~O600 )321 ()( MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRA-ESTRUTURA DE TRANSPORTES DIRETORIA GERAL ASSESSORIA DE CADASTRO E LICIT AÇAO REFERÊNCIA: EDITAL N° 239/2003-00. RECURSO INTERPOSTO PELA SCONNTEC CONSTRUTORA DE OBRAS LTDA. PROCESSON° 50600.003.515/2003-21. 1. Trata o presente sobre análise e julgamento do recurso, impetrado pela Sconntec Construtora de Obras Ltda., contra a decisão da Comissão de Licitação em face de sua inabilitação para o Lote 1 da concorrência tratada no Edital n° 239/2003-00. 2. As demais licitantes foram comunicadas da existência do recurso, na forma da Lei, por intermédio de "comunicado" publicado no Diário Oficial da União, Seção 3, página 126, do dia 16/03/2004. Nenhuma licitante apresentou contra-recurso. 3. A recorrente foi inabilitada por não ter comprovado, por intermédio de atestados ou certidões, a execução de serviços referentes à "Tratamento Superficial Simples" contrariando, assim, o que determina a letra "c" do subitem 14.4 do Edital. 4. Em resumo, alega a recorrente que atendeu plenamente a referida exigência pois apresentou atestado de obra de manutenção rodoviária com a execução de serviços de pavimentação com Concreto Betuminoso Usinado à Quente - CBUQ, serviço este que seria superior à Tratamento Superficial Simples - TSS exigido no Edital. Em seu recurso afirma que TSS, vulgarmente chamado de "anti-pó" é um serviço "secundário", enquanto que o serviço de fornecimento e execução de CBUQ é um serviço "nobre". Desta forma, afirma que o serviço de CBUQ possui complexidade tecnológica superior ao exigido no Edital. Por considerar que o CBUQ é um serviço superior ao TSS, considera injusta a sua inabilitação já que a própria Lei n° 8.666/93, em seu art. 30, § 3°, determina que "Será sempre admitida a comprovação de aptidão através de certidões ou atestados de obras ou serviços similares de complexidade tecnológica e operacional equivalentes ou superior". 5. Ao receber o recurso, a Comissão decidiu consultar a Coordenação Geral do Instituto de Pesquisa Rodoviária - IPR para que esta emitisse um parecer técnico sobre o assunto a fim de subsidiar a decisão a ser tomada. Cópia do referido parecer passa a ser parte integrante deste Relatório. ~ ~ 4QZ J MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRA-ESTRUTURA DE TRANSPORTES DIRETORIA GERAL ASSESSORIA DECADASTRO E LICITAÇA~ O 6 O O O O 3 5 t :") 6. A referida consulta serviu para ratificar a posição inicialmente tomada pela Comissão de que não existe similaridade entre os dois serviços e, conseqüentemente, não há o que se falar sobre diferença de complexidade tecnológica entre ambos. 7. Destaforma e por todo o exposto,a Comissãode Licitaçãodecide negar provimento ao recursoapresentadomantendo inabilitada a empresa Sconntec Construtora de Obras Ltda. para o lote 1 do Edital n° 239/2003-00,devendo este Relatório ser submetido à Diretoria Executiva do DNIT, na forma do parágrafo4° do artigo 109 da Lei n° 8.666/93. Brasília, 22 de abril de 2004, liq1 J ? 1 ~ 50600 oa3~ 1032 [--~- A FRIO A QUENTE DIRETA INVERTIDA '. . concreto asfáltico areia-asfalto l macadame betuminoso] [;!I] s5 TSD TSTJ Revestimentos por Penetração: São construidos em camadas sucessivas de ligante e agregado Revestimentos por Mistura: São aqueles em que os materiais são previamente misturados. Quando o agregado é aquecido, a mistura é dita a quente, caso contrário, é a frio. O aquecimento do agregado é o parâmetro que caracteriza o tipo de mistura, portanto, numa mistura a frio, pode haver aquecimento do ligante betuminoso. ~ ~ \ u o Tratamento Superficial Betuminoso é a mais singela camada de desgaste de um pavimento flexível. Pode ser projetado para constituir a camada de revestimento de um pavimento novo executado sobre a camada de base imprimada, ou como recapeamento de revestimentos antigos - . São capas de rolamento delgadas em que o agregado e o material betuminoso são espalhados sobre a superfície uniformemente a sobre ser revestida. Quando o material betuminoso, o agregado é distribuído aplicado previamente sobre a superfície a revestir, ele recebe a denominação de revestimento por penetração invertida. Caso contrário, de revestimento por penetração direta. No âmbito federal foi consagrado o de penetração invertida considerando o modo pelo qual o ligante penetra no agregado, ou seja, de baixo para Cima. Tipos de Tratamentos Superliciais Os tratamentos superficiais são classificados de acordo com o número de aplicações do agregado e do ligante, em simples, duplo e triplo: Q Tratamento Simples TS) - apenas uma aplicação de ligante, seguida de uma cobertura de agregado. a Tratamento Duplo TSD) - são duas aplicaçõesde ligante,seguida cada uma, de coberturade agregado. a Tratamento Triplo :TST) - são três aplicações de ligante, seguida cada uma, de coberturade agregado Em que pese a preferência de órgãos rodQ)(láriQ~1 , de empreitelras e de fabricantes " de equipamentos esteja voltada para o concreto asfáltico, deve-se considerar que os tratamentos superficiais são excelentes soluções de reabilitação de pavimentos asfálticos, a medida que a política de melhoria das condições de superfície sejam estendidas, também, para as rodovias de baixo volume de tráfego e que às ~ C "\ '\ \ "'t, 2 y \ \ l('f' J atividades de conservação sejam consideradas como uma diretriz forte do setor público. Embora a execução de tratamentossuperficiaisseja consideradauma arte calcada na experiência e no "olho clínico" do engenheiroespecialista,já se dispõem de técnicas que permitem estabelecercertos princípiosbásicos para esse tipo de serviço. O tratamentosuperficial não é um serviço que se possa executar de qualquer modo e constitui uma operação difícil que exige conhecimentosde engenharia.Emboraseja uma operaçãorelativamentesimples, exigebastanteconhecimentoe experiênciado construtore equipe. Alguns autores consideram como tratamento superficial os serviços de aplicação de ligante betuminoso ou os que associam a interação ligante-agregado. rotineiramente com menos de 3cm de espessura. o tratamentosuperficial propriamente dito tem portanto as seguintes finalidades . Promoveruma superfíciecom texturaanti-derrapante no localonde a pista existente se apresente escorregadia . . Rejuvenescer superfícies desgastadas; Minimizar a propagação de trincas de bases cimentadas para o revestimento denso a ser construído; . Demarcar cruzamento, acessos, acostamento e pistas de aceleração e desaceleraçAo constituindo os denominados "pavimentos sonoros"; . Constituir a camada de rolamento de pavimentos novos ou reabilitados; . Selagem para cura de bases e sub-bases cimentadas; . Revestimento de pequena espessura, de elevada flexibilidade e alta resistência ao desgaste, contudo, não aumenta a resistência estrutural do pavimento; . Selagem de pavimentos que tenham se tomado muito porosos e desgastados - pavimentos envelhecidos. Portanto, a função fundamental dos tratamentos superficiais édecapa selante. ~ ~~, /" ~ \ '\ \ \ 3 JO32i Resumidamente pode-se dizer: 1- Tratamento Superficial Simples (TSS) - é um revestimentoflexível constituído de agregado espalhado unifonnementesobre o material asfáltico aplicado em uma só camada,ou seja, apenasuma aplicaçãode ligantebetuminososobre a superfíciea revestir,seguidade uma cobertura de agregado. O ligante betuminosoé o cimentoasfáltico de petróleoou emulsãoasfálticacatiônicade rupturarápida. 2- Concreto - Asfáltico ou Concreto Betuminoso Usinado a Quente (CBUQ) é um revestimento flexível, resultante de mistura constituída de agregado mineral graduado e material betuminoso, misturados a quente em usina apropriada, espalhada e comprimida a quente, atendendo requisitos ditados . em especificações. O termo Concreto caracteriza uma mistura de agregados de graduação densa aglutinados com um material ligante. Por exemplo, concreto cimento quando o materialligante é o cimento Portland, concreto asfáltico quando o ligante é o cimento asfáltico (material betuminoso) e concreto alcatroado quando o ligante é o alcatrão (material betuminoso). 3- Não há similaridade entre ambos, levando em conta que o Concreto Asfáltico, por ser uma mistura densa trabalha à flexão com uma capacidade estrutural consagrada. Por outro lado, é sempre recomendado executar tratamentos superficiais de elevada flexibilidade (sem função estrutural) em substituiçãoa recapeamentos delgados (~5 cm) de concretos asfálticos convencionais, ocorrer, concretos levando em conta a rápida propagação de trincas, que pode do revestimento asfálticos. desempenho existente para os recapeamentos Os revestimentos quando formulados densos de densos delgados tâm um bom ~\ com asfaltos modificados por polímero ~ / G '\ L...,,/'1 4 .9" \ , .. 1032 J (SBS). que conferem à camada betuminosa uma elevada flexibilidade e uma elevada resistência à tração na flexão. É lógico, que esse desempenho depende também da condição funcional e de defonnabilidade elástica do pavimento a ser restaurado ou da concepção de projeto do pavimento novo a ser construído. É de se esperar também, um bom desempenho de soluções em tratamento superficial, fundamentalmente quando o projeto contempla emulsões asfálticas catiônicas modificadas por polímero. 4. Finalmente, pode-se acrescentar, que a complexidade de construção dos revestimentos é inerente a cada tipo de serviço, diferenciando-se certamente, em detalhes construtivos e de controle tecnológico.Os dois tipos de serviços devem ser executados sob rigoroso controle de construção, calcados em projetos de dosagens e em especificações de serviços. É a nossa opinião Rio de Janeiro, 25 de março de 2004 .c-j / /1 "-_':::=~ 'v~ EngOSalomão Pinto Laboratório da Coordenação da Diretoria de Planejamentoe Pesquisa - IPR/DNIT ~ """'"' G \ 5