Brazil and South Africa: an alternative regional power in the XXI century. Paulo César Souza Manduca1 Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) Danielle Jacon Ayres Pinto2 Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e UNICAMP Abstract This paper proposes to analyze how Brazil and South Africa can be an alternative regional power in the XXI century. After the nineties economic openness and the political democratization of those countries, its space in the international system grew up, but, how this can to reflect a power improvement in the XXI century? Many areas can be seen for explain that improvement, one of than is the commercial relations between that two countries. It’s a fact that Brazil and South Africa in the last decade show a latent desire to increase its international importance and its regional leadership, for this, new strategies of foreign policies was designed for that countries to reach this objective, and the improvement of commercial relations is one of them. Thus, this article will analyze the historical commercial relationship between Brazil and South Africa in the last nineties and first decade of XXI century, for that historical analyses is necessary to understand the States’ role on their own continents because the Brazil and South Africa depend on consolidating regional leadership to aspirate new spot on global dimension, and smart power strategy is one among possibilities, may be the more accepted by partners Keywords: Foreign Policy; Africa; Emerging Markets; Brazil; Regional Powers 1. Introdução No século XXI há uma crescente percepção do surgimento de novos polos de poder no sistema internacional, e de como sua participação neste espaço pode significar uma alteração das relações entre os atores que interagem no sistema. Estados classificados no passado como subdesenvolvidos viram com a globalização seu comércio expandir e se tornarem o que se classifica atualmente como Estados em via de desenvolvimento, alguns com mais sucesso nessa relação de força são ainda considerados Estados emergentes, que é o caso de Brasil e África do Sul. De acordo com a ideia de poder pensada por Joseph Nye (2011) e classificada como Smart Power, é possível compreender a nova dinâmica 1 2 Email: [email protected] Email: [email protected] 1 internacional dos referidos países, e porque seus recursos de poder agora passam a receber uma nova conotação de importância. Neste artigo, o ponto mais relevante a ser debatido como recurso de poder que tornam Brasil e África do Sul, alternativas de poder no século XXI, é sua crescente participação no comércio internacional, e principalmente, no comércio relativo ao grupo de países com menor grau de desenvolvimento, o que torna esses dois atores estatais lideres regionais dentro de suas esferas de poder e os faz crescer em termos de importância no cenário internacional. Assim, para tratar deste primeiro se vai falar um pouco sobre o Smart Power e sobre sua vertente da integração econômica como recurso de poder. Depois se fará um breve relato das relações comerciais entre Brasil e África do Sul, demostrando seus avanços e perspectivas futuras e por fim, comentários finais que nos levarão a entender o papel que esses dois países podem ter no cenário internacional atual. 2. Smart Power e sua construção teórica Quando se trabalha a ideia de poder dentro do espaço internacional sobre as bases do smart power, não se tem em vista propor uma alteração radical do status quo da ordem mundial (onde prevalece a anarquia e a luta do Estado por sua sobrevivência), mas sim, compreender a eficácia de um sistema internacional que privilegie a cooperação e a interdependência (Keohane; Nye, 1989) na construção do poder do ator estatal, dando prioridade não só aos recursos de poder mais brandos (soft power) mas sim a uma concepção diferenciada de como exercer esse poder dentro do cenário internacional. Esse exercício do poder deve ter como base a produção de um ganho alargado, ou seja, um ganho absoluto onde todas as partes envolvidas dentro de uma determinada relação tenha um maior número de expectativas satisfeitas. Assim, podemos classificar o surgimento do smart power como uma junção, necessária nos finais de 90, do neo-realismo e do liberalismoinstitucional, podendo então enquadrar essa vertente de poder nas premissas teóricos do neo-institucionalismo. As principais mudanças no neo- institucionalismo incluem: o reconhecimento do Estado como ator relevante na política internacional, como também, a aceitação do ambiente anárquico do 2 sistema internacional. Essas mudanças denotam uma aproximação da teoria realista, mas com um diferencial, pois os neo-institucionalistas acreditam que apesar da disputa de poder e da adoção pelo Estado de estratégias de sobrevivência neste ambiente, o resultado não será o conflito de forças, e sim, a criação de uma oportunidade de cooperação e interação entre esses atores. Para os neo-institucionalistas, esta cooperação deixará de ocorrer, principalmente, na esfera dos atores transnacionais e passará a ter seu foco recaído sobre o Estado (NOGUEIRA; MESSARI, 2005). O termo smart power foi cunhado pela cientista política estadunidense Suzzane Nossel, em 2004, em um artigo da revista Foreigns Affairs que tinha como objetivo repensar a política externa estadunidense depois do 11 de setembro. Para Suzzane smart power é: Smart power significa saber que a própria mão dos Estados Unidos nem sempre é sua melhor ferramenta: os interesses dos EUA são promovidos por mobilizar outros em nome dos objetivos norte-americanos, através de alianças, instituições internacionais, a diplomacia cuidadosa, e o poder de ideais (NOSSEL, 2004, p. 138). Todavia, as ideias desse viés de poder serão mais aprofundadas pelo acadêmico Joseph Nye, em seu livro The future of Power, onde ele afirma: “O Smart Power não é simplesmente “o soft power 2.0”. Refere-se à habilidade de combinar Hard Power e Soft Power em estratégias efetivas em vários contextos.” (NYE, 2011, p. 15). E complementa: Uma narrativa para o smart power no século XXI, não é somente sobre maximização do poder e manutenção da hegemonia. É principalmente, sobre encontrar caminhos para combinar recursos dentro de uma estratégia de sucesso em um novo contexto de difusão de poder e “ascensão dos outros atores”. (IDEM, 2011, p. 208). Neste sentdo, o smart power é entendido como a integralidade de poder que abrange as vertentes de poder militar e econômico de um Estado, e vai procurar desenvolver outras áreas, no intuito de complementar as duas primeiras vertentes. O desenvolvimento dessas áreas deve se focar em cinco pontos principais: a) alianças, parcerias e instituições; b) desenvolvimento 3 global; c) diplomacia pública; d) integração econômica e; f) inovação e tecnologia (ARMITAGE; NYE, 2007, p.5). Neste artigo, as principais áreas que podem demostrar a capacidade de Brasi e Africa do Sul em se tornar uma alternativa regional de poder são: a integração econômica e o desenvolvimento global. Passamos a vê-las com mais pormenores. 2.1. Integração Econômica Está área é a mais sensível de todas na estratégia de construção do smart power, isto porque está diretamente ligada a manutenção das diretrizes mais ferozes e prejudiciais dos meios capitalistas de produção e de acumulação, o que por sua vez, ao longo do século XIX e XX na política internacional se mostrou uma maneira eficaz de submeter todos atores a vontade de um Estado hegemônico. Todavia, a realidade dos finais do século XX e início do XXI, traz para cena um aumento da integração econômica mundial. Isto não significa simplesmente maiores áreas de integração econômica (i.e. Mercosul, Asean, UE e NAFTA), mas sim uma maior dependência entre os atores ao nível comercial global. Deste modo, a integração econômica visa produzir um cenário que ao mesmo tempo em que atenda as necessidades comerciais de um Estado, se preocupe com a totalidade de benefícios que possam ser gerados para toda a comunidade internacional, e principalmente, para os países mais pobres do globo. Medidas como diminuir ou eliminar barreiras aos produtos, principalmente, os dos países mais pobres, reavaliar e diminuir os custos dos trabalhadores afetados pelo processo de globalização, fortalecer de maneira equitativa as instituições financeiras e comerciais internacionais são medidas imprescindíveis para se construir um poder alicerçado em ganhos absolutos. Uma política global de comércio tida como smart, depende do desenho de uma economia que é suficientemente flexível e competitiva para distribuir benefícios econômicos, enquanto consegue minimizar os custos humanos dos processos de globalização e deslocação econômica. (ARMITAGE; NYE, 2007) 4 Importante nessa área é perceber a diferença dessa estratégia para Estados desenvolvidos e em via de desenvolvimento. Estão ambos em lados opostos da “briga” econômica e comercial global. Todavia, ambos têm que buscar uma nova maneira de se inserir no comércio internacional, visando abrir mercados de maneira que sejam sustentáveis, tanto do ponto de vista econômico como humano. Manter antigos padrões não mais vai fortalecer as economias fortes, e muito menos levar as médias a um patamar mais alto, simplesmente tais padrões irão somente aumentar o fardo dos países subdesenvolvidos e limitar ainda mais a sua capacidade de crescer e se tornar, de alguma forma, competitivo. 2.2. Desevolvimento Global Esta área está diretamente relacionada com a capacidade de ação do Estado na promoção do desenvolvimento (econômico, político e social) de outros Estados. Para isso, o desenvolvimento interno do Estado que pretende por em prática estratégias de construção do smart Power, são imprescindíveis. O exemplo interno de desenvolvimento deve ser o foco de ação internacional. Neste sentido, o desenvolvimento global visa não somente a doação de recursos financeiros de um Estado para outros mais necessitados, mas a preocupação na qualidade dessa ajuda, e na real eficácia que ela terá para modificar situações desfavoráveis. Outro ponto importante, é essa ajuda não ser tida como somente uma contribuição estatal oficial, mas na verdade na preocupação de se criar uma rede de engajamento em torno do propósito de promover o desenvolvimento global, por exemplo: que instituições como fundações, universidades, corporações, organizações religiosas, ONG, entre outras participem do processo de ajuda externa ao desenvolvimento. Todavia, promover o desenvolvimento global também passa por questões mais delicadas e menos práticas do ponto de vista da ação externa no terreno. Isso significa que promover o desenvolvimento global passa por questões como perdão de dívidas dos Estados, liberação justo do comércio entre os países, fim da exploração de mão-de-obra barata, etc. Como comentam Nye Jr e Armitage (2007) o ponto principal da promoção do desenvolvimento global é dar aos Estados mais necessitados e aos seus cidadãos a capacidade de alcançarem suas aspirações, sem estarem 5 privados de questões básicas como saúde, alimentação, educação, salários justos, acesso a tecnologia, entre outros. 3. A interação do Brasil e África do Sul no espaço internacional: o recorrente campo das possibilidades Na história das relações Brasil-África do Sul, é recorrente a idéia de que a localização, história e situação econômica atribuem um amplo leque de possibilidades para as relações bilaterais. Essas expectativas vêm sendo apontadas nos discursos diplomáticos e de outros agentes de Estado, empresários e acadêmicos dos dois países. A mais recente série de manifestações nesse sentido surgiu impulsionado pela consolidação da transição sul-africana no início dos anos 90 e pala reestruturação do Estado brasileiro. Com efeito, as trocas de visitas e a movimentação nos meios diplomáticos tornaram perceptíveis a abertura de novos canais de diálogo entre os dois atores. Deve-se destacar que nos anos 90, nem o continente Africano nem a África do Sul jamais constaram das prioridades brasileiras. Assim mesmo, o estudo das relações Brasil África do Sul, sempre chamaram a atenção de pesquisadores seja nas academias e no corpo diplomático. Fora a Argentina, é o país que mais chama atenção no conjunto dos países do sul. Muito mais que Índia ou Rússia – algumas das prioridades da política exterior contemporânea. Há sem dúvida uma explicação para isso. A África sempre despertou uma mistura de solidariedade com um dos berços da sociedade brasileira e uma certa comiseração pelas tragédias do continente, ou mesmo uma visão estratégica sobre as oportunidades existentes. A África do Sul representou sempre a região que poderia vencer mais facilmente o subdesenvolvimento, sempre associada às riquezas minerais - ouro e diamantes – encontradas desde ali cedo. (MANDUCA, 2002) Vale a pena entender qual o papel reservado para na África do Sul na política exterior brasileira, no quadro das relações sul-sul. A premissa básica das relações sul-sul é originária dos anos 60. È baseada na expectativa frustrada de os países do sul vencerem o estado de pobreza e ingressarem no cada vez mais seleto grupo de países 6 desenvolvidos. O mesmo caminho dos países destruídos pela guerra: Alemanha, Itália, França e Japão. A periferização do sul em relação aos fluxos de investimentos e de tecnologia que levaram a reconstrução da Europa e do Japão e o distanciamento cada vez mais evidente entre pobres e ricos, levou vários líderes de países em desenvolvimento a desacreditarem da possibilidade de que as relações com os países ricos lhes trouxessem vantagens mais eqüitativas. Os investimentos sob a rubrica do Plano Marshal seguiram diretivas estratégicas, o que concentrou recursos no Japão e Europa Ocidental enquanto América Latina, África e o restante da Ásia permaneceram à margem desses investimentos. A busca do tempo perdido no que se refere ao desenvolvimento industrial, levou grande parte dos países a lançarem programas de incentivo à industrialização baseadas em algum modelo de substituição de importações. No entanto, a insuficiência tecnológica e a dependência em relação aos países mais adiantados levou ao esgotamento desses modelos. Pautou-se por uma ideia de que o intercâmbio maior entre países de características semelhantes, no que se refere ao padrão de desenvolvimento e renda, traria um grau maior de equidade dos benefícios. Daí a lógica de se promover maior intercâmbio entre países que pudessem levar a formas mais eqüitativas de divisão dos ganhos no comércio internacional. É nesta ideia que irá se apoiar a estratégia de política externa dos países em questão em se construir como alternativas de poder em suas regiões de influência direta, mas com uma diferença, através de um poder diferente daqueles que o submeteram e os fizeram ficar em desvatagem dentro do sistema internacional, a busca então era para a criação de um poder que pudesse ser cooperativo e que privilegiasse os ganhos absolutos. O regionalismo, que se inclui na ideia de regimes internacionais pensado por Krasner (1983), nos leva a uma possível reflexão da importância das relações sul-sul e da ascensão de Estados líderes nessas regiões. Através do regionalismo, países como Brasil e Argentina estabelecem acordos políticos e econômicos que tendem a levar ao fortalecimento de certas áreas da produção de ambos os países, através da ampliação de escala. O Mercosul, praticamente concentra as prioridades brasileiras no eixo sul-sul. 7 Com efeito, Brasil e Argentina têm dividido investimentos estrangeiros, como o recente fluxo de expansão das montadoras de automóvel, apesar de não haver consenso sobre a participação de cada um deles no total de investimentos. A possibilidade de que este esquema evolua para relações entre essas diversas formas de regionalismo - um inter-regionalismo - elevou em muito as expectativas em torno do eixo sul-sul, pois neste sentido ganharia destaque a África do Sul que lidera a formação de um bloco regional no sul da África inspirada na experiência do cone sul-americano. E foi o que aconteceu, não através de um bloco inter-regional institucionalizado, mas sim através de dois grupos onde os membros desses países foram considerados Estados em franca ascensão econômica, tendo sua influência internaciona acrescida. Esses grupos são: BRICS e o IBAS, sendo o primeiro mais antigo, dinâmico e influente no sistema internacional. Segundo Visentini (2014) após as mudanças no cenário político internacional da década de 90, os anos 2000 trouxeram para a relação Brasil – Africa outra dinâmica, que não mais visava os recursos naturais africanos, mas sim, se calcava em três pontos: 1) Uma aproximação político-diplomática intensa, de âmbito bilateral e multilateral, com vistas a influir na evolução da política mundial […]; 2) no plano econômico, intensificou o comércio de bens nas duas direções (ligeiramente favorável à África), os investimentos brasileiros em infraestrutura e serviços, com o perdão da dívida de vários países e apoio financeiro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) […] e; 3) a Cooperação SulSul teve enorme incremento nos campos técnico, educacional e social […]. (VISENTINI, 2014, p. 50-51). O expoente maior dessa ação brasileira em território africano é a África do Sul, e os pontos acima citados se mostram de extrema relevância para a construção do poder e influência regional do Brasil e África do Sul, calcados nos preceitos do smart power. Na política externa da África do Sul, o cenário é também interessante. A sua política na década de 90, vai lutar não só para se inserir dentro do sistema internacional, mas também, contra um sistema que durante anos moldou todo 8 tipo de ação política sul-africana, o Aparthaid. Segundo Rizzi e Schutz a luta contra o Aparthaid passa na política externa por uma alteração de objetivos internacionais do estado sul-africano, que podem ser identificados assim: A principal característica desse processo foi a busca pela reintegração do país na política regional e a normalização das relações internacionais […] A política externa sul-africana no período de transição foi cunhada de “Nova Diplomacia”, cujas diretrizes projetavam o país não como uma extensão da Europa, mas sim como uma potência média, reconhecida por seus pares austrais como tal. Sua política regional deveria ser implementada por meio de instrumentos não coercitivos. (RIZZI; SCHUTZ, 2014, p.186). O mesmo irá acontecer na política externa brasileira, principalmente no governo Lula, onde a idéia do Brasil com mais participação autonoma no sistema internacional vai ser permeada. Como é possível ver em dois discursos do então chanceler brasileiro, Celso Amorim (2005, p. 28): Temos uma inserção internacional que[...]tem muito a ver com nossa política independente, não-confrontacionista, ao mesmo tempo sem pedir licença para fazer as coisas. E reafirma: No Governo Lula, a América do Sul será nossa prioridade [...] Nossa política externa não pode estar confinada a uma única região [...] O Brasil pode e deve contribuir para a construção de uma ordem mundial pacífica e solidária, fundada no Direito e nos princípios do multilateralismo. (AMORIM, 2003: s/p). Neste sentido, as ações dos dois governos irão produzir comportamentos internacionais que representarão uma nova maneira de construir poder no espaço internacional, o Brasil até de maneira mais preemente quando perdoa as dívidas de alguns países africanos, como vimos acima, e reforça os pilares do desenvolvimento global pensando pelo smart power. A África do Sul por sua vez, vai incrementar sua participação regional e 9 promover um empoderamento da região onde se insere, essa é a proposta da sua política externa emanada do fim do Aparthaid, isso vai representar um ganho de poder na área da integração econômica, já que os precitos dessa serão cunhados por uma atitude pró-ativa sul-africana na região. 4. Considerações finais Esse texto é parte inicial de uma pesquisa mais alrgada sobre a construção do poder e influênca internacional dos países emergentes, todavia ainda são ideias preliminares que estão se alicerçando para um estudo futuro maior, que já está sendo efetivado. Todavia, é possível que se tire algumas conclusões iniciais sobre o papel de Brasil e África do Sul no cenário internacional, co intuito de demostrar a construção de um poder e liderança diferenciada para esses atores dentro do sistema: 1) Na década de 90 tanto Brasil como África do Sul, passavam por uma reformulação de sua identidade enquanto Estado, ao mesmo tempo que o mundo vivia a criação de uma nova ordem mundial com o fim da bipolaridade da guerra-fria. Esses dois fatores serviram para dar aos Países em questão uma nova conotação para sua inserção regional e internacional, trazendo a possibilidade de que se recosntruíssem com fontes de poder alternativos; 2) A criação de regimes internacionais, tanto regionais como internacionais, abriu espaço para uma nova esfera para se exercer poder, e isso foi fundamental para Brasil e África do Sul. Mercosul, União Africana, BRICS e IBAS, surgem como alternativas precisosas para a construção da influência internacional desses países; 3) A enfase nos anos 90 e 2000 do diálogo Sul-Sul como sendo essencial mostrou ao Brasil e África do Sul, que era possível ser uma liderança, mas que para isso era preciso forjar um novo meio de liderar e ter poder no espaço internacional, e o Smart Power surgiu como essa opção, principalmente nas questões econômicas e de desenvolvimento que são tão caras aos países em questão e aos seus vizinhos e zonas de influência direta. 10 Assim, ainda há muito por fazer, mas tanto Brasil como a África do Sul, são reais candidatos a se tornar um potência com grande influência internacional, mas que no momento, já atuam como uma liderança regional. Todavia, essa posição que alcançaram não é unânime entre seus pares regionais, porém, cabe a Brasil e África do Sul exercer influência e poder de maneira que todos os envolvidos nessa relação possam ter seus objetivos alcançados e suas expectativas correspondidas, do contrário serão considerados poderes tão opressores como as potências hegemônicas atuais. 5. Referências Bibliográficas AMORIM, Celso (2003). Discurso proferido pelo Embaixador Celso Amorim por ocasião da Transmissão do Cargo de Ministro de Estado das Relações Exteriores.,http://www.mre.gov.br/portugues/politica_externa/discursos/discurs o_detalhe3.asp?ID_DISCURSO=2041 [20 de abril de 2014]. ______________ (2005). Política Externa do Governo Lula: os dois primeiros anos. Rio de Janeiro: Observatório Político Sul-Americano, http://observatorio.iuperj.br/artigos_resenhas/Artigo%20Celso%20Amorim.pdf [20 de novembro de 2013]. ARMITAGE, Richard L.; NYE JR, Joseph S. (2007). A smarter, more secure America. 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África e as potências emergentes: o sul e a cooperação profana. Austral: Revista Brasileira de Estratégia & Relações Internacionais, v.3, n.5, Jan-Jun. 2014, p. 41-68. 12