Monitoramento do Plano Nacional de Enfrentamento do HIV. Gays e a Política de descentralização de recursos (editais/PAM e Projetos Comunitários) Coordenador de Mesa: Rodolfo Campebel (Coordenador Sudeste da ARTGAY JOVEM) Gil Casimiro (Departamento Nacional de DST-AIDS) Julio Daniel Farias(Articulação Alagoana de ONGs AIDS) Fátima Rodrigues (PE/DST/AIDS) Paulo Lessa (Coordenador da ArtGay) Desde o início da epidemia, na década de 1980, a infecção pelo HIV tem sido um problema crítico de saúde principalmente entre gays, travestis e outros hsh. Esse grupo permanece vulnerável à aids e a outras doenças sexualmente transmissíveis por ainda haver preconceito e estigma e pela carência de leis que criminalizem a violência cometida contra um homossexual. Fonte:MS Segundo o Boletim Epidemiológico, houve um crescimento do percentual de casos de aids entre homossexuais e bissexuais de 13 a 24 anos de idade, variando de cerca de 24%, em 1996, para aproximadamente 41%, em 2006. Fonte:MS Na faixa etária de 25 a 29 anos, nessa categoria de exposição, a variação foi um pouco menor, mas também indicou crescimento: de 26% (1996) para 37% (2006). A Pesquisa de Conhecimentos, Atitudes e Práticas Sexuais (PCAP), de 2004, estima que a população gay e HSH brasileira de 15 a 49 anos corresponde a 3,2 % da população ou cerca de 1,5 milhão de pessoas. Fonte:MS A partir dessa base populacional, a PCAP calculou a taxa de incidência da aids desse segmento em 226,5 casos por grupo de 100 mil habitantes, cerca de onze vezes maior que a taxa da população geral, que é de 19,5 casos por 100 mil. Estudos de comportamento sexual do Ministério da Saúde indicam que gays e HSH têm 11 vezes mais chances de serem infectados pelo HIV do que homens heterossexuais. Fonte:MS Quanto às categorias de exposição, a transmissão sexual continua sendo a principal categoria de exposição do Estado de Alagoas. No total geral das notificações no estado, a categoria heterossexual apresentou 52% das notificações, a homossexual e a bissexual apresentaram 18% e 11% das notificações, respectivamente. Fonte:MS Recursos Financeiros a serem aplicados PAM Atual Saldo do PAM anterior TOTAL Áreas de Atuação Incentivo Próprios Recebido Próprios GERAL % 509.067,06 68.672,13 292.912,31 18.248,34 898.568,51 27,55 0,00 0,00 392.500,00 80.000,00 472.500,00 14,48 Gestão e Desenvolvimento Humano e Institucional 58.135,52 0,00 436.413,55 0,00 544.549,07 16,69 Parcerias com OSC 88.412,89 0,00 1.101.969,58 0,00 1.346.560,30 41,28 655.615,47 68.672,13 2.223.795,44 98.248,34 3.262.177,88 100% Promoção, Prevenção e Proteção Diagnóstico, Tratamento e Assistência Total Geral Valor de Referência - Incentivo Valor de Referência Recursos Próprios Valor de Referência - OSC Fórmula Infantil 399.067,06 68.672,13 88.412,89 18.135,52 PAM 2011 Percebemos que o montante da verba tem tido problema com os repasses para a sociedade civil, devido as descentralização das ações. Temos problemas de PAM em todos os lugares, temos 102 municípios em Alagoas e apenas 3 com PAM. Podemos refletir sobre o significado da dificuldade desses repasses. Quantas ações deixamos de realizar devido a esses problemas? Precisamos de mecanismos de gestão que permitam a sociedade civil uma relação mais pró-ativa A nossa experiência aponta como entrave além da dificuldade de gerenciamento da própria Secretaria de Saúde a Procuradoria Geral do Estado que desconhece a política de aids emperrando todo processo. Não conseguimos dialogar na construção do PAM . É sempre feito em caráter de urgência, e a sociedade civil acaba ficando de fora O monitoramento para a sociedade civil fica a reboque do que está disponível no site do DN de forma que não temos acesso a informação sobre os recursos e a aplicação dos mesmos porque o Estados não possui mecanismos de transparência. Com relação ao Plano de Enfrentamento da Epidemia entre gays, hsh e travestis. Realizamos uma oficina para construção do Plano/2008 com ações que deveriam ser implementadas durante o período de 2009/2011. Terminado o período nenhuma ação foi desenvolvida. O DN convocou o Estado para uma nova oficina em 2011. Fizemos as adequações necessárias, com ações factíveis para desenvolver no período de 2012/2013. Sugeriu-se a formação de o desse Grupo de trabalho e indicamos 02 integrantes da sociedade civil para contribuir, mas o GT foi uma ilusão. Não houve nenhuma reunião até o momento. CONSIDERAÇÕES A política de descentralização fragilizou demais o trabalho de prevenção aos homossexuais. Prejudicou o trabalho de prevenção a Aids e o trabalho de assistência. Verifica-se que essa política não tem sido suficiente para garantir ações universais e de qualidade. CONSIDERAÇÕES Para mim que auxiliei que estou na militância a quase 20 anos, auxiliei na construção dos planos os recursos que haviam destinados para as OSC pelo governo federal eram feitos de forma muito mais ágil do que quando teve início o processo de descentralização. Isso é uma coisa que eu acho que tem que ser corrigida. Não tem ajudado às ações de prevenção e assistência. O movimento gay está bastante fragilizados por causa disso e toda a sociedade perde. CONSIDERAÇÕES A ABGLT identificou que em média os Pams gastaram 1,5% com prevenção para Gays e outros HSH, incluindo as travestis,nos últimos anos. Temos muitos desafios como garantir o acesso a realização de testes e também ter políticas públicas de combate a AIDS na juventude. Mais do que planos, é necessário retomar aquele sentido de luta mais contra a epidemia. As vezes temos a impressão que não existe mais AIDS