Novembro de 2002 3 A arte não dá respostas. Faz perguntas. Este é o conceito que inspirou a concepção da marca da 4ª Bienal de Artes Visuais do Mercosul, criada pelo escritório Homem de Melo & Troia Design, de São Paulo. Para o curador-geral da 4ª Bienal do Mercosul, Nelson Aguilar, “o símbolo gráfico incorpora a dança, o oráculo, o labirinto em sua dupla interrogação. Quem somos? Para onde vamos? Eis as questões que estão no olho do ciclone artístico”. Ao atender ao convite da Diretoria da Fundação Bienal de Artes Visuais do Mercosul, o designer Francisco Homem de Melo procurou incorporar na marca a expressão multifacetada das obras que serão exibidas na 4ª edição da Mostra. “A dupla interrogação faz referência à multiplicidade de visões que caracteriza nossa transnacionalidade”, explica. E acrescenta: “A arte latinoamericana é um interrogar-se permanente sobre os parado- xos que conformam nossa identidade. O símbolo tematiza esse interrogar-se enraizado em nossa História”. A força da síntese gráfica comporta ainda outros elementos, como a referência à forma peculiar da língua escrita espanhola de inverter os sinais de interrogação e exclamação no início das frases. “A interrogação invertida remete a uma característica marcante do idioma da maioria dos países do Mercosul. No entanto, a força do sinal independe do leitor ter ou não essa informação”, ressalta Homem de Melo, que foi curador da 6ª Bienal de Design Gráfico, em 2002, autor do projeto de sinalização e da instalação Linha do Tempo na Exposição 50 anos da Bienal de São Paulo, em 2001, e responsável pela identidade visual da Mostra do Redescobrimento, em 2000. Art does not answer. It asks questions. A arte não responde. Pergunta. Art does not give answers. It asks questions. This is the concept that inspired the logo for the 4th Mercosul Visual Arts Biennial created by the Homem de Melo & Troia Design office, in São Paulo. For the curator general of the 4th Mercosul Biennial, Nelson Aguilar, ‘the graphic symbol incorporates dance, the oracle, the labyrinth in its double questioning. Who are we? Where are we going? These are the questions that are in the eye of the artistic cyclone’. On accepting the invitation from the Board of Directors of the Mercosul Biennial Visual Arts Foundation, the designer Francisco Homem de Melo sought to incorporate the multifaceted expression of the works of art to be exhibited in the 4th edition of the Exhibition in the graphic symbol. ‘The double interrogation/question mark refers to the multiplicity of visions that characterize our transnationality’, he explains. And adds: ‘Latin American art is a permanent questioning on the paradoxes that form our identity. The symbol embodies this questioning rooted in our History’. The force of the graphic synthesis contains other elements, such as the reference to the peculiar form of the written Spanish language of inverting question and exclamation marks at the beginning of phrases. ’The inverted question mark is a striking characteristic of the language of most of the Mercosul countries. However, the graphic force of the question or exclamation mark does not depend on whether reader has this information’, points out the designer, who was curator of the 6th Graphic Design Biennial in 2002, author of a signalization project and the installed the Time Line in the Exhibition 50 years of the São Paulo Biennial in 2001 and was responsible for the visual identity of the Rediscovery Exhibition in 2000. 2 Nas três mostras realizadas em 1997, 1999 e 2001, a Bienal de Ar tes Visuais do Mercosul firmou-se no concerto das grandes bienais do mundo. Como pólo irradiador de uma concepção artística original e desafiadora, reafirmou as identidades históricas e culturais dos povos latinoamericanos, contando para isso com o apoio das esferas governamentais e diplomáticas, bem como de empresários e da comunidade cultural. A próxima edição da Bienal, de outubro a dezembro de 2003, congrega mais uma vez Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai. A partir de um conceito inédito, que estabelece o elo entre as raízes e a produção atual da arte do continente, a equipe de curadores comandada por Nelson Aguilar definiu o formato das grandes exposições que serão exibidas ao público. Da mesma forma, indicou o artista homenageado da Mostra, Saint-Claire Cemin, brasileiro que ocupa lugar privilegiado no circuito internacional das ar tes plásticas. Ao mesmo tempo, a marca da 4ª Bienal foi concebida em consonância com a idéia de uma ar te aber ta aos questionamentos fundamentais de nosso tempo. No momento em que a 4ª Bienal encontra-se em estágio avançado de concepção e execução, a Fundação Bienal de Artes Visuais do Mercosul conclama a adesão de todos os segmentos dos países latinoamericanos, bem como reafirma as amplas possibilidades de relacionamento e comunicação empresarial proporcionadas pelo evento. O espectro de oportunidades aos investidores se coaduna com a necessidade de atendimento às importantes demandas de responsabilidade social. Editorial Editorial In the three exhibitions in 1997, 1999 and 2001, the Mercosul Visual Arts Biennial become established in the concert of the great Biennials of the world. As irradiating pole of an original and challenging artistic conception, it reaffirmed the historical and cultural identities of the Latin American peoples, counting for this on the support of the government and diplomatic circles, as well as businessmen and the cultural community. The 4th Mercosul Biennial will take place from October to December 2003, once again congregating Argentina, Bolivia, Brazil, Chile, Paraguay and Uruguay. From a novel concept, that establishes the link between the roots and the current art production on the continent, the team of curators headed by Nelson Aguilar defined the format of the great exhibitions to be shown to the Renato Malcon Presidente da Fundação Bienal de Artes Visuais do Mercosul public. Thus he indicated the artist honored by the Exhibition, Saint-Claire Cemin, a Brazilian who occupies a privileged position in the international plastic arts circuit. At the same time, the 4th Biennial logo was conceived in consonance with the idea of an art open to the fundamental questioning of our time. At the moment at which the Biennial is at an advanced stage of conception and execution, the Mercosul Biennial Visual Arts Foundation calls for the adhesion of all sectors of the Latin American countries and reaffirms the wide possibilities of business relating and company communication provided by the event. The specter of opportunities for investors is coaduan with the need to meet the important demands of social responsibility. Renato Malcon Preseident of the Mercosul Biennial Visual Arts Foundation A 4ª Bienal do Mercosul questiona a ordem do circuito cultural planetário The 4th Mercosul Biennial questions the order of the planetary cultura circuit Exclusión Pablo Suárez, 1999 Obra integrante da Mostra Icônica Buenos Aires, capital psicanalítica Exclusión Pablo Suárez, 1999 Work part of the Buenos Aires Iconic Exhibition, psychoanalytical capital 3 América do sol mero enfileiramento de gravuras. Reconstitui a travessia sensível do artista em terras guaranis. Passa pelas esculturas missioneiras, detém-se na façanha têxtil dos ñandutis, repara no recato de uma comunidade que se encerra, se inclui em reduções, ecoando um comportamento introspectivo que se desenha na implantação do país no âmago do continente. A Bolívia terá a direção da jornalista Cecília Baya, conselheira da Fundação Cultural do Banco Central da Bolívia. Quem percorre as cidades andinas como La Paz redescobre os Sertões de Euclides da Cunha. Primeiro a terra, depois o homem. A natureza monocromática, de uma aridez amarela, assiste à explosão colorística das vestimentas. O fotógrafo Pierre Verger soube captar, através das infinitas nuances que vão do negro ao branco, o grito da cultura na natureza despojada. A curadora tem a intenção de propiciar um concurso nacional para concentrar todas as energias criativas num só artista capaz de entender o recado do morro. Nelson Aguilar Curador-geral da 4ª Bienal do Mercosul Aguilar: renovação dos curadores sul-americanos Aguilar: renovation in the South American curator s South America A 4ª Bienal do Mercosul renovou completamente o quadro de curadores sul americanos. O Uruguai conta com o arquiteto Gabriel Peluffo Linari, diretor do Museu Municipal Juan Manuel Blanes. A mescla de enraizamento e cosmopolitismo estará tão presente na obra do escultor Gonzalo Fonseca quanto na dos artistas que trabalham com novas mídias ou tentam converter as tradicionais em insólitas. A Argentina está presente com Adriana Rosenberg, diretora da premiadíssima Fundação Proa. Adriana está projetando a mostra Buenos Aires, capital psicanalítica. Trabalhamos com a possibilidade de organizar uma exibição exemplar do mestre Antonio Berni. No Chile, convidamos Francisco Brugnoli, diretor do Museu de Arte Contemporânea de Santiago, que responde pela presença de Roberto Matta e da comitiva de talentos atuantes no circuito artístico. Quem pretende se comunicar hoje tenta re criar a atmosfera e a fatura especiais que o grande pintor chileno filiado ao surrealismo obteve, marcando seguidores por vezes mais reconhecidos como Francis Bacon. Paraguai cresce sob a autoridade do arquiteto Javier Rodríguez Alcalá e dedica seu momento monográfico à obra de Lívio Abramo. A mostra não se contenta com um The 4th Mercosul Biennial completely renewed the South American curator staff. Uruguay has the architect Gabriel Peluffo Linari, director of the Juan Manuel Blanes Municipal Museum. The mixture of local roots and cosmopolitism will be as present in the work of the sculptor Gonzalo Fonseca as in the work of the artists who work with new media or try to convert the traditional media into the unexpected. Argentina is present with Adriana Rosenberg, director of the highly awarded Proa Mercosul Biennial Visual Arts Foundation. Adriana is projecting the Buenos Aires exhibition, psycanalytical capital. We are working with the possibility of organizing an exhibition of the master Antonio Berni. In Chile, we invited Francisco Brugnoli, director of the Santiago Contemporary Art Museum, who is responsible for the presence of Roberto Matta and the committee of talents acting in the artistic circuit. Whoever intends to communicate today seeks to recreate the atmosphere and special wealth of the great Chilean painter linked to surrealism, sometimes marking better-known followers such as Francis Bacon. Paraguay grown under the authority of architect Javier Rodríguez Alcalá and dedicates his monographic moment to the work of Lívio Abramo. The exhibition does not stop at a mere lining up of engravings, it reconstitutes the sensitive passing of the artist in guarani lands. It passes through the missionary sculptures, dallies in the textile wonder of the ñandutis, notices the quietness of a community that is closed, included in reductionisms, echoing an introspective behavior that is designed in the implantation of the country in the depths of the continent. Bolivia will be under the direction of the journalist Cecília Baya, councilor of the Bolivia Central Bank Cultural Foundation. Whoever goes through Andean cities such as La Paz rediscovers the Backlands of Euclides da Cunha. First the land, then man. Monochromatic nature, a yellow aridity, watch the colorful explosion in clothing. The photographer Pierre Verger understood how to capture, through the infinite nuances from black to white, the shout of culture in exuberant nature. The curator intends to set up a national contest to concentrate all the creative energies in a single artist capable of understanding the message from the mountains. Tarabuco, Bolívia Pierre Verger, 1946 Obra integrante da Mostra Icônica Pierre Verger vê a Bolívia Tarabuco, Bolivia Pierre Verger, 1946 Work from the Iconic Exhibition, Pierre Verger sees Bolivia Nelson Aguilar Curator-general 4th Mercosul Biennial 4 Arqueologia Contemporânea A idéia motriz da 4ª Bienal de Artes Visuais do Mercosul – a ser realizada entre outubro e dezembro de 2003, em Porto Alegre – é o parentesco entre a arte do passado e a produção contemporânea na América Latina. Do mesmo modo como o arqueólogo revolve o solo, em busca de vestígios de civilizações antigas, para melhor compreender as sociedades do presente, a arte estabelece os laços entre as origens e a situação atual das culturas do continente. “A produção da última geração ratifica a dos pioneiros, de tal modo que se pode falar em arqueologia viva, capaz de abranger uma trajetória cultural de longa duração”, afirma o curadorgeral, Nelson Aguilar. A interação entre o remoto e o presente se explicita em exposições como a Mostra do México – país convidado do evento –, que apresenta José Clemente Orozco, a expressão mais livre e universal do muralismo mexicano. Transparece ainda na Mostra Histórica (Arqueologia das Terras Altas), mosaico da arte précolombiana transandina, que abrange cerâmicas, tecidos e metais de 30 mil anos antes de Cristo até a conquista espanhola. Está inserida também na Mostra Transversal (O Delírio de Chimborazo), que reúne obras inspiradas no percurso do venezuelano Simon Bolívar para libertar metade do continente sul-americano. Os seis países membros da Bienal do Mercosul – Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai – se expressam por meio das Representações Nacionais (amplo painel da produção contemporânea) e das Mostras Icônicas, exposições especiais dedicadas a um tema ou artista. A Mostra Ícone do Brasil apresenta o artista homenageado da 4ª Bienal, Saint-Clair Cemin, natural de Cruz Alta (RS), hoje radicado em Nova York. Formado na École Normale Supérieure des Beaux-Arts, de Paris, é um dos principais nomes da gravura e da escultura no circuito internacional. Outro destaque é o escultor uruguaio Gonzalo Fonseca, cujo trabalho será pela primeira vez exi- bido no Brasil. O público terá ainda oportunidade de conhecer imagens produzidas na Bolívia, nos anos 40, pelo fotógrafo francês Pierre Verger, além da coleção paraguaia do gravador brasileiro Lívio Abramo. Completam as Mostras Icônicas a obra do chileno Roberto Matta e uma exposição com o tema Buenos Aires, a capital psicanalítica. Realizada no Margs, Memorial do Rio Grande do Sul, Usina do Gasômetro e Armazéns do Cais do Porto, a 4ª Bienal cumprirá um papel educativo ao oferecer cursos, oficinas e seminá rios. Para enriquecer a visita de milhares de estudantes, será instalada a Sala do Pesquisador, com bibliografia e equipamentos reservados aos professores. 1 2 1 MOSTRA DO MÉXICO, PAÍS CONVIDADO José Clemente Orozco 2 MOSTRA HISTÓRICA Arqueologia das Terras Altas 3 MOSTRA TRANSVERSAL O delírio de Chimborazo 4 Argentina Representação Nacional – Mostra de Artistas Contemporâneos Mostra Icônica – Buenos Aires, capital psicanalítica 5 Bolívia Representação Nacional – Mostra de Artistas Contemporâneos Mostra Icônica – Pierre Verger vê a Bolívia 6 Brasil Representação Nacional – Mostra de Artistas Contemporâneos Mostra Icônica – Saint-Clair Cemin Artista Homenageado 7 Chile Representação Nacional – Mostra de Artistas Contemporâneos Mostra Icônica – Roberto Matta 8 Paraguai Representação Nacional – Mostra de Artistas Contemporâneos Mostra Icônica – Lívio Abramo 9 Uruguai Representação Nacional – Mostra de Artistas Contemporâneos Mostra Icônica – Gonzalo Fonseca 3 4 5 6 7 Contemporary Archeology 5 The driving idea of the 4th Mercosul Biennial – to be held from October to December 2003 in Porto Alegre – is the relationship between art from the past and contemporary production in Latin America. In the way that the archeologist turns over the soil, searching for remains of ancient civilizations to better understand present societies, art establishes links between the origins and the current situation of cultures on the continent. ‘The production of the last generation confirms that of the pioneers so that a contemporary archeology can be talked of, capable of attaining a long-lasting cultural course’, states the curator general, Nelson Aguilar. The interaction between the remote and the present is explained in exhibitions such as the Mexico Exhibition – a guest country at the event – that presents José Clemente Orozco, the freest and most universal expression of Mexican mural painting. Further transparece in the Historic Exhibition (Archeology of the High Lands), mosaic of the transandean pre-Colombian art, that includes pottery, fabrics and metals from 30 thousand years before Christ until the Spanish conquest. This is also included in the Transversal Exhibition (Chimborazo´s Delirium) that brings together works inspired on the story of the Venezuelan Simon Bolivar to free half the South American continent. The six member countries of the Mercosul Biennial Argentina, Bolivia, Brazil, Chile, Paraguay and Uruguay – express themselves through National Representation (wide panel of contemporary production) and the Iconic Exhibitions, special exhibitions dedicated to a theme or artist. The Brazilian Icon Exhibition presents the artist honored in the 4th Biennial, SaintClair Cemin, born in Cruz Alta (RS) and living today in New York. He graduated from the École Normale Supérieure des Beaux-Arts in Paris and is one of the main names in engraving and sculpture on the international circuit. Another feature is the Uruguayan sculptor Gonzalo Fonseca, whose work will be exhibited for the first time in Brazil. The public will also have an opportunity to see images produced in Bolivia in the 1940s by the French photographer Pierre Verger, besides the Paraguayan collection of the Brazilian engraver, Lívio Abramo. The Iconic Exhibitions include works by the Chilean Roberto Matta and an exhibition with the theme Buenos Aires, the psychoanalytical capital. Held in the Margs, Rio Grande do Sul Memorial, Gasometer Factory and Quay Warehouses , the 4th Biennial will fill an educational role by offering courses, workshops and seminaries. To enhance the visit of thousands of students, a Researcher´s Room will be set up, with bibliography and equipment reserved for teachers. 1 EXHIBITION FROM MEXICO, GUEST COUNTRY José Clemente Orozco 2 HISTORICAL EXHIBITION Archeology in the High Lands 8 3 TRANSVERSAL EXHIBITION Chimborazo´s delirium 4 Argentina National Representation – Exhibition of Contemporary Artists Iconic Exhibition – Buenos Aires, psychoanalytical capital 5 Bolívia National Representation – Exhibition of Contemporary Artists Iconic Exhibition – Pierre Verger sees Bolivia 9 6 Brazil National Representation – Exhibition of Contemporary Artists Iconic Exhibition – Saint-Clair Cemin Honored Artist 7 Chile National Representation – Exhibition of Contemporary Artists Iconic Exhibition – Roberto Matta 8 Paraguay National Representation – Exhibition of Contemporary Artists Iconic Exhibition – Lívio Abramo 9 Uruguay National Representation – Exhibition of Contemporary Artists Iconic Exhibition – Gonzalo Fonseca 6 Cultura incrementa os negócios Culture enriches business Os empresários estão conscientes de que o investimento em marketing cultural vai além do cumprimento de uma responsabilidade social. Na realidade, investir em cultura produz resultados diretos no incremento dos negócios. “Ao optar por uma marca, em detrimento de outra, o consumidor não leva em consideração só a qualidade do produto que lhe é oferecido, mas também a imagem, as atitudes e o relacionamento da empresa com a sociedade.” A observação é de José Galló, diretor-presidente das Lojas Renner S.A. – um dos patrocinadores da Bienal de Artes Visuais do Mercosul. Com faturamento de R$ 900 milhões/ano e 5 mil funcionários, atuando em sete estados do país e no Distrito Federal, a Renner doou mais de 40 obras ao Museu de Artes do Rio Grande do Sul desde 1999, além de participar da restauração de museus, centros culturais e monumentos públicos. O empresário explica que a estratégia da companhia parte da convicção de que o cliente integra uma comunidade viva, com necessidades de ordem espiritual e cultural que não podem ser ignoradas. “A empresa que demonstra um comportamento alheio a estas necessidades acaba sendo preterida pelo consumidor”, conclui. José Galló Diretor presidente das Lojas Renner José Galló Director president of Lojas Renner Bienal Mercosul/ Mercosul Biennial Promotores/Promoters Governo Federal – Ministério da Cultura – Lei Rouanet Governo Estadual – Secretaria da Cultura – LIC Fundação Bienal de Artes Visuais do Mercosul Patrocinadores Beneméritos/ Benefactor sponsors CEEE Copesul Gerdau Governo do Estado – Convênio Governo Federal – FNC Ipiranga Vonpar / Coca-Cola Patrocinadores/Sponsors Abifarma Azaléia Banco Real Banco Santander CRT Elegê Alimentos / Avipal General Motors Lojas Colombo Lojas Pompéia Lojas Renner Opp-Petroquímica Petrobras Artes Visuais RBS Rio Grande Energia Souza Cruz Springer Carrier Stemac Grupos Geradores Trabalho Voluntário/ Voluntary Work Instituto da Mama do Rio Grande do Sul Ong Parceiros Voluntários Rotary Internacional Apoiadores/ Supporters Businessmen are aware that investment in cultural marketing goes beyond fulfilling a social responsibility. In reality, investing in culture produces direct results on business returns. ‘When opting for one brand in detriment to another, the consumer does not consider only the quality of the product he is offered, but also the image, the attitudes and the relationship of the company with society’. The observation was made by José Galló, President-director of Lojas Renner S.A. (Renner Department Stores Ltd.), one of the sponsors of the 4th Mercosul Biennial. With earnings of R$ 900 million/year and five thousand employees, acting in seven states in Brazil and the Federal District, Renner has donated more than 40 works of art to the Rio Grande do Sul Art Museum since 1999 and participated in the restoration of museums, cultural centers and public monuments. The businessman explains that the company strategy originates in the conviction that the client is part of a live community, with spiritual and cultural needs that cannot be ignored. ‘The company that is indifferent to these needs ends up rejected by the consumer’, concludes Galló. Naven Saint-Clair Cemin, 1993 Obra integrante da Mostra Icônica Saint-Clair Cemin – Artista homenageado Naven Saint-Clair Cemin, 1993 Work part of the Saint-Clair Cemin Iconic exhibition – Honored artist APLUB, Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, Banco Malcon, Caixa Econômica Federal, Digitel, Empresa Jornalística Caldas Júnior, Casa de Cultura Mario Quintana, Companhia Carris Porto-Alegrense, Companhia Zaffari, Conselho Estadual de Cultura do Rio Grande do Sul, Corpo Consular Acreditado no Estado do Rio Grande do Sul, DC Navegantes, Deprec, Dimed, Exitus Publicidade, Feira do Livro de Porto Alegre, Fras-le, Fundação Memorial da América Latina, Grupo Edel, Grupo Iochpe, Habitasul, Hospital Psiquiátrico São Pedro, Marcopolo, Memorial do Rio Grande do Sul, Mercado Público de Porto Alegre, Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli, Museu de Comunicação Social Hipólito José da Costa, Lupatech, Panvel Farmácias, Perto, Prefeitura Municipal de Porto Alegre – Secretaria Municipal da Cultura, Randon, Rede Bandeirantes, Sonae, Terra, Theatro São Pedro, Ulbra, Unesco, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Universidade de Caxias do Sul, Usina do Gasômetro, Varig, Vidrofort, Volkswagen. 7 Waltercio Caldas, linguagem sem limites mo e arte conceitual –, sem prender-se a nenhum deles, mas incorporando criticamente os questionamentos que cada um propõe. “Quando o conceito vira dogma, é desconfortável adotá-lo.” A mostra mais recente foi Livros, no Margs e na Pinacoteca de São Paulo, com 27 livros-objeto que produziu de 1967 até hoje. Ele transita por outras áreas profissionais, conforme a “necessidade poética” do trabalho. Desde 29 de outubro, no SescBelenzinho, em São Paulo, apresenta Meio Ato, peça teatral sem atores em cena – os protagonistas são móveis, cadeiras, cortinas, luz e som. O espaço e os objetos consti tuem o tema central, tanto quanto nas artes plásticas. Escultura para o rio, 1996 Sculpture for the river, 1996 Waltercio Caldas, language without limits “Se o artista possui alguma força, deve usá-la para resistir aos postulados vigentes. Não é questão de simples rebeldia. Trata-se de uma necessidade de evolução da linguagem plástica e, em última instância, da oportunidade de torná-la possível.” A afirmação é de Waltercio Caldas, escultor e desenhista carioca, de 55 anos, cuja obra é referência obrigatória para a arte contemporânea e está exposta em museus de ponta do cenário mundial, como o MoMa, de Nova York. Suas esculturas se espalham por vias públicas do Brasil, Dinamarca e Uruguai. Em 1997, esteve presente na I Bienal do Mercosul, após participar da Documenta de Kassel (Alemanha) e da Bienal de Veneza. Caldas vive a influência de múltiplos movimentos – neoconcretismo, Pop, Minimalis- ‘If the artist has some strength, he should use it to resist the postlado vigentes. It is not a question of simple rebellion. It is a need for evolution in the plastic language and in the last instance, an opportunity to make it possible’. The statement is by Waltercio Calda, carioca sculptor and drawer, 55 years old, whose work is obligatory reference for contemporary art and is xhibited in important museums in the world scenario, such as the MoMa in New York. His sculptures are spread along public highways in Brazil, Denmark and Uruguay. In 1997 he was present in the first Mercosul Biennial after participating in the Kassel document (Germany) and the Venice Biennial. Caldas lives the influence of multiple movements – neoconcretism, Pop, Minimalism and conceptual art – without clinging to any of them, but incorporating critically the questioning that each one proposes. ‘When the concept becomes dogma, it is uncomfortable to adopt it’. The most recent exhibition was Books, in the Margs and in the São Paulo Pinacoteca Museum, with 27 object books that he has produced from 1967 to today. He moves through other professional areas, depending on the ‘poetic need’ of the work. Since October 29, in the Sesc-Benezinho, in São Paulo, he presents Half Act, a theatrical play without actors on stage – the protagonists are furniture, chairs, curtains, light and sound. The space and the objects are the central theme, as in the plastic arts. Escultura para todos os materiais não-transparentes, 1985 Sculpture for all the non-transparent materials, 1985 Água Roberto Matta, 1939 Obra integrante da Mostra Icônica Roberto Matta Água Roberto Matta, 1939 Work part of the Roberto Matta Iconic Exhibition Um interrogar-se permanente A nova marca da 4ª Bienal do Mercosul, lançada em setembro pela Fundação Bienal de Artes Visuais do Mercosul, causa impacto ao desarmar a expectativa de que a arte deva oferecer respostas. O duplo ponto de interrogação, acompanhado pelo slogan A arte não responde. Pergunta. abre novos cenários e descortina sentidos. Procura transmitir a visão de que a arte latino-americana é um interrogar-se permanente sobre os paradoxos que conformam nossa identidade. “O designer Francisco Homem de Melo interpretou as curvas interrogativas como participantes do ciclo nascimento-mor te-ressurreição. Lá do mundo gráfico altamen- te codificado insinuam-se as serpentes pré-colombianas. Tomando vidência da constelação de eventos, o símbolo profere a fala de Antonin Artaud”, diz o curador-geral da 4ª Bienal do Mercosul, Nelson Aguilar. Conselho de Administração Administrative board Presidente/President – Renato Malcon Adelino Colombo Elvaristo Teixeira do Amaral Eva Sopher Hélio de Conceição Fernandes Costa Horst Ernst Volk Ivo Abraão Nesralla Jayme Sirotsky João Vontobel Jorge Polydoro Jorge Gerdau Johannpeter José Luiz Marques Júlio Ricardo Andrighetto Mottin Justo Werlang Luiz Carlos Mandelli Luiz Fernando Cirne Lima Michael Ceitlin Paulo Amaral Péricles de Freitas Druck Raul Anselmo Randon Renato Malcon Sérgio Silveira Saraiva Willian Ling Conselho Fiscal/Financial board Geraldo Hess Jairo Coelho da Silva José Benedicto Ledur Mário Espíndola Ricardo Russowsky Wilson Ling Curadoria/Curator “Abandonem as cavernas do ser. Venham. O espírito sopra fora do espírito. É tempo de abandonar seus recantos. Cedam ao omnipensamento. O maravilhoso está na raiz do espírito.” Antonin Artaud A permanent questioning Fundação Bienal de Artes Visuais do Mercosul/Mercosul Visual Arts Foundation The new logo of the 4th Mercosul Biennial released in September by the Mercosul Biennial Visual Arts Foundation causes impact by disarming the expectation that art should give answers. The double question mark, accompanied by the slogan ‘Art does not answer. It asks questions’ opens new scenarios and uncovers new emotions. It seeks to transmit the vision that Latin American art is a permanent questioning on the paradoxes that form our identity. ‘The designer Francisco Homem de Melo interpreted the curves of the question mark as participants of the birthdeath-resurrection cycle. Pre-Columbian serpents are insinuated there from the highly codified graphic world. Taking clairevoyance from the constellation of events, the symbol utters the speach of Antonin Artaud’, says the curator general of the 4th Mercosul Biennal, Nelson Aguilar. ‘Abandon the caves of the being. Come. The spirit blows outside the spirit. It´s time to leave your retreat. Give in to the omnipresent. The marvel is the root of the spirit’. Antonin Artaud Curador-Geral/General curator – Nelson Aguilar Curador-Adjunto/Assistant curator – Franklin Pedroso Comitê Superior de Planejamento Estratégico Committee of Strategic Planning Abe Thomas Hughes André Loiferman Carmen Luiza Conter Ferrão Eduardo Bier Côrrea Eduardo Logemann Geraldo Hess Jones Bergamim Jorge Buneder Jorge Ribeiro José Galló José Portela Nunes Lauro Schirmer Luiz Carlos Piva Mario Espíndola Meyer Joseph Nigri Paulo Gasparotto Roger Wright Vera Regina Pellin Vicente José Rauber Wrana Panizzi Diretoria/Board of Directors Presidente/ President Renato Malcon Vice-Presidente/Vice President Justo Werlang Diretores/Directors Alfredo Tellechea André Jobim de Azevedo Gilberto Soares Machado José Paulo Soares Martins Luiz Flaviano Feijó Ricardo Menna Barreto Felizzola Roberto André Dreifuss Rodrigo Vontobel Renato Rizzo Expediente/Editorial staff Revista Bienal Mercosul – Rua dos Andradas, 1234 – conj. 1008 CEP 90020-008 – Porto Alegre – RS – Brasil [email protected] www.bienalmercosul.art.br Coordenação e edição/Coordination and edition: Neiva Mello Comunicação Empresarial – Redação/Texts: Paulo César Teixeira – Tradução/Translation: Adrienne Hurley Ferraz de Toledo – Execução/Execution: Plural Comunicação Fotos/Photos: Mathias Kraemer e Alex Medeiros Esta publicação integra a edição nº 42 da revista Aplauso This publication integrates the 42th edition of the Aplauso magazine