consenso é evidente, porque cada um de nós tem a própria reforma na cabeça. O desafio do consenso está posto. Aprovamos algumas alterações pontuais na legislação, como o projeto de minha autoria que regula fundo partidário e tempo de TV. Mas a sociedade quer mais, e tem pressa. A próxima Legislatura precisará dar uma resposta rápida e convincente, criando regras que diminuam a influência do poder econômico nas eleições e fortaleçam os partidos. Precisamos resgatar a credibilidade da política e dos políticos, abalada pelo fosso que se abriu entre cidadãos e seus representantes e pelas inúmeras denúncias repercutidas pela mídia. 104 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 [CD124] REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 Um dos pontos que defendo na reforma política é o voto distrital. Sou um exemplo prático de Deputado distrital. Nas duas últimas eleições, obtive mais de 90% dos meus votos na região de São José do Rio Preto. O Sr. Arnaldo Faria de Sá - V.Exa. me permite um aparte, Deputado? O SR. EDINHO ARAÚJO - Pois não, Deputado. O Sr. Arnaldo Faria de Sá - Queria cumprimentar V.Exa. Sei da sua vida política. Sem dúvida nenhuma a proposta que faz é extremamente operosa no sentido de poder dar outro valor e outro respeito à classe política. V.Exa., na sua luta, é o responsável pela Ponte Rodoferroviária entre São Paulo e Mato Grosso do Sul, uma luta importante. Também foi Prefeito da grande São José do Rio Preto e anteriormente de cidade da região, está na Câmara há muito tempo e depende da situação política atual para se reeleger. Portanto, parabéns a V.Exa., Deputado Edinho Araújo. O SR. EDINHO ARAÚJO - Eu quero agradecer ao Presidente da Comissão de Viação e Transportes, Deputado Arnaldo Faria de Sá, uma das legendas do Parlamento, da política de São Paulo e do Brasil. Eu quero aqui fazer um cumprimento a V.Exa. que sem sombra de dúvida deve ser homenageado não só pelos aposentados do Brasil, mas por todos que fazem a boa política. O Sr. Mauro Benevides - Antes de V.Exa. encerrar seu discurso, quero levar também minha solidariedade à tese da reforma política, pela qual tenho sido um modesto pregoeiro nesta Casa, defendendo-a portanto, para que ela se concretize ainda nesta Legislatura, mesmo que possa ser prorrogada até 31 de janeiro. O SR. EDINHO ARAÚJO - Também concordo com V.Exa., Deputado Mauro Benevides. Quanto à reforma política, nós já vivenciamos muitos momentos e 105 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 frustrações nesta Casa. Ela é a mãe de todas as reformas, porque nela está a origem muitas vezes das doações de empresas privadas, de atos que levam ao fosso da corrupção. Portanto, a reforma política é importante. [CD125] Eu gostaria de dizer a V.Exa. que minha expectativa é de que ela possa se dar no primeiro semestre do ano que vem. Essa deve ser a preocupação de todos nós. Portanto, essa proximidade que tenho com os eleitores só ajuda, uma vez que sou eleito basicamente pelo voto distrital — 90 % dos meus votos nas duas últimas eleições são da região de São José do Rio Preto —, e me faz prestar contas regularmente do meu mandato, cobrado nas ruas pelos eleitores olho no olho a todo instante. O momento político é delicado, mas reafirmo minha crença na política e nas instituições, assim como considero legítimos e oportunos os questionamentos que a cidadania faz a nós políticos. É tempo, pois, de reflexão e coragem para realizar as mudanças necessárias. Tenho plena convicção de que o Brasil vai mudar, e mudar para melhor. Muito obrigado, Sr. Presidente; muito obrigado, Sr. Parlamentares. (Palmas.) Durante o discurso do Sr. Edinho Araújo, assumem sucessivamente a Presidência os Srs. Mauro Benevides, nos termos do § 2º do art. 18 do Regimento Interno, e Inocêncio Oliveira, nos termos do § 2º do art. 18 do Regimento Interno. 106 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 [CD126][CD127] REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Esta Presidência saúda os professores finalistas na Olimpíada da Língua Portuguesa. (Palmas.) 107 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 [CD128][CD129] REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao ilustre Deputado Onyx Lorenzoni, do DEM do Rio Grande do Sul, que disporá de 25 minutos na tribuna. O SR. ONYX LORENZONI (DEM-RS. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, aqueles que acompanham esta sessão, esta é a minha primeira fala no Grande Expediente desta Casa — espaço nobre do Parlamento brasileiro — após as eleições deste ano. E quero aqui, Sr. Presidente Inocêncio, pedir licença para agradecer aos 148.302 gaúchos e gaúchas que me trouxeram de volta a esta Casa, para o meu quarto mandato de Deputado Federal, sexto mandato desde 1994, contando os mandatos de Deputado Estadual que tive, com muita honra, no Estado do Rio Grande do Sul. Portanto, quero dedicar este Grande Expediente exatamente a essas milhares de pessoas, homens e mulheres, que me depositaram a sua confiança. Com isso, aumenta ainda mais, grande Deputado Mauro Benevides, a minha responsabilidade no exercício do meu mandato. Quero abordar hoje talvez um dos temas mais difíceis da sociedade brasileira, que é a questão da segurança pública no País. O Estado brasileiro tem como atribuição fundamental proteger o cidadão de inimigos externos — e aí nós temos as Forças Armadas brasileiras — e garantir a segurança pública através das nossas polícias. E este é hoje o maior problema que homens, mulheres, jovens e crianças vivem no Brasil: a insegurança que se esboça no cotidiano da vida de cada um de nós, em cada canto do nosso País. Recentemente, o VIII Anuário Brasileiro de Segurança Pública foi publicado. E o que ele mostra? Ele mostra um retumbante fracasso das políticas de segurança do 108 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 atual Governo, deste Governo que se reelegeu agora em outubro e que tem um compromisso com o Brasil: combater, diminuir, restringir esse número vergonhoso do nosso País, onde, a cada 10 minutos, uma pessoa é assassinada. O[CD130] grave é termos mais de 50 mil pessoas assassinadas por ano em nosso País. Esses dados trazidos ao conhecimento da sociedade brasileira precisam ser um pouquinho mais analisados. Nós podemos ir ao Estado de Alagoas, que tem a pior taxa de homicídios no Brasil: 64,7 vítimas para cada 100 mil pessoas. O Rio Grande do Norte teve o maior crescimento proporcional: pulou de 11,4 para 22 assassinatos a cada 100 mil pessoas, num crescimento de mais de 93,2%. São Paulo, por sua vez, se manteve como o Estado com a menor taxa de vítimas no Brasil: com 10,8 assassinatos a cada 100 mil. E o meu Rio Grande do Sul, razão de eu estar aqui, é o quarto Estado menos violento do Brasil, mas não por isso menos preocupante para nós gaúchos. A realidade hoje da criminalidade no Rio Grande do Sul e da insegurança das pessoas, Sr. Presidente, Deputado Inocêncio Oliveira, é absolutamente aterradora! Porto Alegre submete-se neste momento, nesta semana, em bairros da Zona Norte, como Rubem Berta, Mario Quintana e Timbaúva, a toque de recolher. As quadrilhas desafiam as autoridades públicas e submetem as trabalhadoras e os trabalhadores a toque de recolher, por interesse e conflito entre as quadrilhas na cidade de Porto Alegre. [CD131] O interior do meu amado Rio Grande, que já foi símbolo de paz, de tranquilidade, as pequenas e médias cidades são hoje afetadas por explosões de caixas eletrônicos, por sequestros de cidadãos e cidadãs, que são submetidos à sanha dos criminosos. 109 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 Aquilo que há 10 anos, 12 anos era possível de ser feito nos pequenos Municípios gaúchos, como deixar um carro com o vidro baixado, com a chave na ignição, lamentavelmente hoje não é mais possível. E isso é o que nos assusta, isso é o que nos preocupa. Há outro dado desse estudo muito relevante, Presidente Inocêncio. Em 2013, contam que no Brasil aconteceram 50 mil estupros. Eu vou repetir, porque o número é assustador: 50 mil estupros! A taxa mundial diz que só 35% dos estupros chegam ao conhecimento das autoridades públicas, o que equivaleria dizer, e é lícito supor, Deputada Andreia Zito, que no Brasil poderiam ter ocorrido, só no ano de 2013, 143 mil estupros. E esse é um grau de violência, particularmente contra a mulher, absolutamente inaceitável. Qual é o grande problema no Brasil hoje? O maior mal da criminalidade brasileira é essa crescente capacidade que as autoridades públicas, quer do Governo Federal, quer de muitos Governos Estaduais, têm de se acomodar, de se conformar: “Olha, isso é assim mesmo. Nós estamos sem meios”.[CD132] Como é que nós vamos admitir, em nosso País, em pleno vigor da democracia, Presidente Inocêncio, no século XXI, a morte anual, pela violência, de mais de 50 mil pessoas? O que mais ocorre? Um crescente aumento da crueldade dos crimes no Brasil. E isso, Deputada Andreia, está muito ligado ao estudo recente que fiz de um documento do Partido dos Trabalhadores que diz o seguinte: “A Polícia Militar é descrita como uma instituição — abre aspas — ‘cuja ineficiência no combate ao crime’ só é superada pela violência genocida contra a juventude negra e pobre das periferias e favelas.” 110 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 Esta é a mentalidade que domina as políticas de segurança pública no Brasil, sob o manto de uma falsa ignorância dissimulada. Anos e anos de ideário de esquerda em nosso País construíram na cabeça de muitos brasileiros que bandido é vítima da sociedade e que policiais são sádicos executores de pobres e agressores da população. Existe brutalidade policial? É evidente que sim. E ela deve ser combatida com muito rigor. Não pode ser tolerada de forma alguma. A brutalidade policial deve ser combatida, não deve ser tolerada. Mas, ora, não me venham com essa história de que bandido é vítima da sociedade. O grande problema que está por trás desse conceito é a crescente impunidade no Brasil, porque, aí, a criminalidade aumenta. Depois, quando se vai pesquisar, a sociedade diz que 81% das pessoas no Brasil acham que a prática de crime não tem nenhuma consequência, de pequenos a grandes crimes. Um[CD133] terço apenas da população brasileira procura as autoridades policiais quando é vítima de algum crime, dois terços nem se aproximam das autoridades policiais em nosso País. E isso vem desse raciocínio incutido na cabeça dos brasileiros de que bandido é vítima da sociedade. Ora, bandido escolhe ser bandido! Nós que percorremos as periferias das cidades brasileiras, nós que vamos ao encontro da população mais pobre, o que encontramos? Noventa e nove por cento de homens e mulheres de bem! E esses noventa e nove por cento, Sr. Presidente, Deputado Inocêncio Oliveira, que, se encontrarem uma carteira na rua recheada de dinheiro, correm atrás do dono, ou da dona; escolhem trabalhar; não se corrompem nem roubam; não matam nem sequestram. A ciência criminal prova: bandido escolhe ser bandido. Portanto, esse precisa ser enfrentado. 111 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 É muito fácil para o Governo Federal empurrar a responsabilidade, Presidente Inocêncio, para os Governos estaduais. É muito fácil. E chega a ser indignante quando nos damos conta disto, de que a Presidente Dilma Rousseff preocupa-se com Cuba e lá coloca 680 milhões de dólares para fazer um porto, o Porto de Mariel. Anunciou[CD134]-se esta semana — e o BNDES nem sabe, porque não há nem projeto — que o Governo brasileiro, por decisão da Presidente Dilma, irá emprestar a Cuba mais 360 milhões de dólares, para que se faça um aeroporto em Havana. E as milhões de pessoas no Brasil que hoje estão gradeadas? É grade, é muro, é cerca elétrica, é cachorro... Para quem pode, segurança privada. Mas a maioria absoluta da população brasileira, homens e mulheres, vive aterrorizada. Se têm que trabalhar cedo, rezam antes de sair de casa — os que têm fé. Se têm filho ou filha que vai à escola ou faculdade, rezam, Presidente Inocêncio, quando passa meia hora, ou quando passam 40 minutos, 1 hora do tempo marcado para o filho ou filha chegar em casa; rezam para que o pior não tenha acontecido. E aí nós olhamos o Governo da Presidente Dilma, reeleita, com 40 Ministérios. Ora, Sr. Presidente, podiam ter um pouco de humildade: diminuir alguns desses inúteis Ministérios que aí estão e fazer um Ministério da Segurança Pública no Brasil. Isto é imperativo, isto é uma exigência da sociedade! As fronteiras brasileiras estão absolutamente porosas, permeáveis. E, aí, na campanha eleitoral, ouviu-se o Governo dizer que bota o Exército, a Aeronáutica, a Polícia Federal, a Marinha do Brasil na Operação Ágata — que durou poucos dias. [CD135]Fez um jogo de cena para dificultar o tráfico de drogas e armas. Ora, por que não tornar a Operação Ágata permanente? Por que não haver cooperação entre o Governo Federal, as polícias estaduais e a Polícia Federal? Por que não haver um 112 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 órgão, que poderia ser o Ministério da Segurança, para trazer um pouco mais de segurança e paz às famílias brasileiras? Mas, não. O que nós temos, quando vamos verificar o Fundo Nacional de Segurança, é a ausência absoluta de recursos. É como faz o PT, na maior parte do período em que governa: anuncia a verba, mas, depois, não a repassa; anuncia a obra, mas, depois, não a executa. E o que é pior: quando a execução vem, o que nós vamos descobrir é a corrupção que está por trás de tudo isso. Essa visão distorcida de segurança pública poderia ser emblematicamente demonstrada no auxílio-reclusão hoje, que eu chamo de bolsa presidiário — para ver se eu provoco este Governo incompetente quanto ao absurdo conceitual que existe no Brasil. O bolsa presidiário, ou o auxílio-reclusão, Deputado Pauderney Avelino, vale, no Brasil, 940 reais. E quanto vale o salário mínimo, Presidente Inocêncio? Pouco mais de 700 reais. No Brasil de Dilma e do PT, bandido ganha mais do que trabalhador honesto de sol a sol! [CD136] Mas há outros dados terríveis no Anuário de Segurança Pública. Das pessoas perguntadas, 81% disseram que é fácil desobedecer às leis no País. Eu já disse que apenas um terço das vítimas vai à polícia para declarar os crimes de que são vítimas. A impunidade desagrega a sociedade, corrompe princípios e instituições. Outro ponto que o estudo nos revela é o dado terrível dos confrontos da criminalidade com a polícia. O número de mortos foi de 2.212 pessoas. O número de policiais vítimas desse confronto foi de 490, dos quais 75% estavam fazendo bico, estavam tentando sobreviver, tentando levar dignidade a sua família. E, aí, arrasta-se, lamentavelmente, no Congresso Nacional, a PEC 300, que poderia, minimamente, trazer um patamar de dignidade às polícias e aos policiais do 113 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 nosso País. Da mesma maneira, a PEC 308, que cria a Polícia Penal neste País, outra exigência necessária: não vem, não é pautada por este Plenário. Nós precisamos enfrentar a questão do menor no Brasil. Hoje, neste País, as quadrilhas recrutam menores e os levam a prática de crimes, e crimes terríveis: homicídios, estupros, sequestros, cada vez com mais violência, lamentavelmente. [CD137] Concedo um aparte ao Deputado Pauderney Avelino. O Sr. Pauderney Avelino - Deputado Onyx Lorenzoni, V.Exa. traz hoje ao conhecimento do Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados, números terríveis que mostram ou desnudam o problema da segurança pública no nosso País. Não dá mais para continuar como está. Estamos no limite! O crime no Brasil virou epidemia. A Organização Mundial da Saúde e a ONU estabelecem que, para cada 100 mil habitantes, são toleráveis 10 crimes. No Brasil, nós temos a média de quase 30 crimes, e há cidades em que a média passa de 50 crimes por 100 mil habitantes. Não dá mais para continuar assim! O nosso partido, que preside a Comissão de Segurança Pública, tem estudado ações inerentes à segurança pública para um projeto de lei. E V.Exa. toca num assunto fundamental: a questão do menor infrator, do menor criminoso. Esse é o motivo hoje da maioria dos crimes. Uma quadrilha pega um menor de 18 anos, coloca uma arma em sua mão, e o menor faz todo o serviço para o adulto. Apresentei[CD138], na semana passada, projeto de lei que amplia em 50% a pena para o criminoso que trouxer, para praticar um crime, um menor. Mas isso não é suficiente. Acho que é preciso também mais rigor na pena para o menor infrator. Além disso, nós estamos criando as condições, com a nossa assessoria — V.Exa. bem conhece o trabalho que nós estamos realizando —, para dotarmos a segurança pública do Brasil não com meros recursos de um Fundo 114 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 Nacional de Segurança Pública, que é executado em apenas 10% ou 11%. Não, isso não resolve. Nós queremos não apenas recursos que sejam viáveis para dotar a segurança pública de meios materiais, mas também que os profissionais da segurança recebam um salário adequado ao trabalho que realizam. Parabéns a V.Exa.! O SR. ONYX LORENZONI - Obrigado, Deputado Pauderney Avelino. O Sr. Mauro Benevides - V.Exa. me permite, nobre Deputado Onyx Lorenzoni, uma breve intervenção? O SR. ONYX LORENZONI - Pois não, Deputado Mauro Benevides. O Sr. Mauro Benevides - Quero cumprimentar V.Exa. pelo discurso que profere na tarde de hoje, ao abordar um tema da maior relevância para o povo brasileiro. Ainda ontem, o Editorial da Folha de S.Paulo abordava este tema, em que se vislumbra exatamente o quadro de intranquilidade vivenciado pelo País e que V.Exa. agora expõe com absoluta segurança e firmeza de informações e dados que nos conscientizam da necessidade imperiosa de haver uma conjugação de esforços. O discurso de V.Exa. ora proferido poderia seguir para todos os governadores que serão empossados em 1º de janeiro, para que eles já cheguem advertidos da gravidade deste tema e desses fatos hediondos que se registram no País, sem que o poder público possa agir com aquela severidade para reprimir os crimes que se operacionalizam no País. Cumprimento V.Exa. pelo discurso que profere. [CD139] O SR. ONYX LORENZONI - Muito obrigado, Deputado Mauro Benevides. Finalizando, Sr. Presidente, quero abordar a questão do menor. Nós apresentamos a PEC nº 273, de 2013, de minha autoria, que trata da emancipação de menores para fins penais. No caso de menor de 18 anos, mas maior de 16 anos, 115 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 que cometer crimes contra a vida, como homicídio, estupro ou sequestro, o juiz chama uma comissão de especialistas para verificar se o menor tinha consciência do que estava fazendo, se tinha plena faculdade do ato que estava praticando. Nessa situação, como já fazemos no Brasil há mais de 400 anos, ele seria emancipado para fins penais. Já fazemos isso há 400 anos, emancipando menores para fins civis. Lembro aos professores que aqui estão, numa homenagem a eles, que D. Pedro II foi emancipado aos 14 anos para poder governar o Brasil. Da mesma maneira, o jovem seria emancipado para fins penais e poderia, então, ser condenado, segundo a lei penal, ao tempo referente ao crime que tivesse cometido. Não mais se criaria aquela figura de que ele fica apreendido por 2 ou 3 meses e, depois, é libertado, ficando com a ficha limpa, Sr. Presidente Inocêncio Oliveira. Em contrapartida, a vítima — fala-se muito pouco no Brasil da vítima — e as famílias das vítimas carregam para a eternidade a violência de um homicídio, de um estupro ou de um sequestro. E é[CD140] às vítimas que nós queremos falar neste momento, quando lembramos a necessidade de endurecermos, por exemplo, as penas para quem comete crime contra policiais. Não é possível, Deputado Mauro Benevides, o que ocorre no Brasil com a progressão penal: o sujeito mata, estupra, sequestra, é condenado a 20 anos de prisão, mas cumpre apenas um sexto da pena. Se a pena for de 24 anos, o sujeito fica preso apenas 4 anos, e daí vai embora, volta para a rua, mata de novo, estupra de novo, sequestra de novo... Uma das maiores violências cometidas no Brasil a favor da impunidade está simbolizada num ex-Parlamentar desta Casa, no ex-todo-poderoso, o primeiro- 116 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 ministro plenipotenciário do Governo Lula, José Dirceu. Ele foi condenado a 7 anos e 11 meses, mas ficou 11 meses na cadeia. Hoje está em casa para cumprir os outros 7 anos. É isso que dói na alma dos brasileiros e das brasileiras. Combater a impunidade, Sr. Presidente, deveria ser um dos principais objetivos do Governo petista, mas não é o que vemos com os escândalos do mensalão e do petrolão. A cada novo depoimento — eu acabei de chegar da CPI da PETROBRAS — o que se vê? O Governo contava com a impunidade, e o tempo passando, como se isso fosse possível. Em vez de combater a corrupção, valeu-se dela para financiar um projeto de poder. [CD141] Sr. Presidente, a voz das ruas quer andar em paz pelas ruas, quer olhar para os seus governantes e não ver corruptos! Ontem, a Presidente da PETROBRAS reconheceu publicamente que em maio deste ano recebeu a informação da empresa holandesa SBM de que a empresa havia pago propina a agentes, a funcionários da PETROBRAS. Ela esteve há pouco, no mês de agosto ou setembro, na CPMI, e, quando lhe perguntaram, ela negou. Como pode a Presidente da PETROBRAS mentir para o Congresso Nacional, Presidente Mauro Benevides, e continuar no cargo de Presidente da PETROBRAS? Lamentavelmente, este é o Governo que nós temos no Brasil: um governo que trabalha com a desinformação, que trabalha com a impunidade, que trabalha com a ideia de que se deve proteger o bandido e largar à própria sorte as pessoas de bem. [CD142] Combater o crime é escolher um lado: o lado da lei, da luta pela moralidade e do respeito às pessoas de bem. Afinal, não se combate o crime, Sr. Presidente, 117 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 fragilizando as nossas polícias, degradando os nossos policiais, desprestigiando as nossas corporações, nem muito menos protegendo bandido. O que nós brasileiros desejamos é que o Governo ora eleito, para os próximos 4 anos, respeite a sociedade brasileira, bote o bandido na cadeia, acabe com a corrupção e nos dê paz e segurança nas ruas. 118 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 [CD143] [CD144] REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Para uma breve intervenção, concedo a palavra à ilustre Deputada Andreia Zito, do PSDB do Rio de Janeiro. A SRA. ANDREIA ZITO (PSDB-RJ. Pela ordem. Sem revisão da oradora.) Sr. Presidente, em primeiro lugar, quero aqui parabenizar o nobre Deputado Onyx Lorenzoni, que debateu um assunto muito importante para o nosso País: a questão da impunidade e, consequentemente, da insegurança, que é um fato em cada Estado e em cada local. Portanto, eu quero aqui parabenizar S.Exa. por ter trazido esse tema à discussão. Na verdade, Sr. Presidente, eu venho aqui neste momento para falar a respeito da Proposta de Emenda à Constituição nº 170, de 2012. Como informei a várias pessoas, agora, estivemos na reunião do Colégio de Líderes, para conversar também a respeito do tema. Existe da minha parte e da parte de tantas outras pessoas uma ansiedade para que hoje nós consigamos realmente votar essa PEC tão importante. Eu quero deixar aqui registrado que tenho a certeza de que nós começaremos a fazer justiça aos servidores aposentados por invalidez a partir da data de hoje. Obrigada. 119 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 [CD145][CD146] REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao Deputado Mauro Benevides, por 1 minuto. O SR. MAURO BENEVIDES (PMDB-CE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, neste discurso que encaminho a V.Exa., registro a decisão do Banco do Nordeste de lançar a linha de crédito FNE VERDE, referente àqueles recursos do fundo constitucional que V.Exa. ajudou a aprovar durante o debate constituinte, que objetivam estimular exatamente aquilo que se chama de energia limpa, como a energia eólica. Essa linha de crédito lançada pelo Banco do Nordeste utiliza recursos do FNE que foram aprovados na Constituinte, tendo a minha assinatura e a assinatura de V.Exa. e de mais 200 Constituintes naquele momento. Peço a V.Exa. que considere como lido o teor deste discurso que agora encaminho à Mesa. PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a imprensa cearense, em seus espaços destinados a divulgar matéria de caráter econômico, anuncia a linha de crédito do FNE VERDE, para aplicação no financiamento de projetos de microgeração eólica e solar, repassado a empresas que já se acham instaladas na região, em condição de fornecer energia limpa, para impulsionar o crescimento daquela faixa territorial do País. Como autor da emenda constitucional de que se originou uma linha de recursos apreciáveis, conforme inserido no art. 159 da Carta Cidadã, identifico na iniciativa ora adotada algo capaz de contribuir para incrementar uma fonte 120 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 energética de custo bem menor, o que passa a ser estimulante para os investidores dispostos a atuar nesse sistema de dispêndio consideravelmente menor. Recordo, aliás, que, no presente exercício, o total assegurado ao FNE, com a dedução da receita dos Impostos de Renda e do incidente sobre o IPI, aproxima-se dos 17 bilhões, passando a ser a mais ponderável fonte de disponibilidades, repassada, conclusivamente, pela União, num aporte sempre saudado como fundamental para o incremento de nossos esforços produtivos. O Diretor da área, João Roberto Pereira de Messias, incumbiu-se dessa tarefa, o que ampliará, sem dúvida, o nível de colaboração do banco para incentivar uma esfera capaz de impulsionar fonte energética ponderável, como mais um marco valoroso da conceituada instituição financeira, criada por inspiração do sempre lembrado economista baiano Rômulo de Almeida já falecido, que obteve o assentimento do Presidente Getúlio Vargas para o surgimento, em 1952, do BNB, depois seguido pela SUDENE. Ao presidir, em 1985 e 1986, aquela entidade, sucedendo ao saudoso Camilo Calazans de Magalhães, visualizei a imperiosa necessidade de aportar-se maior quantitativo para que se redimensionasse a capacidade operacional do BNB, ouvindo o ETENE e entidades da sociedade civil organizada, especialmente as vinculadas à agricultura, a indústria e ao comércio. Acredito que, a cada dia, com um quadro de servidores competentes, o BNB tornar-se-á ainda mais eficaz no cabal cumprimento de seus elevados objetivos institucionais, já agora com 6 décadas de ação profícua, por todos assim reconhecida, indiscrepantemente. 121 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 [CD147][CD148] REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra, para uma breve intervenção, ao ilustre Deputado Júlio Campos. O SR. JÚLIO CAMPOS (DEM-MT. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Parlamentares, eu quero registrar que, ao chegar a esta Casa, tomei conhecimento deste documento assinado pelo eminente colega José Chaves, Deputado Federal por Pernambuco, que analisa a situação das áreas tidas como “terrenos de marinha”. Realmente o Deputado tem razão e conta com a minha solidariedade. Lá em Mato Grosso, para todas as construções que margeiam os nossos rios, nós também sofremos o abuso de ter que pagar anualmente as tais famigeradas taxas à Secretaria do Patrimônio da União — SPU e a outros órgãos que não só cobram o tal do laudêmio, mas não dão a documentação para diversos moradores ribeirinhos. Nós que somos de um Estado pantaneiro e temos seriíssimos problemas na área de terrenos de marinha, queremos prestar nossa solidariedade ao eminente companheiro José Chaves e dizer a S.Exa. que estamos ao seu lado na luta pela regulamentação dos terrenos de marinha no Brasil, para que esse povo possa ter a sua documentação permanente e pagar impostos justos como os demais brasileiros. 122 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 [CD149][CD150] REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Para uma breve intervenção, concedo a palavra ao ilustre Deputado José Stédile, do PSB do Rio Grande do Sul, por 1 minuto. [CD151] O SR. JOSÉ STÉDILE (PSB-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, muitas empresas do Brasil e indústrias em especial têm tido uma dificuldade muito grande com relação à competitividade. Boa parte delas buscou adquirir energia no mercado alternativo, para ter maior qualidade e poder competir principalmente com os produtos chineses que estão entrando no nosso País. Ocorre que, com a seca, essas empresas, que são centenas em todo o Brasil, tiveram um acréscimo de mais de 300% no custo de energia. A Caliendo, uma empresa do Rio Grande do Sul que tem 160 empregados, cujo custo de energia passou de 80 mil reais para 350 mil reais por mês, está fechando amanhã. Centenas de empresas no Brasil inteiro estão fechando em razão do custo de energia, que significa 17% da sua arrecadação. Eu acredito que o Governo brasileiro, através do Ministério de Minas e Energia, tem que tomar uma atitude rápida para que várias empresas que estão fechando no Brasil se recuperem. É preciso que nós possamos dar um passo importante para manter as indústrias brasileiras. Obrigado, Sr. Presidente. 123 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 [CD152][CD153] REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra, para uma breve intervenção, ao ilustre Deputado Celso Maldaner. O SR. CELSO MALDANER (PMDB-SC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, demais colegas Parlamentares, eu gostaria de cumprimentar todos os presentes e informar que, agora há pouco, no Espaço Mário Covas, estava presente o Presidente da Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor, José Tadeu Tesseroli de Siqueira, e toda a diretoria dessa instituição, com o objetivo de promover a campanha da Semana do Combate à Dor. Trata-se de uma data muito importante para todos nós, não só para os agentes de saúde e multiplicadores desta causa. [CD154] Quero expressar minha alegria em poder participar da divulgação e realização de tão importante campanha aqui na Capital Federal, com destaque em todo o território nacional. Graças a uma união de esforços entre o meu gabinete e o do meu irmão, o Senador Casildo Maldaner, além, é claro, do empenho da Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor, de hoje até o próximo dia 21, os Parlamentares e visitantes da Casa serão brindados com esta bela exposição aqui no Espaço Mário Covas da Câmara dos Deputados, promovendo a campanha da Semana do Combate à Dor. Talvez muitos de nós Parlamentares tenhamos dores crônicas, então é importante essa divulgação. Inclusive há estudos sobre essa questão em vários Estados brasileiros, já com dados estatísticos. Sr. Presidente, eu queria dar como lido este nosso pronunciamento, para divulgar essa campanha tão importante que estaremos promovendo de hoje até o 124 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 dia 21. Às vezes muitos pacientes estão sofrendo com dor, quando hoje há meios para que ela seja evitada. PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR Sr. Presidente, desejo uma boa tarde aos colegas Parlamentares da Casa e aos demais visitantes. Gostaria de cumprimentar a todos os presentes, na pessoa do Presidente da Sociedade Brasileira de Estudo da Dor (SBED), José Tadeu Tesseroli de Siqueira, e de toda a diretoria que nos prestigia, além dos agentes de saúde e multiplicadores desta causa, e expressar a minha alegria em poder participar da divulgação e realização de tão importante campanha na Capital Federal, com destaque em todo o território nacional. Graças a uma união de esforços entre o meu gabinete e o do meu irmão, o Senador Casildo Maldaner, além, é claro, do empenho e da seriedade da SBED, de hoje até o próximo dia 21, os Parlamentares e visitantes serão brindados com essa bela exposição aqui no Espaço Mário Covas da Câmara dos Deputados, para promover a campanha da Semana do Combate à Dor. A mobilização visa conscientizar a população brasileira sobre a importância do tema e o seu impacto no paciente que dela sofre, na família, na sociedade e nos gestores de saúde. A dor crônica atinge cerca de 30% da população brasileira que frequenta as Unidades Básicas de Saúde (UBS) e possui reflexos em diversas esferas econômicas e sociais da vida do indivíduo e da própria sociedade. Em seus 30 anos de atividades, a SBED reuniu médicos e agentes da área da saúde para difundir a necessidade de educação continuada desses profissionais. A instituição também promoveu debates sobre a dor e as políticas públicas de saúde, 125 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 como no caso da atuação junto à Câmara Técnica em Controle de Dor e Cuidados Paliativos do Ministério da Saúde, sendo uma referência no assunto. A campanha quer atrair a atenção para a necessidade de um estudo epidemiológico brasileiro para se ter a dimensão do problema e montar um mapa da dor no país. Para isso, conto com a participação de todos, seja respondendo aos questionários, seja difundindo as ideias e estudos sobre a dor nas redes sociais. Trata-se de um assunto de extrema importância e que merece ser esmiuçado e trabalhado a fundo pelos agentes de saúde. Muito obrigado. 126 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O[CD155][CD156] SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao Deputado Renato Simões, do PT de São Paulo. S.Exa. dispõe de 3 minutos na tribuna. O SR. RENATO SIMÕES (PT-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, venho à tribuna no dia de hoje para antecipar uma importante comemoração que faremos no próximo dia 20, o Dia Nacional da Consciência Negra, quando o Brasil vai homenagear um grande brasileiro que nos deixou há 10 anos: Celso Furtado. A memória de Celso Furtado permanece até hoje como um norte importante do debate econômico, político e social no País. Celso Furtado, paraibano de nascimento, tornou-se um cidadão do Brasil e do mundo graças a uma elaboração crítica e criativa do pensamento econômico-desenvolvimentista. Ainda hoje vemos o resultado do seu pensamento e da sua prática, não só pelo grande intelectual que foi, mas como gestor, como polemista e como defensor de um projeto nacional de desenvolvimento autônomo e soberano do Brasil no contexto latino-americano e mundial. Celso Furtado é com certeza um pensador essencial para o debate sobre os rumos do Brasil de hoje. Quando sentimentos obscurantistas do Sul e do Sudeste se levantam contra o desenvolvimento do Norte e do Nordeste, é hora de nós resgatarmos o pensamento de Celso Furtado, é hora de nós pensarmos que Brasil é este que será capaz de reduzir as desigualdades regionais e sociais dentro de uma visão holística. [CD157] Nós queremos homenagear Celso Furtado. E temos a expectativa de que o futuro mandato da Presidenta Dilma, que se inaugurará no dia 1º de janeiro, será capaz de aprofundar essas grandes transformações, integrando o Brasil como um 127 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 todo e fazendo justiça aos Estados que foram, ao longo da história, deixados de lado de projetos nacionais que os abandonaram. Sr. Presidente, peço a transcrição nos Anais da Casa da íntegra do discurso que preparei sobre o pensamento de Celso Furtado e que seja divulgado no programa A Voz do Brasil e nos meios de comunicação da Casa a homenagem a este que, como V.Exa., projetou o Nordeste para o Brasil e para o mundo. Muito obrigado, Sr. Presidente. PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, hoje venho a esta tribuna para lembrar o transcurso dos 10 anos do passamento de um grande pensador brasileiro. Trata-se do paraibano Celso Monteiro Furtado. Celso Furtado foi um grande economista brasileiro e latino-americano do século XX, e um dos principais economistas da escola da teoria do desenvolvimento que surgiu e se tornou dominante entre as décadas de 1940 e 1960. Com Raúl Prebisch, foi fundador da escola estruturalista latino-americana. O surgimento e a consolidação do pensamento econômico no Brasil está indissoluvelmente ligado a Celso Furtado. A obra do grande pensador paraibano, em particular a Formação Econômica do Brasil e Desenvolvimento e Subdesenvolvimento, demarca a passagem do pensamento econômico brasileiro da pré-história para a história. Anteriormente já haviam sido produzidos trabalhos importantes, como a História Econômica do Brasil (1937), de Roberto Simonsen, ou a História Econômica do Brasil (1945), de Caio Prado Jr., mas nenhum deles conseguiu definir um método 128 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 analítico e amarrar com tanta pertinência os determinantes da dinâmica econômica brasileira. O faro aguçado de Furtado para decifrar a problemática socioeconômica advinha não apenas de sua formação multidisciplinar, mas principalmente de sua participação direta nos acontecimentos mais importantes dessa época, como personagem e elaborador privilegiado. Pode-se dizer que Furtado estava no lugar certo, no momento certo, pois assistiu ao nascimento da CEPAL (Comissão Econômica para América Latina — Agência da ONU) e ajudou na sua consolidação, participou do antigo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico, atualmente Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social — BNDES e fundou a Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste — SUDENE. Nesse ponto é importante lembrar, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, que a SUDENE foi extinta em 2001 pelo Governo FHC, mas, em 2007, o Governo Lula reestabeleceu os novos marcos legais para a SUDENE, com vistas, assim como Celso Furtado, a um desenvolvimento sustentável e justo para os nordestinos e nordestinas de nosso País. Ele foi membro destacado dos Governos JK e Goulart, de quem foi Ministro do Planejamento. Estudou na França e na Inglaterra e depois lecionou nesses países. Enquanto expoente do desenvolvimentismo, Furtado é um dos pais do intervencionismo keynesiano no Brasil e o primeiro pensador brasileiro a desenvolver um modelo de análise baseado na heterodoxia estruturalista. Autor de mais de duas dezenas de livros sobre o Brasil e a América Latina, traduzidos para vários idiomas, Furtado escreveu a Formação Econômica do Brasil, que se tornaria um clássico das ciências sociais, influenciando praticamente todas as gerações de estudantes até o presente. 129 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 Celso Furtado sempre soube ser ao mesmo tempo homem público, intelectual e crítico e, dentro dos limites das mais variadas situações, buscou-se exaustivamente, de forma democrática e cordial, conforme suas correlações de força política, operar alianças sem exceder ao essencial de seu pensamento e sem vender sua alma ao diabo, entretanto, como intelectual sempre buscava a sua radicalidade, no sentido de ir à raiz dos problemas econômicos e sociais brasileiros e latino-americanos. O conjunto do pensamento de Furtado sempre nos colocou a necessidade de um projeto nacional, ainda que se possa discutir a caracterização desse projeto. Neste sentido, precisamos ainda enfrentar os desequilíbrios e a miséria de nossa sociedade, apesar dos avanços nos últimos 12 anos. Para tanto, ao começar a pensar em um estado de bem-estar social, é essencial discutirmos de forma democrática e ampla o financiamento de nossas políticas públicas, ou seja, precisamos urgentemente reverter a atual carga tributária, que é regressiva e injusta. Um exemplo claro: quem ganha até 2 salários mínimos paga em média 48,8% de impostos sobre sua renda total; já para quem ganha mais de 30 salários-mínimos paga, em média, apenas 8,4% de impostos sobre sua renda total. Evidentemente, como sempre nos ensinou Furtado, para ampliar e conquistarmos o nosso sonhado desenvolvimento é essencial a participação popular, a republicanização do Estado e a própria disputa pelo poder. Lembremos, não será e nunca foi a elite brasileira, que sempre foi parasita, que concederá os direitos sociais e políticos ao povo pobre e trabalhador. Portanto, é preciso avançarmos! 130 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 Celso Furtado nunca conformou-se com o status quo, sempre foi um ser humano com uma enorme capacidade de olhar para o horizonte e avaliar os caminhos para se avançar em uma sociedade justa, solidária e feliz. Em todos os momentos de sua vida Celso sempre perguntava-se e avaliava quais as condições estruturais de mudança. Por isso, Furtado sempre foi e será uma matriz de referência à nossa sociedade e ao povo brasileiro, que nunca desistiu!! Neste sentido, quero saudar a todos e comunicar que no próximo dia 26 de novembro (quarta-feira) a Unicamp (Universidade de Campinas), em conjunto com o Departamento de Ciência e Tecnologia do Instituto de Geociências e com o Instituto de Economia da Unicamp, realizarão o Seminário A atualidade e o pensamento de Celso Furtado em memória aos dez anos de seu falecimento, que contará com a presença de ilustres e importantes economistas, sociálogos e cientistas políticos da Unicamp, UFMG, UNB, UFRJ e da CEPAL, bem como, contará com a presença da viúva de Furtado, Rosa Freire, e membro do Centro Internacional Celso Furtado. Por fim, quero lhes colocar uma reflexão de Celso Furtado do livro Um projeto para o Brasil de 1968: “O ponto de partida do estudo do desenvolvimento, deveria ser, não a taxa de investimento, ou a relação produto-capital, ou a dimensão do mercado, mas sim o horizonte de aspirações da coletividade em questão, considerada esta não abstratamente, mas como um conjunto de grupos ou estratos com perfil definido, assim como o sistema de decisões que prevalece nessa sociedade e os fatores Iimitantes que escapam ao poder interno de decisão.” 131 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 [CD158] [CD159]O REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao ilustre Deputado Zé Silva, do Solidariedade de Minas Gerais. S.Exa. dispõe de 3 minutos na tribuna. O SR. ZÉ SILVA (SD-MG. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, na última semana, eu tive a grata oportunidade de participar da 47ª Assembleia da Associação Brasileira das Entidades de Assistência Técnica e Extensão Rural — ASBRAER, realizada em São Luís, no Maranhão. O espaço reuniu a maioria dos Estados brasileiros, quando os dirigentes das entidades de extensão rural fizeram um estudo e discutiram os desafios. Vi a apresentação do Presidente da ASBRAER, Dr. José Ricardo, mostrando o planejamento estratégico construído por muitas mãos pelo Brasil inteiro, considerando as diferenças regionais e as dificuldades de cada Estado brasileiro. Também[CD160] pude ver que o momento é muito estratégico, até porque nós tivemos uma árdua luta, desde 2005, quando começamos um movimento nacional para a criação de uma entidade brasileira que pudesse cuidar da assistência técnica e da extensão rural. Depois, no Congresso Nacional, em 2011, nós propusemos a criação — e foi criada — da Subcomissão da Agricultura Familiar e Extensão Rural. E foi aprovada uma indicação ao Poder Executivo para a criação dessa entidade, que culminou na criação da Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural — ANATER. Ela pauta um dos momentos estratégicos da vida do campo brasileiro, do produtor rural, da produtividade, do conhecimento gerado nas universidades, na Empresa 132 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 Brasileira de Pesquisa Agropecuária — EMBRAPA, nas entidades estaduais de pesquisa, que pode chegar ou não ao agricultor. Nós tivemos um primeiro momento, lá na minha querida Minas Gerais, talvez inspirado por suas montanhas e ares de liberdade, quando foi criado o Serviço de Extensão Rural, em 1948. Tivemos um segundo momento, em 1990, quando foi extinta a Empresa Brasileira de Assistência Técnica e Extensão Rural — EMBRATER. A ASBRAER surgiu para cuidar desse movimento. E agora há esse terceiro momento, essa terceira onda da extensão rural brasileira, que é a criação da ANATER. E o tema principal foi: Como será a agricultura brasileira com a instalação da ANATER? Qual será o papel estratégico dos nossos extensionistas? Talvez essa agência seja a última ou a primeira esperança de um agricultor, de uma família, nos grotões do Brasil, receber a presença do Estado, um novo conhecimento, uma maneira diferente de produzir, preservando o meio ambiente, combatendo a pobreza. E foi esse o tema principal: Os desafios com a criação da ANATER. [CD161]Não posso aqui, Sr. Presidente, deixar de ressaltar que o clima lá é de satisfação, mas também de preocupação, porque a ANATER foi criada em dezembro de 2013, foi regulamentada agora no mês de junho de 2014, e, até o presente momento, nós não temos a indicação da sua direção. Eu venho mais uma vez a esta tribuna para conclamar esta Casa a apoiar inclusive uma moção aprovada pela Frente Parlamentar da Agropecuária, assinada pelo seu Presidente, Deputado Luis Carlos Heinze. Assinei também, como Presidente da Frente Parlamentar da Ciência Técnica e Extensão Rural, porque a 133 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 ANATER já tem orçamento de mais de 1 bilhão, e a nova safra começa a ser plantada. Mesmo com a falta de chuva, a semente começa a ser colocada no solo. Então, quero aqui cumprimentar todos os dirigentes da ASBRAER, que fizeram essa longa caminhada que culminou com a criação da ANATER. Também foi discutido o seu planejamento estratégico e os novos desafios com a ANATER funcionando. Deixo aqui registrado, mais uma vez, que, se a Presidenta Dilma nomear a direção da nossa ANATER, quem vai agradecer é o campo brasileiro, os agricultores e todo o povo brasileiro que terá alimentos mais baratos e saudáveis na mesa, no dia a dia, para se alimentar com qualidade. PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a extensão rural brasileira é uma das causa nobres que defendo nesta Casa. Quero ampliar o acesso dos produtores, principalmente dos pequenos aos serviços disponíveis para capacitação, visando o conhecimento que poderá aumentar o crescimento da sua produção. Tive o privilégio de participar da 47º Assembleia Ordinária da Associação Brasileira de Assistência Técnica e Extensão Rural — ASBRAER. O encontro reuniu, no Estado do Maranhão, representantes das entidades de Assistência Técnica e Extensão Rural — ATER de vários Estados brasileiros, com o objetivo de discutir a importância da Assistência Técnica e Extensão Rural para o Brasil e promover o balanço das ações da ASBRAER, além da troca de experiências entre as Empresas de Assistência Técnica e Extensão Rural — EMATERs. 134 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 Fundada em 1990, a Associação Brasileira de Assistência Técnica e Extensão Rural — ASBRAER surgiu para ocupar o espaço deixado com a extinção da Empresa Brasileira de Assistência Técnica de Extensão Rural — EMBRATER. A instituição está presente em todo o território nacional, por meio de 27 entidades associadas ligadas aos Governos Estaduais. Durante a 47º Assembleia da ASBRAER, tive a oportunidade de participar da apresentação promovida pelo Presidente da entidade, José Ricardo Roneno, que também atua como dirigente da EMATER-MG, que fez breve apresentação do planejamento estratégico da ASBRAER, que sinaliza com clareza os pontos relevantes dos desafios e o cenário da Assistência Técnica e Extensão Rural Brasileira, com a implementação da Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural — ANATER. A implementação da ANATER propiciará um serviço social autônomo, que significa total autonomia para credenciar entidades públicas de Assistência Técnica e Extensão Rural. Em 2005, criou-se um movimento nacional para gerar uma entidade para coordenar esse serviço no Brasil. Em 2011, criou-se a Subcomissão de Agricultura Familiar e Extensão Rural. Foram realizadas audiências públicas, quando houve a construção de uma proposta encaminhada ao Poder Executivo. Em dezembro de 2013, então, foi criada a ANATER. Em maio de 2014, regulamentada, a ANATER tinha 1,1 bilhão de reais para a execução de seus serviços, com grande impacto no fortalecimento da agricultura familiar. 135 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O Ministro do Desenvolvimento Agrário atua como Presidente do Conselho Administrativo de ANATER. É preciso contratar serviços de acordo com a realidade regional do País — responsabilidade da ATER; garantir a qualidade do serviço prestado, monitoramento e avaliações dos resultados, possibilitando a credibilidade para serviços prestados. No Brasil, o serviço de ATER é essencial. O Governo Federal precisa garantir no mínimo 35% dos recursos para receber esse serviço no País. Hoje, o Governo Federal participa com 7,5%; os Governos Estaduais, com 79,2; e os Municípios, com 5,2%. Dos 4,3 milhões de agricultores do Brasil, somente a metade recebe assistência técnica; os que recebem têm o valor da produção, por hectare, de 1.356 reais; os que não são assessorados pela ATER recebem a quantia de 639 reais. Os dados mostram a importância do serviço de Assistência Técnica e Extensão Rural para o Brasil. Há ainda outras contribuições feitas pelo serviço de extensão rural, como proteção ao meio ambiente, erradicação da pobreza rural, entre outros benefícios. Sras. e Srs. Parlamentares, o pleno funcionamento da assistência técnica terá grande impacto na produtividade e no fortalecimento da agricultura familiar, o que significa que aumentará a geração de emprego e renda no campo, além de contribuir para a produção dos alimentos que diariamente estão na mesa do consumidor. A nomeação dos dirigentes da ANATER foi o principal tema da 47º Assembleia da ASBRAER. Tenho convicção de que essa conquista configura um 136 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 divisor de águas na história da extensão rural e da própria agricultura familiar. Destaco ainda o trabalho desenvolvido pelos companheiros extensionistas, que levam com tanta dedicação o conhecimento ao campo. Continuarei sendo a voz em defesa da extensão rural e da agricultura familiar, para que esta seja protagonista na produção de alimentos, na sustentabilidade, na erradicação da pobreza e na geração de emprego e renda para as populações do campo e das cidades. 137 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 [CD162][CD163] [CD164]O REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Com a palavra o Sr. Deputado Emanuel Fernandes, do PSDB de São Paulo. S.Exa. dispõe de 3 minutos na tribuna. O SR. EMANUEL FERNANDES (PSDB-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, eu tenho falado aqui reiteradas vezes sobre a necessidade de se ter um Chefe de Estado no Brasil. O atual instituto da Previdência pressupõe que o Presidente acumule a chefia de Estado com a chefia de Governo, mas há dificuldades inerentes à governabilidade. Por exemplo, o enorme número de partidos políticos, a consequente necessidade de fatiamento do Governo, o incremento sem cessar de leis — nós temos uma fúria legiferante muito grande —, uma judicialização da política e vários outros fatores hipertrofiam as funções de Chefe de Governo e atrofiam as funções de Chefe de Estado. As manifestações de junho do ano passado deixaram perplexas e momentaneamente sem ação as autoridades. Não tomamos as providências, e uma explosão maior e mais forte não está descartada. Se tivéssemos um Chefe de Estado exclusivo, essas providências seriam tomadas, mas a Chefe de Governo não tem moral para propor isso. Aliás[CD165], o resultado eleitoral deste ano jogou mais areia ainda no assunto, porque foi uma eleição dividida. Avizinha-se uma crise econômica, dados os resultados que nós temos tido na economia, e uma crise política irá estourar, fruto das investigações do que se chama “petróleo”, sobretudo se se confirmarem as denúncias ou rumores de que há um grupo enorme de Parlamentares envolvidos com isso. Se essas duas crises, tanto 138 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 econômica quanto política, entrarem em ressonância, nós vamos ter a tempestade perfeita e não teremos uma autoridade, Chefe de Estado, para debelar isso. Que o Brasil precisa de uma reforma política, isso é claro, está evidente. Que existem sobreposições de papéis, isso é claro, isso é evidente. Falta alguém, uma figura de Chefe de Estado, para chamar a si essas mudanças. O Congresso Nacional, nem este nem o futuro, irá propor uma reforma política. E o Governo propor uma reforma política é difícil de imaginar. Aliás, está entrando para a história recente do Brasil o fato de ter um primeiro Presidente que, antes de entrar, está virando o que os americanos chamam de “pato manco”. É preciso mudar essa história, e precisamos instituir uma mudança constitucional para termos no Brasil um Chefe de Estado exclusivo. Muito obrigado. 139 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 [CD166][CD167] REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra, pela ordem, ao ilustre Deputado Júlio Campos, do DEM de Mato Grosso, por 3 minutos. O SR. JÚLIO CAMPOS (DEM-MT. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, como representante do Brasil e desta Casa no PARLASUL, quero informar que tivemos, no início da semana passada, uma reunião importante em Montevidéu do Parlamento do MERCOSUL. Na oportunidade, a delegação brasileira, presente a maioria absoluta de seus membros, participara ativamente não só das reuniões das comissões técnicas como também do plenário, tratando de muitos assuntos de interesse do nosso MERCOSUL. [CD168] Como membro da Comissão de Infraestrutura, participei, sob a direção da Presidente daquela Comissão, Senadora Mirtha Palácios, da República do Paraguai, da discussão sobre o corredor bioceânico. Além disso, tivemos a oportunidade de fazer a defesa da conjugação do bioma dos pampas, que significa uma luta só da população do Brasil, do Uruguai, do Paraguai, da Argentina, onde temos o Aquífero Guarani, o maior aquífero de águas subterrâneas da América do Sul. Com esta crise que estamos tendo no Brasil, principalmente no Estado de São Paulo, que é participante do Aquífero Guarani, nós temos, mais do que nunca, de fazer uma política de preservação não só da politica ambiental, da sustentabilidade, como também das nossas águas. É por isso que o Parlamento do MERCOSUL também tem que participar de um debate conjunto, porque a mesma crise que hoje atinge São Paulo pode atingir em curto prazo os outros Estados brasileiros e os países vizinhos que compõem o MERCOSUL. 140 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 Queremos também registrar que nós, da Comissão de Infraestrutura, no final do mês, estaremos em Mendoza, na Argentina, discutindo uma política energética que vai beneficiar muito uma parceria integral dos Países Venezuela, Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, que compõem o nosso MERCOSUL. Estamos divididos ou enfraquecidos neste momento em termos econômicos, mas temos que nos unir em termos de bandeira maior, que é a integração sulamericana. Muito obrigado. 141 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 [CD169][CD170] REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao Deputado Celso Maldaner. S.Exa. dispõe de 3 minutos. O SR. CELSO MALDANER (PMDB-SC. Pela ordem. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, eu gostaria de destacar que realizei, na última sexta-feira, dia 14, um roteiro de entrega de emendas parlamentares que contemplou cinco Municípios catarinenses. Ibicaré, Luzerna, Abdon Batista e Anita Garibaldi receberam novos ônibus escolares adquiridos por meio da emenda de bancada, por indicação minha. Cada veículo custou cerca de 150 mil e foi adquirido com recursos do Ministério da Educação. É fundamental dar condições adequadas de deslocamento aos estudantes, para otimizar seu processo de aprendizado. Sei da importância de um veículo seguro e equipado para transportar os estudantes até a escola, evitando a evasão escolar e melhorando o desempenho dos alunos. Por isso, sou parceiro desta iniciativa. Já o Município de Celso Ramos foi beneficiado com uma emenda parlamentar individual no valor de 250 mil reais, investidos na aquisição de um caminhão caçamba. Os recursos foram angariados junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. O equipamento vai auxiliar a administração municipal de Celso Ramos a prestar serviços com rapidez e eficiência à população, beneficiando sobretudo os agricultores do Município. Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, eu gostaria de registrar que, na última segunda-feira, dia 17, estive no Hospital São José, em Maravilha, às 10 horas, juntamente com a Prefeita Rosimar Maldaner e lideranças municipais, para a 142 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 entrega oficial da ordem bancária que possibilitará o início da reforma da unidade de nutrição e dietética do hospital. No valor de 400 mil reais, os recursos são fruto de uma emenda parlamentar individual de minha autoria junto ao Ministério da Saúde. Os ambientes que serão reformados incluem o lactário e a cozinha, que darão maior autonomia e eficiência à equipe que atua na nutrição e preparação de refeições aos internos do hospital, entre outros serviços. Trata-se de uma reforma necessária e importante para que possamos otimizar o atendimento e proporcionar maior agilidade à equipe de nutrição, trazendo reflexos positivos a todos que utilizam a estrutura do hospital. Muito obrigado. Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, eu gostaria de registrar que estive em Pinhalzinho, na última segunda-feira, realizando a entrega oficial de duas patrulhas agrícolas adquiridas por meio de uma emenda parlamentar, no valor de R$341.250,00, via Ministério da Agricultura, com contrapartida da Prefeitura Municipal de R$ 27.650,00, em um investimento total de R$369.000,00. Com os recursos, foram adquiridos dois distribuidores de adubo orgânico líquido, dois distribuidores de calcário e adubo, duas carretas forrageiras, duas colhedoras de forragem, duas plainas dianteiras e dois tratores Massey Ferguson. Os equipamentos vão beneficiar diretamente as famílias de agricultores das comunidades de Distrito de Machado, Navegantes, Volta Grande, Lourdes e Santa Terezinha. Com esse maquinário, que considero fundamental para a realização das atividades diárias no campo, otimizaremos o trabalho de nossos agricultores, 143 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 elevando a produtividade e melhorando a qualidade de vida no meio rural. Além disso, também promoveremos uma economia de tempo e dinheiro aos produtores do Município. A compra foi realizada com o aval do Conselho Municipal de Agricultura, que se reúne uma vez por mês e conta com membros do Poder Executivo, cooperativas e agricultores. De acordo com o Prefeito Fabiano da Luz, apesar de apenas 17% da população viver no interior, o meio rural de Pinhalzinho representa mais de 30% da movimentação econômica do Município, fazendo com que as máquinas sejam as demandas mais urgentes da administração municipal neste momento. É uma honra poder contribuir com a melhoria da qualidade de vida e trabalho dos agricultores e a população pinhalense. Muito obrigado. 144 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 [CD171][CD172] REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra, pela ordem, ao ilustre Deputado Jesus Rodrigues, por 3 minutos. O SR. JESUS RODRIGUES (PT-PI. Pela ordem. Sem revisão do orador.) Muito obrigado, Sr. Presidente. Queria apresentar para os nobres Deputados e também para os ouvintes da Rádio Câmara um evento que nós estamos promovendo na cidade de Palmeira do Piauí, a 600 quilômetros de nossa Capital, Teresina: a inauguração de uma microdestilaria para a produção de etanol, a ser gerenciada pela agricultura familiar. Essa[CD173] microdestilaria foi financiada com recursos não reembolsáveis do Banco do Nordeste do Brasil, e esse fato deve ocorrer agora, dia 21 de novembro, às 8 horas da manhã, na cidade de Palmeira do Piauí. Desde o início do meu mandato venho trabalhando nesta Casa para que a legislação que trata da comercialização do combustível produzido tenha uma maior flexibilidade no que diz respeito à regra atual, que permite apenas que grandes empresas comercializem nessa área, por conta dos baixos custos que conseguem atingir. A pequena empresa ou a agricultura familiar ficou alijada desse processo desde o momento em que nós desenvolvemos a nossa capacidade de produzir etanol suficiente para substituir os combustíveis fósseis, a gasolina e o óleo diesel, ou equilibrar o uso do etanol com esses combustíveis. Inicialmente, a proposta era que a agricultura familiar também produzisse etanol — essa foi a proposta inicial, em 1973, em 1975, quando ocorreu a primeira crise do petróleo. A equipe de então, liderada por Bautista Vidal, conseguiu produzir um programa em que previa a o financiamento da construção de 1 milhão de 145 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 microdestilarias, cada uma delas com a capacidade de produzir 200 litros/dia. Esse processo começaria pelas regiões mais pobres do Brasil, as Regiões Nordeste e Norte, em que a agricultura familiar poderia, então, produzir esse combustível. O Banco do Nordeste do Brasil ficou sensível a essa ideia e patrocinou com recursos não reembolsáveis a instalação dessa primeira microdestilaria. Eu considero, já finalizando, que essa poderia ser uma das grandes alternativas para a geração de emprego e renda no campo, através da produção de combustível na agricultura familiar, como também poderia ser uma oportunidade para nós melhorarmos a questão ambiental, do ponto de vista do uso da energia renovável, e não da derivada do petróleo, para a movimentação da nossa frota.[CD174] A agricultura familiar teria condições plenas de duplicar a capacidade hoje instalada de produção de etanol, através desses pequenos equipamentos. Por isso, eu recomendo também à Presidenta Dilma Rousseff que abrace esta causa e incentive, no seu próximo Governo, a produção de etanol em pequenos equipamentos. Muito obrigado, Sr. Presidente. 146 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 [CD175][CD176] REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra, para uma breve intervenção, à ilustre Deputada Benedita da Silva, do PT do Rio de Janeiro. A SRA. BENEDITA DA SILVA (PT-RJ. Pela ordem. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, eu gostaria de divulgar a campanha de mobilização pela igualdade de direitos para as trabalhadoras e os trabalhadores domésticos. Na campanha eles colocam uma questão importante: a equiparação de direitos. Direitos não se reduzem, direitos se ampliam, e não podemos ter retrocessos. Queremos fazer um diálogo, para juntos tratarmos aqui do banco de horas, do direito à organização sindical, da negociação coletiva e da igualdade de direito aos demais trabalhadores e trabalhadoras. Sr. Presidente, eu peço o registro na íntegra do manifesto. Obrigada. O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - O pedido de V.Exa. será atendido. MANIFESTO A QUE SE REFERE A ORADORA Pela igualdade de direitos Desde a Constituição de 1988 até 2013, os trabalhadores/as domésticas estiveram em condições diferentes aos demais trabalhadores/as brasileiros. Em 2013, o Congresso Nacional aprovou a Emenda Constitucional 72, que finalmente garantia a igualdade de direito aos trabalhadores/as domésticas. No entanto, no dia 10 de novembro de 2014 a Comissão Mista de Consolidação das Leis e Regulamentação da Constituição rejeitou as 58 emendas apresentadas pela Câmara e aprovou o texto enviado pelo Senado. Consideramos a 147 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 medida o fim dos sonhos de seis milhões de trabalhadores/as e um retrocesso aos direitos conquistados. A Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços da CUT (Contracs/CUT) - juntamente com a Federação Nacional dos Trabalhadores Domésticos (Fenatrad) e as demais entidades sindicais de trabalhadoras domésticas filiadas - está em campanha de mobilização pela igualdade de direitos para os trabalhadores/as domésticas. Estamos em campanha pela equiparação de direitos e contra o retrocesso! Não podemos permitir que os direitos garantidos com a PEC não sejam efetivados. A Contracs propõe um diálogo com a sociedade e com os parlamentares com o objetivo de garantir a melhor regulamentação dos direitos dos trabalhadores/as domésticas e a aprovação e aceitação da Emenda Global proposta pela deputada Benedita da Silva no PLP 302/2013. Estamos colhendo assinaturas em uma petição online contra a proposta do senador Romero Jucá e solicitamos o apoio de toda sociedade e parlamentares nesta campanha pela igualdade de direitos. Campanha de mobilização pela igualdade de direitos para @s trabalhadoras/es doméstic@s Pela equiparação de direitos e contra o retrocesso! - Não ao banco de horas - Pelo direito à organização sindical - Pelo direito à negociação coletiva - Pela igualdade de direito aos demais trabalhadores/as 148 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 [CD177][CD178] REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra, pela ordem, ao ilustre Deputado Fábio Trad, do PMDB de Mato Grosso do Sul. S.Exa. dispõe de 3 minutos na tribuna. O SR. FÁBIO TRAD (PMDB-MS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, trago à tribuna da Câmara dos Deputados uma breve reflexão a respeito dos números assustadores de homicídios perpetrados em nosso País. A tragédia de violência no Brasil, com números estarrecedores de assassinatos, voltou ao noticiário nacional, na semana passada, quando um site de finanças lembrou que 16 das 50 cidades mais violentas do mundo são brasileiras. [CD179] O que espanta é que, esse fatídico ranque, agora destacado como fato novo, no qual o Brasil aparece com oito cidades entre as 5ª e a 16ª vergonhosas posições, havia sido divulgado pela ONG mexicana Conselho Cidadão para a Segurança Pública e Justiça Penal em janeiro passado, e, então, registrado com o destaque que mereceu tão deprimente estatística. Embora os contornos da escalada de homicídios devam ser sempre repetidos e repisados, como improvável antídoto a esta peste social insidiosa, o fato de a mídia tomar como nova a trágica notícia velha denuncia a fraqueza da memória coletiva, mesmo dos formadores de opinião, ante os números intoleráveis da violência contra a vida no Brasil. Se a consciência coletiva move a repulsa moral ante a violência e mobiliza o compromisso ético pela redução dos assassinatos, a tibieza de nossa memória é grave indício de tolerância social, da frouxidão de governos e instituições face à inominável tragédia. 149 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 Há mais de 1 ano, estarrecemo-nos quando o Mapa da Violência 2013 apontava que os 206 mil homicídios registrados no Brasil entre 2007 e 2011 superavam em muito o número de mortos nos 12 maiores conflitos armados que aterrorizavam países como Iraque, Sudão, Afeganistão, Índia, Somália e Paquistão entre 2004 e 2007. Há algum tempo, de novo nos afligimos com os 56 mil assassinatos contados no Brasil em 2012, última estatística disponível de guerra civil difusa, silenciosa e, por isso, mais letal e perversa que conflitos declarados. Porém[CD180], lamentavelmente, recuperamo-nos com incrível rapidez dos choques estatísticos que definem a brutalidade assassina que prostra o Brasil. Passado o espanto, a vida continua. Ou melhor, os assassinatos, aos milhares, prosseguem seu roteiro de sangue e pavor, ignorados pelos cidadãos bem pensantes e bem protegidos, até que um site de finanças alerte para o turismo de risco, incluindo 16 cidades brasileiras entre as mais perigosas do mundo. Ainda que, como agora, o alerta refira estatísticas do começo deste ano, menos mal se elas se prestarem a reaquecer nossa consciência individual, e a responsabilidade política e ética da Nação, para o dever moral e civilizatório de estancar a barbárie. Sr. Presidente, Deputado Inocêncio Oliveira, solicito a V.Exa. — e para isso peço a atenção da Mesa — que o meu pronunciamento seja divulgado nos órgãos de comunicação da Casa, em especial no programa A Voz do Brasil, que tem uma capilaridade imensa em todos os rincões deste nosso amado Brasil. Muito obrigado. 150 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 [CD181] [CD182]O REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Eu convoco os Deputados presentes nas diferentes dependências da Casa a virem imediatamente para o plenário. Estão na Casa 293 Sras. e Srs. Deputados e apenas 194 registrados no painel eletrônico. Reitero o apelo para os Srs. Parlamentares: venham imediatamente ao plenário para atingirmos o quórum regimental de 257 Deputados e darmos início à nossa Ordem do Dia. 151 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 [CD183][CD184] REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra, pela ordem, com muito prazer, para uma breve intervenção, ao ilustre Deputado Sibá Machado, do PT do Acre. O SR. SIBÁ MACHADO (PT-AC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, primeiro, eu quero registrar a reunião do G-20, na Austrália, que tratou do investimento de 2,5 trilhões de dólares para dar um aquecimento de cerca de 2% na economia mundial. Lá, ouviram da Presidenta Dilma o que foi o Plano de Aceleração do Crescimento como medida de desenvolvimento nacional. Segundo, quero dizer que está na Comissão de Orçamento o PLN 36/14, que trata da flexibilização do superávit primário brasileiro. É uma medida anticíclica do nosso Governo para garantir o investimento, o emprego com carteira assinada em todo o Brasil e o desenvolvimento do nosso setor produtivo. Terceiro: trago uma notícia muito boa. Neste trimestre a economia dá um salto de 0,6% de crescimento, pondo o Brasil à frente de toda a Europa, de países como o Japão e de tantos outros. Não há malabarismo na economia brasileira; o que há é alta responsabilidade, capacidade do Governo de investir certo, na hora certa e, principalmente, de ficar atento para que o nosso povo não seja prejudicado pela crise econômica que hoje o mundo vive. O nosso partido está atento, pedindo a aprovação do PLN 36/14 na Comissão de Orçamento, para que o Brasil não venha sofrer nenhum prejuízo de investimento em 2015. Era isso, Sr. Presidente. 152 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 [CD185]O REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra, pela ordem, ao ilustre Deputado Waldenor Pereira. S.Exa. dispõe de 3 minutos na tribuna. O SR. WALDENOR PEREIRA (PT-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, na última segunda-feira, dia 17, em parceria com o Deputado Estadual Zé Raimundo, do Partido dos Trabalhadores da Bahia, realizamos um evento da maior importância e significação para a agricultura familiar da região sudoeste da Bahia. Na ocasião, nós tivemos a grata oportunidade de fazer a entrega de tratores agrícolas, com todos os implementos, a 28 diferentes associações e sindicatos de trabalhadores rurais. O evento contou com a presença de lideranças políticas, lideranças comunitárias, sindicais, presidentes de associações, presidentes de sindicatos de trabalhadores rurais do sudoeste da Bahia. Todos comemoraram aquele momento especial, pela importância que representa a mecanização agrícola para o desenvolvimento das atividades agropecuárias, uma vez que garante o aumento da produtividade, gera emprego e renda e, por consequência, melhora a qualidade de vida das populações. [CD186] Essas populações já vêm sendo beneficiadas por outros programas do Governo Federal, a exemplo do Programa Luz para Todos, que na Bahia já alcançou mais de 1.500 instalações elétricas, e do Programa Água para Todos, originário do nosso Estado, que já beneficiou mais de 4 milhões de baianos. Dessa feita, Sr. Presidente, com a entrega desses tratores nos nossos mandatos, através da CAR, que é uma empresa pública do Governo da Bahia, 153 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 vamos também contribuir com o desenvolvimento da agricultura familiar na nossa região, aumentando a produção tradicional daquela região. Portanto, eu quero agradecer ao Presidente da CAR, Dr. José Vivaldo, às companheiras Itamar, Rosa e Sara, gerentes regionais naquela região e a nossa assessoria e parabenizar todas as associações e sindicatos que foram beneficiados naquela oportunidade com tratores agrícolas, com todos os implementos que vão permitir o aumento da produção e da produtividade da agricultura familiar no sudoeste da Bahia. Obrigado.[CD187] 154 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra, pela ordem, ao ilustre Deputado Miro Teixeira. O SR. MIRO TEIXEIRA (Bloco/PROS-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Inocêncio Oliveira, Sras. e Srs. Deputados, nos casos de corrupção, normalmente as eleições — e consequentemente a democracia — são apontadas como grandes responsáveis pela circulação de dinheiro ilegal: pelo suborno, pelas propinas, pelo roubo do dinheiro público, a rigor. Nós já combatíamos esse conceito, uma vez que a corrupção existe porque existe corrupto, o roubo existe porque existe ladrão. Nós já falávamos que não era o financiamento de campanha que promovia a corrupção; senão as ditaduras seriam os regimes mais puros, mas são seguramente os mais corrompidos. Nós, que já dizíamos isso, agora podemos economizar as nossas palavras, porque, como hoje está noticiado, um técnico — um técnico! —, no escândalo da PETROBRAS, fez um acordo para devolver 100 milhões de dólares. Mas ele concorreu a que eleição? Esse dinheiro estava depositado num banco suíço. Isso quer dizer que é o sistema eleitoral que está corrompido? Ou será que a nossa afirmação de sempre, de que existe a corrupção porque existe corrupto, de que existe o roubo porque existe ladrão, não está sendo, então, agora demonstrada? Sr. Presidente, V.Exa. sempre se aliou a todas as lutas internas do Parlamento na busca de uma reforma política sincera, que não parta de falsos princípios, de falsas premissas. Eu acho que nós agora temos que considerar esses fatos e cumprimentar todos os que estão atuando — especialmente a Polícia Federal, o Ministério Público, o Juiz Moro[CD188] — nesse caso, esclarecendo a opinião pública e trazendo de volta o dinheiro que foi tomado do povo. 155 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 [CD189] REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 Nós devemos também chamar a atenção para este detalhe: nós não precisamos mais argumentar; basta que nós demonstremos o que está sendo tomado de volta, recolhido de volta, que foi retirado dos cofres públicos e que não tem nada a ver com financiamento de campanha; é corrupção, mesmo. Pode ser corrupção para agentes administrativos e pode ser corrupção para agentes políticos, sim. Então, em nome daqueles que prezam a democracia, que respeitam a democracia, que respeitam o processo eleitoral, eu acho que nós devemos também mais esse agradecimento aos autores dessa operação, porque eles estão, pura e simplesmente, arruinando a tese de que a corrupção é provocada pelo sistema eleitoral e pelo financiamento de campanha. O dinheiro da corrupção é o dinheiro para corruptos; o dinheiro do roubo é o dinheiro para ladrões. Obrigado.[VHPL190] 156 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Reitero o apelo aos Srs. Parlamentares presentes nas diferentes dependências da Casa para que venham imediatamente ao plenário. Já estão na Casa 305 Sras. e Srs. Deputados, mas se registraram no painel eletrônico apenas 207. Então, eu reitero esse apelo e peço que venham imediatamente ao plenário. 157 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 [VHPL191] REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Para uma breve intervenção, tem a palavra o Deputado Fábio Trad, do PMDB de Mato Grosso do Sul. O SR. FÁBIO TRAD (PMDB-MS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, registro aqui, mais uma vez, o apelo de um Deputado que teve a honra de presidir a Comissão Especial que analisou a proposta de reforma do novo Código de Processo Civil, um trabalho que demandou o esforço coletivo de segmentos que conhecem, estudam e refletem sobre o Direito nesta Casa, por mais de 2 anos, para que o Senado da República ultime a votação do projeto que dará ao Brasil o novo Código de Processo Civil. Se o Senado da República assim o fizer ainda neste mês ou logo no começo do mês de dezembro, a Presidenta Dilma, ainda neste mandato, terá condições de sancionar um projeto que vai dar mais celeridade à tramitação dos feitos de natureza cível no Brasil, contribuindo para que as pessoas não sofram tanto quanto vêm sofrendo em virtude da morosidade estrutural do Poder Judiciário. Esse é o apelo que faço. O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Muito obrigado a V.Exa. 158 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 [VHPL192] REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra, para uma breve intervenção, ao ilustre Deputado Arolde de Oliveira, do PSD do Rio de Janeiro. S.Exa. dispõe de 3 minutos na tribuna. O SR. AROLDE DE OLIVEIRA (PSD-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, colegas Parlamentares, o mensalão não passa de uma marolinha se comparado com esse maremoto de lama da PETROBRAS, que começa a afogar o Governo corrompido do Partido dos Trabalhadores. O[CD193] mais triste e estarrecedor é que não vai parar por aí. Faltam ainda a ELETROBRAS, o Postalis, dos Correios, e os bancos oficiais, cujos rumores sinalizam investigações mais avançadas e com fortes indícios de corrupção, similares aos da PETROBRAS. Há também o agenciamento de obras realizadas por empresas brasileiras em países da América Latina e da África com empréstimos feitos com cláusula de confidencialidade, ao arrepio do Senado Federal. O lulopetismo estabeleceu os seus fundamentos políticos na corrupção e no fisiologismo. Agora vem o Sr. Ministro da Justiça acusar a Oposição de buscar o terceiro turno eleitoral. Quanto equívoco do Ministro petista! Quanta agressão à inteligência da Nação brasileira negar a gravidade dos fatos do maior escândalo de corrupção do Ocidente! Que horror, Sr. Presidente! Mesmo as mentes mais sórdidas não poderiam imaginar tal nível de ousadia para desconstruir ética e moralmente o nosso Brasil. A Presidente da República tem declarado que as investigações não deixarão pedra sobre pedra, doa a quem doer. Se não for mais uma mentira, dentre tantas que já ouvimos, o País terá uma oportunidade ímpar de expurgar os maus políticos 159 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 dos seus quadros e de aperfeiçoar o sistema representativo e suas estruturas de controle de gestão. Se a Presidente Dilma está sendo intelectualmente honesta e quiser passar à história com uma biografia positiva, basta mobilizar sua base de apoio no Congresso e promover as mudanças que se impõem e que podem e devem ser encaminhadas e consagradas no Poder Legislativo. Muito obrigado, Sr. Presidente. 160 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra, para uma breve intervenção, ao Deputado Paulo Freire, do PR de São Paulo. O SR. PAULO FREIRE (Bloco/PR-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) Sr. Presidente, é um prazer nesta tarde estar aqui acompanhado do grande cantor Lázaro, que é conhecido no meio evangélico e foi eleito Deputado Federal para a próxima Legislatura. É uma honra ter aqui o Lázaro, um grande baiano, um bom baiano que estará conosco nesta Casa a partir do ano que vem. Eu queria somente dar boas-vindas ao nosso querido companheiro Deputado Federal Lázaro. Muito obrigado, Sr. Presidente. O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Em nome de V.Exa., eu quero saudar o ilustre pastor que nos visita. Meus cumprimentos e minhas homenagens![VHPL194] 161 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao ilustre Deputado Onofre Santo Agostini. S.Exa. dispõe de 3 minutos na tribuna. O SR. ONOFRE SANTO AGOSTINI (PSD-SC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero fazer um convite a todos os brasileiros: amanhã, às 15 horas, o ilustre Deputado Inocêncio Oliveira, esse grande Presidente, vai fazer o seu discurso de encerramento da vida pública. Conclamo todos os brasileiros que me honram neste momento com sua a atenção a, amanhã, às 15 horas, assistir à despedida do meu prezado amigo, esse grande Presidente, Deputado Inocêncio Oliveira. [CD195] Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o problema na saúde pública é recorrente em todo o País. Faltam médicos, funcionários, equipamentos e materiais cirúrgicos e de pronto atendimento; a estrutura física é insuficiente e é crescente o número de faltas ao trabalho por parte desses profissionais. Não é difícil perceber que a população é a maior penalizada com esses absurdos. Diante desse cenário caótico, os médicos estão sem condições de trabalho e cada vez mais mal-humorados. Realmente, o serviço vai de mal a pior. No mês de fevereiro deste ano, o Presidente da Associação Médica Brasileira — AMB, Dr. Florentino Cardoso, declarou, em entrevista no Programa Roda Vida, transmitido ao vivo pela TV Cultura, que defende o exame para recém-formados no curso de Medicina, como acontece com formados no curso de Direito. Na visão do representante da AMB, para alcançar a qualidade no ensino, os estudantes deveriam, ao concluir a faculdade, realizar o Revalida. Atualmente, o exame só é aplicado aos médicos formados no exterior que desejam trabalhar no 162 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 País. Tal procedimento, indiscutivelmente, ajudaria muito a elevar a qualidade do ensino nas faculdades e, consequentemente, da saúde da população brasileira. Em 2012, apresentei o Projeto de Lei nº 4.265, de 2012, que modifica a Lei nº 3.268, de 30 de setembro de 1957, que dispõe sobre os Conselhos de Medicina, instituindo exame de proficiência como condição para registro dos médicos nos Conselhos Regionais de Medicina. [CD196] Os médicos só poderão exercer legalmente a Medicina, em qualquer de seus ramos ou especialidades, após o prévio registro de seus títulos, diplomas, certificados ou cartas no Ministério da Educação e de sua inscrição no Conselho Regional de Medicina em cuja jurisdição se achar o local de suas atividades. O objetivo da iniciativa é reduzir a baixa qualidade dos profissionais no mercado de trabalho brasileiro, alvo constante de críticas de toda a população. Há alguns anos a imprensa noticiou que, do número de médicos que se formam, mais de 90% têm dificuldade em passar no exame de proficiência médica. Isso é grave, Sr. Presidente. Entretanto, mesmo quem é reprovado tem o direito de exercer a profissão, diferentemente do que ocorre no exame da Ordem dos Advogados do Brasil. É importante destacar que o exame proposto no nosso projeto de lei está fundamentado no princípio do interesse público, na valorização da vida e da dignidade humana e não resulta em qualquer prejuízo ao médico bem formado, aquele que demonstra a devida capacidade para o exercício profissional ao qual se propõe. 163 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 Portanto, Sr. Presidente, defender o exame de proficiência para os recémformados no curso de Medicina, além de coerente, é fundamental para oferecermos uma saúde de qualidade para toda a população brasileira. Da mesma[c197] forma que o advogado, que para militar na advocacia tem que passar no exame da Ordem, o médico, para exercer a Medicina, deveria ter que passar no exame de proficiência. Por isso, queremos agradecer a V.Exa. e, mais uma vez, convidar o povo brasileiro para amanhã, às 15 horas, assistir à despedida do Deputado Inocêncio Oliveira. Muito obrigado. O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Gostaria de agradecer ao ilustre Deputado Onofre Santo Agostini os elogios a mim dirigidos e o convite para amanhã, às 15 horas, as pessoas assistirem a meu discurso de despedida depois de dez mandatos consecutivos. 164 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 [CD198] REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Gostaria de dizer ao Deputado Silvio Costa que amanhã, às 15 horas, serão dois Grandes Expedientes, para que eu possa me despedir desta Casa a que servi durante dez mandatos consecutivos. [CD199][c200] O SR. SILVIO COSTA (PSC-PE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, para mim não é só uma obrigação vir para cá, é um privilégio ouvilo, mas, ao mesmo tempo, é um lamento, porque V.Exa. vai fazer muita falta a esta Casa. O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Muito obrigado.[CD201] 165 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 [CD202]O REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao ilustre Deputado Izalci, do PSDB do Distrito Federal. S.Exa. dispõe de 3 minutos na tribuna. O SR. IZALCI (PSDB-DF. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, em primeiro lugar, quero dizer da minha alegria. Hoje, felizmente, conseguimos avançar um pouquinho na CPMI, conseguimos aprovar alguns requerimentos de convocação de diretores da PETROBRAS. Tudo que foi dito aqui durante muito tempo — a Oposição estava fazendo palanque eleitoral — foi por terra. Na prática o Brasil vive uma situação dificílima, principalmente no âmbito do Governo. Nós aprovamos inclusive requerimento de convocação do Sr. Nestor Cerveró. Mas alguém pode dizer: “Mas por que vem Nestor Cerveró? Ele já esteve aqui!” Esteve, mas não falou. Por incrível que pareça, Nestor Cerveró agora deu entrada a uma ação na Comissão de Ética Pública da Presidência da República, atribuindo à Presidenta Dilma Rousseff a responsabilidade da compra de Pasadena. Então, estamos convocando novamente o Sr. Nestor Cerveró para que diga por que não informou isso quando esteve aqui na primeira vez. Aliás, esteve na Câmara várias vezes e esteve na CPMI uma vez. Agora ele vai ter que explicar por que está atribuindo responsabilidade à Presidenta Dilma. Nós sabemos: ela era Presidente do Conselho de Administração da PETROBRAS. Portanto[CD203], Nestor Cerveró deverá nos explicar o motivo pelo qual fez agora uma denúncia na Comissão de Ética Pública contra a Presidenta Dilma. Da mesma forma, aprovamos requerimento de convocação do Sr. Renato Duque, que também era Diretor da PETROBRAS, responsável pela parte do Partido 166 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 dos Trabalhadores na Diretoria que exercia, onde havia e houve, de acordo com Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef, pagamento de propina e também de comissões. Aprovamos ainda a convocação do Sr. Sérgio Machado, que também, na delação, foi acusado de entregar 500 mil reais no próprio apartamento. Conseguimos também a quebra de sigilo fiscal e telefônico do Sr. João Vaccari, que é Tesoureiro do Partido dos Trabalhadores. Então, agora começamos a avançar. Conseguimos prorrogar os trabalhos por mais 30 dias e, até o dia 22, devemos concluir o relatório. Era isso, Sr. Presidente. Muito obrigado.[CD204] 167 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 [CD205] REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - A Presidência reitera o apelo aos Srs. Parlamentares para que venham imediatamente ao plenário. Já há na Casa 316 Sras. e Srs. Deputados, e apenas 224 estão registrados no painel eletrônico. Precisamos completar o quórum regimental de 257 Parlamentares para darmos início à nossa Ordem do Dia. [CD206] 168 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 [CD207] REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra o ilustre Deputado Giovani Cherini, do PDT do Rio Grande do Sul. S.Exa. dispõe de 3 minutos na tribuna. O SR. GIOVANI CHERINI (PDT-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) Sr. Presidente, Deputado Inocêncio Oliveira, Sras. e Srs. Deputados, trago à tribuna um assunto que está preocupando os produtores de leite do meu Estado, o Rio Grande do Sul. Recebo denúncia do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Ernestina, onde a Presidenta Teresinha confirma que o leite que está sendo entregue para a empresa Hübner não está sendo pago. Produtores de leite do Estado estão sem receber há mais de 2 meses de empresas como a LBR, Promilk, Pavlat, Hollmann e Monday. O não pagamento pelo produto entregue resulta em inadimplência junto ao comércio dos pequenos Municípios, além de comprometer a capacidade de investimento e de giro para continuar na atividade. A receita com a venda do leite é, muitas vezes, a única fonte de renda das propriedades rurais, principalmente para o sustento da família, utilizado para aquisição de alimentos e manutenção familiar. Diante desse fato, faço coro com o Sindicato dos Trabalhadores Rurais do Rio Grande do Sul e solicito especial atenção do Ministério de Desenvolvimento Agrário para verificação da necessidade de uma linha de crédito emergencial e revisão dos futuros incentivos fiscais do Governo com relação às novas instalações de empresas no Estado. Proliferam empresas, infelizmente, com idoneidade duvidosa. [CD208] Está na hora de o produtor rural voltar a acreditar mais na cooperativa. Através delas, o associado tem assistência, tem programas que ajudam a melhorar a qualidade de vida e também a qualidade do produto do leite da agricultura familiar, 169 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 melhorando a renda da família. Além disso, o pagamento dificilmente atrasa na cooperativa. Portanto, Sr. Presidente, nós precisamos tomar uma decisão. Nós precisamos que o Ministério do Desenvolvimento Agrário ajude nossos agricultores que estão aí pedindo socorro. A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul já se reuniu, através da Comissão de Agricultura, Pecuária e Cooperativismo, e mandou um documento pedindo ajuda para que, pelo amor de Deus, o Ministério lance um recurso emergencial que possa atender essas famílias de produtores de leite, porque o leite é a maior e mais importante atividade da pequena propriedade. Então, Sr. Presidente, gostaria de registrar que nossa agricultura — principalmente os produtores de leite — está pedindo socorro no Rio Grande do Sul. Não são só as empresas Hübner, LBR, Promilk, Pavlat, Hollmann e Monday, que eu citei aqui, que não estão pagando ao agricultor; outras empresas que se instalaram no interior do nosso Rio Grande do Sul recebem o leite do agricultor, e não pagam. E aí o agricultor fica inadimplente, passa por mau pagador. Os pequenos agricultores do Rio Grande do Sul não merecem isso. Nós precisamos achar uma solução. Por isso estou oficiando ao Ministério do Desenvolvimento Agrário para que ajude, com recursos emergenciais, os produtores de leite do meu Rio Grande do Sul. Sr. Presidente, gostaria que meu discurso fosse divulgado nos órgãos de comunicação da Casa e no programa A Voz do Brasil. Muito obrigado. 170 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 [CD209][CD210] REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - A Presidência pergunta se há algum Parlamentar que deseja utilizar a tribuna. (Pausa.) Mesmo que já tenha falado, há algum Parlamentar que queira se utilizar da tribuna? (Pausa.) Com a palavra o Sr. Deputado Giovani Cherini. S.Exa. dispõe de 3 minutos. O SR. GIOVANI CHERINI (PDT-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) Sr. Presidente, obrigado mais uma vez por este espaço. Comemoramos o primeiro ano de instalação da Frente Parlamentar em Defesa das Práticas Integrativas da Saúde, composta por Deputados e por representantes da sociedade civil. Por ocasião da sua instalação, contamos com instituições, com entidades de profissionais ligados às práticas integrativas em saúde, bem como com o Ministério da Saúde, representado por Tiago Pires de Campos. Juntamente com a nossa coordenação, queremos anunciar que, a partir do próximo ano, a Frente Parlamentar vai intensificar os seus trabalhos, para que as práticas sejam implementadas em todos os hospitais do Brasil. Nossa meta imediata é identificar os Deputados e Senadores que haviam assinado a adesão à FP-PIS e que continuam ou não no próximo mandato. [CD211] Em seguida, vamos contatar os novos Parlamentares para convidá-los a adentrarem na Frente Parlamentar em defesa das Práticas Integrativas da Saúde. As terapias integrativas são práticas não alopáticas/biomédicas de atenção à saúde, e são reconhecidas pela Organização Mundial da Saúde, pela Comissão Nacional de Classificação do Ministério do Trabalho, pelo Ministério da Saúde e pelo Ministério da Educação. 171 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 A Frente Parlamentar tem como finalidade acompanhar, propor e analisar projetos e programas, sugerir e definir políticas públicas de terapias integrativas, defender as técnicas de terapias existentes, bem como divulgar os benefícios que elas proporcionam, promover eventos para debater e avaliar os benefícios que as terapias causam à saúde humana e estimular e divulgar pesquisas acadêmicas e científicas no campo das terapias integrativas. Todos os anos, Sr. Presidente, nós fazemos em Porto Alegre um grande evento, chamado Encontro de Terapeutas Holísticos do Rio Grande do Sul e do Brasil. Este ano 4 mil pessoas participaram. No próximo ano, estaremos fazendo novamente esse evento, para que as práticas integrativas façam parte da atitude preventiva das pessoas, principalmente em saúde, através da acupuntura, dos florais, da massoterapia e das terapias holísticas existentes e reconhecidas pelo Ministério da Saúde e pela Organização Mundial da Saúde, que reconhecem mais de 50 práticas e terapias holísticas que estão sendo utilizadas hoje no Brasil. Portanto, Sr. Presidente, no próximo ano, estaremos mais uma vez fazendo com que a nossa Frente Parlamentar em defesa das Práticas Integrativas da Saúde trabalhe, para que, nas Secretarias Municipais de Saúde, nas Secretarias Estaduais de Saúde, no Ministério da Saúde e nos hospitais deste País, as práticas integrativas estejam presentes de forma preventiva na vida das pessoas, pois prevenir é melhor que remediar. Viva a nossa Frente Parlamentar em defesa das Práticas Integrativas da Saúde, que está trabalhando para a saúde do nosso País! Muito obrigado.[CD212] 172 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao ilustre Deputado Luiz Couto, do PT da Paraíba. S.Exa. dispõe de 3 minutos na tribuna. O SR. LUIZ COUTO (PT-PB. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, apresento três pronunciamentos, que solicito sejam dados como lidos e publicados nos órgãos de comunicação da Casa. O primeiro vem parabenizar um seminário promovido pela Universidade Estadual da Paraíba, em João Pessoa, que acontecerá a partir desta terça-feira, dia 18, estendendo-se até o dia 24 de novembro, intitulado Acesso, Transparência e Acompanhamento de Dados Públicos, idealizado por um projeto de extensão do curso de Arquivologia daquela instituição. O segundo versa sobre uma situação que, apesar de certos avanços, ainda carece de uma maior atenção: a política da gestão de resíduos sólidos nos Municípios brasileiros. E o terceiro pronunciamento, Sr. Presidente, vem parabenizar os Conselhos Tutelares, que hoje celebram o seu dia. Esses Conselhos têm realizado um papel importante na defesa das crianças e dos adolescentes. Sr. Presidente, solicito seja dada a devida publicidade aos meus pronunciamentos nos órgãos de comunicação desta Casa, inclusive no programa A Voz do Brasil. Muito obrigado. PRONUNCIAMENTOS ENCAMINHADOS PELO ORADOR Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, gostaria de falar sobre um importante evento que será realizado na Universidade Estadual da Paraíba, em João Pessoa, a 173 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 partir desta terça, 18 de novembro, estendendo-se até o dia 24 de novembro. Tratase da Semana Acesso, Transparência e Acompanhamento de Dados Públicos, idealizada por um projeto de extensão do curso de Arquivologia daquela instituição. Tem o intuito de capacitar cidadãos a acessar, entender e acompanhar dados públicos disponíveis na web e publicizados de acordo com a lei, focando na promoção de mudanças sociais. Esta semana é um importante momento para que a população possa se inteirar e debater sobre os instrumentos de participação social. O cidadão e a cidadã precisam saber como utilizar a Lei do Acesso à Informação (Lei 12.527/2011) e a Lei Municipal de Acesso à Informação de João Pessoa (Lei 12.645/2013), além dos portais de transparência e de outras ferramentas à disposição do cidadão brasileiro para consulta. Ainda é para poucos, seja pelo desinteresse nesse acompanhamento, seja pelo uso das plataformas, que ainda não são acessíveis à maioria, na disponibilização desses dados. Contudo, capacitar pessoas a conhecer, navegar, acessar e interpretar dados a partir desses canais é muito mais do que promover o acompanhamento da gestão pública. É trazer plenitude de cidadania, focando na ação para conscientização, empoderamento popular e mudança da sociedade. Saúdo a iniciativa da comunidade acadêmica da UEPB e de todos os agentes envolvidos na construção deste importante momento de formação cidadã. Era o que tinha a dizer. Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, gostaria de relatar uma situação que, apesar de certos avanços, ainda carece de maior atenção: a política da gestão de resíduos sólidos nos Municípios brasileiros. 174 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 Infelizmente, tivemos a triste notícia do falecimento de uma criança que ingeriu frutas num lixão em Alagoinha, na região do brejo paraibano. Não estamos aqui para questionar qualquer atitude dos pais. A imprensa, durante a apuração das informações, registrou que tanto o menino vitimado pela fatalidade quanto seus irmãos frequentavam a escola, e ainda que o pai e a mãe eram pessoas de boa índole e caráter, apesar do preconceito que se tem com quem tem origem humilde neste País. Para completar o descaso, no litoral sul do meu Estado, o Promotor de Justiça, Raniere da Silva Dantas, instaurou inquérito civil público contra a Prefeitura da cidade do Conde, por verificar que os resíduos sólidos estavam sendo despejados nas nascentes de rios, ao invés de serem enviados ao aterro sanitário intermunicipal. É um absurdo que uma cidade turística, conhecida por suas belas praias, seja alvo de tamanho descaso com a vida. Sim, com a vida, porque tanto o meio ambiente quanto nós, seres humanos, estamos sendo prejudicados. Até quando vamos negligenciar nossos recursos naturais e nosso meio ambiente? Será que não aprendemos com as experiências de outros países? É preciso cumprir o que determina o Plano Nacional de Resíduos Sólidos, e é fundamental que os agentes públicos, a iniciativa privada e a sociedade civil organizada unam forças em torno de uma questão tão delicada, e que merece uma atenção específica, tanto em recursos destinados aos Municípios para que possuam aterros sanitários e usinas de reciclagem, quanto em ações articuladas entre governo, empresas e o povo organizado. Era o que tinha a dizer. 175 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero parabenizar todos os homenageados do dia 18 de novembro de 2014, que são os homens e as mulheres que fazem parte do exército de defensores das crianças e adolescentes deste País. Esses homens e mulheres integram os Conselhos Tutelares municipais e são chamados de Conselheiros Tutelares. Já em seus codinomes, nos chama atenção a palavra conselheiro(a), que significa aquele que dá conselhos. Este grupo de trabalhadores tem total importância na nossa sociedade civil. É deles que recebemos denúncias de violações contra nossas crianças e adolescentes. É deles o papel fundamental de orientação, encaminhamento e aconselhamento às crianças e aos pais, nos casos de violações aos direitos das crianças e dos adolescentes. São eles os guardiões do Estatuto da Criança e do Adolescente, nos Municípios. E dentro dessa particularidade, é importante frisar que os Conselheiros Tutelares criam iniciativas que potencializam o desenvolvimento das crianças e dos adolescentes. Através dos Conselhos, órgãos permanentes e autônomos, as famílias recebem apoio em situações de crise e dificuldades, aonde chegam e contam suas histórias de vida complexas, confusas, diversificadas. É vital, para a realização de um trabalho social eficaz e efetivo, fazer mudanças concretas, garantir a consolidação dos resultados positivos e que o Conselheiro Tutelar saiba ouvir e compreender os casos (situações individuais específicas) que chegam ao Conselho Tutelar. Para isso, a Paraíba tem avançado no que se refere ao equipamento dos Conselhos Tutelares (conforto de ambientes e bens necessários aos atendimentos 176 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 populares). Tenho tido grande êxito na destinação de emendas parlamentares à Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. Através das emendas destinadas, a SEDH/PR está destinando kits a quase todos os Conselhos Tutelares dos Municípios paraibanos. Esses kits são compostos por um automóvel zeroquilômetro, cinco computadores, uma impressora, um refrigerador e um bebedouro. Infelizmente, temos enfrentado resistências em alguns Municípios, onde alguns Prefeitos mentem sobre a origem dos kits, outros não querem cadastrar seus Municípios e outros não estão aptos ao cadastramento. É por isso que quero declarar minha intenção de ajudar todos os Conselhos Tutelares. E com toda boa intenção tenho feito minha parte nesta luta. Informo, ainda, que, até o exato momento foram contemplados 34 Municípios paraibanos. Por isso, e muito mais, senhoras e senhores, é que quero cumprimentar com um abraço fraterno todos aqueles que fazem parte deste time que luta pelo bem social e o crescimento de nossas crianças e adolescentes. Tenham certeza de que estaremos juntos neste projeto que visa proteger e salvaguardar nossas crianças e adolescentes. Parabéns Conselheiros Tutelares! A luta de todos vocês também é minha luta. Estaremos juntos em todos os momentos de construção de políticas que beneficiem crianças e adolescentes. Era o que tinha a dizer. 177 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O[CD213] SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao ilustre Deputado Vanderlei Siraque, do PT de São Paulo. O SR. VANDERLEI SIRAQUE (PT-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, eu informo que na próxima semana, dia 27, será apresentado no BNDES, no Rio de Janeiro, estudo elaborado pela Bain & Company e pela Gas Energy e financiado pelo BNDES, a pedido do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, sobre a indústria química no Brasil. Foi[CD214] feito o maior diagnóstico da história da indústria química, petroquímica e de plástico do Brasil, além dos desafios e das possibilidades nesse setor tão importante para a economia nacional. Informo ainda aos Srs. Deputados que no dia 3 de dezembro nós também faremos uma apresentação dessa pesquisa aqui na Câmara dos Deputados, no Auditório Nereu Ramos. Enviarei convites aos Srs. Deputados e Senadores. Apesar da crise por que passa a PETROBRAS, é importante que os Srs. Deputados saibam que esse setor da cadeia produtiva do petróleo, que tem a ver com petroquímica, química e plástico, tem futuro garantido no Brasil. O País tem que escolher se será um grande exportador de petróleo, Sr. Presidente Inocêncio Oliveira, ou se transformará o petróleo brasileiro em produto químico, petroquímico e plástico. [CD215] Hoje a balança comercial brasileira está com déficit de 32 bilhões de dólares, alcançado no final do ano passado — só déficit direto —, em toda a cadeia produtiva do setor químico, petroquímico e plástico. Se nós computarmos aqueles produtos que já vêm prontos da China, dos Estados Unidos e de outros países, chegaremos a um déficit da balança comercial de mais de 50 bilhões de dólares. Se alguns setores 178 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 da indústria brasileira não têm crescido, não é o caso da indústria química, petroquímica e de plástico. E mais do que a indústria, tem crescido a demanda: a indústria cresce em torno de 5% ao ano e a demanda vem crescendo entre 8% e 10% ao ano. Então, só quero avisar às Sras. e aos Srs. Deputados que nós estamos apoiando esse estudo feito pelo BNDES através das empresas Gas Energy e Bain & Company que vai ser apresentado no dia 27, no Rio de Janeiro. Também vamos fazer uma apresentação aos Srs. Deputados e Senadores pela Frente Parlamentar em Defesa da Competitividade da Cadeia Produtiva do Setor Químico, Petroquímico e Plástico do Brasil, no dia 3 de dezembro, aqui na Câmara dos Deputados. Sr. Presidente, solicito que a minha fala seja divulgada nos meios de comunicação desta Casa. Muito obrigado. 179 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao nobre Deputado Domingos Sávio, para uma Comunicação de Liderança, pela Minoria. S.Exa. dispõe de 6 minutos na tribuna. O SR. DOMINGOS SÁVIO (PSDB-MG. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Muito obrigado, Sr. Presidente, Deputado Inocêncio Oliveira. Aproveito para cumprimentar todos os demais colegas Parlamentares. Sr. Presidente, embora hoje o Brasil inteiro — mais do que isso, o mundo — já tenha de forma muito clara a situação de verdadeiro caos, a situação vergonhosa da verdadeira quadrilha que se instalou na PETROBRAS, a maior empresa do povo brasileiro, hoje é necessário, para que não insistam em mentir e tentar enganar os brasileiros, relembrarmos algumas coisas. Há algumas semanas, meses, insistiam — não só os Deputados líderes do PT, mas quase toda a sua bancada — em desfilar nesta tribuna para dizer que a Oposição queria prejudicar a PETROBRAS ao trazer aqui o escândalo de Pasadena. Quando o Deputado Rubens Bueno, de maneira firme, pleiteou a instalação da respectiva CPI e, depois, da CPMI, disseram que queríamos apenas fazer palanque político-eleitoral. Com persistência — tivemos que ir ao Supremo Tribunal Federal — , conseguimos instalar a CPMI e manter o processo de investigação. E hoje, com exdiretores presos e a acusação clara a diretores que estão exercendo o cargo, a quadrilha começa a ser desmontada. E aí é bom registrar que hoje vimos na imprensa que a mesma Graça Foster, atual Presidente da PETROBRAS, que aqui veio e mentiu — o que é gravíssimo — dizendo entender que as coisas estavam dentro da normalidade com relação a Pasadena, agora já admite ter conhecimento, há meses, de que funcionários 180 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 recebiam propina. E[CD216] aqui ela não só se calou, mas disse que as denúncias de ilegalidades as mais diversas na PETROBRAS não tinham nenhum fundamento. Este Governo diz que está mandando, como se tivesse essa prerrogativa, ou autorizando a Polícia Federal a agir, mas, ao contrário, continua tentando impedir as investigações; durante semanas, meses a fio, pôs-se a dizer que não havia nada de errado na PETROBRAS. A Presidente da PETROBRAS, Ministros de Estado, toda a equipe de Governo chegou a dizer que a aquisição da refinaria de Pasadena foi um bom negócio. Hoje o Conselho da PETROBRAS — agora não é a Oposição mais, Sr. Presidente, Srs. Parlamentares — requer ao Ministério Público que proponha uma ação civil pública contra o Sr. Sérgio Gabrielli, membro do PT, que dirigiu a PETROBRAS durante o episódio de Pasadena. E não só contra ele, mas contra uma série de outros membros que participaram da aquisição da refinaria de Pasadena, naquela malfadada operação que lesou o patrimônio brasileiro em algo próximo a 1 bilhão de dólares. Pois bem, estou relembrando isso porque continuam insistindo. E olhem que vêm às vezes à tribuna dizer que no Brasil há uma mídia conservadora, que é contra o PT. Mas eu começo a perceber que eles usam uma parte da mídia para passar a ideia de que o Governo que está aí é o Governo que quer investigar, é o Governo que quer esclarecer os fatos. Mentira[CD217]! Mentira covarde ao povo brasileiro! Continuam tentando impedir o funcionamento da CPMI. Continuam barrando, dificultando os seus trabalhos. Lá estive há pouco: não fosse a luta persistente dos Deputados da Oposição, nós teríamos enormes dificuldades em aprovar requerimentos importantes, como o 181 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 que aprovamos hoje de quebrar do sigilo bancário do tesoureiro do PT, acusado de receber cerca de 3% do valor de todos os contratos, sob a forma de propina, das operações da PETROBRAS. Sr. Presidente — eu estou caminhando para concluir meu pronunciamento —, é bom que se arranque a máscara! Aí, às vezes, chega um insistindo na conversa de que estamos querendo fazer terceiro turno. Não me venham com essa conversa porque não vão mais enganar o povo brasileiro, os mais de 51 milhões de brasileiros que disseram “não” a essa roubalheira. Eles ganharam a eleição de maneira extremamente suspeita, com o uso descarado do dinheiro público, da máquina pública, cometendo, portanto, crime eleitoral, passível de ser avaliado pela Justiça Eleitoral. Pois então que a Justiça avalie! Eu não comungo com qualquer tese que não respeite decisão democrática. A Justiça deve avaliar. Nós aqui respeitamos a decisão democrática, mas nós não podemos nos calar diante da corrupção. Já falávamos antes, agora vamos falar muito mais, porque agora está provado. Sr. Presidente, não é apenas a Oposição que está falando, agora é o próprio Conselho da PETROBRAS, é a própria Graça Foster. Quer dizer, por causa das eleições, enfiaram a sujeira debaixo do tapete, esconderam-na do povo brasileiro. Agora não tem mais como esconder. Este é o Governo da corrupção, que está destruindo o patrimônio brasileiro. E agora, para concluir, quer mudar a LDO para tirar a obrigação do Governo de fazer o superávit primário. [CD218] Estou indo para a Comissão de Orçamento, onde vamos lutar para que não seja aprovado o PL 36, que é um atentado contra a Lei de Responsabilidade Fiscal e contra o Plano Real. 182 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 Este Governo incompetente, que gasta mais do que arrecada, quer destruir a economia brasileira e quer, a esta altura, mudar a regra do jogo. Nós vamos dizer “não”. E isso não é fazer palanque, é defender o Brasil, fazer oposição com responsabilidade em defesa do País. Muito obrigado. 183 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 [VHPL219] REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O SR. VANDERLEI MACRIS - Sr. Presidente, pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Para uma breve intervenção, pelo tempo de 3 minutos, concedo a palavra ao ilustre Deputado Julio Lopes, do PP do Rio de Janeiro. O SR. VANDERLEI MACRIS (PSDB-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, enquanto o Deputado Julio Lopes se dirige à tribuna, quero só fazer um apelo a V.Exa. no sentido de que iniciemos a Ordem do Dia, porque já temos quórum suficiente. Temos uma medida provisória da maior importância para ser votada. A medida provisória tem sete destaques. Precisamos iniciar a Ordem do Dia para começar o processo de discussão e votação da matéria. O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Estou esperando o Presidente da Casa chegar para iniciar a Ordem do Dia.[CD220] 184 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Com a palavra o Deputado Julio Lopes. O SR. JULIO LOPES (Bloco/PP-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero também fazer menção ao que disse o Deputado Domingos Sávio no sentido de que precisamos ter atenção, distinção clara e objetiva do que são os instrumentos de Estado, as políticas de Estado e os atos e as políticas de governo. Precisamos, assim, distinguir com muita clareza para a sociedade brasileira os atos que são praticados pelo Estado e suas ações claramente estruturais — como são os atos da Polícia Federal, do Ministério Público e dos órgãos de Estado — e, assim, distinguir mais serenamente as ações em curso no cenário brasileiro neste momento. Nessa razão, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, eu gostaria de chamar atenção para duas matérias desses dias próximos passados que anunciavam casos bastante curiosos. Um deles o fato de no Ceará terem sido pagos a beneficiários do Bolsa Família valores triplicados em relação ao valor corrente mensal. [CD221] Curioso, fui me aprofundar no caso e verifiquei que existe uma lacuna na legislação que permite a correção, ainda que por três vezes, pelo triplo, de valores pagos em curso, mesmo durante o período eleitoral. Sras. e Srs. Deputados, estou propondo a alteração da lei para que esses valores sejam corrigidos pela inflação passada ou pela média dos pagamentos do último quinquênio, pois, se permanecer esse absurdo, jamais um Governo deixará de governar o País, na medida em que pode, no curso do ano eleitoral e do período eleitoral, triplicar, quintuplicar benefícios que são instrumentos de Estado e em relação aos quais eu me pronuncio aqui amplamente favorável. 185 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O que precisamos é apurar quem são os indivíduos que recebem esses benefícios, quanto, quando e como recebem. Portanto, volto a sugerir que tenhamos o cadastro pelo CPF em todo pagamento de subsídio feito pelo Estado brasileiro, além da identificação biométrica para o recebimento, com o relacionamento, na Internet, de todos os valores pagos, até 72 horas depois de efetivado o pagamento. Era isso, Sr. Presidente. Muito obrigado, Sras. e Srs. Deputados. 186 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 [VHPL222] REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - A Presidência indaga se algum Parlamentar deseja fazer usar da palavra. O SR. SIBÁ MACHADO - Eu quero, Presidente. O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Com a palavra, por 3 minutos, o Deputado Sibá Machado. O SR. SIBÁ MACHADO (PT-AC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, quero falar, a propósito desse debate que Líderes da Oposição insistem em manter nesta Casa, sobre a necessidade de aprovação, pelo Congresso Nacional, do PLN 36, que trata da flexibilização do superávit primário brasileiro. Viu-se uma crise aprofundada, como a que ocorreu em 2008 e até o presente momento ainda incide fortemente sobre as economias, inclusive dos países mais industrializados, como é o caso dos Estados Unidos e de países da Europa. Tal crise arrefeceu a capacidade de crescimento da China, que chegou a quase 12% ao ano e baixou agora para 7%. A China, que foi tida como a locomotiva, o motor da economia mundial, está deixando de comprar e de abastecer, digamos assim, o mercado mundial. Da crise de 1929 para cá, governos como o nosso têm adotado as chamadas medidas anticíclicas. São medidas para garantir o investimento; o financiamento da indústria, da capacidade produtiva; o emprego formal no Brasil; são investimentos para garantir a distribuição de renda. E esse é o modelo adotado pelo Governo da Presidenta Dilma. As medidas anticíclicas existem desde a crise de 1929. Foi[CD223] o modelo criado pelo economista John Maynard Keynes, que, a partir de então, tem sido utilizado em vários momentos no mundo inteiro. 187 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 Então, vir para o debate dizer que é um acinte a pretensão de mudar a LDO? A LDO é uma lei, e a lei é baseada em uma causa nacional, em um interesse nacional. É por isso que nós rogamos que o Congresso aprove a flexibilização que estamos propondo. Até porque só neste ano de 2014 esta Casa votou medidas de desoneração de tributos. A carga tributária, a reforma tributária é um assunto largamente discutido aqui, mas todo o mundo sabe que, na hora de se fazer uma lei conjunta, que alcance União, Estados e Municípios, nunca há consenso. A União, o Estado brasileiro, o Governo da Presidenta Dilma têm adotado medidas de desoneração de tributos, especialmente das linhas da chamada indústria inicial, que atende mais às necessidades dos mais pobres do Brasil. Por isso, é preciso mexer, como ocorre com as obras do PAC. Senão vai haver uma lacuna. O Brasil precisa, em primeiro lugar, garantir o investimento, e não o pagamento dos juros da dívida, porque, no nosso entendimento, ao pagarmos os juros da dívida, pode não sobrar dinheiro para investir no ano que vem. Isso é muito errado! Os tucanos disseram aqui, como o fizeram nessa e em outras campanhas, que é preciso dar autonomia e independência ao Banco Central. Disseram que era preciso aumentar a taxa de juros, enxugar o crédito, diminuir a capacidade dos bancos estatais, e assim por diante. O PLN 36 vem na direção de controlar minimamente os efeitos da crise mundial sobre a economia brasileira. Era isso, Sr. Presidente. 188 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 [VHPL224] REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Aproveito a oportunidade para fazer um convite aos nobres pares. Amanhã, depois de dez mandatos consecutivos, eu estarei me despedindo da Casa, das 15 horas às 16 horas. Eu convido os nobres pares para assistir à minha despedida depois de dez mandatos consecutivos. 189 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 [VHPL225] REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra, para uma breve intervenção, ao ilustre Deputado Edson Silva, do Bloco PP/PROS. O SR. EDSON SILVA (Bloco/PROS-CE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Deputado Inocêncio Oliveira, é chegada a hora. Todo começo tem um fim. V.Exa. encerra sua carreira como Parlamentar, mas deixa nesta Casa a marca do trabalho, da dedicação, da honradez, do companheirismo. Sabemos que o tempo exige de nós saber chegar e saber sair, mas V.Exa. deixa o seu nome marcado nesta Casa como um grande Parlamentar do Nordeste, do Estado de Pernambuco. Sr. Presidente, eu não entendia por que o Senado Federal estava criando dificuldade para se posicionar em relação a um projeto de lei já aprovado nesta Casa, o projeto de lei da guarda compartilhada, de interesse nacional, de interesse da sociedade brasileira, de jovens e crianças que têm pais separados. Esse[CD226] é um projeto de lei que tem o apoio da unanimidade da população brasileira. O projeto de lei da guarda compartilhada, aqui amplamente debatido e aprovado, está no Senado. E eu tomei conhecimento agora, pela revista ISTOÉ, salvo engano, de que o Senado ainda não se posicionou com relação ao referido projeto em razão de pedido do Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e de alguns Senadores. É estranho. Não entendo por que o Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que já foi nosso companheiro nesta Casa — fui seu companheiro na Comissão de Constituição e Justiça —, não quer ver aprovado o projeto de lei da guarda compartilhada. Repito: esse é um projeto que tem o apoio unânime da sociedade brasileira e que vai resolver graves problemas de casais separados, de 190 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 crianças e jovens que, muitas vezes, só têm direito à convivência com a mãe, e não com o pai. Então, nós queremos aqui, neste pequeno intervalo de pronunciamento, fazer um apelo ao Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo: se ele tem a força de parar o trâmite desse projeto no Senado Federal, que autorize a sua liberação para votação e decisão dos Srs. Senadores. Muito obrigado, Sr. Presidente. 191 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao ilustre Deputado Paes Landim, do PTB do Piauí. (Pausa.) Deputado Paes Landim, chamei V.Exa. três vezes. Esta é a quarta. (Riso.) Quero saudar o meu amigo, o jornalista Heraldo Pereira, um dos melhores de todo o Brasil! Minhas homenagens afetivas! 192 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Com a palavra o ilustre Deputado Paes Landim, do PTB do Piauí. O SR. PAES LANDIM (PTB-PI. Pela ordem. Sem revisão do orador.) DISCURSO DO SR. DEPUTADO PAES LANDIM QUE, ENTREGUE AO ORADOR PARA REVISÃO, SERÁ POSTERIORMENTE PUBLICADO. (Discurso a ser publicado na Sessão nº 001, de 03/02/15.) 193 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao ilustre Deputado Pedro Fernandes, do PTB do Maranhão. S.Exa. dispõe de 3 minutos na tribuna. O SR. PEDRO FERNANDES (PTB-MA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, a Câmara dos Deputados promoveu agora, no Salão Negro, a entrega do Prêmio Darcy Ribeiro de Educação 2014. Esse[CD227] é um prêmio realmente honroso. Nós, do Maranhão, estamos muito felizes, porque foi agraciada a Profa. Eliza Flora, da Universidade Estadual do Maranhão, que tem larga história na educação daquele Estado. O fato de a Profa. Eliza Flora receber esse prêmio é um reconhecimento aos professores do Maranhão pelo seu engajamento, pela sua dedicação, pela sua competência, pela sua liderança. E nós, da bancada do Maranhão, todos os Deputados — faço ressalva a três Deputados representantes da bancada maranhense na Comissão de Educação, que tiveram a oportunidade de ajudar a fazer com que ela fosse indicada para receber esse prêmio: os Deputados Waldir Maranhão, Professor Setimo e Gastão Vieira —, ficamos muito felizes com a homenagem prestada à Profa. Eliza Flora. Estão de parabéns o Maranhão, a Profa. Eliza Flora, a UEMA e todos os professores do Maranhão. Mas, Sr. Presidente, eu gostaria de repetir o que já tive oportunidade de dizer hoje no Pequeno Expediente: nós precisamos avançar com a reforma política. Nós estamos apresentando um projeto que prevê punição para partidos que tenham Parlamentar ou dirigente comprovadamente envolvido em falcatrua. 194 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 Não é possível que esses partidos se tornem grandes partidos; não é possível que se fortaleçam com dinheiro de corrupção e não sofram nenhuma punição. Dinheiro facilitado na eleição possibilita aumento de bancada, que quer dizer mais fundo partidário, mais tempo de televisão. [CD228] Se houver comprovação de que há, lá na ponta, dinheiro de corrupção, haverá punição para os partidos políticos. Eles perderão o seu poder, perderão o tempo na televisão e perderão os recursos do Fundo Partidário, para que os bons representantes dos partidos possam brigar com os que estão fazendo malfeitos. Temos que aprovar esse projeto. Vamos precisar, para tanto, do apoio não só da Câmara, mas de toda a sociedade. Hoje só quem pratica ato de corrupção é punido, mas, às vezes, ele o faz em nome da organização partidária a que pertence. Esse projeto vem se somar a uma reforma política que nós precisamos fazer, porque queremos fortalecer a democracia partidária. Só vamos fazer democracia para valer se os nossos partidos realmente forem partidos democráticos. Muito obrigado, Sr. Presidente. 195 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O SR. VANDERLEI MACRIS - Peço a palavra, Sr. Presidente. O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao ilustre Deputado Arnaldo Faria de Sá. O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ - Sr. Presidente, quero aproveitar a oportunidade... O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao ilustre Deputado Vanderlei Macris. O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ - Na sequência, Sr. Presidente, conceda a palavra para mim. O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Tem a palavra o Deputado Vanderlei Macris. S.Exa. dispõe de 3 minutos na tribuna. O SR. VANDERLEI MACRIS (PSDB-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, nobres Srs. Deputados, não há como desconsiderar a decisão de hoje da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que investiga irregularidades envolvendo a PETROBRAS, que estabeleceu algumas regras importantes para a continuidade dos seus trabalhos. [CD229] A primeira questão, Sr. Presidente, é que a bancada do PSDB e outros partidos de oposição já se manifestaram em favor da prorrogação do prazo da CPMI, porque há uma série de questões importantes a serem conduzidas e, mais do que isso, uma série de esclarecimentos a serem feitos. Houve uma decisão importante hoje da CPMI de convocação de alguns personagens desse que é o maior escândalo político da História do País, da PETROBRAS. Foram convocados o Sr. Renato Duque e o Sr. Sérgio Machado. Hoje 196 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 foi aprovada a proposta de quebra de sigilo bancário do Sr. João Vaccari, tesoureiro do PT, altamente envolvido na corrupção na PETROBRAS. O Sr. Nestor Cerveró, dirigente da PETROBRAS demitido recentemente, também comprometido com as decisões que vilipendiaram toda a estrutura da PETROBRAS, precisa prestar novos depoimentos. O Sr. Ildo Sauer também foi chamado para prestar depoimento. Então, Sr. Presidente, é fundamental que o Congresso Nacional, por intermédio desta CPMI, dê a sua contribuição para esclarecer o maior escândalo de que nós temos notícia na história brasileira: a dilapidação do patrimônio da PETROBRAS, baseada em uma organização criminosa montada dentro da empresa, que precisa, via Congresso Nacional, ser investigada de maneira aprofundada. [CD230] O Brasil vive a maior crise econômica e a maior crise moral de todos os tempos. São permanentes as denúncias na imprensa brasileira e as crises trazidas a este Congresso Nacional envolvendo este Governo e os partidos aliados. Temos também uma crise política sem precedentes. A base de sustentação ao Governo, que está rachada, não apresenta as condições necessárias para que a própria Presidente possa conduzir de maneira assertiva um projeto nacional capaz de dar tranquilidade aos brasileiros. O novo Governo da Presidente Dilma, Sr. Presidente, já vai começar velho, atrasado, metido numa crise moral, numa crise econômica, numa crise política capaz de levar o Brasil à total falta de rumo e, mais do que isso, à total irresponsabilidade na condução dos seus destinos. A Presidente, que acaba de ser eleita para mais 4 197 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 anos, não tem condições sequer de indicar o seu Ministro da Fazenda para dar ao País a tranquilidade de enxergar uma luz no fim do túnel. A incompetência, a incapacidade de gestão e a crise moral deste Governo transformaram um Governo novo num Governo velho. Esta é a posição da nossa bancada, Sr. Presidente, que fará oposição, sim, a este Governo, mas uma oposição responsável, capaz de mostrar ao País que nós queremos manter a máxima de que quem ganha governa e quem perde fiscaliza. Nós vamos fiscalizar, sim, este Governo, e não vamos dar trégua na oposição, porque o Governo precisa mostrar a que veio e cumprir as promessas feitas na campanha eleitoral de maneira absolutamente inconsequente, promessas com que tentou enganar o povo brasileiro. Elas não podem ser cumpridas. É isso o que quer o PSDB no Congresso Nacional. Muito obrigado, Sr. Presidente. 198 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 [VHPL231] REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao ilustre Deputado Arnaldo Faria de Sá, do PTB de São Paulo. S.Exa. dispõe de 3 minutos na tribuna. O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PTB-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, eu queria deixar registrado o aniversário dos 101 anos da Guarda Portuária. Graças a Deus, ela continua resistindo de forma importante nos portos brasileiros, apesar da falta de apoio e de recursos por parte dos governos! Na nova Lei dos Portos, o Governo tinha proposto a extinção da Guarda Portuária — todo o serviço passaria a ser terceirizado. Foi uma emenda à medida provisória de nossa autoria que garantiu o restabelecimento da lei que, se revogada pela medida provisória, estaria extinta a Guarda Portuária. Quanta irresponsabilidade! Quanta insensibilidade! Eu conhecia piratas do mar, mas não conhecia piratas de gabinete, como os que queriam acabar com a Guarda Portuária. Mas nós conseguimos aprovar uma emenda, com nossa luta, para garantir que ela continue existindo. Aproveito a oportunidade para mandar um abraço ao Vilmar e a todos os seus companheiros da Guarda Portuária de Santos e aos companheiros da Guarda Portuária de todos os Estados, que lutaram para impedir a verdadeira debacle que seria a extinção da Guarda Portuária. [CD232] Nós estamos lutando pela aprovação da PEC nº 59, que cria a Polícia Portuária Federal, garantindo-lhe uma condição muito importante. Várias ações são apuradas pela Guarda Portuária e depois os méritos ficam com a Polícia Federal ou com a Polícia Civil, para onde são levados os registros das ocorrências. 199 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 Esse é um grande feito que eu queria registrar aqui, ao tempo em que gostaria de mandar um abraço, do plenário da Câmara dos Deputados, aos valorosos componentes da Guarda Portuária, apesar de todos os problemas que têm enfrentado e da má vontade do Poder Executivo. Quero também registrar, Sr. Presidente, os 15 anos de serviços prestados pelos detetives particulares à sociedade brasileira. O André Luís da Silva manda-nos um ofício pedindo esse registro. O projeto que regula a profissão dos detetives particulares foi aprovado recentemente na Comissão de Constituição e Justiça. Eu fui o Relator da matéria e tenho certeza de que os detetives podem colaborar muito com essa situação. Aproveito a oportunidade, Sr. Presidente, para pedir à Mesa da Câmara que coloque em votação a PEC 534, que dá poder de polícia constitucional às Guardas Municipais. Nós já aprovamos a lei, mas falta aprovar a PEC. A PEC está pronta para ser votada, e a sua aprovação seria uma homenagem ao ex-Senador Romeu Tuma, uma vez que o texto, de sua autoria, já foi votado no Senado e aguarda há muito tempo o nosso relatório. Peço ao Relator que essa PEC venha ao plenário para que se resolva de vez essa questão das Guardas Municipais, que é extremamente importante, uma vez que o País passa por uma crise de segurança pública. Dar às Guardas Municipais a oportunidade de colaborarem com a segurança pública é extremamente importante. A[CD233] situação é, sem dúvida nenhuma, grave, uma vez que a Federação Nacional de Entidades de Oficiais Militares Estaduais — FENEME entrou com ação direta de inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal contra a lei que foi 200 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 aprovada. Para resolver essa questão, temos que aprovar a PEC. Já falei ao Presidente Henrique Eduardo Alves que queremos garantir a sua votação o mais rápido possível. Em relação à PEC 170, nós discordamos da proposta apresentada pelo Governo, que é mera reedição da Emenda Constitucional nº 70, porque não garante aos aposentados por invalidez a grande expectativa que a PEC poderia garantir. Portanto, não nos calaremos. A Proposta de Emenda à Constituição nº 170-B, com 171 assinaturas, portanto um verdadeiro estelionato, nada mais é do que a reedição da Emenda Constitucional nº 70, que não atendeu à totalidade dos aposentados por invalidez. Outro detalhe importante é que nós queremos constitucionalizar as doenças que dão direito à aposentadoria, porque senão, por lei ordinária — aliás, bem ordinária —, como muitas que já existem, será suprimido o direito à aposentadoria por invalidez. O pretexto é retirar da PEC 170 a retroatividade, mas, na verdade, querem tirar tudo: a integralidade e a paridade. Os aposentados por invalidez ficarão à mercê da sanha dos burocratas de plantão. Isso não pode continuar acontecendo. Essa luta vem desde 2003. Queremos resolver isso agora. Alguns já passaram até pela Papuda, mas os prejudicados continuam ao léu aguardando a solução desta Casa. PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, requeiro a V.Exa. que sejam inseridos nos Anais desta Casa os registros em anexo, já realizados na Assembleia 201 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 Legislativa do nosso Estado de São Paulo e nas Câmaras Municipais de Mogi Guaçu e São Paulo, capital. O dia do Detetive Particular é comemorado anualmente em 26 de julho e há mais de 15 anos a categoria, sempre com dedicação, presta serviços de relevância à segurança e zelo de nossa sociedade. Era o registro que tinha a fazer, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados. (ANEXO I) 202 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 VI[CD234] - ORDEM DO DIA PRESENTES OS SEGUINTES SRS. DEPUTADOS: 203 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - A lista de presença registra o comparecimento de 295 Senhoras Deputadas e Senhores Deputados. 204 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 [CD235] REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O SR. VANDERLEI MACRIS (PSDB-SP. Questão de ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, peço a V.Exa. que comunique a toda a Casa que, neste momento em que se abre a Ordem do Dia, as Comissões Permanentes não podem ser instaladas ou as que estiverem em funcionamento têm de ser levantadas por conta do início da Ordem do Dia, conforme estabelece o Regimento Interno. O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - A Presidência comunica a todas as Comissões que estão funcionando que deixem de fazê-lo, porque está iniciada a Ordem do Dia. 205 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Passa-se à apreciação da matéria sobre a mesa e da constante da Ordem do Dia. Item 1. MEDIDA PROVISÓRIA Nº 652, DE 2014 (DO PODER EXECUTIVO) Discussão, em turno único, da Medida Provisória nº 652, de 2014, que cria o Programa de Desenvolvimento da Aviação Regional; tendo parecer da Comissão Mista, pelo atendimento aos pressupostos constitucionais de relevância e urgência, pela constitucionalidade, juridicidade, boa técnica legislativa e pela adequação orçamentária e financeira desta; e, no mérito, pela sua aprovação, acatadas, total ou parcialmente, as Emendas de nºs 3, 13, 21, 22, 29, 30, 34, 36, 41, 58, 75, 76, 77, 79 e 80, com as alterações redacionais necessárias, e rejeitadas as demais, na forma do Projeto de Lei de Conversão nº 17, de 2014, apresentado (Relator: Senador Flexa Ribeiro e Relator Revisor: Deputado Geraldo Simões).[CD236] 206 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Há sobre a mesa recurso no seguinte teor: Sobre a mesa Recurso nº 329/14, contra a decisão do Presidente, que considerou como não escrita a Emenda nº 16 apresentada à Medida Provisória nº 652, de 2014, por se tratar de matéria estranha. 207 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Orientação das bancadas. Como vota o PT? O SR. SIBÁ MACHADO (PT-AC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Esse é o recurso, Sr. Presidente? (Pausa.) O PT é contra o recurso. O nosso voto é “não”. O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Como vota o PMDB? (Pausa.) Como vota o PP/PROS? (Pausa.) Como vota o PSD? (Pausa.) Como vota o PSDB? O SR. VANDERLEI MACRIS (PSDB-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - O PSDB vota “não”, Sr. Presidente. O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - O PSDB vota “não”. Como vota o Bloco Parlamentar PR/PTdoB/PRP? O SR. WALDIR MARANHÃO (Bloco/PP-MA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, o Bloco Parlamentar PP/PROS vota “não”. [CD237] O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Como vota o DEM? O SR. MENDONÇA FILHO (DEM-PE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, a autoria do recurso é do Democratas. Por isso eu peço um pouco de atenção não só desta Presidência, mas de todos os membros aqui da Câmara dos Deputados. Na verdade, a defesa que fazemos é com relação à chamada “segurança de voo” e à garantia de mais salubridade àqueles que atuam dentro do avião, na condição de tripulante, e que são essenciais, evidentemente, para que se possa ter a segurança necessária ao transporte aéreo. 208 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 Requisitos como descanso, tendo em vista que viagens de longa duração exigem muito de um profissional aeroviário, são pontos extremamente significativos para que a gente possa assegurar ao cidadão brasileiro maior segurança em termos de voos dentro do território nacional. Por isso nós defendemos a aprovação do nosso recurso. O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Como vota o Bloco Parlamentar PR/PTdoB/PRP? O SR. ZOINHO (Bloco/PR-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, o PR encaminha o voto “não”. O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - “Não”. Como vota o PSB? O SR. DR. UBIALI (PSB-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - O PSB, Sr. Presidente, encaminha o voto “sim”. O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Como vota o Solidariedade? (Pausa.) Como vota o PDT? (Pausa.) Como vota o PTB? O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PTB-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, essa questão da fadiga das equipes que operam as aeronaves é extremamente importante. Nós já tivemos alguns acidentes por causa dessa fadiga. Eu acho que a gente, resgatando essa emenda, vai permitir que se tenha o controle do desgaste das equipes que trabalham a bordo, da tripulação, daqueles que trabalham numa aeronave. 209 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 [CD238] REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 Sr. Presidente, eu inclusive sou membro da Comissão de Viação e Transportes, onde está tramitando um projeto de autoria do Deputado Jerônimo Goergen, relatado pelo Deputado José Stédile, que trata dessa matéria. Mas eu acho que, se a gente conseguir resgatar essa emenda e puder, a partir de agora, já estabelecer a questão da fadiga da tripulação, isso será um grande ganho para todos aqueles que fazem uso de aeronaves de forma constante. Portanto, o PTB, respeitando o controle da fadiga das tripulações, votará “sim”. O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Como vota o PCdoB? (Pausa.) Como vota o PSC? (Pausa.) Como vota o PRB? (Pausa.) A SRA. JANDIRA FEGHALI (PCdoB-RJ. Pela ordem. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, o PCdoB é a favor da medida provisória. No entanto, o partido tem um destaque relacionado à questão do recurso. Nós estamos votando contrariamente ao recurso. Depois aprovaremos a medida provisória, ressalvados os destaques, particularmente o nosso, que impede que as empresas brasileiras sejam entregues a 100% de capital estrangeiro. Portanto, o nosso voto é “não”. O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Como vota o PSB? (Pausa.) Como vota o PSC? (Pausa.) Como vota o PV? (Pausa.) Como vota o PPS? [CD239] O SR. RUBENS BUENO (PPS-PR. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, a proposta apresentada pelo Deputado Mendonça Filho tem algo que 210 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 chama atenção, que é a segurança do voo. Trata-se do descanso e do conforto da tripulação que trabalha transportando centenas de pessoas ao mesmo tempo. Não é só a fadiga do metal, mas a fadiga do ser humano. Nós temos aqui uma boa proposta com relação à qual houve uma decisão tomada. E agora temos um recurso contra essa decisão. Por isso nós votamos “sim”. O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - “Sim”. O SR. ROBERTO SANTIAGO - O PSD, Sr. Presidente. O SR. SARNEY FILHO - O PV, Sr. Presidente. O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Como vota o PSOL, nobre Líder Ivan Valente? O SR. SARNEY FILHO - O PV, Sr. Presidente, o Partido Verde. O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Como vota o PV? O SR. SARNEY FILHO (PV-MA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - O Partido Verde encaminha contra o recurso. Nós vamos votar “não”, coerentes com aquilo que temos feito: votar contra qualquer tipo de questão que não esteja no escopo principal da matéria. Portanto, vamos votar “não”. O SR. IVAN VALENTE - O PSOL, Sr. Presidente. O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Como vota o PSD? O SR. ROBERTO SANTIAGO (PSD-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, apesar da relevância daquilo que está sendo proposto pela Deputada Gorete Pereira, o PSD encaminha contrariamente ao recurso por entender que, nessa MP, não cabe a inclusão dessa matéria. 211 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 Portanto, encaminhamos “não”. O SR. MARCOS ROGÉRIO (PDT-RO. Pela ordem. Sem revisão do orador.) O PDT vota “não”, Sr. Presidente. O SR. IVAN VALENTE (PSOL-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - O PSOL vota “não”, Sr. Presidente. O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Como vota o PSOL, nobre Líder Ivan Valente? O SR. IVAN VALENTE (PSOL-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - O PSOL vota “não”, Sr. Presidente. O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Vota “não”. Como vota o PMN? (Pausa.) Como vota a representação do PEN? A SRA. NILMAR RUIZ (PEN-TO. Pela ordem. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, o PEN entende a importância de tratar-se da questão dos pilotos até no que se refere ao descanso. Mas o partido entende que o recurso não está afeto ao que nós estamos discutindo neste momento. Então a posição do PEN é “não”. O Sr. Inocêncio Oliveira, nos termos do § 2º do art. 18 do Regimento Interno, deixa a cadeira da Presidência, que é ocupada pelo Sr. Henrique Eduardo Alves, Presidente. [CD240] O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Como vota a Minoria? O SR. JOSÉ ANÍBAL (PSDB-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - A Minoria acompanha o voto do PEN: “não”. 212 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Como vota o PMDB? O SR. EDUARDO CUNHA (PMDB-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) O PMDB vota “não”. O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Como vota o PSC? (Pausa.) Como vota o PRB? (Pausa.) Como vota o Governo? (Pausa.) 213 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Em votação o recurso. 214 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Os Srs. Deputados que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) REJEITADO. 215 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Há requerimento sobre a mesa de autoria do Deputado Mendonça Filho: “Sr. Presidente, requeremos a V.Exa., nos termos do art. 165, § 2º, do Regimento Interno, que a discussão da MP 652/14 seja feita da seguinte forma: do artigo 2º ao artigo 8º e do artigo 9º ao artigo 13.” 216 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Para falar contra, concedo a palavra ao Deputado Geraldo Simões. [CD241] O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ - Sr. Presidente, peço a palavra para uma questão de ordem. O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Pois não. O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PTB-SP. Questão de ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, cada Comissão está recebendo um painel eletrônico. Um Deputado não conseguiu votar no posto por falta de reconhecimento da digital dele. Ele[CD242] comunicou ao Presidente qual era o seu voto. Estranhamente autorizado pelo próprio sistema, um funcionário colocou o voto do Parlamentar no painel. Isso não pode acontecer, Sr. Presidente. Após a votação, o Presidente recolhe os votos e considera mais um voto, “sim”, “não” ou abstenção. Não pode ele interferir no sistema e colocar o voto no painel. Eu peguei o manual de instruções. O Diretor Silvio acompanhou. O manual de instruções autoriza a fazer isso. Não pode, Sr. Presidente. É a inviolabilidade. O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Tem toda razão V.Exa. O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ - A questão de ordem que eu faço é que não se pode admitir, em hipótese alguma, que um terceiro coloque o voto no painel. Isso é violação. Se não foi reconhecido digitalmente, soma-se o voto ao final. Mas não pode um funcionário introduzir no sistema o voto do Parlamentar. O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Qual foi a Comissão, Deputado? O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ - A Comissão que trata dos terrenos de marinha. 217 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - O.k. O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ - Eu já fiz a questão de ordem. O Presidente da Mesa a indeferiu. Eu disse que ia recorrer em plenário, porque é o maior absurdo. Imagine, Sr. Presidente, na Comissão de Constituição e Justiça, que tem mais de 60 Parlamentares, instruir um assessor a pôr o voto de um Deputado que está presente! Isto é absurdo. Não podemos aqui, na Casa de Leis, descumprir a legislação. O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Claro. Recolho, para examinar, e agradeço a colaboração de V.Exa. Com a palavra, para falar contra, o Deputado Afonso Florence. (Pausa.) Não está? Com a palavra o Deputado Sibá Machado. O SR. SIBÁ MACHADO (PT-AC. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, é contra o requerimento, não é? (Pausa.) Entendemos, na vez anterior, que V.Exa. pediu, para a sessão de hoje, para nós transferirmos essa matéria e aprová-la. V.Exa. conversou com o Presidente do Senado para que desse tudo certo hoje para dar tempo de a matéria ser aprovada. Nós[CD243] estamos aqui meio estranhando esse requerimento, porque vem numa linha que nos parece no sentido de obstrução, e foi pedido que não houvesse. Então, eu peço a V.Exa. que volte a fazer aquele apelo da semana passada, para que o autor retire o requerimento e esta Casa vote logo esses destaques e essa medida provisória. Mas se não houver jeito, o PT vai ter que... O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Tem razão V.Exa. 218 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 Eu indago do Líder Mendonça Filho, com todo o respeito, se esse requerimento — eu espero que não — não seja apresentado apenas por obstrução, se o nosso compromisso não acontecer. O SR. MENDONÇA FILHO - Sr. Presidente. O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Pois não. O SR. MENDONÇA FILHO (DEM-PE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) Sr. Presidente, V.Exa. sabe que nós atuamos com total franqueza... O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - É lógico. O SR. MENDONÇA FILHO - ...e lealdade, mesmo numa posição de oposição e, às vezes, até de obstrução. Esse requerimento é usado tipicamente em processo de obstrução. Eu vou retirá-lo. Agora, ao retirar o requerimento, eu quero dizer algumas coisas a V.Exa., ao Plenário e à representação do PT. O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Quero agradecer a V.Exa. pela correção, pela lealdade que, nesta hora, demonstra em plenário com o compromisso que assumimos nesta Casa. Eu quero agradecer a V.Exa. O SR. VANDERLEI MACRIS - Sr. Presidente... O SR. MENDONÇA FILHO - É. Eu aprendi, Sr. Presidente, com vários outros Líderes que atuaram, ao longo da história do Parlamento, que o compromisso assumido tem que ser cumprido, honrado, e vale mais do que o próprio Regimento, porque a palavra dos Parlamentares tem uma força básica na relação de confiança que é construída aqui. 219 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 Eu vou realmente retirar o requerimento que tinha como objetivo principal o processo de obstrução. E, nesse instante, nós vamos atender e respeitar o acordo celebrado na sessão da semana passada. Gostaria de pedir a V.Exa. que me respondesse à seguinte questão: eu fui informado, de forma naturalmente informal, de que V.Exa. encerraria a atual sessão às 19 horas. [CD244] O compromisso que nós pactuamos a semana passada foi de que, no dia de hoje, votaríamos a Medida Provisória nº 652, sem obstrução por parte da Oposição, mas com o direito de destacar alguns itens que consideramos relevantes. Nós vamos manter os destaques das matérias que consideramos importantes serem destacadas. No entanto, eu quero indagar de V.Exa. se, porventura, irá prorrogar a sessão além das 19 horas, para cumprir o acordo celebrado na semana passada, ou se V.Exa., simplesmente, encerrará a sessão às 19 horas. O entendimento que nós fizemos com V.Exa. foi de que, na noite de hoje, terça-feira, votaríamos a Medida Provisória nº 652. Ocorre que o Governo está mobilizado, desde cedo, para tratorar a Oposição na Comissão Mista de Orçamento e aprovar uma alteração aberrante na Lei de Diretrizes Orçamentárias, o que, na verdade, demonstra o mau zelo que tem o atual Governo com relação às questões econômicas. Firmou-se um compromisso com o mercado e com a sociedade com relação ao superávit primário, entre outros pontos, e o Governo quer rasgar esse compromisso assumido publicamente com a sociedade, pura e simplesmente porque não fez cumprir o seu compromisso com a sociedade. 220 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 Então, da minha parte, eu quero cumprir e vou cumprir o acordo que celebrei com V.Exa. Nós vamos nos restringir tão somente a destaques que sejam supressivos ou de modificação no texto, para aprimorá-lo, e vamos votar a medida provisória até o final. [CD245] Nós queremos o compromisso de V.Exa. de que, ao chegarmos às 19 horas, a sessão será prorrogada, para que possamos seguir na votação normal da Medida Provisória nº 652, e não nos submetermos à vontade do Governo que é de simplesmente encerrar a sessão, para tratorar a Oposição na CMO, como já é desejo manifesto e que corre nos corredores da Casa. O SR. VANDERLEI MACRIS - Sr. Presidente... O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Com a reunião da CMO, nós temos duas opções: ou prorrogamos a sessão até às 20 horas, ou encerramos às 19 horas e convocamos, após a CMO, uma sessão extraordinária aqui nesta Casa. Duas opções a decidir. O SR. MENDONÇA FILHO - V.Exa. irá prorrogar ou não a sessão? O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ - Vamos até às 20 horas, Sr. Presidente. O SR. VANDERLEI MACRIS (PSDB-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Eu gostaria de dizer a posição do PSDB nessa questão: nós vamos na mesma direção do que apresentou como argumento o Deputado Mendonça Filho. Por quê? Porque existe um compromisso de votar essa medida provisória hoje. Nós assumimos este compromisso. E tem mais: é um compromisso de não obstrução. Mas isso não quer dizer que não vamos discutir o projeto, não quer dizer que a gente não vá pedir verificação nominal, que foi parte do acordo e parte do entendimento nos destaques apresentados. 221 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 Portanto, nós vamos nessa direção. Se V.Exa. encerrar a sessão às 19 horas, como corre aqui, vamos ter dificuldade, porque temos uma posição de obstrução na CMO. Nós não concordamos com o projeto sobre a questão do superávit primário trazido aqui pela Presidente Dilma. Tem razão o Deputado Mendonça Filho: o Governo quer simplesmente tratorar a Oposição. E nós não vamos permitir isso, Sr. Presidente. Então, queremos cumprir o compromisso, ou seja, usar todo o espaço desta sessão prorrogada para conduzir o acordo que firmamos de votar a MP. [CD246] O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Eu sei, mas há uma reunião da CMO que vou respeitar. Podemos até prorrogar por mais 30 minutos, 40 minutos. O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ - Sr. Presidente, até às 20 horas. O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Podemos prorrogar a sessão até às 19h30min? O SR. MENDONÇA FILHO - Não, Sr. Presidente. V.Exa. deveria prorrogar por 1 hora. O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Não vou inviabilizar uma reunião marcada da CMO por conta de... Se for o caso, convocaremos após a CMO. O SR. MENDONÇA FILHO - Sr. Presidente, permita-me... O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Vamos passar à votação. O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PTB-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, V.Exa. não vai inviabilizar a CMO, porque a CMO suspendeu a sessão. Ela tanto pode começar às 19 horas, às 19h30min, ou às 20 horas. Não há nenhum problema. Então, na verdade, vamos levar esta até às 20 horas. Se a votação não começou antes foi por causa da manobra de querer instalar a CMO às 18 horas. Essa é a verdade. 222 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 Então, na verdade, vamos votar até às 20 horas. E a sessão da CMO não está prejudicada; está suspensa. Na verdade, essa proposta de mudança da Lei de Diretrizes Orçamentárias, falando um português claro, é como a dívida de cheque sem fundo: anula a dívida, não tem mais dívida nenhuma. Brincadeira, Sr. Presidente! O SR. MENDONÇA FILHO - Sr. Presidente, peço a V.Exa... O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Vamos iniciar, portanto, a discussão. O SR. MENDONÇA FILHO (DEM-PE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) Sr. Presidente, nós não assumimos o compromisso de votar a MP 652 hoje? Peço a V.Exa. que prorrogue a sessão por 1 hora e, se necessário, convoque uma sessão extraordinária para encerrarmos a votação da MP 652 na noite de hoje, e não essa submissão que quer o Governo. A Dra. Dilma Rousseff imagina que aqui se rasga contrato, rasga-se LDO, rasga-se CMO, rasga-se tudo. Não. Tem que respeitar os pactos acordados. Eu vim aqui para cumprir o compromisso assumido. Vou retirar o requerimento de obstrução, cumprindo o que assumi com V.Exa., mas exijo o mesmo do Governo. Então, Deputado Sibá Machado, que há pouco cobrou o compromisso a ser cumprido, de minha parte eu estou cumprindo o compromisso. Eu peço a S.Exa. que também cumpra o compromisso, em nome do Governo, e se vote a Medida Provisória nº 652, porque quem não quer votá-la é o Governo, para atender ao capricho da Dra. Dilma Rousseff, Presidente da República, que quer rasgar a Lei de 223 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 Responsabilidade Fiscal. É um absurdo e vai entrar para a história do Parlamento brasileiro! [CD247] O SR. PAULO PIMENTA - Sr. Presidente, só uma pergunta... O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Eu não vou entrar na discussão política. Se for o caso, se precisar — nós estamos perdendo tempo aqui de discussão —, prorrogaremos a sessão por 30 ou 40 minutos. O SR. PAULO PIMENTA - Sr. Presidente, uma pergunta... O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Vamos continuar, portanto, com a discussão da matéria. O SR. PAULO PIMENTA - Deixe-me ver se eu entendi, Sr. Presidente... O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Para discutir a matéria, tem a palavra o Deputado Mendonça Filho. O SR. PAULO PIMENTA (PT-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, a sessão vai ser suspensa? Vai acabar a que horas esta sessão? O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Às 19 horas. Se forem necessários mais 30 minutos, prorrogaremos a sessão para respeitar a decisão da CMO. O SR. PAULO PIMENTA - Certo. Eu estou perguntando para me programar para a CMO. Obrigado. O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Para discutir a matéria, para falar contra, tem a palavra o Líder Mendonça Filho. O SR. MENDONÇA FILHO - O Deputado Pauderney discutirá. 224 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Tem a palavra o Deputado Pauderney, no lugar do Líder, Deputado Mendonça Filho. O SR. PAUDERNEY AVELINO (DEM-AM. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, essa medida provisória é extremamente importante, mas nós queremos também falar sobre esse processo legislativo, esse processo político, que está em curso: a mudança da Lei de Responsabilidade Fiscal, via PLN 36, de 2014, que muda as metas do superávit primário. Sr. Presidente, ao longo destes 15 anos de vigência da Lei de Responsabilidade Fiscal, algumas vezes essas metas foram alteradas, mas nós temos, pela primeira vez desde que a Lei de Responsabilidade Fiscal está em vigor, um déficit de poupança pública no nosso País. [CD248] Ora, não seria vergonhoso para a Presidente da República mandar uma mensagem ao Congresso Nacional, seguida por um decreto de contingenciamento, dizendo que mudou a meta porque não teve condições de fazer poupança no ano eleitoral? Todos sabemos que esse déficit, só em desonerações fiscais, já bate 20 bilhões e, até o final do ano, vai a 30 bilhões de reais. Isso se chama irresponsabilidade — irresponsabilidade no trato da coisa pública. Não se pode, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, tocar um governo da forma como está sendo tocado. Não se pode fazer deste Congresso um anexo do Palácio do Planalto. O que a Presidente tinha que fazer era assumir a sua responsabilidade, dizer que não pôde cumprir a meta, e aí, sim, editar um decreto com a nova meta e mandar um projeto de lei. 225 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 Ora[CD249], isso seria muito mais sensato e respeitoso do que estar tentando ludibriar a opinião pública brasileira, fazendo maquiagem nas contas públicas e, agora, com esse PLN 36, querendo dizer: “Não consegui fazer a poupança que estava estabelecida nas metas. Vamos, portanto, mudar as regras do jogo”. Não reconhece, no entanto, que foi incapaz de atingir essa meta. Por isso, Sr. Presidente, nós não queremos que essa lei seja votada da forma como está. A LDO tem que ser preservada, a Lei de Responsabilidade Fiscal precisa ser preservada, sob pena de a Presidente da República, os Ministros do Planejamento e da Fazenda incorrerem em crime de responsabilidade. Por isso, nós queremos votar uma medida provisória benéfica para a aviação regional no Brasil, mas não podemos, de forma nenhuma, permitir que essa manobra vise fazer com que a Lei de Diretrizes Orçamentárias seja alterada em benefício da irresponsabilidade fiscal com que este Governo vem tratando o nosso País. [CD250][CD251] O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Para falar a favor, tem a palavra o Deputado Carlos Zarattini. (Pausa.) Não vai se pronunciar. Com a palavra o Deputado Amauri Teixeira. (Pausa.) Com a palavra o Deputado Assis Carvalho. (Pausa.) Com a palavra o Deputado Inocêncio Oliveira, para falar pelo PR. O SR. INOCÊNCIO OLIVEIRA (Bloco/PR-PE. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a Medida Provisória nº 652/14 cria o Programa de Desenvolvimento da Aviação Regional — PDAR, dos mais importantes para integrar as diferentes regiões do País, sobretudo a Amazônia, onde as distâncias 226 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 são muito grandes e muitas vezes o transporte é feito pelos rios, e não pelas rodovias, os meios convencionais de transporte. Por isso, eu sou a favor do Programa de Desenvolvimento da Aviação Regional, Sr. Presidente, e pediria que se incluísse nele minha terra natal, Serra Talhada, porque já existe ali um aeroporto de 1.800 metros quadrados, iluminado e com balizamento noturno. Eu queria dizer que uma vez eu destinei, por meio de programa de financiamento de aeroportos no interior, 26 milhões de reais para que se pudesse modernizar esse aeroporto, de modo que ele tivesse voos regulares, porque Serra Talhada exige esses voos regionais, uma vez que fica no centro do Estado, entre Recife e Petrolina. É o centro do Nordeste. [CD252] Uma vez, uma aeronave da aeronáutica, com quatro motores, teve de descer no Aeroporto de Serra Talhada, porque ele está no cruzamento entre as capitais do Nordeste e a nossa Capital, Recife. Então, modernizar o Aeroporto de Serra Talhada é condição fundamental para que se mostre que esse Programa de Desenvolvimento da Aviação Regional vai realmente servir para integrar as diferentes regiões do Estado, porque Serra Talhada é a cidade-polo de uma vasta região do Pajeú e do Moxotó, fazendo com que nós possamos ter voos regionais, ter voos regulares e atender às necessidades da população do Pajeú e do Moxotó, em Pernambuco. Muito obrigado. O SR. SILVIO COSTA - Presidente! Presidente! Presidente! O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Com a palavra o Deputado Vanderlei Macris. 227 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O SR. SILVIO COSTA (PSC-PE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, de V.Exa. eu quero saber... só uma curiosidade: às 19 horas, V.Exa. está pensando em encerrar a sessão? O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Estou. É possível que encerremos a sessão às 19 horas, se houver... Já são 19 horas. Vamos ter que prorrogar a sessão mais 30 minutos. O SR. SILVIO COSTA - Não é preciso que V.Exa. a prorrogue, porque haverá sessão da CMO em que a gente vai votar. A gente pode ficar conversando aqui um pouco, enquanto dão 19 horas — faltam 20 segundos —, e V.Exa. encerra a sessão, porque é importante que a gente vote o Orçamento do Brasil. [CD253] O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Mas a MP é importante votar também. Com a palavra o Deputado Vanderlei Macris. O SR. VANDERLEI MACRIS (PSDB-SP. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, o Deputado Silvio Costa está equivocado. O encerramento desta sessão vai comprometer de maneira definitiva a aprovação desta medida provisória. Eu digo o porquê: há um processo de obstrução da Oposição na CMO por conta da tentativa atropelada do Governo de modificar a Lei de Diretrizes Orçamentárias do ano passado. Isso vai levar a Comissão de Orçamento a horas e horas de discussão. E é mais ou menos natural se vislumbrar com muita clareza que se estabeleça a continuidade desta sessão até por volta de 23 horas, 23h30min, meia-noite. O que vai acontecer? Teremos dificuldade de quórum, até porque existe o compromisso aqui de votar, inclusive levantado por alguns Parlamentares, como o Deputado 228 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 Mendonça Filho e o Deputado Eduardo Cunha, que também pediu votação nominal para um desses destaques. Portanto, se essa medida provisória mandada pelo Governo, apoiada por nós, com algumas restrições que já fizemos e que estão no projeto de lei de conversão, não for votada, Sr. Presidente, a responsabilidade é única e exclusivamente do Governo, que cuidou de priorizar a reunião da Comissão de Orçamento, frustrando um acordo que fizemos neste plenário, na semana passada, de votar sem obstrução; e a Oposição não vai obstruir esse projeto. Nós queremos votar, sim. Agora, claro que queremos ter o direito de discutir o projeto e pedir verificação nominal para os destaques — são[CD254] seis destaques. Portanto, Sr. Presidente, Srs. Deputados, é inadmissível o que está acontecendo aqui no Congresso Nacional, especialmente na Câmara dos Deputados: o Governo está obstruindo a votação desta medida provisória. E é lamentável que esta Câmara, é lamentável que este Plenário se submeta à vontade de uma Presidente da República que começa um Governo novo já velho. Essa é a verdade. Então, nós queremos deixar muito claro: se houver neste momento a interrupção desta sessão, a responsabilidade de corrermos o risco de esta medida provisória, por falta de tempo, não ser votada aqui na Câmara e depois no Senado, como está previsto, será única e exclusiva do Governo. Sr. Presidente, é importante fazer esse alerta. Nós estamos prontos aqui para votar a medida provisória dentro do acordo firmado. Que ela seja votada, sim, tanto a proposta principal quanto as emendas cujas votações nominais foram devidamente acordadas neste plenário. 229 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 Muito obrigado. O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Fica a sessão prorrogada até às 19h30min. Não há mais oradores inscritos. Declaro encerrada a discussão.[CD255] 230 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Em votação. 231 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Para encaminhar, concedo a palavra ao Deputado Carlos Zarattini, do PT, que falará a favor da matéria. O SR. CARLOS ZARATTINI (PT-SP. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, esta medida provisória vem atender a uma necessidade fundamental de mobilidade, de transporte, não só nas regiões do interior do nosso Brasil, particularmente na Amazônia e no Nordeste, mas também no Sul e no Sudeste do Brasil, onde centenas de cidades poderiam ter as suas linhas aeroviárias funcionando. A discussão desta medida provisória começou cerca de 5 anos atrás, através da Frente Parlamentar em Defesa da Aviação Regional, presidida pelo então Deputado Vital do Rêgo, e agora se conforma nesta medida provisória. Portanto, somos favoráveis à sua aprovação. [CD256] O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Para encaminhar, concedo a palavra ao Deputado Mendonça Filho, do DEM, que falará a favor da matéria. O SR. MENDONÇA FILHO (DEM-PE. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, neste instante eu uso a tribuna primeiro para chamar a atenção para o acordo que nós celebramos na semana passada, e que, infelizmente, eu tenho a impressão de que foi esquecido pelo Governo. Quando nós entramos num impasse, tendo em vista o dispositivo que foi incorporado a esta medida provisória e que diz respeito à concessão ou à autorização para exploração pela iniciativa privada de aeroportos, o Governo evidentemente se posicionou no plenário, demandando da Oposição um pacto para votar esta MP na noite de hoje, e esse processo de votação ocorresse sem qualquer uso de instrumentos protelatórios e de obstrução. 232 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 Pois bem, eu cheguei na noite de hoje para cumprir o acordo, porque, antes de qualquer coisa, eu aprendi na minha terra, com o meu saudoso pai, Zé Mendonça, que é fundamental o ser humano, o homem, o cidadão, e ainda mais o homem público, ter palavra, assumir compromissos e cumpri-los. E é o que eu estou aqui para fazer. Eu cumpro o compromisso assumido com a bancada do Governo de votar a MP 652, que trata de estímulo, de incentivo à chamada aviação regional, sem que se utilizem mecanismos de obstrução. [CD257] O Presidente da Casa, Deputado Henrique Eduardo Alves, cobrou da Liderança do Democratas o cumprimento do acordo, e estamos aqui para cumpri-lo. Temos algumas divergências com o texto que não comprometem o fundamental da matéria, que visa justamente estimular a chamada aviação regional com estímulos indiretos à indústria aeronáutica brasileira, principalmente à EMBRAER, que é conhecida nacional e internacionalmente como um patrimônio do nosso País. Ela foi estatal no passado, foi privatizada, depois da privatização ganhou dimensão, mercado, e hoje é considerada uma das empresas mais importantes do mundo na área aeronáutica. Eu quero valorizá-la, eu quero estimular a ampliação do mercado, eu quero fazer com que ela possa significar crescimento para a economia brasileira, geração de oportunidades de trabalho, alcance para outras regiões, em cidades médias de todo o Brasil e do interior que não são atendidas pela aviação regional. E, através da MP 652, haverá o estímulo necessário para que esse tipo de atividade econômica se desenvolva, prospere e garanta a sustentabilidade meio que artificial, com subsídio governamental, neste instante, mas que, a médio e longo 233 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 prazo, significará ampliação da qualidade de vida para boa parte da população do interior do Brasil. Então[CD258], o nosso propósito é aprovar a medida provisória. A gente tem algumas discordâncias com relação ao texto. Por exemplo, um dos itens diz respeito à subordinação da ANAC à Secretaria de Aviação Civil. Não tem sentido que uma agência governamental de regulação econômica, numa atividade como a de aviação, atividade comercial de passagens e controle do tráfego aéreo, esteja subordinada diretamente a um Ministério de aviação civil. É um contrassenso. Quando o Governo tem o princípio e a lógica — pelo menos deveria ter — de valorização da chamada aviação regional, ao mesmo tempo, aproveita a matéria para subordinar a autarquia e a agência governamental que cuida da regulação econômica desse segmento importante à SAC. Esse é um ponto. Outro ponto, para finalizar, Presidente, diz respeito à questão do modelo de privatização adotado pelo Partido dos Trabalhadores. O PT, que trabalhou tanto contra as privatizações, que se empenhou tanto contra as privatizações, que defendeu durante tanto tempo o estatismo, cedeu à privatização, tanto é que privatizou boa parte dos maiores e mais importantes aeroportos do Brasil. Os aeroportos de São Paulo, do Rio de Janeiro e de Brasília foram privatizados na gestão do Partido dos Trabalhadores. Hoje, a gente tem a seguinte situação: esses aeroportos foram privatizados sob o regime de concessão. As empresas privadas que adquiriram o direito de explorar essas unidades aeroportuárias pagaram outorga, Presidente. Pagando[CD259] outorga, eles contabilizaram, no preço final e no retorno do investimento, o valor da outorga para calcular o valor econômico dessa operação. 234 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Para encerrar. O SR. MENDONÇA FILHO - Só para concluir. Aí se cria uma alternativa, que é via autorização, para mim, criando uma assimetria competitiva grave. Então, tirando esses dois aspectos principais, Deputado Sibá Machado, dá para aprovar o texto. Eu quero aqui defender a aprovação da MP 652 e dizer a todos os segmentos econômicos que atuam na área da aviação civil brasileira e na aviação regional que conta com o nosso apoio a referida medida provisória. Eu lamento que o Governo, ao contrário do que apontou o Deputado Sibá Machado há pouco, que cobrou da Oposição o cumprimento do acordo, é que não queira cumprir o acordo. O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Para concluir, Deputado. O SR. MENDONÇA FILHO - Para concluir, só quero deixar claro: o acordo era no sentido de que nós votássemos a MP 652. O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Para concluir, Deputado. O SR. MENDONÇA FILHO - Só para concluir, Presidente. Eu recebi, logo que cheguei aqui, um carão do Deputado Sibá Machado, que disse que eu estava querendo obstruir a matéria por conta de um requerimento, que a nossa intenção era retirar o requerimento de votação, e nós retiramos o requerimento. No entanto, ficou claro que a manobra do Governo, que quer rasgar a LDO, é no sentido de deixar em segundo plano a referida medida provisória. O SR. MOREIRA MENDES (PSD-RO. Pela ordem. Sem revisão do orador.) Há requerimento sobre a mesa, Sr. Presidente. 235 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O SR. MENDONÇA FILHO - Então, concluo dizendo: peço a aprovação da medida provisória. É muito importante, atende ao interior do Brasil e vai contar com o apoio da bancada do Democratas. O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Em votação o parecer da Comissão Mista, na parte em que manifesta... [CD260] O SR. SILVIO COSTA - Sr. Presidente, eu estou inscrito para encaminhar contra. O SR. LINCOLN PORTELA - Há requerimento sobre a mesa para encerrar, Sr. Presidente. O SR. VANDERLEI MACRIS - Sr. Presidente, a assessoria havia feito a minha inscrição para falar pelo PSDB. O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Já foi chamado, Deputado. V.Exa. não estava aqui. O SR. VANDERLEI MACRIS - Não, não. Eu não saí daqui, Sr. Presidente. O SR. MOREIRA MENDES - Vamos votar! O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Encerrou por falta de orador, Deputado. Já havia sido encerrado por falta de orador, sem V.Exa. aqui. O SR. VANDERLEI MACRIS - Sr. Presidente, eu peço a palavra como Líder. A SRA. JANDIRA FEGHALI - Neste caso, está encerrado. O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Como Líder, tem a palavra V.Exa., para falar pelo PSDB. O SR. SILVIO COSTA (PSC-PE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, enquanto S.Exa. sobe à tribuna, quero fazer a comunicação de que o PSD já se convenceu da modificação da PEC 170 e está pronto para votar. A SRA. JANDIRA FEGHALI - Muito bem! Muito bem, Líder! 236 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O SR. VANDERLEI MACRIS (PSDB-SP. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, está ficando cada vez mais clara a tentativa do Governo de atropelar a Oposição. Atropelar a Oposição, Deputado José Aníbal, porque o Governo que tinha um acordo de votar esta medida provisória hoje foi surpreendido com a decisão da Oposição de evitar a votação da alteração que se está tentando fazer na Comissão de Orçamento da Lei de Diretrizes Orçamentárias do ano passado, propiciando uma oportunidade ímpar, Sr. Presidente, de se acabar com o superávit primário que o Governo tem que cumprir, com o fim de esconder, de escamotear a incompetência e a má gestão do Governo na condução da economia brasileira. Nós não vamos arredar o pé desta posição, Sr. Presidente, Srs. Deputados. Nós[CD261] vamos querer votar a medida provisória, conforme acordo feito na semana passada, aqui, neste plenário. Temos seis destaques para serem votados. Temos acordo para votar nominalmente dois desses destaques. Depois, vamos discutir, lá na Comissão do Orçamento, a continuidade do debate sobre essa indecência programada pelo Governo de alterar o superávit primário, garantindo que o Governo, com essa medida, possa simplesmente maquiar mais uma vez o Orçamento federal. Esse projeto, Sr. Presidente, que cria o Programa de Desenvolvimento da Aviação Regional, dando algumas outras providências, é importante. Nós fizemos, lá no Senado Federal, através do Senador Flexa Ribeiro, um relatório apoiando essa medida provisória, que vai dar, com certeza, um implemento grande ao desenvolvimento da aviação regional. Essa é a costura que foi feita, com algumas 237 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 alterações na medida provisória, lá no Senado da República, através da relatoria do Senador Flexa. Aqui, agora, na Câmara Federal, tivemos oportunidade, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, de continuar uma negociação, melhorando ainda mais a medida provisória. Com isso, nós vamos garantir esse desenvolvimento da aviação regional, ampliando novos empregos; garantir esse desenvolvimento para regiões que precisam da aviação regional para poder se desenvolver; garantir o incentivo à instalação de novas empresas para a construção de novos aeroportos, que são mais de 200 já identificados em todo o Brasil; garantir também, na Região Amazônica, a possibilidade de se desenvolver a aviação regional, integrando cada vez mais o nosso País. Portanto[CD262], com as justificativas que demos para implementar mudanças que melhoraram o projeto, nós decidimos votar favoravelmente, dentro dessa lógica, até porque a Oposição, Sr. Presidente, tem consciência, sim, e tem responsabilidades para com o País. Agora, a gente não pode ver o Governo, numa posição absolutamente autoritária, impingir ao Congresso Nacional uma decisão de mudança de rumo, de mudança de rota de um acordo feito, na semana passada, de votar essa medida provisória ainda hoje aqui na Câmara dos Deputados, até porque, no dia 24 de novembro, na próxima segunda-feira, esta medida provisória perde a sua eficácia. Ao perder a sua eficácia, nós não vamos mais ter essa iniciativa, que também consideramos importante, que cria o Programa de Desenvolvimento da Aviação Regional em todo o País. 238 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 Sr. Presidente e Srs. Deputados, a incompetência do Governo no gerenciamento da economia mostra uma tentativa de colocar de cócoras este Congresso Nacional, com o fim de fazê-lo se submeter a uma prioridade que não é aquela acordada na semana passada. Ou seja, a Comissão de Orçamento precisa votar, de qualquer jeito, o projeto que muda o superávit primário estabelecido pelo Governo, por causa da incompetência dele no gerenciamento da economia. Sr. Presidente, Srs. Deputados, nós estamos aqui para votar este projeto, para votar esta medida provisória com as alterações que estão sendo feitas e que precisam ser levadas em consideração por este Plenário. [CD263] E nós não queremos mais, Sr. Presidente, olhar para o relógio e perceber que estamos chegando às 19h30min, aos 30 minutos que V.Exa. deu como prorrogação, e ver encerrada esta reunião, porque lá na Comissão de Orçamento nós estaremos presentes para obstruir aquela sessão, obstruir até quando pudermos, para mostrar que o Governo não tem direito de fazer o que quer com este País, não tem direito de fazer o que quer com a economia, não tem direito de fazer um trabalho que mostre incompetência no gerenciamento da economia brasileira. E nós vamos mostrar na Comissão de Orçamento que este é o objetivo principal do Governo. Portanto, Sr. Presidente, se não chegarmos até às 19h30min votando a medida provisória, nós vamos pedir uma prorrogação maior. Aqui fica o apelo da Liderança do PSDB a V.Exa., para que a gente possa continuar ampliando o prazo de votação desta medida provisória, porque ela é muito importante para o País, conforme o próprio Governo demonstrou. Nós estamos presentes, com a contribuição que demos a este projeto, para votar favoravelmente. 239 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 Portanto, aqui fica o apelo, Sr. Presidente, até porque, se não for votada a medida provisória, a responsabilidade é única e exclusivamente da base do Governo, que não permitiu que ela fosse votada. Muito obrigado.[CD264] 240 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Vamos, portanto, começar agora a orientação de partidos. Em votação o parecer da Comissão Mista, na parte em que manifesta opinião favorável quanto ao atendimento dos pressupostos constitucionais de relevância e urgência e de sua adequação financeira e orçamentária. Para encaminhar, concedo a palavra ao Deputado Pauderney Avelino. Informo S.Exa. que às 19h30min encerraremos a sessão. Temos 10 minutos, porque às 19h30min vamos encerrar a sessão. O SR. PAUDERNEY AVELINO (DEM-AM. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, nós entendemos que esta medida provisória é extremamente importante para o País, para o interior do País e, sobretudo, para o interior da Amazônia. Os Srs. Parlamentares que não são de lá não têm ideia do quanto é difícil a locomoção na Região Amazônica. Portanto, a utilização em 30% do Fundo Nacional de Aviação Civil, destinado às empresas aéreas, para que se abata o preço da passagem, é fundamental para o transporte aéreo regional. Por isso, Sr. Presidente, ressalvados alguns destaques aqui já feitos pelo Líder Mendonça Filho, nós encaminhamos favoravelmente, em homenagem ao interior do Brasil, sobretudo ao interior da Amazônia e ao interior do Amazonas, com suas longas distâncias. Por isso, somos favoráveis e dizemos “sim” à sua aprovação. O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Deputado Rubens Bueno, tem a palavra V.Exa., como Líder. (Pausa.) [CD265] Tem a palavra o Deputado Arnaldo Faria de Sá. 241 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PTB-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, conforme está comprovado pela orientação do CENIN, o Deputado que não conseguiu registrar teve o voto colhido pelo operador do sistema. Isso é uma fraude, Sr. Presidente! Eu queria que V.Exa. cancelasse a votação. (Pausa.) Sr. Presidente, V.Exa. precisa cancelar a votação, para podermos retomar amanhã a votação. (Pausa.) O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Solicitação do Deputado Sibá Machado, como Líder. V.Exa. está inscrito como Líder? O SR. MENDONÇA FILHO (DEM-PE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) Sr. Presidente, vamos botar em votação a medida provisória. Orientação. Todos os Líderes abriram mão. Orientação da bancada para votar. O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Não vai dar tempo, Deputado. O SR. MENDONÇA FILHO - Tem que ficar caracterizado que o PT está obstruindo a votação da Medida Provisória nº 652/14. Nós queremos votar, e eu quero que V.Exa. ponha em votação. Orientação. O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Deputado Arnaldo Faria de Sá, V.Exa. tem razão em relação ao que colocou. É uma questão grave, em Comissão. O assessor jamais poderia ter votado. Dou razão, portanto, a V.Exa. O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ - Cancela a votação? 242 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Determino a anulação da votação por esse erro grave, processual, em relação ao PL 5.627/2013, na Comissão Especial Terrenos de Marinha. Tem toda a razão V.Exa. O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ - Vamos fazer uma nova votação. Obrigado, Presidente. O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Deputado Sibá Machado, rapidamente, tem V.Exa. a palavra. O SR. SIBÁ MACHADO - Eu desisto da fala, Sr. Presidente. Eu estou desistindo de falar. O SR. MOREIRA MENDES - Vamos votar, Presidente. O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ - Vamos votar! O SR. MENDONÇA FILHO - Ele não entendeu sua dica, Presidente. Ele não entendeu sua sugestão. Peço que V.Exa. passe para a orientação, e vamos votar. Todo o mundo, “sim”. [CD266] O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Não haverá tempo de votar, Deputado. Faltam 5 minutos para encerrar a sessão. O SR. SIBÁ MACHADO - “Sim” para todos. O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ - “Sim” para todo o mundo. O SR. MENDONÇA FILHO - “Sim” para todo o mundo, e a sessão... O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Vou encerrar a sessão. O SR. MENDONÇA FILHO - Não, Presidente, vamos votar! Eu quero votar, Presidente! Pelo amor de Deus, Presidente! Temos tempo. O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Apenas 3 minutos. Vou encerrar a sessão, Deputado. 243 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O SR. MENDONÇA FILHO - Sr. Presidente, 3 minutos dá para votar. O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Lógico que não, Deputado. O SR. MENDONÇA FILHO - Vamos colocar em votação, Presidente! O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - V.Exa. sabe que não dá, Deputado. O SR. MENDONÇA FILHO - Dá para votar! Todo o mundo vota “sim”; e um “não”, o Democratas. O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Nada mais havendo a tratar, vou encerrar os trabalhos, antes convocando Sessão Deliberativa Extraordinária para amanhã, quarta-feira,.... O SR. MENDONÇA FILHO - Isso é muito estranho. O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Não é estranho, Deputado; é só ver o tempo. O SR. VANDERLEI MACRIS - Sr. Presidente, a responsabilidade é grande, porque essa medida provisória poderá... O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - ...após Sessão Deliberativa do Congresso Nacional, com a seguinte Ordem do Dia: Medidas Provisórias nºs 652 e 655, de 2014; Projeto de Lei nº 7.735, de 2014; e Proposta de Emenda à Constituição nº 170... O SR. MENDONÇA FILHO - Sr. Presidente, art. 72 do Regimento Interno. O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Já informamos ao Líder do Governo que foi mantido, portanto, o acordo encaminhado pelo Líder do Governo com os demais Srs. Líderes em relação à PEC 170, para que não haja dúvida de 244 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 que nós a votaremos amanhã. Essa PEC esta Casa quer votar de maneira consensual. O SR. MENDONÇA FILHO - Eu peço a votação da medida provisória, Presidente. O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - É uma nova PEC que foi, portanto, apresentada. E, assim, nós vamos votá-la amanhã. O SR. MENDONÇA FILHO - Vamos votar a medida provisória por acordo, Presidente! O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Continuando: Proposta de Emenda à Constituição nº 170, de 2012. O SR. MENDONÇA FILHO - Questão de ordem, Presidente. V.Exa. não pode encerrar a sessão às 19h30min. Está no Regimento da Casa, Presidente. O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Lembro que haverá Sessão do Congresso Nacional amanhã, quarta-feira, 19 de novembro, às 11 horas, no Plenário da Câmara dos Deputados, com a Ordem do Dia já divulgada. O SR. MENDONÇA FILHO - Sr. Presidente, V.Exa. não pode encerrar a sessão. O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Está encerrada a sessão, Deputado. 245 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 PRONUNCIAMENTOS ENCAMINHADOS À MESA PARA PUBLICAÇÃO O SR. BILAC PINTO (Bloco/PR-MG. Pronunciamento encaminhado pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, dirijo-me hoje a esta tribuna para dizer que o dia 13 de agosto ficará marcado para sempre com grande alegria para a Universidade do Vale do Sapucaí, em especial para o curso de Medicina. Nessa data foi publicada, no Diário Oficial da União, a portaria da Secretaria de Regulação e Supervisão de Educação Superior — SERES, do Ministério da Educação, revogando as medidas cautelares aplicadas ao curso e reconhecendo a sua excelência, concedendo nota 4 após a avaliação do MEC. Cabe aqui ressaltar que 5 é a nota mais alta. O curso de medicina da UNIVÁS é considerado um dos mais importantes do País. Em seus 45 anos de história, já formou cerca de 2.720 médicos e, ao final de 2014, formará a sua 41ª turma. Atende alunos não só do sul de Minas Gerais, mas de todo o Brasil e do exterior que procuram uma formação sólida, em uma instituição de ensino superior de tradição, que investe em seu corpo docente, nas instalações físicas, com uma visão pedagógica moderna voltada para o futuro, mas que forma uma interface fundamental para atuar na comunidade. Juntamente com o Diretor da UNIVÁS, Dr. Rafael Simões, estive pessoalmente em audiência com o então Secretário de Regulação e Supervisão de Educação Superior do MEC, Sr. Jorge Messias, e com a Sra. Marta Wendel, atual titular da Secretaria, empreendendo esforços no sentido de reverter tais medidas cautelares. Foi com enorme satisfação que obtivemos êxito nesse processo. O Exmo. Reitor, Dr. Carlos de Barros Laraia, informou ainda que a UNIVÁS 246 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 recebeu autorização para implementação, com acompanhamento do MEC, do Programa Território de Saúde São João, que tem como objetivo proporcionar a ampliação do atendimento primário à saúde aos moradores do bairro São João, que possui uma população estimada em 35 mil moradores. Além disso, a partir de 2015, poderá ampliar a oferta de vagas em residência médica no hospital universitário Hospital das Clínicas Samuel Libânio, para atender ao Programa Mais Médicos. Assim, parabenizo a UNIVÁS por essa grande vitória! Era o que tinha a dizer. 247 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O SR. CARLOS BEZERRA (PMDB-MT. Pronunciamento encaminhado pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, compareço a esta tribuna para tratar da necessidade de se fortalecer o mais importante instrumento voltado para a proteção da renda da atividade agropecuária: o seguro rural. Por se constituir em transação exposta a considerável risco climático, é elevado o custo associado à contratação do seguro rural. Essa é a principal razão pela qual produtores rurais deixam de segurar suas lavouras. Para equacionar a questão, a Lei nº 10.823, de 19 de dezembro de 2003, instituiu subvenção econômica ao prêmio pago pelos produtores rurais na contratação do seguro rural. A referida lei delegou ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento competência para a definição do montante de subvenção a ser concedida e determinou que a providência considere aspectos como a cultura ou a espécie animal objeto de cobertura, a região produtora e a categoria de produtor. Embora desde então as contratações de apólices de seguro rural se tenham multiplicado no País, a área total segurada de nossas lavouras ainda é reduzida. Passados mais de 10 anos desde a edição da Lei nº 10.823, de 2003, apenas 14% das lavouras brasileiras contam com algum tipo de seguro. Um dos empecilhos à ampliação da área segurada são os recorrentes atrasos na liberação de recursos para o pagamento da subvenção. Esses atrasos repetemse desde o ano de 2009, introduzindo incerteza no ambiente em que operam as empresas seguradoras. Em resposta, tais empresas restringem a venda de apólices a patamar aquém do que poderiam operar, assim como a abrangência territorial de suas atividades. 248 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 Para se ter uma ideia da dimensão dos efeitos negativos decorrentes desses atrasos, registre-se que, até 22 de outubro último, foi efetivamente liberado apenas 1,84% dos 400 milhões de reais destinados pelo Orçamento da União de 2014 para a finalidade. Quando do lançamento do plano agrícola e pecuário para o período agrícola 2014/2015, em maio deste ano, o Governo Federal anunciou que o orçamento de 400 milhões de reais destinados ao subsídio ao prêmio do seguro rural em 2014 seria suplementado em 300 milhões de reais, totalizando 700 milhões de reais. No entanto, o Projeto de Lei nº 32, de 2014, que trata da matéria, apresentado ao Congresso Nacional em 15 de outubro, aguarda apreciação da Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização. Considerando-se a avançada posição em que se encontra o calendário agrícola e o fato de que seguro rural deve ser contratado antes da emergência das plantas, atrasos na liberação e na suplementação de recursos reforçam o risco de não se alcançarem os objetivos a que se vinculam as dotações orçamentárias. A situação ora descrita obstaculiza a massificação e a estruturação de um sistema eficiente de seguro rural, prejudicando tanto produtores rurais quanto seguradoras. A despeito da subvenção existente, o seguro rural ainda é considerado caro em nosso País. Como em outros mercados, o custo das apólices de seguro rural tende a se reduzir à medida que cresce o número de contratações. Caso não houvesse atrasos nos últimos anos na liberação de recursos para a subvenção ao prêmio, possivelmente haveria hoje maior volume de operações contratadas de seguro rural e consequente redução no custo das apólices. 249 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 Em 26 de agosto de 2010, a Lei Complementar nº 137 autorizou a União a participar de fundo destinado à cobertura suplementar dos riscos assumidos pelos operadores do seguro rural. Por meio da adesão ao fundo, as seguradoras poderão transferir a este parte do risco que normalmente assumem na comercialização de suas apólices. Quatro anos após a edição desse importante diploma legal, o referido fundo ainda não foi regulamentado pelo Poder Executivo, inviabilizando a sua efetivação e induzindo as seguradoras a buscarem proteção contra os efeitos negativos decorrentes de eventos climáticos generalizados por meio da concentração de suas atividades exatamente nas áreas que oferecem menor risco climático. A regulamentação da Lei Complementar nº 137, de 2010, é estratégica para o setor, pois a cobertura suplementar de que se trata reduz a exposição individual das seguradoras e resseguradoras ao risco climático, estimulando-as a intensificar, diversificar e a disseminar a oferta de suas apólices. Por fim, Sr. Presidente, associo-me àqueles que defendem que os recursos destinados à subvenção ao seguro rural estejam imunes a qualquer contingenciamento orçamentário, pois entendo que a estruturação e a consolidação de um robusto sistema de seguro rural depende disso. Muito obrigado. 250 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PTB-SP. Pronunciamento encaminhado pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a Polícia Portuária, criada em 13 de novembro de 1913, hoje é reconhecida em todo o território nacional como a Guarda Portuária do Brasil. Nesses 101 anos de existência, os portos brasileiros foram guarnecidos por homens valorosos. Hoje nós temos Policia Rodoviária Federal, Polícia Ferroviária Federal e nos Portos a Guarda Portuária do Brasil. A Guarda Portuária do Brasil é mais que centenária, admitindo seus integrantes que tem mais de 200 anos, considerando a abertura dos portos brasileiros às nações amigas pela carta régia de 28 de janeiro de 1808, do Príncipe Regente de Portugal, D. João VI. Pelo art. 18 do Decreto nº 1.286, de 17 de fevereiro de 1893, que aprovava o regulamento da Companhia Docas de Santos, sem prejuízo das disposições contidas na Seção 2ª, Capítulo 2º, do Titulo 6º, da Consolidação das Leis das Alfândegas, ficou estabelecido que a polícia interna dos estabelecimentos da Companhia lhe pertencia, e para que a mesma fosse efetivada foi autorizada a impor multas iguais às estabelecidas no regulamento das Capitanias dos Portos e nos das Alfândegas do País. De acordo com a publicação inserida no Diário Oficial da União, edição do dia 20 de novembro de 1913, foi baixado o primeiro regulamento para o serviço interno da administração e polícia, estabelecendo o seu Capítulo II, que trata do pessoal da Polícia, que ela será exercida por tantos indivíduos quantos o Chefe do Tráfego julgar necessários, debaixo do apontador geral, ou de quem suas vezes fizer, que diariamente deverá remeter as partes de todas as ocorrências havidas ao Escritório; define os distintivos que deverão ser usados; trata da autorização para que o pessoal da polícia ande 251 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 convenientemente armado, bem como do encaminhamento da relação do pessoal da mesma polícia à Inspetoria da Alfândega e Delegacias Urbanas e das instruções quando de detenções realizadas na área portuária. Quanto ao porto do Rio de Janeiro, a legislação mais antiga que conseguimos obter sobre a guarda portuária é o Decreto nº 1.582, de 13 de dezembro de 1906, que autoriza o Presidente da Republica a conceder um ano de licença, com ordenado, ao oficial da Inspetoria da Policia do Porto do Distrito Federal, Bacharel Luiz Lisboa da Silva Rosa; o Decreto nº 24.447, de 22 de junho de 1934, que define, nos portos organizados, as atribuições conferidas a diferentes Ministérios, pelo art. 1º do Decreto nº 20.829, de 21 de dezembro de 1931, retificado pelo Decreto nº 20.981, de 20 de janeiro de 1932, e dá outras providencias, entre as quais as definições de porto organizado, administração do porto e instalações portuárias, bem como a dupla forma de administração, por dependência direta do Governo Federal ou de concessionário ou arrendatário. Observem-se o disposto do art. 5º, no sentido de que competem ao Ministério da Fazenda, a policia e os serviços aduaneiros, a fiscalização do seguro marítimo e a concessão de terrenos de marinhas e respectivos acrescidos, de acordo com as disposições das leis e regulamentos fiscais, não revogados, ou modificados, por esse decreto. Curioso notar que o decreto proibia a remuneração direta dos funcionários das repartições ou das administrações dos portos (art. 12, parágrafo único). Logo após, o Decreto nº 24.511, de 29 de junho de 1934, regulamentou a utilização das instalações portuárias, determinando o seu art. 16 que a polícia interna, sujeita às normas da Administração do Porto, poderá proibir a entrada nessas instalações, inclusive na parte alfandegada dessas, a qualquer indivíduo cujo proceder ou 252 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 antecedentes seja prejudicial à ordem e à disciplina dos serviços portuários, ou à boa e fiel guarda das mercadorias ali movimentadas ou armazenadas. Em data mais recente, o Decreto nº 7.847, de 16 de setembro de 1941, alterado pelo Decreto nº 31.258, de 8 de agosto de 1952, aprovou o Regulamento do Pessoal da Administração do Porto do Rio de Janeiro, verdadeiro estatuto da corporação. O art. 22 do decreto limitava a 200 horas mensais a carga horária para os serviços industriais e de vigilância e de 39 semanais para os de escritório, vedando o trabalho contínuo por mais de 16 horas (§ 2º). Tal norma foi revogada pelo decreto de 15 de fevereiro de 1991. Já o Decreto nº 7.935, de 25 de setembro de 1941, aprovou o regimento da Administração do Porto do Rio de Janeiro — APRJ, que foi alterado pelo Decreto nº 20.437, de 22 de janeiro de 1946. A referida APRJ fora reorganizada pelo Decreto Lei nº 3.198, de 14 de abril de 1941, com a finalidade de exploração comercial e industrial e os melhoramentos do Porto do Rio de Janeiro. A organização da APRJ contemplava a Polícia Portuária — PP (art. 2º, inciso IV). No tocante à polícia portuária, o regimento dispunha em seu Art. 34. que compete à Polícia Portuária: a) exercer contínua vigilância no cais, armazéns e demais dependências da APRJ, zelando pela fiel guarda e conservação de seus bens e das mercadorias a seu cargo; b) manter a ordem na faixa do cais e quaisquer dependências da Administração, requisitando, sempre que necessário, o auxílio que julgar conveniente; c) prender os contraventores das leis penais e fiscais, surpreendidos nas dependências da Administração, em atos de flagrante delito, entregando-os as autoridades competentes, relatando o motivo da prisão e solicitando as providências legais; d) impedir a entrada e permanência nas dependências da Administração, de indivíduos suspeitos ou desocupados e de 253 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 vendedores ambulantes; e) impedir a atracação, durante a noite, de quaisquer embarcações, salvo as legalmente autorizadas; f) impedir o trânsito e permanência, na faixa do cais, antes das 6 e depois das 17 horas, de quaisquer pessoas, inclusive empregados da Administração — excetuando-se dessa proibição, os empregados com funções previstas nesse Regimento, em serviços extraordinários, e também os passageiros e tripulantes dos navios atracados, os quais deverão provar a respectiva qualidade; g) cooperar com a guardamoria da alfândega na repressão dos contrabandos e com a polícia, federal ou municipal, no que for possível; h) atender os pedidos da vigilância feitos pelos chefes de serviços; i) levar ao conhecimento do superintendente todas as ocorrências de importância, solicitando as medidas adequadas; j) impedir a distribuições de boletins e impressos subversivos nas dependências da Administração, bem como colocação de cartazes ou legendas murais sem a devida autorização. Tramita na Casa a Proposta de Emenda à Constituição nº 59, de 2007, do Deputado Federal Marcio França, que visa a criação da Polícia Portuária Federal, com o objetivo de transformar a Guarda Portuária em Polícia Portuária, mais um órgão de alta importância para a segurança pública do País, assim como existem hoje a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal. A Guarda Portuária, no começo de sua história, há 200 anos, foi uma Polícia Portuária e, em um determinado momento da história, na Constituição de 1988, passou a denominar-se Guarda Portuária. Atualmente, está subordinada à SEP — Secretaria de Portos, que é vinculada diretamente à Presidência da República. A Proposta de Emenda à Constituição nº 59, de 2007, com um ano de existência, já se encontra em fase de exame pela Comissão Especial, com a 254 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 participação de vários Deputados ligados à área de segurança pública que estão empenhados, ao máximo, na reparação de um lapso da Constituição Federal. Com relação a essa PEC, inclusive, tivemos participação ativa, desde seu primeiro parecer na CCJC, na composição e indicação de membros para a Comissão Especial e, ainda, quando fomos Relator dessa mesma Comissão. O projeto da Polícia Portuária Federal, hoje, conta com o apoio de instituições renomadas, como a Polícia Rodoviária Federal e a própria Polícia Federal. Todos entendem que, com o aumento considerável das transações de importação e exportação nos portos brasileiros, o reconhecimento e a estruturação dessa polícia é uma necessidade. Vimos, portanto, que o Brasil tem muito a agradecer pela excelência prestada pela Guarda Portuária — outrora Polícia Portuária — no policiamento, segurança e fiscalização dos portos do Brasil. Que esta Casa vote a PEC 59! 255 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O SR. ROGÉRIO CARVALHO (PT-SE. Pronunciamento encaminhado pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, muito se falou sobre os erros e uso político das pesquisas eleitorais, inclusive nas eleições de 2014. Fartas foram as manchetes sobre o que chamaram de desmoralização dos institutos de pesquisas, erros gritantes das pesquisas eleitorais, mencionando a necessidade de apuração. No meu Estado de Sergipe, eu mesmo fui vítima dessas fraudulentas pesquisas eleitorais. Enquanto pesquisas internas da minha campanha, que por força da legislação eleitoral não podiam ser divulgadas, apontavam empate técnico entre a minha candidatura e a da Sra. Maria do Carmo Alves desde começo de setembro, com leve oscilação a meu favor, pesquisas compradas pela mídia corporativa local diziam que na semana anterior e na própria semana que antecedia o pleito eleitoral a diferença entre as duas candidaturas ao Senado por Sergipe era de mais de 23% em favor daquela candidata. Os institutos de pesquisas contratados pela mídia corporativa local, que não à toa pertencem à família daquela candidata, divulgavam essas informações como verdades, Sr. Presidente, mas eram mentiras deslavadas! O principal argumento dos institutos de pesquisas, como todos os senhores sabem, é que as pesquisas eleitorais são um retrato do momento, de modo que o conjunto de retratos — sequencias de pesquisas — apontam tendências. Pois sim, Sras. e Srs. Deputados, sequer a “tendência” do crescimento da minha campanha, sequer a “tendência” de um empate técnico as pesquisas foram capazes de detectar em um Estado com 75 Municípios e com aproximadamente 1,4 milhão de eleitores. O resultado foi a comprovação da fraude! 256 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 Abertas as urnas, a diferença de votos entre a minha candidatura e a da minha adversária foi de 3,39%; ela com 48,91% dos votos válidos e eu com 45,52%. Assim, em Sergipe a mídia local e os institutos de pesquisa corromperam a democracia. As pesquisas deixaram de ser uma fotografia supostamente honesta de um momento para ser um cabo eleitoral — talvez o mais forte de todos — para desmontar uma candidatura e dar “vitamina” a outra, que era de uma cadeira vazia. Sabemos que pesquisas são úteis para planejamento e definição de estratégias. Se feitas com cuidado, sem trambique, acertam muito. Porém, não foi o que se viu no meu Estado. Repito, Sr. Presidente: as pesquisas que foram divulgadas em sequencia quase que diária afirmavam existir uma diferença de aproximadamente 23% entre a minha candidatura e a outra. A mentira e a fraude tolheram a vontade do povo sergipano de preencher a cadeira vazia da representação sergipana no Senado. E esclareço aqui uma coisa: não se pode contestar a influência que as pesquisas eleitorais exercem sobre o eleitor. Ainda que equivocada, a pesquisa eleitoral transmite o sentimento raso de que o eleitor não pode perder seu voto na disputa. E mais: as pesquisas têm influência na hora de formatar apoios e arrecadar recursos para a campanha eleitoral. Ou seja, as pesquisas erradas podem influenciar o processo eleitoral. O eleitor não fica totalmente livre, porque, muitas vezes, ele é induzido, levado a abandonar seu candidato porque ele aparece muito distante, ou em terceiro lugar na pesquisa, e migrar para outro voto. Esse é um tipo de manipulação do processo eleitoral. Considero que repensar, debater e investigar os institutos de pesquisa e a 257 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 sua ação nos pleitos eleitorais pode se tornar uma oportunidade para oferecer à sociedade esclarecimentos sobre os métodos dessa atividade profissional e empresarial; pode colaborar para dirimir dúvidas técnicas, desmoralizar demagogias manipuladoras ou mesmo solapar golpes a respeito das sondagens de opinião. Ou seja, pode vir mesmo a iluminar irregularidades de institutos inidôneos. Por fim, Sras. e Srs. Deputados, aceito o resultado final da votação do povo sergipano. Evidentemente, sem que isso signifique esconder as irregularidades das pesquisas. E digo mais: repensar, debater e investigar os institutos de pesquisas e a contratação pela mídia corporativa não significa alavancar uma campanha de censura, isso é, de cassação do direito do eleitor de ter acesso a toda informação que deseje a fim de fundamentar suas decisões políticas. E mais: nada de se tutelar a sociedade, julgando-a incapaz de usufruir da democracia, a qual implica confronto de influências, ideias e informações. Portanto, o que estou aqui dizendo é que devemos verificar a metodologia que está sendo aplicada por vários institutos de pesquisa e a forma de contratação desses institutos e sua finalidade eleitoral. Afinal, uma pesquisa eleitoral será considerada fraudulenta quando o resultado das eleições estiver acima da margem de erro registrada e quando ela tiver sido realizada e divulgada antes do pleito com o claro propósito de influenciar as eleições. Era o que havia de importante a relatar. Muito obrigado. 258 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O SR. ANTONIO BULHÕES (PRB-SP. Pronunciamento encaminhado pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a Comissão Especial de Repressão ao Tráfico de Pessoas, onde tive a honra de trabalhar, apresenta um parecer sobre o Projeto de Lei nº 7.370, de 2014, cujos dispositivos se prestam a reprimir o tráfico internacional e doméstico de pessoas e propor medidas de proteção às vítimas. Digo que foi uma honra não porque gostava das histórias que foram relatadas, enquanto existia a Comissão Parlamentar de Inquérito sobre o tráfico de pessoas. A honra que tive foi em ajudar a elaborar propostas para identificar as origens desse mal, as estratégias dos traficantes de pessoas e a dimensão que esse crime alcança no Brasil. Era um conjunto de testemunhos que só mesmo na fé encontrei forças para suportar os relatos da maldade humana. Constatei que a fraqueza e a falta de esperanças de algumas pessoas são iscas, para que outros seres humanos elaborem as mais sórdidas maneiras de explorarem e escravizarem aqueles infelizes. Todos que guardamos os valores cristãos da solidariedade e que agimos com a ética de não fazer aos outros o que não queremos que nos façam, concordamos que as leis devem ser implacáveis para coibir essa violência. A busca pela justiça é a razão de toda organização social. O homem precisa de uma sinalização da ordem, para que consiga viver em paz na terra. Por isso, os códigos de conduta são elaborados desde Talião. É um processo que nunca acaba, porque sempre se encontra uma maneira de o mal se manifestar. Ele só não vence, absolutamente, porque existem as pessoas que lutam contra a sua força. 259 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 Foi com esse espírito que a Comissão Especial da Câmara dos Deputados formalizou projetos de lei que reprimissem os desvios criminosos que humilham as pessoas em situação de desamparo. Afinal, temos leis que se preocupam com o tráfico de drogas, por que ainda não tínhamos uma que lidasse com o tráfico de pessoas; uma lei que puna com severidade quem trata outros serem humanos como uma mercadoria descartável; uma lei que reprima a exploração sexual, o trabalho pago somente com comida e a retirada de órgãos humanos para o comércio? Estar em um cárcere privado para servir de mercadoria de consumo é aviltante para qualquer pessoa civilizada. A proposta da Comissão Especial determina que esse tipo de crime seja qualificado como hediondo. Por nada menos deveria ser julgado, porque tais posturas dos agentes causam repulsa por exporem comportamento social tão aviltante. A Comissão foi além, instituindo um cadastro nacional de traficantes de seres humanos. O cadastro servirá como uma defesa prévia da sociedade. Com ele, saberemos os antecedentes do traficante e assim poderemos antecipar os cuidados com os desprotegidos. A CPI do Tráfico de Pessoas também recebeu depoimentos sobre as fraudes nas normas para a adoção de crianças brasileiras. Reportagens informam que crianças desparecem e nunca mais são vistas. Isso não é sensacionalismo, é audácia criminosa. Se armas, drogas e carros cruzam as fronteiras com facilidade, por que seria difícil uma criança ser raptada para fora do Brasil com documentos fraudados? Para reprimir o tráfico de crianças com objetivos criminosos, a Comissão Especial elaborou um dispositivo que limita a adoção de criança por organismos 260 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 internacionais quando devidamente credenciados no Brasil. Os intermediadores desumanos do tráfico terão mais dificuldades agora para prosseguir com a atividade. O trabalho da Comissão levou muitos meses para chegarmos a pontos que ajudam a esclarecer os muitos matizes do problema. Mas do trabalho não só resultou em aumento de penas; foi-se adiante, propondo um auxílio às vítimas do crime de exploração da dignidade humana. Sabendo-se que a população sempre pergunta o porquê de tantos benefícios para os criminosos, a Comissão propôs também que as vítimas tenham direito a receber três parcelas do seguro-desemprego, no valor de um salário mínimo. Esse seguro não teria a finalidade de uma bolsa assistencial, mas um auxílio até a pessoa recuperar-se do trauma e achar um emprego honesto. Muito obrigado. 261 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O SR. JEFFERSON CAMPOS (PSD-SP. Pronunciamento encaminhado pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, que a violência no País tem tirado o sono de muitos de nós não é novidade para ninguém. Porém, sempre que nos deparamos com novos dados, esta perspectiva se torna um pouco mais tenebrosa. Nesta terça-feira, dia 11, os dados de 2013 foram apresentados na oitava edição do 8º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, do Fórum de Segurança Pública. De acordo com o levantamento, a cada 10 minutos uma pessoa é assassinada no Brasil. No ano passado, 50.806 pessoas foram vítimas de homicídios dolosos, ou seja, 5,8 pessoas foram assassinadas por hora. Foram 25,2 vítimas para cada grupo de 100 mil pessoas. Avaliando o ano de 2012, a taxa de homicídios era de 25,9 para cada grupo de 100 mil pessoas, número que apresentou uma redução de 2,6%. Contudo, o número de vítimas de 2013 é superior ao ano anterior, no qual 50.241 perderam suas vidas. Entre os Estados brasileiros, a Bahia registrou o maior número de mortos: 5.440, ou 36,1 em cada grupo de 100 mil pessoas. Já Alagoas demonstrou a pior taxa do País no período: 64,7 vítimas a cada 100 mil pessoas. O maior crescimento na taxa de vítimas por 100 mil pessoas, 93,2% em 2013 ante 2012, com taxa saltando de 11,4 para 22,1 assassinatos a cada 100 mil habitantes, ficou com o Rio Grande do Norte. O Paraná foi o Estado em que o total de vítimas mais caiu: de 3.135 mortos, em 2012 para 2.572, e 2013, ou seja uma redução de 17,9%. São Paulo se manteve como o Estado com a menor taxa de vítimas a cada grupo de 100 mil pessoas: 10,8, reduzindo o total de vítimas de homicídio doloso de 5.209, em 262 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 2012, para 4.739, em 2013. Houve uma melhora de 9,2%. Das vítimas assassinadas no Brasil, 30,5% são pessoas negras. Segundo o fórum é possível reduzir em 65,5% as taxas de homicídio até 2030, representando uma melhora de 5,7% ao ano. Para tanto, seria necessário concentrar esforços de forma integrada: aproximação da população, uso intensivo de informações e aperfeiçoamento da inteligência e investigação. Já com relação aos estupros, o Brasil registrou 50.320 casos, 96 a mais do que em 2012. Estima-se que este número tenha chegado a cerca de 143 mil estupros no transcorrer de 2013, lembrando que somente 35% das pessoas prestam queixa. É possível que, a cada hora, 16 estupros tenham ocorrido no Brasil em 2013. Em São Paulo aconteceram 23,96% dos estupros praticados no País em 2013, ou seja, 12.057 casos. No entanto, o número representa redução de 6,43% em relação ao mesmo período de 2012, quando foram registrados 12.886 estupros. O Rio Grande do Norte teve a maior redução desse tipo de crime no País, caindo de 329 casos para 236. Já no Amazonas foi registrado o maior aumento no número de estupros, subindo de 1.031 casos para 1.433. Como consequência disso tudo, os custos com a violência no Brasil chegaram a R$ 258 bilhões no ano passado. A pior parte é perceber no anuário que 57% dos entrevistados acreditam ser possível desobedecer as leis e constatar que 81% deles dizem que é sempre possível dar um jeitinho para não cumprir as leis. Sonho com o dia em que vamos conseguir mudar esta realidade e transformar a cultura do jeitinho brasileiro em consideração com os direitos do 263 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 próximo. Solicito, Sr. Presidente, que meu pronunciamento seja divulgado nos meios de comunicação da Casa e no programa A Voz do Brasil. Muito obrigado. 264 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O SR. PAUDERNEY AVELINO (DEM-AM. Pronunciamento encaminhado pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o Presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Ministro Augusto Nardes, resumiu todo esse imbróglio envolvendo a corrupção na maior empresa estatal do País: as irregularidades encontradas até agora em obras da PETROBRAS somam 3 bilhões de reais, o que transforma o caso no maior escândalo apurado pelo TCU. Aliás, é preciso fazer uma ressalva: nesses 3 bilhões de reais não estão incluídos os US$ 792 milhões de prejuízo com a desastrada compra da refinaria de Pasadena. Os 3 bilhões referem-se tão somente a irregularidades constatadas nas refinarias Abreu e Lima, em Pernambuco; Duque de Caxias (REDUC), no Rio de Janeiro. e Presidente Getúlio Vargas (REPAR), no Paraná. A corrupção no Brasil acaba de atingir uma barreira astronômica e, como diz o ditado popular, “onde passa boi passa boiada”. Diante da quantia desviada da PETROBRAS faz até parecer troco a verba desviada no escândalo do mensalão. Os brasileiros honestos sofrem com essa situação. Afinal, eles trabalham 5 meses por ano apenas para pagar impostos e, em contrapartida, têm péssimos serviços públicos. Além da absurda carga tributária, o cidadão comum tem que lidar, todos os dias, com uma violência epidêmica que ameaça ceifar sua vida e a de seus entes queridos. E tudo isso, claro, sem falar da inflação, esse dragão que, cada vez mais, ameaça roubar o poder aquisitivo do trabalhador. Na semana que passou, a Polícia Federal deu cumprimento a 6 mandados de prisão preventiva, 21 de prisão temporária, 9 de condução coercitiva e 49 de busca e apreensão, na sétima fase da Operação Lava-Jato, que investiga lavagem de 265 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 dinheiro e outros desvios, boa parte ligado a obras da PETROBRAS. A PETROBRAS já está seriamente atingida. Terá de penar muitos anos para recuperar sua credibilidade. Sua Diretoria está irremediavelmente condenada. Na fase posterior, os desdobramentos da Operação Lava Jato vão alcançar Parlamentares, e o ambiente vai ficar mais pesado daí por diante. Vale lembrar que o processo do mensalão envolveu o desvio de R$ 50 milhões. No caso PETROBRAS, só o ex-Diretor que fez acordo de delação premiada se compromete a uma devolução de R$ 70 milhões. 266 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O SR. ANTONIO BRITO (PTB-BA. Pronunciamento encaminhado pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, venho, por meio desta homenagem, mostrar meu profundo sentimento pelo falecimento do grande médico e ex-Ministro da Saúde Sr. Adib Jatene, ocorrido na ultima sexta-feira, dia 14 de novembro de 2014. Adib Jatene era considerado um dos principais médicos especializados em coração no País, não só pela qualidade de seu trabalho impecável, como por seu pioneirismo na cirurgia torácica. Entre suas diversas contribuições à área estão a criação do primeiro pulmão-coração artificial do Brasil, o desenvolvimento de oxigenadores de bolhas e de membranas e a técnica dos grandes vasos da base, que ficou conhecida como “Operação Jatene”. Mas foi em cargos como homem público que ganhou visibilidade nacional para além de seus colegas e pacientes. Foi Secretário Estadual de Saúde no Governo Paulo Maluf, em São Paulo, no início da década de 1980, e, anos depois, Ministro da Saúde na gestão de Fernando Collor de Melo, cargo que abandonou pouco antes da renúncia do então Presidente. Em 1994, com a posse do Presidente Fernando Henrique Cardoso, Jatene retomou o cargo de Ministro da Saúde e acabou sendo o responsável pela criação da extinta CPMF, imposto que teve o objetivo de enviar mais recursos à área da saúde. Tive a honra de estar presente no momento em que Adib Jatene, no cargo de Diretor-Geral do HCor, o Hospital do Coração, foi homenageado pela referida instituição, em janeiro deste ano, quando foi inaugurado um novo Centro de Neurologia e Oncologia, que recebeu o seu nome. 267 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 Portanto, Sr. Presidente, eu não poderia deixar de consignar esta homenagem a este grande homem, meu dileto amigo que muito contribuiu para a cardiologia e para saúde dos brasileiros e do mundo, fazendo chegar aos familiares meus sentimentos de profundo pesar. Muito obrigado. 268 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O SR. STEFANO AGUIAR (PSB-MG. Pronunciamento encaminhado pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, é com grande satisfação que ocupo esta tribuna para homenagear os engenheiros florestais de todo o Brasil. É mais que merecido o reconhecimento que ora expressamos a esses profissionais, que desempenham função essencial no processo de construção de uma sociedade mais justa, nos aspectos social e econômico, por meio da dedicação e do esforço para tornar a silvicultura, o ambiente agrário e os ecossistemas brasileiros sustentáveis e mais produtivos. A engenharia florestal começou a se estruturar como ciência moderna no início do século XIX, na Alemanha, com a fundação das primeiras escolas voltadas ao estudo do aproveitamento racional dos ecossistemas. No Brasil, contudo, somente em meados do século XX os primeiros profissionais começaram a ser preparados, com a criação do curso de Engenharia Florestal nas cidades de Viçosa, em Minas Gerais, e Curitiba, no Paraná. A regulamentação da profissão de engenheiro florestal veio logo após a formatura das primeiras turmas, com a Lei nº 5.194, de 1966, e foi de grande importância para a valorização desse ramo do saber no meio acadêmico, nos ambientes corporativos e governamentais e junto à sociedade. Atualmente, milhares de profissionais estão, cotidianamente, a serviço de empresas, governos e produtores rurais, para prestar-lhes assistência técnica e orientá-los sobre os meios de produção e de manejo mais eficazes e adequados para cada região, levando-se em consideração fatores como clima, relevo, recursos hídricos, fauna e flora dos mais variados ecossistemas. O progresso das atividades agrícolas e silvícolas mantém, portanto, direta 269 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 relação com a obtenção de informações, tecnologias e conhecimentos, resultantes de estudos e pesquisas difundidos e aprimorados pelos engenheiros florestais. A proximidade desses profissionais com os produtores permite agilidade no processo de comunicação e alcance satisfatório de objetivos. Importante ressaltar, Sr. Presidente, que, muito mais do que pelo caráter técnico, a relevância do serviço prestado pelo engenheiro florestal se explica pela função educativa que desempenha junto a comunidades que tradicionalmente dispõem de menos meios de acesso às informações e inovações. Caros colegas, tenhamos em mente a dimensão continental do nosso País e a vastidão das áreas florestais exploradas: sem sombra de dúvida, as visitas técnicas ou as atividades estratégicas de desenvolvimento são tarefas que exigem elevada capacidade de penetração Brasil adentro e disposição para suplantar barreiras culturais e uma visão mercadológica que usurpa nossos recursos naturais e que ameaça o equilíbrio ambiental. O campo de atuação profissional é, portanto, bastante vasto, mas ainda é afetado por movimentos de resistência retrógrados e inconsequentes. No nosso dia a dia, os recursos florestais têm um peso enorme, que muitas vezes nem notamos. Estão nos nossos móveis, nos materiais de construção, nas indústrias alimentícia, química e farmacêutica, na celulose, na borracha e em inúmeros outros produtos. Nesse contexto, compete ao engenheiro florestal aliar seus conhecimentos de biologia, ecologia e de processos manufatureiros de produtos silvícolas para que a exploração das matas redunde no menor impacto ambiental possível. Pelo trabalho que fazem em prol da organização social, da gestão das nossas 270 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 florestas e da difusão de conhecimento sobre boas práticas de sustentabilidade, os engenheiros merecem ser considerados como peças-chave para a promoção da cidadania. Por isso, Sras. e Srs. Deputados, é crucial valorizar as políticas públicas de preservação e manejo florestal, com participação efetiva do Governo Federal, voltadas prioritariamente para a agroindústria, para os produtores rurais, bem como para as populações das nossas florestas. Ao celebrar o Dia do Engenheiro Florestal, que honrosamente rememoramos por meio deste pronunciamento, tornamos público nosso respeito, nosso reconhecimento do valor e nossa consideração para com os cidadãos que abraçam essa profissão de alta relevância para o equilíbrio ambiental e para a qualidade de vida de toda a população. Sr. Presidente, solicito a V.Exa. que meu pronunciamento seja divulgado pelos órgãos de comunicação desta Casa Legislativa e no Programa A Voz do Brasil. Muito obrigado. 271 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O SR. GEORGE HILTON (PRB-MG. Pronunciamento encaminhado pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, “quem sai aos seus não degenera”, diz um ditado português que destaca a importância do legado deixado pelos ascendentes para preservar a estirpe familiar. Por analogia, pode-se dizer que a importância da família para o português foi tão consolidada que se refletiu na própria nação. Portugal é um pequeno país limitado de um lado pelo oceano e, do outro, cercado por espanhóis. Portugal foi o primeiro Estado da Europa e permanece íntegro desde a fundação. A Espanha continua envolvida com movimentos separatistas, como agora com a Catalunha. Quando olhamos para as nações, devemos sempre considerar a tradição cultural que carregam. Somos um país limitado de um lado pelo oceano e, do outro, cercado por espanhóis. Enquanto a posse colonial espanhola se degenerou em vários países nem sempre amigos, o Brasil, como Portugal, permaneceu único. “Quem sai aos seus não degenera”! Por isso, causa-me estranheza o surgimento de pregações de secessão do País por conta de uma corrida eleitoral. Não ficaria preocupado com manifestações de rua, após a apuração dos votos, porque a nossa tradição entende o protesto do derrotado. Afinal, estamos acostumados com a emoção do campeonato brasileiro. Nas manifestações de rua ainda é esperado algum exagero. Sabemos que quando uma pessoa é envolvida pela massa, sua ponderação e racionalidade acabam ficando menores do que quando está sozinha. Mas o que surpreendeu foi o desprezo que se viu de brasileiros, nas redes sociais, com os nordestinos e dependentes do Bolsa Família pelo resultado das eleições. Ainda não se tem uma análise científica definitiva sobre como fica a 272 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 personalidade da pessoa quando ela está de frente com o mundo virtual. Será que ela se comporta de maneira similar à do motorista, que se sente poderoso quando está ao volante de um carro possante? Se assim for, o militante virtual deve se sentir possuidor de uma sabedoria excelsa, porque se sente capaz de sintetizar toda a complexidade da sociedade e da política pelos aspectos geográficos e sociais. Não é muita pretensão desses “sociólogos de internet”? A frustração eleitoral afeta tanto a psicologia do militante virtual que ele sequer faz o cotejamento da sua tese geográfico-social com a realidade e com a história. Se ele milita pela secessão dos Estados do Sul do Brasil por causa do resultado das eleições presidenciais no Nordeste, ele esquece que a maioria dos nordestinos e seus descendentes vivem em São Paulo. A história também mostra que a primeira defesa da nossa soberania territorial se deu justamente no Nordeste. Em Pernambuco, colonos portugueses, escravos negros e indígenas, unidos, expulsaram os invasores holandeses. “Quem sai aos seus não degenera”, e nós permanecemos juntos. Podemos também comparar com o mundo. Enquanto muçulmanos e judeus se matam por um deserto, aqui, judeus, árabes, católicos e evangélicos convivem em mesmos bairros e nas mesmas ruas e se confraternizam nas festas de aniversário dos filhos. A nossa tradição não é de segregação. Mas se o militante quiser mesmo tentar descobrir a causa da derrota, por que não considera que o eleitor escolhe racionalmente? As estatísticas econômicas mostram que, com toda a crise econômica, os Estados do Nordeste foram os que mais apresentaram crescimento econômico. Neste cenário, trocar o certo pelo duvidoso seria uma decisão racional? Tenho certeza de que a mesma pessoa que 273 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 divulga ideias de separação norte-sul, quando se vê na mesma situação, vai votar pelo certo, e não pelo duvidoso. Essa é a nossa maneira, que vem de um conservadorismo histórico que repele aventuras que pregam um futuro hipotético. Expulsamos juntos os holandeses porque preferimos permanecer unidos. Tenho certeza de que a nossa tradição de união permanecerá. Os espanhóis podem até assistir à separação da região da Catalunha. Os de tradição lusitana permanecerão unidos, porque “quem sai aos seus não degenera”. 274 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 VII[VHPL267][CD268] - ENCERRAMENTO O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Nada mais havendo a tratar, vou encerrar a sessão, lembrando que haverá sessão do Congresso Nacional, quarta-feira, dia 19 de novembro, às 11 horas, no plenário da Câmara dos Deputados, com a Ordem do Dia já divulgada. 275 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - COMPARECEM MAIS OS SRS.: 276 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 DEIXAM DE COMPARECER OS SRS.: 277 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Encerro a sessão, convocando Sessão Deliberativa Extraordinária para quarta-feira, dia 19 de novembro, após a Sessão Deliberativa do Congresso Nacional, com a seguinte ORDEM DO DIA 278 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 263.4.54.O Data: 18/11/2014 REDAÇÃO FINAL Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Montagem: 1966/4176 (Encerra-se a sessão às 19 horas e 27 minutos.) 279