TEORIA DO CRESCIMENTO
ECONÔMICO: FATOS ESTILIZADOS
NOTAS DE AULA
Giácomo Balbinotto Neto
UFRGS/FCE
Bibliografia Recomendada
*Jones (2000,cap.1)
Miles & Scott (cap. 4)
Burda & Wyplosz (2005, cap. 3)
2
Como destacou William Easterly …
Nothing is more important than
seeing poor countries grow.
3
A importância do crescimento
econômico de longo prazo
4
A importância do crescimento
econômico de longo prazo
5
A importância do crescimento
econômico de longo prazo
Source: Penn World Table 6.1
6
Robert Lucas (1988)
Once you start thinking about
growth it is difficult to think about
anything else…
7
Douglas North (1974, p.3)
The importance of increasing productive
capacity cannot be overemphasized.
Redistributing income or eliminating
depressions would result in less gain for the
poor or the whole society than they would
derive from even a relative short period of
sustained economic growth.
8
Angus Maddison (1995, p.50)
If we are to explain why the economic growth
experience of nations has been so diverse, and
why income spreads are now so wide it is
necessary
to
go
beyond
proximate
and
measurable elements of causality and consider
institutional, social or policy influences which may
retard or encourage economic development.
9
Joel Mokyr (1990, p.8-9)
Joel Mokyr (1990,p.8-9) também tem uma
opinião semelhante, quando nos diz que, se o
progresso tecnológico é a chave para a
compreensão da razão pela qual as economias
crescem, nós devemos saber quais são as razões
pela qual algumas sociedades como um todo são
mais criativas que outras ou por que algumas
sociedades tem indivíduos mais criativos que
outras? Esta, segundo ele, esta seria “a questão
das questões” (“issues of issues”), ou em outras
palavras, por que o crescimento econômico ocorre
em algumas sociedades e não em outras.
10
Barro & Sala-i-Martin (1995, p. 4-5)
If we want to understand why countries differ dramatically in
standards of living, then we have to understand why
countries experience such sharp divergence in long-term
growth rates. Even small diferences in these growth rates,
when acumulated over a generation or more, have much
greater consequences for standards of living than the kinds of
short term business fluctuations that have typically occupied
most of the attection of macroeconomists. To put in another
way, if we can learn about governament policy options that
have even small effects on the long-term growth rate, then
we can contribute much more to improvements in standard
of living than has been provided by the entire story of
macroeconomic analysis of contrercyclical policy and finetuning. Economic growth – the subject matter of this book [e
deste curso] is the part of macroeconomics that really
matters.
11
Por que o crescimento
econômico é importante?
1) Aumenta da disponibilidade de bens para consumo;
2) Facilita da distribuição de renda e do produto;
3) Aumenta o padrão de vida da população;
4) Proporciona condições para melhorias na educação,
saúde e outros serviços sociais;
5) Pode gerar benefícios para o ambiente devido ao
aumento na eficiência econômica;
6) Gera potencial para aumentar os bem-estar social
(suporte para idosos, órfãos, carentes etc).
12
Why are we so rich
and they so poor?
13
O Crescimento Econômico
O crescimento com o qual estamos preocupados
é o crescimento em termos per capita, ou
também chamado de crescimento intensivo no
qual o produto cresce a uma taxa maior do que a
população e proporciona um aumento do bemestar econômico.
Portanto, como destaca North (1974, p.7) - o
crescimento econômico significa essencialmente
um aumento na produtividade, isto é, o que faz
um país crescer e aumentar o seu bem-estar é
que ele produz mais produtos e serviços em
14
termos per capita.
A Importância da taxa de
crescimento no longo prazo
Taxa anual de
crescimento no
longo prazo
Percentagem de aumento
no padrão de vida após …
…25 anos
…50 anos
…100 anos
2.0%
64.0%
169.2%
624.5%
2.5%
85.4%
243.7%
1,081.4%
15
Lições da teoria do
crescimento econômico
… ela pode fazer diferença positiva na vida
de milhões de pessoas.
As lições nos ajudam:
 Compreender porque os
países pobres são pobres;
 Estruturar políticas que os
ajudem a crescer;
 Compreender como a taxa
de crescimento econômico
é afetada por choques e
políticas governamentais.
16
Crescimento Econômico
Crescimento econômico refere-se a um
aumento no produto total na economia. Ele é
definido por alguns como sendo um aumento
do PIB real per capita.
O crescimento econômico moderno é o período
no qual verifica-se um rápido e sustentado
aumento no produto real per capita que inicia,
no mundo ocidental, com a Revolução
Industrial.
17
Estimativas de Angus Maddison (2001)
referentes as estimativas do PIB
per capita por região, 1400 - 1998
Source: Calculated from data in Angus Maddison (2001), The World Economy: A Millenial Perspective. Paris: OECD.
18
19
O Crescimento Econômico
Deste modo, crescimento implica em saber quais as razões
que tornam uma sociedade mais produtiva. Segundo ele,
haveria quatro razões básicas:
(i) o progresso tecnológico;
(ii) os investimentos em capital humano;
(iii) os investimentos em capital físico e;
(iv) a eficiência na organização econômica que se traduz na
estrutura de incentivos que induzem os indivíduos a inovar
e acumular.
20
A definição de crescimento
econômico
A definição de crescimento econômico que
adotamos neste trabalho é a de North e Thomas
(1973, p.1):
In speaking of economic growth, we refer to a
per capita long-run rise income.True economic
growth thus implies that the total income of
society must increase more rapidly than
population. A stationary state, on the other hand,
produces no sustained rise in per capita income
even though average income may rise and fall
during cycles of quite long duration.
21
Taxas de Crescimento
Econômico Mundial, 1500 - 1992.
Depois do início da Revolução Industrial na
Europa Ocidental, no final do século XVIII, a
maioria das economias ocidentais apresentaram
um aumento sem precedentes no nível de
produto e na taxa de crescimento econômico.
22
Taxas de Crescimento Econômico
Mundial, 1500 - 1992.
Fonte: Maddison (1995)
Item
1500-1820
1820-1992
População
mundial
PIB per capita
0,29
0,95
0,04
1,21
PIB mundial
0,33
2,17
Exportações
Mundiais
n.a
3,73
23
Fatos sobre o Crescimento Econômico:
Crescimento Populacional Mundial
24
Fatos sobre o Crescimento Econômico:
Crescimento Populacional –
Países Selecionados
25
Fatos sobre o Crescimento Econômico:
Crescimento Populacional –
Países Selecionados
26
Fatos sobre o Crescimento Econômico:
Crescimento Populacional –
Países Selecionados
27
Fatos sobre o Crescimento Econômico:
Crescimento Populacional –
Países Selecionados
28
Fatos sobre o Crescimento Econômico:
Crescimento Populacional –
Países Selecionados
29
Fatos sobre o Crescimento Econômico:
PIB real: 1870 - 1994 – Países Selecionados
30
Fatos sobre o Crescimento Econômico:
PIB real: 1900 - 1994 – Países Selecionados
31
Fatos sobre o Crescimento Econômico:
PIB real: 1900 - 1994 – Países Selecionados
32
Evolução do PIB per capita (PPC*) da América Latina
e outras regiões
35
(percentagemda renda per capita dos Estados Unidos)
30
25
América
Latina
%
20
Este Asiático &
Pacífico
15
10
Africa Sub
Sahariana
5
0
1961
1965
1969
1973
1977
Fonte: World Bank, WDI (2006).
*PPC: Paridadade do Poder de Compra
1981
1985
1989
1993
1997
2001
2005
33
Trajetórias de Crescimento do PIB per capita
na América Latina, 1975 - 2005
300
Chile
250
Indice 1975 = 100
200
Rep.
Dominicana
México
150
Brasil
Argentina
100
Venezuela
50
Fonte: 1975 a 2001: Angus Maddison, The World Economy (2003).
2002 a 2005: Cepal.
20
05
20
03
20
01
19
99
19
97
19
95
19
93
19
91
19
89
19
87
19
85
19
83
19
81
19
79
19
77
19
75
0
34
700
Economias Dinâmicas na América Latina
e fora da região, 1975 - 2005
(PIB per capita)
600
China
Korea
500
Indice 1975 = 100
Botswana
Singapura
400
Irlanda
300
Chile
Rep.
Dominicana
200
100
0
1975
1980
1985
1990
1995
Fonte: 1975 a 2001: Angus Maddison, The World Economy (2003).
2002 a 2005: World Bank, WDI (2006).
2000
2005
35
Horas Anuais Trabalhadas:
1870 - 1992
36
Os fatos estilizados de Kaldor
(1961)
Nicholas Kaldor (1961) identificou cinco fatos
estilizados com relação ao crescimento
econômico moderno.
Os fatos estilizados são regularidades
empíricas que podem não ser rigorosamente
exatas em qualquer lugar durante todo o
período de tempo, mas parecem condensar
algumas características importantes. Estes
fatos estilizados ajudam-nos a organizar as
idéias, quase como um detetive que procura
pistas antes de efetuar uma investigação
meticulosa.
37
Os fatos estilizados de Kaldor
(1961)
(i) o produto per capita cresce ao
longo do tempo, e sua taxa de
crescimento não tende a diminuir;
38
39
Os fatos estilizados de Kaldor
(1961)
(ii) o capital físico por trabalhador cresce ao
longo do tempo;
O insumo trabalho, medido em horashomem, cresce mais lentamente que o
capital. Isto significa que o processo de
produção torna-se cada vez mais uma função
da intensidade do capital, ou então, o que é
equivalente, a relação capital-trabalho cresce
secularmente.
40
Estoque de Máquinas e Equipamentos por pessoa
empregada, 1870 - 1992.
Fonte: Maddison (1995, p.36)
Ano
EUA
FRA
ALEM
HOL
RU
JAP
Maquinário e Equipamentos
1870
1.367
na
na
na
857
na
1890
4.115
na
na
na
1.114
695
1913
6.932
na
na
na
2.021
3.234
1950
15.150
2.325
3.948
3.878
13.893
13.287
1992
39.636
33.930
31.736
30.044
23.095
40.243
41
Estoque estruturas não residenciais por pessoa
empregada, 1970 - 1992.
Fonte: Maddison (1995, p.36)
Ano
EUA
FRA
ALEM
HOL
RU
JAP
Maquinário e Equipamentos
1870
10.294
na
na
na
na
na
1890
23.270
na
na
na
6.254
1.171
1913
37.905
na
na
na
7.404
1.709
1950
42.673
15.795
14.364
25.686
7.556
4.518
1992
72.625
69.232
70.119
57.918
41.797
73.135
42
Os fatos estilizados de Kaldor
(1961)
(iii) a taxa de retorno do capital é praticamente
constante;
Segundo Jones (2000, p.11) isto é visualizado de
modo mais adequado quando se observa que a
taxa de juros real sobre a dívida pública da
economia dos EUA não apresenta tendência.
Sem dúvida, não observamos diretamente a taxa
de juros real, mas é possível subtrair da taxa de
juros nominal a taxa de inflação corrente ou
esperada, e constatar o fato.
43
Os fatos estilizados de Kaldor
(1961)
(iv) a razão capital físico/produto é praticamente
constante;
Segundo Jones (2000, p. 11), este fato pode ser
visualizado do modo mais adequado quando se
observa que a taxa de juros real sobre a dívida
pública da economia dos EUA não apresenta
tendência.
44
Participação do Capital
na Renda Nacional
45
Participação do Capital
na Renda Nacional
46
Participação do Capital
na Renda Nacional
income share invested (%)
France, share of income invested, 1950-2000 (%)
30
average
20
10
0
1950
1960
1970
1980
47
1990 year 2000
Os Fatos Estilizados de Kaldor
(1961)
Á medida em que crescem secularmente, capital
e produto tendem a acompanhar um ao outro.
Em conseqüência, a relação capital-produto não
apresenta tendência sistemática.
Na tabela abaixo, vemos que ela é verdadeira
apenas aproximadamente. Contudo, embora não
seja uma constante exata, a relação capitalproduto não apresenta aumentos estáveis e
incessantes como observados com relação a
razão produto-trabalho.
48
Relações Capital-Trabalho 1913 - 1992.
Fonte: Maddison (1995)
País
1913
1950
1973
1992
Alemanha
2,3
2,1
2,4
2,3
EUA
2,9
2,3
2,1
2,4
França
1,6
1,7
1,8
2,3
Japão
1,0
1,8
1,7
3,0
RU
1,0
1,1
1,7
1,8
49
Os fatos estilizados de Kaldor
(1961)
(v) a taxa de crescimento do produto
por trabalhador difere
substancialmente entre os países.
50
Taxas de Crescimento Per Capita (1960 - 2000).
Fonte: Weil (2004) - Países Selecionados
País
Tx. Cresc.
País
Taxa de Cresc.
Singapura
6,7
Itália
2,92
Hong Kong
5,4
Brasil
2,81
Botswana
5,2
Chile
2,39
Tailândia
4,7
Turquia
2,36
China
4,35
EUA
2,53
Japão
4,32
Argentina
1,01
Irlanda
4,18
Peru
0,88
Malásia
3,93
Bolívia
0,37
Portugal
3,91
Mali
-0,30
Romênia
3,61
Venezuela
-0,50
Espanha
3,46
Moçambique
-1,25
Indonésia
3,46
Nicarágua
-1,21
Rep. Congo
3,30
Angola
- 1,26
Grécia
3,19
Nigéria
-0,94
51
Fatos Estilizados
[Jones (2000, cap.1)]
Fato # 1 - Existe uma significativa diferença e
variação nas rendas per capita entre os países.
O primeiro fato que nos chama a atenção é que
há uma significativa variação nos níveis rendas
per capita entre os países.
Em 1998, os países mais pobres tinham uma
renda per capita que, em alguns casos era de
menos de 2% da renda per capita do país mais
rico, os Estados Unidos, como nos casos do
Zaire (0,95%), Burundi (1,96%) e Etiópia
(1,74%).
52
Renda Per Capita Relativa aos EUA (2000)
Fonte: Weil (2004) - Países Selecionados
País
Renda Relativa
EUA
100,00
País
Renda Relativa
Argentina
33,06
Singapura
87,48
Chile
29,81
Noruega
81,28
Brasil
21,60
Canadá
80,81
Tailândia
20,60
Hong Kong
80,19
Turquia
20,52
Irlanda
79,24
Bolívia
8,18
Japão
79,22
Senegal
4,87
Austrália
76,77
Mali
2,91
França
67,15
Uganda
2,83
Reino Unido
66,65
Chad
2,73
Itália
65,42
Malawi
2,35
Kuwait
64,08
Nigéria
2,12
Oman
51,62
Serra Leoa
1,91
Portugal
47,63
Rep. Dem. Congo
0,69
53
Fatos Estilizados
[Jones (2000, cap.1)]
Além disso, podemos constatar também que a
grande maioria dos países tem uma renda per
capita que era de menos de 20% do país mais
rico [EUA].
Este se constitui, então, num primeiro fato
estilizado da teoria do crescimento econômico,
ou seja, por que alguns países são ricos e outros
são pobres, ou como coloca North (1974), por
que todos os países não são ricos?
54
55
Os principais 10
países - 2005
56
Fatos Estilizados
[Jones (2000, cap.1)]
Fato # 2 - A posição relativa de um
determinado país na distribuição
mundial da renda per capita não é
imutável, pois os países podem se
mover de uma posição de pobres para
ricos e vice-versa.
57
Fatos Estilizados
[Jones (2000, cap.1)]
Verificamos também que a posição relativa de
um determinado país não é imutável no que se
refere a distribuição da renda per capita mundial,
pois os países podem se mover de uma posição
que consideramos “pobre” para uma “rica” e
vice-versa.
Podemos
ver
também
que
existe
uma
significativa persistência na distribuição de renda,
no sentido de que alguns países que eram ricos
permanecem ricos e de países que eram pobres
permanecem pobres.
58
59
Fatos Estilizados
[Jones (2000, cap.1)]
No que se refere ao primeiro caso, conforme
podemos constatar na tabela, destacamos os
casos de Singapura, Hong Kong, Japão, Taiwan,
Coréia, Malta, Botswana e Malásia.
Entre os desastres econômicos do século XX
podemos identificar a Argentina, Venezuela,
Uruguai, que perderam significativas posições no
“ranking” dos países. A grande maioria dos
países permaneceu na mesma posição relativa,
com mudanças marginais.
60
Fatos Estilizados
[Jones (2000, cap.1)]
Devemos também destacar a existência de um
grupo de países que eram pobres em 1960 e
tornaram-se miseráveis ou muito pobres em
1998 como os casos da Guiné-Bissau,
Moçambique, Niger, Comorros, República Centro
Africana, Burundi, Serra Leoa, Angola,
Madagascar e Zaire.
61
Fatos Estilizados
[Jones (2000, cap.1)]
62
Fatos Estilizados
[Jones (2000, cap.1)]
63
Fatos Estilizados
[Jones (2000, cap.1)]
64
Fatos Estilizados
[Jones (2000, cap.1)]
65
Fatos Estilizados
[Jones (2000, cap.1)]
Fato # 3- As taxas de crescimento econômico
apresentam uma significativa variação entre os
países e ao longo do tempo e entre eles.
O terceiro fato estilizado que podemos para o período
1820-1992, para uma amostra de 24 países com dados
comparáveis, obtida de Angus Maddison (1996), refere-se
as taxas de crescimento econômico de longo prazo.
Aqui verificamos também que as taxas de crescimento
variam consideravelmente, tanto no que diz respeito entre
os países como num mesmo país ao longo do tempo.
66
Distribuição das Taxas de
Crescimento entre Países 1970–2005
67
Fatos Estilizados
[Jones (2000, cap.1)]
68
Fatos Estilizados
[Jones (2000, cap.1)]
Fato # 4 - a taxa real de retorno do capital
mantém relativamente constante;
69
Fatos Estilizados
[Jones (2000, cap.1)]
70
Fatos Estilizados
[Jones (2000, cap.1)]
Source: Interest rates from S. Homer and R. Sylla, A History of Interest Rates, Rutgers University Press, 1991.
Consumer price indices from B.R. Mitchell, International Historical Statistics, 1750–1993, Macmillan, 1998.
71
Fatos Estilizados
[Jones (2000, cap.1)]
72
Fatos Estilizados
[Jones (2000, cap.1)]
Fato # 5 - a participação da renda do capital
(rK/Y) e do trabalho (wL/Y) também se
manteve relativamente constante;
73
Fatos Estilizados
[Jones (2000, cap.1)]
País
Capital
Trabalho
França
0,31
0,70
Alemanha Ocidental
0,30
0,70
Japão
0,29
0,71
Holanda
0,30
0,70
Reino Unido
0,26
0,74
Estados Unidos
0,27
0,73
Média
0,29
0,71
74
Fatos Estilizados
[Jones (2000, cap.1)]
75
Fatos Estilizados
[Jones (2000, cap.1)]
76
Fatos Estilizados
[Jones (2000, cap.1)]
Source: USA: Bureau of Economic Analysis. Denmark: ADAM database, Statistics Denmark. Remaining countries:
OECD National Accounts.
77
Fatos Estilizados
[Jones (2000, cap.1)]
Fato # 6 - a taxa de crescimento do produto
per capita tem sido positiva e relativamente
constante ao longo do tempo, isto
caracterizaria o estado estacionário;
78
Fatos Estilizados
[Jones (2000, cap.1)]
79
Fatos Estilizados
[Jones (2000, cap.1)]
Simon Kuznets (1973, 1981) salientou
também os seguintes fatos estilizados
referentes ao crescimento econômico
moderno.
80
Fatos Estilizados
[Jones (2000, cap.1)]
Fato # 7 - deslocamento do emprego da
agricultura para a indústria e serviços.
A isto chamamos de mudança estrutural, que
refere-se as mudanças que ocorrem no
produto, insumo e produtividade dos fatores.
Além disso, durante este processo temos que
ocorre uma urbanização, com o
deslocamento da mão-de-obra do campo
para as cidades;
81
Fatos Estilizados
[Jones (2000, cap.1)]
Estes deslocamentos na estrutura do emprego e
da produção, são, segundo Simon Kuznets
(1971) e Angus Maddison (1996,p.39),
respostas que ocorrem as mudanças na
demanda, tecnologia e especialização
internacional dos países ao longo do tempo.
82
Mudanças Estruturais na Produção –
Proporção do Emprego em Setores
Fonte: Maddison (1995, p. 39)]
EUA
País
RU
Anos
Agric,
Pesca,
Sivilcultura
Industria,
Construção
. Serv. Ut.
Publica,
Mineração
Serviços
Agric,
Pesca,
Sivilcultura
Industria,
Construção
. Serv. Ut.
Publica,
Mineração
Serviços
1820
70,0
15,0
15,0
37,6
32,9
29,5
1870
50,0
24,4
25,6
22,7
42,3
35,0
1913
27,5
29,7
42,8
11,7
44,1
44,2
1950
12,9
33,6
53,5
5,1
44,9
50,0
1992
2,80
23,3
74,0
2,2
26,2
71,6
83
Fatos Estilizados
[Jones (2000, cap.1)]
De um modo geral, estas mudanças estruturais
podem ser consideradas, também como uma
importante fonte do crescimento econômico
moderno.
Contudo, tais mudanças podem ocorrer a
velocidades diversas, que dependerá, em grande
parte, em nosso entender, da estrutura
institucional subjacente do país, que poderá
acelerar ou retardar este processo de mudança.
84
Fatos Estilizados
[Jones (2000, cap.1)]
Fato # 8 - Outro fato observado foi a
crescente expansão do comércio como
proporção da renda nacional;
85
Exportações como Percentual no PIB.
Fonte: Maddison (1995, p.38)
1870
1929
1950
1973
1992
Europa oc.
10,0
13,3
9,4
20,9
29,7
França
4,9
8,6
7,7
15,4
22,9
Austrália
7,4
11,2
9,1
11,2
16,9
EUA
2,5
3,6
3,0
5,0
8,2
A. Latina
9,0
9,7
6,2
4,6
6,2
Brasil
11,8
7,1
4,0
2,6
4,7
Mundo
5,0
9,0
7,0
11,2
13,5
86
Por que o comércio internacional é
importante para o crescimento econômico?
87
Crescimento do
Comércio Mundial, 1870–2005
88
Relação entre Abertura
Econômica e PIB per capita
89
Fatos Estilizados
[Jones (2000, cap.1)]
Fato # 9 - O governo passou a ter uma
importância crescente na economia
tendo em vista o fato de que ele passou
a ser o formulador de regras sob as
quais as atividades econômicas pode ser
implementada e como provedor de infraestrutura.
90
Gastos totais do governo como percentual do PIB a
preços correntes, 1880 - 1992.
Fonte: Maddison (1995, p.65)
País
1880
1913
1938
1950
1973
1992
FRA
11,2
8,9
23,2
27,6
38,8
51,0
ALE
10,0
17,7
42,4
30,4
42,0
46,1
JAP
9,0
14,2
30,3
19,8
22,9
33,5
HOL
na
8,2
21,7
26,8
45,5
54,1
RU
9,9
13,3
28,8
34.2
41.5
51,2
EUA
na
8,0
19,8
21,4
31,1
38,5
MÉDIA
10,0
11,7
27,7
26,7
37,0
45,7
91
92
Fatos Estilizados
[Jones (2000, cap.1)]
Fato # 10 - aumento nos anos de
escolaridade e na expectativa de vida.
93
Tabela Expectativa de vida em anos ao nascimento
– média para ambos os sexos, 1820 - 1992. Fonte:
Maddison (1992, p.27).
1820
1900
1992
França
40
47
77
Alemanha
na
47
76
Holanda
32
52
77
Suécia
35
56
78
RU
39
51
76
Canadá
na
na
78
EUA
na
47
77
Espanha
na
35
77
Rússia
na
32
64
Brasil
na
37a
66
México
na
33b
70
China
na
na
69
Índia
na
24
61
Japão
35d
44
79
Etiópia
na
na
49
Egito
na
na
62
País
94
80
Expectativa de vida (anos)
1990
1960
70
About 1930
60
About 1900
50
40
30
0
5,000
10,000
15,000
20,000
25,000
Renda Per Capita
(1991 International Dollars)
Source: World Development Report 1993 p. 34.
95
Anos de Educação por Pessoa entre 15 - 64 anos,
1870-1992. Fonte: Maddison (1995, p.37)
Ano
EUA
FRA
ALE
HOL
RU
JAP
1870
3,92
na
na
na
4,44
1,50
1913
7,86
6,99
8,37
6,42
8,82
5,36
1950
11,27
9,58
10,40
8,12
10,60
9,11
1973
14,58
11,69
11,55
10,27
11,66
12,06
1992
18,04
15.96
12,17
13,34
14,09
14,87
96
Anos Médios de Escolaridade vs. PIB
Per Capita (2000). Fonte: Weil (2000)
97
Qualidade da Educação vs. Renda Per capita (2000).
Fonte: Weil (2004)
98
Fatos Estilizados
[Jones (2000, cap.1)]
Fato # 11 - trabalhadores qualificados e não
qualificados tendem a migrar de países ou
regiões pobres para países ou regiões ricas;
99
Os Fatos Estilizados
de Romer (1994)
Os Fatos Estilizados
de Romer (1994)
Para Romer (1994, p.3), os modelos de
crescimento
endógeno
procuraram
avançar na explicação dos determinantes
do crescimento econômico na medida em
que buscavam uma explicação para novos
fatos estilizados que exigiam uma nova
explicação teórica que dessem conta dos
mesmos.
101
Os Fatos Estilizados
de Romer (1994)
Economic growth occurs whenever people take resources and
rearrange them in ways that are more valuable. A useful metaphor
for production in an economy comes from the kitchen. To create
valuable final products, we mix inexpensive ingredients together
according to a recipe. The cooking one can do is limited by the
supply of ingredients, and most cooking in the economy produces
undesirable side effects. If economic growth could be achieved only
by doing more and more of the same kind of cooking, we would
eventually run out of raw materials and suffer from unacceptable
levels of pollution and nuisance. Human history teaches us, however,
that economic growth springs from better recipes, not just from more
cooking. New recipes generally produce fewer unpleasant side effects
and generate more economic value per unit of raw material (see
Natural Resources).
http://www.econlib.org/library/Enc/EconomicGrowth.html
102
Os Fatos Estilizados
de Romer (1994)
Segundo ele, o termo “crescimento endógeno”
abrange diversos trabalhos, tanto teóricos como
empíricos que surgiram durante a década de
1980 que buscaram enfatizar que o crescimento
econômico é um resultado endógeno de um
sistema.
Assim, o ponto básico enfatizado pelas teorias de
crescimento endógeno é o comportamento da
economia como um todo.
103
Os Fatos Estilizados
de Romer (1994)
(i) existem na economia algumas firmas
com poder de mercado, devendo-se
então considerar a presença de
concorrência imperfeita;
104
Os Fatos Estilizados
de Romer (1994)
(ii) as descobertas e inovações tecnológicas diferem de outros
insumos, no sentido de que vários indivíduos e empresas podem
usa-los ao mesmo tempo, uma vez descobertos ou criados, isto é,
as idéias e invenções tem um componente de bem público.
Este pressuposto corresponde ao segundo fato estilizado de
Romer (1994, p.12). Segundo ele, por exemplo, a idéia por traz
dos transistores, os princípios referentes a combustão interna, a
organização interna das corporações os conceitos de
contabilidade, podem ser considerados partes de informações que
tem a propriedade de que todos podem fazer uso delas ao mesmo
tempo, pois são bens não rivais;
105
Os Fatos Estilizados
de Romer (1994)
(iii) se o produto é homogêneo de grau 1 e as
firmas operam em concorrência perfeita e são,
portanto tomadoras de preços, temos que pelo
teorema de Euler, que a compensação paga aos
insumos rivais deve ser igual ao valor do produto
produzido; contudo, isto implica que os insumos
usados para gerar o progresso técnico não são
remunerados;
106
Os Fatos Estilizados
de Romer (1994)
(iv) o progresso técnico é um resultado de uma ação deliberada dos
agentes econômicos, ou seja as inovações e descobertas científicas
podem ser, e muitas vezes são obras do acaso, podendo ser
consideradas exógenas, contudo, a taxa média de descobertas e
invenções é endógena no sentido de que quanto mais indivíduos e
empresas estiverem trabalhando em pesquisa e desenvolvimento,
maiores serão as chances de se obterem novas descobertas e
invenções.
Este pressuposto, segundo Romer (1994,p.12-13), implica que os
avanços tecnológicos são resultados do que as pessoas fazem.
107
Número de Pesquisadores e Gastos com
Pesquisa nos Países do G5 - 2000
108
Progresso Tecnológico nos
Microprocessadores
109
Os Fatos Estilizados
de Romer (1994)
(v) muitas firmas e indivíduos têm um
monopólio temporário devido as
descobertas e invenções e devido as leis
de patentes e de propriedade intelectual,
o que permite que eles sejam excluíveis
por pelo menos alguns períodos.
110
Patentes por Milhão de Residentes,
2001
111
Os Fatos Estilizados
de Romer (1994)
Os trabalhos de Romer (1986), Lucas (1988) e
Rebelo (1991), que buscam enfatizar o fato de
que os retornos decrescentes do investimento
são compensados pelas externalidades geradas
durante o processo de investimento, tanto em
capital físico como humano e que resulta em
retornos crescentes para a economia como um
todo, o que implica na possibilidade de
crescimento contínuo da economia, sem que
seja necessário recorrer ao pressuposto de
crescimento exógeno como na teoria
neoclássica.
112
Site Recomendado

http://www.econlib.org/library/Enc/EconomicGrowth.html
113
Aghion e Howitt (1998,p.1)
Innovations do not fall like manna from heaven. Instead, they
are created by human beings, operating under the normal range
of human motivation, in the process of trying to solve
production problems, to learn from experience, to find new and
better ways of doing things, to profit from opening up new
markets, and sometimes just to satisfy their curiosity.
Innovation is thus a social process; for the intensity and
direction of people’s innovative activities are conditioned by
laws, institutions, customs, and regulations that affect their
incentive and their ability to appropriate rents from newly
created knowledge to learn from each others’ experience, to
organize and finance R&D, to pursue scientific careers, to enter
markets currently dominated by powerful incumbents, to accept
working with new technologies, and so forth. Thus economic
growth involves a two-way interaction between technology and
economic life: technological progress transforms the very
economic system that creates it.
114
A Renda Per Capita
O indicador básico do desempenho e de
desenvolvimento de uma economia que
adotamos neste trabalho será a renda per
capita.
O crescimento com o qual estamos
preocupados é o crescimento em termos per
capita, ou também chamado de crescimento
intensivo no qual o produto cresce a uma
taxa maior do que a população e proporciona
um aumento do bem-estar econômico.
115
Qual o Significado do
Crescimento Econômico?
O crescimento econômico significa
essencialmente um aumento na
produtividade, isto é, o que faz um país
crescer e aumentar o seu bem-estar é que
ele produz mais produtos e serviços em
termos per capita.
Deste modo, a teoria do crescimento busca
saber quais as razões que tornam uma nação
próspera e produtiva.
116
Padrões de Crescimento
O crescimento econômico sustentado,
principalmente o crescimento per
capita, é um fenômeno moderno, uma
característica de grande parte da
economia mundial dos dois último
séculos.
117
Algumas Experiências Comparadas
de Crescimento Econômico
Algumas Experiências Comparadas
de Crescimento Econômico
Tailândia e Burma
Botswana, Nigéria e Gana
Uruguai, Argentina e Espanha
Madagascar e Ilhas Maurício
119
Burma e Tailândia:
PNB per capita, 1960-1994
(Preços Constantes 1987 US$, 1960=100)
120
Argentina, Uruguai e Espanha:
GNP per capita, 1970-1995
(current US$, Atlas method)
121
Madagascar e Ilhas Maurício: PNB
per capita, 1970-1995
(current US$, Atlas method)
122
Botswana, Gana e Nigéria: PNB per
capita, 1970-1995 (current US$, Atlas
method)
123
Lucas (1988, p.5)
Não vejo como se pode olhar dados como estes sem sentir
que eles representam possibilidades. Há alguma coisa que
o governo da Índia poderia fazer para levar a economia do
seu país a crescer como as economias da Indonésia ou do
Egito? E havendo, o quê exatamente? Se não, o que há na
“natureza da Índia” que a torna assim? As conseqüências
para o bem-estar humano envolvidas nessas questões são
simplesmente incríveis: uma vez que se começa a pensar
nelas, é difícil pensar em qualquer outra coisa.
124
Questões
Por que somos tão pobres e eles tão ricos?
(David Landes, 1990)
Esta é uma questão em torno dos níveis de
desenvolvimento e distribuição mundial de
rendas per capita.
125
Questões
Qual o motor do
crescimento econômico?
126
Questões
Como é que economias como o Japão,
Hong Kong, Cingapura e Coréia do Sul
conseguiram transformar-se tão
rapidamente de “pobres” em “ricas”?
“O efeito Cinderela” [cf. Jones (2000, p.
14)]
127
As causas do crescimento econômico
e o papel das instituições
Pré-condições para o crescimento econômico:
– Os mercados devem capacitar as pessoas e as firmas a se especializar,
fazer trocas, poupar e investir;
- Os direitos de propriedade são arranjos sociais que governam o uso da
propriedade (ownership), a disposição dos recursos, bens e serviços;
– A moeda facilita as transações, reduzindo os custos de transação e assim,
a especialização e trocas;
– A Rule of Law reduz a incerteza e o risco, permintindo a existência de
investimentos e contratos complexos.
128
Por que alguns países são
ricos e outros pobres?
Douglass North (1990):
The inability of societies to develop
effective, low-cost enforcement of
contracts is the most important source
of both historical stagnation and
contemporary underdevelopment in the
third world.
129
O Papel e a Importância
das Garantias
Regimes que dão poucas garantias ao investimento e à
contratação raramente serão capazes de fornecer
garantias seguras aos direitos de propriedade intelectual.
Indústrias de alta tecnologia ou que se beneficiam de
investimentos duráveis e especializados irão abandonar
regimes marcados por enormes inseguranças no que se
refere a contratos e a investimentos – por lugares mais
seguros.
(Oliver Williamson, 1995)
130
Proteção aos Investidores
na América Latina
[cf. Galino & Micco (2004, p.31)]
Direito dos
credores
Rule of Law
Direito efetivo
dos credores
Média da AL
0.25
0.42
0.12
Média da
OECD
0.49
0.93
0.45
Média do Sud.
Ásia
0.88
0.65
0.56
Brasil
0.25
0.63
0.16
Chile
0.50
0.70
0.35
Argentina
0.00
0.54
0.00
País
131
Competitividade & Instituições
Fonte: Doing Business 2004
País
Cumprimento de um contrato [enforcing
a contract]
Dias
Procedimentos
EUA
250
17
Inglaterra
288
14
Brasil
566
25
Argentina
520
33
México
421
37
132
A Better Investment Climate for Everyone –
World Development Report - 2005
A good investment climate provides opportunities
and incentives for firms – from microenterprises to
multinationals – to invest productively, create jobs,
and expand. It thus plays a central role in growth
and poverty reduction. Improving investment
climates of their societies is critical for
governaments in developing world...
133
http://www.doingbusiness.org/ExploreEconomies/Default.aspx?economyid=28
134
O Caso das Duas Coréias
Coréia do
Norte
Coréia do
Sul
135
Regormas Institucionais
em 2005/06
Reform s affecting Doing Business indicators on:
Country
Starting
a
business
Georgia
√
Romania
M exico
China
Peru
Guatemala
√
√
√
√
√
√
Getting Protecting
credit
investors
√
√
√
√
√
√
Ghana
Tanzania
√
√
√
√
√
France
Croatia
Dealing
Employing Registering
with
workers
property
licenses
√
√
√
√
√
√
√
√
Paying
taxes
Trading
across
borders
√
√
Closing a
business
√
√
√
√
√
√
√
Enforcing
contracts
√
√
√
√
√
X
√
136
Teoria Macroeconômica II (A)
Fatos Estilizados Sobre o
Crescimento Econômico Moderno
Prof. Giácomo Balbinotto Neto
UFRGS/FCE
137
Download

Os fatos estilizados de Kaldor (1961)