Projeto de um sistema de comunicação por luz visível (VLC) baseado em iluminação LED Jhonathan Junio de Souza (UTFPR) E-mail: [email protected] Zito Palhano da Fonseca (UEPG) E-mail: [email protected] Sergio Luiz Stevan Junior (UTFPR) E-mail: [email protected] Resumo: Comunicação através da luz visível (VLC) tem sido estudada como uma alternativa às comunicações sem fio para ambientes fechados, principalmente devido a evolução recente dos LEDs de alto brilho e potência os quais tem apresentado grande potencial para iluminação, uma vez que possuem longa vida útil e maior eficiência luminosa, comparados com os métodos de iluminação atuais. Para verificar o comportamento da transmissão óptica sem fios construiu-se um protótipo onde é possível enviar e receber um dado através da luz visível. Foram utilizados níveis 50% e 100% de intensidade luminosa, simbolizando os níveis lógicos 0 e 1 respectivamente e a taxa conseguida foi de 25Kbps. Foram utilizados componentes na região da luz vermelha e um sistema de reconhecimento de sinal foi necessário para o funcionamento em diferentes distâncias e ângulos de posição. Palavras-chave: VLC, Comunicação, Luz Visível. 1. Comunicação Luz Visível Comunicação através da luz visível (VLC - Visible Light Communication) baseia-se em um sistema de transmissão de dados onde o transmissor engloba tanto a função de transmissão de dados quanto iluminação ambiente. O receptor é capaz de distinguir as variações da iluminação e recuperar os dados transmitidos. Seu uso se concentra em transmissões de mensagens multimídia e sistemas de localização em ambientes internos. Pesquisas recentes demonstram que o conceito do VLC está aplicado nas mais variadas áreas, sendo algumas delas: espaço óptico livre, telecomunicação com sistemas moveis, sinalização de trânsito, sistemas de posicionamento, comunicação entre veículos, comunicação estrada veículo utilizando câmera de alta velocidade, comunicação por sinalização RGB, etc. Segundo Harald Haas (TED, 2011), as ondas de rádio tem capacidade limitada, além de pouca eficiência e segurança, pois os sinais de rádio necessitam de grande energia, podem ser interceptados e causam interferência em outros aparelhos eletrônicos. O VLC pode ser uma alternativa para a transmissão de dados em ambientes interiores. A segurança é a maior vantagem desta tecnologia, pois a luz não pode penetrar paredes, o que mantêm o sinal seguro dentro do ambiente. Existem pesquisas onde as taxas de transmissão passam dos 3Gbps (FRAUNHOFER INSTITUTE FOR TELECOMMUNICATIONS, 2013). Em 2003, na universidade de Keio no Japão, foi criado o Visible Light Communications Consortium (VLCC), que visa padronizar esta tecnologia. 2. Funcionamento do VLC O sistema consiste de um transmissor que modula a fonte de alimentação da iluminação, criando pulsos de luz de acordo com o dado que se deseja enviar. Nas luminárias são usados LEDs. A elevada frequência de chaveamento é a maior razão para a escolha dos LEDs em VLC, pois as velocidades de comutação das lâmpadas incandescentes e fluorescentes não satisfazem os requisitos para a transmissão de dados. Outra vantagem dos LEDs é o baixo consumo. A eficiência de um LED de alto brilho pode passar de 130 lm/W (LEDS MAGAZINE, 2006). Como também é provida iluminação ambiente, a luminária deve fornecer uma potência luminosa adequada para a sala. Por esse motivo são usados LEDs de alta potência. Geralmente são utilizados conversores Buck para a alimentação dos LEDs, os quais são responsáveis por manter a corrente elétrica constante. O Buck é um conversor abaixador, controlado por modulação PWM, que transforma a tensão da rede em uma tensão menor para a alimentação dos LEDs em sua saída. No receptor, um fotodiodo recebe os pulsos de luz e converte-os em corrente elétrica. Devido aos ruídos existentes no meio são usados filtros ópticos em conjunto com o fotodiodo (LOURENÇO, 2009), com o intuito de filtrar as componentes indesejadas que estão adicionadas ao sinal, como radiações vindas de outras fontes de luz. A figura 1 apresenta o diagrama de blocos simplificado de um sistema VLC. Figura 1- Diagrama de Blocos simplificado de um sistema VLC Os dados a serem transmitidos provem de uma rede cabeada e modulam a fonte de alimentação (conversor Buck) resultando na modulação de corrente de alimentação dos LEDs de acordo com a informação a ser enviada. Os dados vindos da rede passam por um modulador, que é responsável por traduzir a informação em pulsos de controle para o drive de alimentação. Os LEDs são então chaveados de acordo com a informação a ser enviada. 3. Características de comunicação As principais características que envolvem a transmissão de dados referem-se ao meio de transmissão e as condições como o sinal é transmitido. Neste sentido, determinar o espectro de transmissão do sinal, o modo como o mesmo é modulado, as características limitantes deste processo fazem-se necessário. a) Espectro da banda visível: A luz visível possui comprimentos de onda entre 350nm a 750nm. Os componentes usados na transmissão e recepção do sistema VLC devem funcionar para estes comprimentos de onda. b) Transmissão: No VLC a transmissão é feita de modo unidirecional. Caso seja necessária a transmissão bidirecional é preciso utilizar outra tecnologia, como IR ou ondas de rádio, tornando o sistema caro e pouco usual. Por não possuir um sinal de sincronismo entre emissor e receptor a transmissão deve ser assíncrona, isto é, possui um sinal de sincronismo embutido no próprio dado enviado. c) Frequência de chaveamento: Para evitar o efeito flicker, que é uma flutuação da luminosidade, a frequência de chaveamento deve ser adequada. Para LEDs, recomenda-se uma frequência de pelo menos 150Hz (KEEPING, 2012). Obviamente para a transmissão de dados é empregada uma taxa muito maior de chaveamento, limitada pela dinâmica dos componentes e do meio, no caso, o ar. d) Modulação: O sinal luminoso deve ser variado de forma a simbolizar o dado enviado. Diferentes tipos de modulação possuem diferentes características como melhor sincronismo, imunidade a ruído e simplicidade. As modulações que mais vêm sendo adotadas nos sistemas VLC são a PPM, BAM, DMT e FSK, sendo a modulação 4-PPM a sugerida pela JEITA, que é a norma que regulamenta esta tecnologia (POHLMANN, 2010). e) Interferência: O sinal recebido pode ser direto ou refletido. O atraso entre um raio luminoso direto e um refletido pode gerar um alargamento dos impulsos, se um impulso se estender por mais de um período do símbolo, gera a chamada interferência entre símbolos, limitando a taxa de sinalização (KOMINE; NAKAGAWA, 2004). Como dito anteriormente, outras fontes de luz podem causar interferência no receptor VLC. Uma grande fonte de ruído para o sistema VLC é a luz do sol, causando uma corrente de fundo no fotodiodo que deve ser mantida baixa para não ser entendida pelo circuito demodulador como um bit recebido. Por este motivo a comunicação por luz visível é desaconselhada para ambientes exteriores. 4. O Projeto Visando criar um sistema de transmissão óptica criou-se um protótipo em laboratório. Primeiramente foram utilizados componentes infravermelhos para a comunicação, pois o VLC possui um comportamento muito semelhante à comunicação infravermelha (IR) em termos de propagação (MARTINS, 2011). Logo, as técnicas IR podem ser facilmente adaptadas ao VLC. Após o funcionamento do sistema com radiação infravermelha os componentes foram trocados e a comunicação se deu no domínio de luz visível. No protótipo foram criados um circuito transmissor e um circuito receptor, onde um byte é enviado através de um LED vermelho de alto brilho, recebido em um fotodiodo OPT101 (TEXAS INSTRUMENTS, 2003) e mostrado em um display LCD. O OPT101 é um fotodiodo monolítico com amplificador on-chip de transimpedância. A tensão de saída aumenta linearmente com a intensidade da luz. O amplificador é projetado para uma operação simples ou dupla da fonte de alimentação, tornando-o ideal para o equipamento operado a bateria. A combinação integrada de fotodiodo e amplificador de transimpedância num único chip elimina os problemas comumente encontrados em projetos discretos como erros de corrente de fuga, ruído pick-up, e um ganho de pico devido desvio de capacitância. O seu amplificador interno converte a corrente elétrica gerada pelo fotodiodo, em sua entrada, em tensão elétrica, proporcional, em sua saída. A responsividade do OPT101 é vista na figura 2: Figura 2 - Responsividade Espectral do OPT101 (TEXAS INSTRUMENTS, 2003) Nota-se que o CI OPT101 tem melhor resposta em comprimentos de onda na região do infravermelho. Para um melhor desempenho do sistema escolheu-se um LED vermelho para compor o transmissor, pois a responsividade o receptor na região vermelha é satisfatória. O dado é determinado por meio de 4 botões táteis conectados ao transmissor que geram um valor conhecido para teste do procedimento. O código binário presente nos botões é enviado quando é dado o comando “enviar”, através de outro botão. Diferentemente de outros sistemas VLC, neste projeto a comunicação dos bits é feita com níveis intermediários de luz, com 100% de luminosidade para bit 1 e 50% para bit 0. Este método foi utilizado para evitar que a luz seja totalmente apagada quando é enviada uma sequência de zeros. Desta forma foi possível simplificar a modulação, porém o receptor deve ser capaz de diferenciar os dois níveis de luminosidade, independente da distância que esteja do transmissor. Para o projeto foram usados dois microcontroladores. Como transmissor foi utilizado o PIC16F628A (MICROCHIP, 2005) e como receptor utilizou-se o PIC16F877A (MICROCHIP, 2003), devido aos periféricos disponíveis neste microcontrolador. 5. Protocolo de comunicação Foi criado um protocolo assíncrono, onde a transmissor fica o tempo todo enviando sinal de nível alto. Esta técnica foi usada para manter a luminária sempre acesa quando não há nenhum dado sendo enviado. Quando o transmissor tem um dado a enviar, o sinal vai para nível zero, simbolizando o start bit. Cada bit tem a mesma duração, definida na programação dos microcontroladores. Após o envio dos oito bits o transmissor coloca a saída novamente em nível 1, simbolizando o stop bit. A figura 3 mostra o fluxograma de funcionamento do microcontrolador no transmissor. Figura 3 - Fluxograma Transmissor Após ser ligado, o transmissor aciona a saída mantendo o LED sempre aceso. Quando é feito o comando “enviar” o dado presente nos 4 botões de entrada é copiado para a saída. Os oito bits são enviados rotacionando o buffer de saída em intervalos correspondentes ao período do bit. Depois dos oito bits serem enviados o transmissor mantém novamente a saída em nível alto. Do outro lado, o receptor lê a todo o momento a entrada de dados. Quando verifica um start bit, nível baixo, começa a copiar os bits em intervalos regulares de acordo com o período estipulado para cada símbolo. Após 8 bits copiados, o receptor envia ao display LCD o dado recebido e espera novamente por um start bit. O fluxograma de funcionamento do microcontrolador receptor é apresentado na figura 4. Figura 4 - Fluxograma Receptor A figura 5 ilustra a transmissão dos dados. Como se pode ver, o transmissor mantém o nível alto até o início do byte. Quando há um byte a ser enviado o transmissor impõe à saída nível zero, durante um período de bit. O receptor ao perceber o start bit espera um período e meio para fazer a primeira leitura, este deslocamento assegura que o receptor copie o bit no meio do período de sinalização, evitando erros. Figura 5 - Formato da Transmissão dos Dados Neste algoritmo não foi implementado nenhum mecanismo de detecção e correção de erros. Posteriormente para um melhor funcionamento do sistema, uma rotina de detecção de erros será necessária, pois o sistema de comunicação por luz visível sofre grande interferência. 6. O Circuito No sistema transmissor, foi montado um circuito onde o LED é chaveado por um transistor. Com a saturação do transistor, um resistor é colocado em paralelo com a resistência do LED, fazendo a corrente aumentar. Quando o transistor é cortado, a corrente no LED é menor, fazendo-o brilhar menos. Em alta frequência o menor brilho do LED torna-se imperceptível, porém, o receptor é capaz compreender esta variação. No circuito receptor, a tensão presente na saída do CI OPT101 é comparada com uma tensão de referência. A saída do comparador é lida pelo microcontrolador como um bit “1” ou “0”. A tensão de referência é estipulada pelo sinal PWM filtrado por um filtro passa baixa. O valor de referência vindo do filtro deve ser ligeiramente menor que o sinal alto do fotodiodo. A saída do comparador será zero sempre que a tensão de saída do fotodiodo for menor que o sinal de referência. Como circuito comparador foi utilizado o LM339 (FAIRCHILD, 2012). Quando o sistema é ligado o receptor lê analogicamente o sinal do fotodiodo e toma-o como o nível alto. Internamente o microcontrolador calcula um valor 0,5 volt menor que a tensão lida anteriormente. O valor calculado é então manipulado e serve como razão cíclica para geração de um sinal PWM. Após filtrado, o sinal PWM gerado torna-se uma tensão constante exatamente 0,5 volt menor que o valor lido no fotodiodo durante a inicialização do sistema. A figura 6 demonstra os circuitos simplificados do transmissor e do receptor: Figura 6 - Circuito simplificado do transmissor e receptor 7. Resultados Anteriormente para a validação da ideia foram utilizados componentes infravermelhos. Com a comunicação infravermelha o menor período de bit conseguido foi de 68µs, significando uma taxa de 14.7Kbps. Através da conexão direta entre o pino de transmissão e o pino de recepção conseguiu-se uma taxa de 500Kbps (2 µs), demonstrando que o algoritmo criado é funcional e que o limitante da velocidade realmente está nos dispositivos disponíveis utilizados. A distância máxima conseguida com os componentes infravermelhos foi de 6cm, devido a simplicidade do circuito e as características técnicas dos dispositivos. Com os novos componentes dedicados a luz visível foram conseguidos 25Kbps (42µs por bit). A distância máxima medida foi de 25 cm, em distâncias maiores a potência luminosa recebida era insuficiente. Graças ao sistema de reconhecimento de posição pode-se variar a localização do receptor e manter a comunicação. Porém para distâncias muito pequenas o sinal recebido pelo fotodiodo é muito alto e a diferença entre os níveis torna-se imperceptível para o receptor, ocasionando perda dos dados. Outro problema é a necessidade de alinhamento com o transmissor. Mesmo a pequenas distâncias o sinal vindo do transmissor pode não ser recebido caso LED e fotodiodo não estejam alinhados adequadamente. A figura 7 mostra o circuito experimental utilizado. O circuito transmissor e o circuito receptor foram montados no mesmo protoboard, o LED transmissor foi ligado separadamente para possibilitar a variação da distância durante os testes. As ligações que conectam o circuito superior ao circuito inferior são os barramentos de alimentação. Tais conexões tornam-se dispensáveis caso os circuitos sejam alimentados por fontes independentes. Figura 7 - Circuito montado em protoboard, onde: A) PIC transmissor; B) PIC receptor C) LED vermelho D) Fotodiodo amplificador E) LM339 A figura 8 mostra os sinais recebidos no fotodiodo. Para este teste foram gerados no transmissor sinais quadrados com frequências de 1KHz e 50KHz, a distância entre transmissor e receptor foi de 15cm. Figura 8 - Sinal Recebido pelo Fotodiodo com 50KHz e 1KHz Observa-se na figura 8 que em frequências mais altas o sinal recebido possui uma alteração devido ao tempo de subida e descida dos componentes. Com taxas de transmissão muito altas a deformação no sinal pode causar erros de leitura no receptor, limitando a velocidade da comunicação. Em frequências mais baixas, o sinal recebido é praticamente igual ao sinal gerado no transmissor. 8. Conclusões Conclui-se que a tecnologia VLC pode ser implementada como alternativa frente a outras tecnologias de transmissão sem fio. As aplicações em rádio frequência não são bem vistas em ambientes como hospitais e aeroportos por poder causar interferência em outros aparelhos eletroeletrônicos, diferentemente da comunicação por luz visível. Neste trabalho, o objetivo de transmitir um dado através de um meio óptico foi alcançado. Com o uso dos componentes de transmissão infravermelha conseguiu-se realizar o envio e a captura de dados a uma taxa de 14,7Kbps. Posteriormente, com a migração de todo o circuito para o domínio da luz visível foi observada uma taxa de 25Kbps. O sistema de posicionamento mostrou-se funcional, porém para certas distâncias e desalinhamentos entre emissor e receptor, o sinal do transmissor era perdido. Futuramente, um conversor Buck será construído para servir de fonte para os LEDs do transmissor e no receptor será necessário um maior cuidado com o ruído. O conjunto de botões no transmissor e o display LCD presente no receptor serão trocados por interfaces que farão a comunicação dos equipamentos com computadores, utilizando microcontroladores com interfaces USB ou Ethernet. Também serão adicionados algoritmos de criação e detecção de paridade. Referências FAIRCHILD. LM339/LM339A, LM239A, LM2901 Quad Comparator. 2012. Disponível em: http://www.fairchildsemi.com/ds/LM/LM2901.pdf. Acesso em 10 mai 2013. KOMINE, T.; NAKAGAWA, M. Fundamental Analysis for Visible-Light Communication System using LED Lights. 2004. LEDS MAGAZINE. Cree reports 131 lm/W from prototype white LED at 20 mA. 2006. Disponível em: http://ledsmagazine.com/news/3/6/19. Acesso em: 10 mai 2013. LOURENÇO, N. R. M. Sistemas de Comunicação por Luz Visível: Emissor/Receptor. Dissertação de Mestrado. Universidade de Aveiro. Aveiro, 2009. MARTINS, C. S. Comunicação Óptica sem fios baseada em diodos emissores de luz branca. Dissertação de Mestrado. Universidade de Coimbra. Coimbra, 2011. MICROCHIP. PIC16F627A/628A/648A Data Sheet – Microchip. Disponível em: http://ww1.microchip.com/downloads/en/devicedoc/40044d.pdf, 2005, Acesso em 27 Mai, 2013 POHLMANN, C. Visible Light Communication. Disponível em: http://www-old.itm.uniluebeck.de/teaching/ss10/sem_kim/ausarbeitungen/2010069%20Pohlmann.%20Visible%20Light%20Communication.pdf?lang=de. Acesso em: 30 Mar. 2013. KEEPING, S. 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