TÉCNICAS DE NEGOCIAÇÃO – EAD MÓDULO V – A IMPORTÂNCIA DA ÉTICA NA NEGOCIAÇÃO Nesse módulo iremos trabalhar a importância da ética em um processo de negociação, identificando as características éticas de um bom negociador e os critérios a serem focados nas questões éticas e a utilização de ações sociais para os resultados organizacionais. Afirma Almeida Junior (2005, p.45): “que ética é um código de princípios e valores morais que governam o comportamento de uma pessoa ou grupo, com respeito ao que é certo ou errado”. Não podemos abordar o tema negociação sem falar na ética, que é um ponto preponderante para a conduta e tomada decisorial no processo de negociação. Nas organizações, normalmente em uma negociação, há discussão sobre os comportamentos considerados éticos e antiéticos, dependendo dos valores dos colaboradores envolvidos e do ambiente organizacional. Podemos elencar quatro possibilidades em relação à análise dos comportamentos éticos e legais nas organizações. São elas: - Comportamentos não éticos e não legais; - Comportamentos éticos e não legais; - Comportamentos legais e não éticos; - Comportamentos éticos e legais (dependendo dos valores e crenças de determinado grupo). Alguns fatores são relevantes para identificar a ética de um negociador. São eles: - Experiência; - Valores pessoais; - Formação filosófica; - Formação religiosa etc. De acordo com Martinelli (2006, p.34): “um dos principais motivos pelos quais as pessoas se envolvem em comportamentos não éticos é a busca de vantagem, em termos de poder”. O negociador, conhecendo toda a situação e as informações, poderá manipular de maneira mais adequada o processo, garantindo vantagem sobre a outra parte. Dessa forma, a informação é o principal aspecto do comportamento ético em um processo de negociação, ou seja, é importante quantificar as informações adquiridas que influenciam de forma vital o processo. Com o passar dos anos, as organizações estão tendo a preocupação de gerir de forma ética as suas várias áreas, setores. A seguir temos alguns fatores que justificam essa situação: - Falta de conhecimento da alta cúpula sobre as características comportamentais dos colaboradores; - A rentabilidade da questão ética para as empresas através das mudanças na cultura organizacional; - Maior exigência e comprometimento das empresas em relação à responsabilidade social e econômica; - Consciência de que o crescimento na produtividade e conseqüente lucratividade está ligada ao aumento da qualidade de vida dos colaboradores; - Desenvolvimento das vantagens competitivas relacionadas com desenvolvimento das habilidades no ambiente interno das organizações; - Divergências a respeito dos valores ambientais e aqueles valores informados pela organização, através de sua cultura, crenças e valores. No dia-a-dia das organizações, os executivos e administradores se vêem com dificuldades e dúvidas para lidar com as inúmeras questões que envolvem a ética e a moral. Alguns critérios podem servir de norte para o entendimento e a resolução dos questionamentos éticos. São eles: - Abordagem utilitária Comportamentos morais – maior bem – número maior de colaboradores. - Abordagem individualista Ações são morais – promoção do interesse particular – longo prazo. - Abordagem moral Indivíduos com direitos e liberdades – decisões morais – manutenção dos direitos dos indivíduos. - Abordagem de justiça Decisões morais – padrões de eqüidade, probidade e imparcialidade. A eqüidade é o reconhecimento imparcial do direito de cada um. O conceito de probidade se refere à integridade de caráter, e o conceito de imparcialidade está ligado à questão da justiça. Segundo Miranda (2003, p.51): “as organizações, paralelamente a suas atividades econômicas, têm uma responsabilidade social perante sua comunidade, tendo a obrigação de tomar decisões e ações que irão realçar o bem-estar e os interesses tanto da sociedade quanto da organização”. Alguns critérios podem ser trabalhados pelas empresas no desenvolvimento de suas ações éticas e sociais. - Responsabilidade legal: é o que a sociedade entende e define como relevante no que diz respeito ao comportamento empresarial adequado e apropriado. - Responsabilidade econômica: se refere à responsabilidade na produção de bens e serviços necessários à sociedade e o conseqüente aumento na lucratividade para os acionistas e proprietários. - Responsabilidade ética: aborda os comportamentos que não são cobertos pela lei na sua totalidade e que podem não resultar em interesses econômicos ligados à organização. - Responsabilidade direcionária: enfoca a responsabilidade organização, que tem como objetivo contribuir socialmente. voluntária da Atualmente, as empresas criam seus comitês ou comissões de ética com o intuito de fiscalizar e orientar a ética nos seus diversos enfoques, através das ações questionáveis e discutidas no processo de negociação. Algumas discussões do comportamento das empresas devem ser questionadas no processo de negociação. São elas: competição, lucro e justiça. De acordo com Martinelli (2006, p.37): “fraude e disfarce são palavras comuns em negociação, podendo assumir diferentes formas tais como: blefe, falsificação, adulteração de uma posição perante o oponente, fraude e exposição seletiva ou adulteração de elementos”. De acordo com estudos e pesquisas, o negociador é motivado para utilizar um comportamento antiético com o objetivo de adquirir poder e controle, buscando incessantemente razões para justificar esse comportamento individualista e egoísta. A conseqüência dessa tomada de decisão são resultados negativos e que comprometem a imagem e a confiança organizacional. Quanto mais o negociador toma a atitude de justificar suas ações antiéticas no processo de negociação, mais seus julgamentos sobre os padrões, crenças e valores éticos se tornarão tendenciosos, levando a imprecisão e as inverdades. Podemos concluir com essa explanação que a verdade, a justiça, a legalidade, a moral, o bom senso, a experiência, a formação, a postura, dentre outros aspectos são de extrema importância para uma negociação ética e eficaz.