Novembro de 2002
3
A arte não dá respostas.
Faz perguntas. Este é o conceito que inspirou a concepção
da marca da 4ª Bienal de Artes
Visuais do Mercosul, criada
pelo escritório Homem de
Melo & Troia Design,
de São Paulo. Para
o curador-geral da
4ª Bienal do Mercosul, Nelson Aguilar,
“o símbolo gráfico incorpora a dança, o oráculo,
o labirinto em sua dupla interrogação. Quem somos?
Para onde vamos? Eis as
questões que estão no olho
do ciclone artístico”.
Ao atender ao convite
da Diretoria da Fundação
Bienal de Artes Visuais do
Mercosul, o designer Francisco Homem de Melo procurou incorporar na marca a expressão multifacetada das obras que
serão exibidas na
4ª edição da Mostra. “A dupla interrogação faz referência à multiplicidade de visões
que caracteriza nossa
transnacionalidade”, explica.
E acrescenta: “A arte latinoamericana é um interrogar-se
permanente sobre os parado-
xos que conformam nossa
identidade. O símbolo tematiza esse interrogar-se enraizado em nossa História”.
A força da síntese gráfica
comporta ainda outros
elementos, como a
referência à forma peculiar da
língua escrita espanhola de inverter os sinais
de interrogação e
exclamação no início
das frases. “A interrogação invertida remete a uma característica marcante do idioma
da maioria dos países
do Mercosul. No entanto, a força do sinal
independe do leitor
ter ou não essa informação”, ressalta Homem de Melo, que foi
curador da 6ª Bienal
de Design Gráfico,
em 2002, autor do
projeto de sinalização e da instalação Linha do
Tempo na Exposição 50 anos da Bienal
de São Paulo, em 2001, e responsável pela identidade visual da Mostra do Redescobrimento, em 2000.
Art does not answer. It asks questions.
A arte não responde.
Pergunta.
Art does not give answers. It asks questions. This is the
concept that inspired the logo for the 4th Mercosul Visual
Arts Biennial created by the Homem de Melo & Troia
Design office, in São Paulo. For the curator general of
the 4th Mercosul Biennial, Nelson Aguilar, ‘the graphic
symbol incorporates dance, the oracle, the labyrinth in
its double questioning. Who are we? Where are we
going? These are the questions that are in the eye of the
artistic cyclone’.
On accepting the invitation from the Board of Directors
of the Mercosul Biennial Visual Arts Foundation, the
designer Francisco Homem de Melo sought to
incorporate the multifaceted expression of the works of
art to be exhibited in the 4th edition of the Exhibition in
the graphic symbol. ‘The double interrogation/question
mark refers to the multiplicity of visions that
characterize our transnationality’, he explains. And adds:
‘Latin American art is a permanent questioning on the
paradoxes that form our identity. The symbol embodies
this questioning rooted in our History’.
The force of the graphic synthesis contains other
elements, such as the reference to the peculiar form of
the written Spanish language of inverting question and
exclamation marks at the beginning of phrases. ’The
inverted question mark is a striking characteristic of the
language of most of the Mercosul countries. However,
the graphic force of the question or exclamation mark
does not depend on whether reader has this
information’, points out the designer, who was curator of
the 6th Graphic Design Biennial in 2002, author of a
signalization project and the installed the Time Line in
the Exhibition 50 years of the São Paulo Biennial in 2001
and was responsible for the visual identity of the
Rediscovery Exhibition in 2000.
2
Nas três mostras realizadas em 1997, 1999 e 2001, a
Bienal de Ar tes Visuais do
Mercosul firmou-se no concerto das grandes bienais do
mundo. Como pólo irradiador
de uma concepção artística
original e desafiadora, reafirmou as identidades históricas
e culturais dos povos latinoamericanos, contando para
isso com o apoio das esferas
governamentais e diplomáticas, bem como de empresários
e da comunidade cultural.
A próxima edição da
Bienal, de outubro a dezembro de 2003, congrega mais
uma vez Argentina, Bolívia,
Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai. A partir de um conceito
inédito, que estabelece o elo
entre as raízes e a produção
atual da arte do continente, a
equipe de curadores comandada por Nelson Aguilar definiu o formato das grandes exposições que serão exibidas ao
público. Da mesma forma, indicou o artista homenageado
da Mostra, Saint-Claire Cemin,
brasileiro que ocupa lugar privilegiado no circuito internacional das ar tes plásticas.
Ao mesmo tempo, a marca da
4ª Bienal foi concebida em consonância com a idéia de uma
ar te aber ta aos questionamentos fundamentais de nosso tempo.
No momento em que a
4ª Bienal encontra-se em estágio avançado de concepção e
execução, a Fundação Bienal
de Artes Visuais do Mercosul
conclama a adesão de todos os
segmentos dos países latinoamericanos, bem como reafirma as amplas possibilidades de
relacionamento e comunicação empresarial proporcionadas pelo evento. O espectro de
oportunidades aos investidores se coaduna com a necessidade de atendimento às importantes demandas de responsabilidade social.
Editorial
Editorial
In the three exhibitions in 1997, 1999 and 2001, the
Mercosul Visual Arts Biennial become established
in the concert of the great Biennials of the world. As
irradiating pole of an original and challenging artistic
conception, it reaffirmed the historical and cultural
identities of the Latin American peoples, counting for this
on the support of the government and diplomatic circles,
as well as businessmen and the cultural community.
The 4th Mercosul Biennial will take place from October
to December 2003, once again congregating Argentina,
Bolivia, Brazil, Chile, Paraguay and Uruguay. From a
novel concept, that establishes the link between the
roots and the current art production on the continent,
the team of curators headed by Nelson Aguilar defined
the format of the great exhibitions to be shown to the
Renato Malcon
Presidente da Fundação
Bienal de Artes Visuais do
Mercosul
public. Thus he indicated the artist honored by the
Exhibition, Saint-Claire Cemin, a Brazilian who occupies
a privileged position in the international plastic arts
circuit. At the same time, the 4th Biennial logo was
conceived in consonance with the idea of an art open
to the fundamental questioning of our time.
At the moment at which the Biennial is at an advanced
stage of conception and execution, the Mercosul Biennial
Visual Arts Foundation calls for the adhesion of all
sectors of the Latin American countries and reaffirms the
wide possibilities of business relating and company
communication provided by the event. The specter of
opportunities for investors is coaduan with the need to
meet the important demands of social responsibility.
Renato Malcon
Preseident of the Mercosul
Biennial Visual Arts Foundation
A 4ª Bienal do Mercosul questiona a
ordem do circuito cultural planetário
The 4th Mercosul Biennial questions the
order of the planetary cultura circuit
Exclusión
Pablo Suárez, 1999
Obra integrante da Mostra Icônica Buenos Aires, capital psicanalítica
Exclusión
Pablo Suárez, 1999
Work part of the Buenos Aires Iconic Exhibition, psychoanalytical capital
3
América do sol
mero enfileiramento de gravuras. Reconstitui a travessia
sensível do artista em terras
guaranis. Passa pelas esculturas missioneiras, detém-se na
façanha têxtil dos ñandutis,
repara no recato de uma comunidade que se encerra, se
inclui em reduções, ecoando
um comportamento introspectivo que se desenha na implantação do país no âmago
do continente.
A Bolívia terá a direção da
jornalista Cecília Baya, conselheira da Fundação Cultural do Banco Central da Bolívia. Quem percorre as cidades andinas como La Paz
redescobre os Sertões de
Euclides da Cunha. Primeiro
a terra, depois o homem.
A natureza monocromática,
de uma aridez amarela, assiste à explosão colorística das
vestimentas. O fotógrafo
Pierre Verger soube captar,
através das infinitas nuances
que vão do negro ao branco,
o grito da cultura na natureza despojada. A curadora tem
a intenção de propiciar um
concurso nacional para concentrar todas as energias criativas num só artista capaz de
entender o recado do morro.
Nelson Aguilar
Curador-geral da
4ª Bienal do Mercosul
Aguilar: renovação
dos curadores
sul-americanos
Aguilar: renovation
in the South
American curator s
South America
A 4ª Bienal do Mercosul
renovou completamente o
quadro de curadores sul
americanos. O Uruguai conta
com o arquiteto Gabriel Peluffo Linari, diretor do Museu Municipal Juan Manuel
Blanes. A mescla de enraizamento e cosmopolitismo estará tão presente na obra do
escultor Gonzalo Fonseca
quanto na dos artistas que
trabalham com novas mídias
ou tentam converter as tradicionais em insólitas.
A Argentina está presente
com Adriana Rosenberg, diretora da premiadíssima Fundação Proa. Adriana está projetando a mostra Buenos Aires,
capital psicanalítica. Trabalhamos com a possibilidade de
organizar uma exibição exemplar do mestre Antonio Berni.
No Chile, convidamos
Francisco Brugnoli, diretor
do Museu de Arte Contemporânea de Santiago, que responde pela presença de
Roberto Matta e da comitiva
de talentos atuantes no circuito artístico. Quem pretende
se comunicar hoje tenta re
criar a atmosfera e a fatura
especiais que o grande pintor
chileno filiado ao surrealismo
obteve, marcando seguidores
por vezes mais reconhecidos
como Francis Bacon.
Paraguai cresce sob a autoridade do arquiteto Javier
Rodríguez Alcalá e dedica seu
momento monográfico à
obra de Lívio Abramo. A mostra não se contenta com um
The 4th Mercosul Biennial completely renewed the South
American curator staff. Uruguay has the architect Gabriel Peluffo
Linari, director of the Juan Manuel Blanes Municipal Museum.
The mixture of local roots and cosmopolitism will be as present in
the work of the sculptor Gonzalo Fonseca as in the work of the
artists who work with new media or try to convert the traditional
media into the unexpected.
Argentina is present with Adriana Rosenberg, director of the
highly awarded Proa Mercosul Biennial Visual Arts Foundation.
Adriana is projecting the Buenos Aires exhibition, psycanalytical
capital. We are working with the possibility of organizing an
exhibition of the master Antonio Berni.
In Chile, we invited Francisco Brugnoli, director of the Santiago
Contemporary Art Museum, who is responsible for the presence
of Roberto Matta and the committee of talents acting in the
artistic circuit. Whoever intends to communicate today seeks to
recreate the atmosphere and special wealth of the great Chilean
painter linked to surrealism, sometimes marking better-known
followers such as Francis Bacon.
Paraguay grown under the authority of architect Javier Rodríguez
Alcalá and dedicates his monographic moment to the work of
Lívio Abramo. The exhibition does not stop at a mere lining up of
engravings, it reconstitutes the sensitive passing of the artist in
guarani lands. It passes through the missionary sculptures, dallies
in the textile wonder of the ñandutis, notices the quietness of a
community that is closed, included in reductionisms, echoing an
introspective behavior that is designed in the implantation of the
country in the depths of the continent.
Bolivia will be under the direction of the journalist Cecília Baya,
councilor of the Bolivia Central Bank Cultural Foundation.
Whoever goes through Andean cities such as La Paz rediscovers
the Backlands of Euclides da Cunha. First the land, then man.
Monochromatic nature, a yellow aridity, watch the colorful
explosion in clothing. The photographer Pierre Verger understood
how to capture, through the infinite nuances from black to white,
the shout of culture in exuberant nature.
The curator intends to set up a national contest to concentrate all
the creative energies in a single artist capable of understanding
the message from the mountains.
Tarabuco, Bolívia
Pierre Verger, 1946
Obra integrante da Mostra Icônica Pierre Verger vê a Bolívia
Tarabuco, Bolivia
Pierre Verger, 1946
Work from the Iconic Exhibition, Pierre Verger sees Bolivia
Nelson Aguilar
Curator-general
4th Mercosul Biennial
4
Arqueologia
Contemporânea
A idéia motriz da 4ª Bienal de Artes
Visuais do Mercosul – a ser realizada entre outubro e dezembro de 2003, em Porto Alegre – é o parentesco entre a arte do
passado e a produção contemporânea na
América Latina. Do mesmo modo como
o arqueólogo revolve o solo, em busca
de vestígios de civilizações antigas, para
melhor compreender as sociedades do
presente, a arte estabelece os laços entre
as origens e a situação atual das culturas
do continente. “A produção da última geração ratifica a dos pioneiros, de tal modo
que se pode falar em arqueologia viva,
capaz de abranger uma trajetória cultural de longa duração”, afirma o curadorgeral, Nelson Aguilar.
A interação entre o remoto e o presente se explicita em exposições como a
Mostra do México – país convidado do
evento –, que apresenta José Clemente
Orozco, a expressão mais livre e universal do muralismo mexicano. Transparece
ainda na Mostra Histórica (Arqueologia
das Terras Altas), mosaico da arte précolombiana transandina, que abrange cerâmicas, tecidos e metais de 30 mil anos
antes de Cristo até a conquista espanhola. Está inserida também na Mostra Transversal (O Delírio de Chimborazo), que
reúne obras inspiradas no percurso do
venezuelano Simon Bolívar para libertar
metade do continente sul-americano.
Os seis países membros da Bienal do
Mercosul – Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai – se expressam
por meio das Representações Nacionais
(amplo painel da produção contemporânea) e das Mostras Icônicas, exposições
especiais dedicadas a um tema ou artista.
A Mostra Ícone do Brasil apresenta
o artista homenageado da 4ª Bienal,
Saint-Clair Cemin, natural de Cruz Alta
(RS), hoje radicado em Nova York. Formado na École Normale Supérieure des
Beaux-Arts, de Paris, é um dos principais nomes da gravura e da escultura no
circuito internacional. Outro destaque é
o escultor uruguaio Gonzalo Fonseca,
cujo trabalho será pela primeira vez exi-
bido no Brasil. O público terá ainda oportunidade de conhecer imagens produzidas na Bolívia, nos anos 40, pelo fotógrafo francês Pierre Verger, além da coleção paraguaia do gravador brasileiro
Lívio Abramo. Completam as Mostras
Icônicas a obra do chileno Roberto Matta
e uma exposição com o tema Buenos
Aires, a capital psicanalítica.
Realizada no Margs, Memorial do
Rio Grande do Sul, Usina do Gasômetro e Armazéns do Cais do Porto, a
4ª Bienal cumprirá um papel educativo
ao oferecer cursos, oficinas e seminá
rios. Para enriquecer a visita de milhares de estudantes, será instalada a Sala
do Pesquisador, com bibliografia e equipamentos reservados aos professores.
1
2
1 MOSTRA DO MÉXICO, PAÍS CONVIDADO
José Clemente Orozco
2 MOSTRA HISTÓRICA
Arqueologia das Terras Altas
3 MOSTRA TRANSVERSAL
O delírio de Chimborazo
4 Argentina
Representação Nacional – Mostra de
Artistas Contemporâneos
Mostra Icônica – Buenos Aires, capital
psicanalítica
5 Bolívia
Representação Nacional – Mostra de
Artistas Contemporâneos
Mostra Icônica – Pierre Verger vê a Bolívia
6 Brasil
Representação Nacional – Mostra de
Artistas Contemporâneos
Mostra Icônica – Saint-Clair Cemin
Artista Homenageado
7 Chile
Representação Nacional – Mostra de
Artistas Contemporâneos
Mostra Icônica – Roberto Matta
8 Paraguai
Representação Nacional – Mostra de
Artistas Contemporâneos
Mostra Icônica – Lívio Abramo
9 Uruguai
Representação Nacional – Mostra de
Artistas Contemporâneos
Mostra Icônica – Gonzalo Fonseca
3
4
5
6
7
Contemporary Archeology
5
The driving idea of the 4th Mercosul Biennial – to be held from October to
December 2003 in Porto Alegre – is the relationship between art from the past
and contemporary production in Latin America. In the way that the archeologist
turns over the soil, searching for remains of ancient civilizations to better
understand present societies, art establishes links between the origins and the
current situation of cultures on the continent. ‘The production of the last
generation confirms that of the pioneers so that a contemporary archeology
can be talked of, capable of attaining a long-lasting cultural course’, states the
curator general, Nelson Aguilar.
The interaction between the remote and the present is explained in exhibitions
such as the Mexico Exhibition – a guest country at the event – that presents José
Clemente Orozco, the freest and most universal expression of Mexican mural
painting. Further transparece in the Historic Exhibition (Archeology of the High
Lands), mosaic of the transandean pre-Colombian art, that includes pottery, fabrics
and metals from 30 thousand years before Christ until the Spanish conquest. This is
also included in the Transversal Exhibition (Chimborazo´s Delirium) that brings
together works inspired on the story of the Venezuelan Simon Bolivar to free half
the South American continent. The six member countries of the Mercosul Biennial Argentina, Bolivia, Brazil, Chile, Paraguay and Uruguay – express themselves
through National Representation (wide panel of contemporary production) and the
Iconic Exhibitions, special exhibitions dedicated to a theme or artist.
The Brazilian Icon Exhibition presents the artist honored in the 4th Biennial, SaintClair Cemin, born in Cruz Alta (RS) and living today in New York. He graduated
from the École Normale Supérieure des Beaux-Arts in Paris and is one of the main
names in engraving and sculpture on the international circuit. Another feature is
the Uruguayan sculptor Gonzalo Fonseca, whose work will be exhibited for the
first time in Brazil. The public will also have an opportunity to see images produced
in Bolivia in the 1940s by the French photographer Pierre Verger, besides the
Paraguayan collection of the Brazilian engraver, Lívio Abramo. The Iconic
Exhibitions include works by the Chilean Roberto Matta and an exhibition with the
theme Buenos Aires, the psychoanalytical capital.
Held in the Margs, Rio Grande do Sul Memorial, Gasometer Factory and
Quay Warehouses , the 4th Biennial will fill an educational role by offering
courses, workshops and seminaries. To enhance the visit of thousands of
students, a Researcher´s Room will be set up, with bibliography and
equipment reserved for teachers.
1 EXHIBITION FROM MEXICO, GUEST COUNTRY
José Clemente Orozco
2 HISTORICAL EXHIBITION
Archeology in the High Lands
8
3 TRANSVERSAL EXHIBITION
Chimborazo´s delirium
4 Argentina
National Representation – Exhibition of Contemporary Artists
Iconic Exhibition – Buenos Aires, psychoanalytical capital
5 Bolívia
National Representation – Exhibition of Contemporary Artists
Iconic Exhibition – Pierre Verger sees Bolivia
9
6 Brazil
National Representation – Exhibition of Contemporary Artists
Iconic Exhibition – Saint-Clair Cemin
Honored Artist
7 Chile
National Representation – Exhibition of Contemporary Artists
Iconic Exhibition – Roberto Matta
8 Paraguay
National Representation – Exhibition of Contemporary Artists
Iconic Exhibition – Lívio Abramo
9 Uruguay
National Representation – Exhibition of Contemporary Artists
Iconic Exhibition – Gonzalo Fonseca
6
Cultura incrementa
os negócios
Culture enriches
business
Os empresários estão conscientes de
que o investimento em marketing cultural vai além do cumprimento de uma responsabilidade social. Na realidade, investir em cultura produz resultados diretos
no incremento dos negócios. “Ao optar
por uma marca, em detrimento de outra, o consumidor não leva em consideração só a qualidade do produto que lhe
é oferecido, mas também a imagem, as
atitudes e o relacionamento da empresa com a sociedade.” A observação é de
José Galló, diretor-presidente das Lojas Renner S.A.
– um dos patrocinadores da
Bienal de Artes Visuais do
Mercosul.
Com faturamento de
R$ 900 milhões/ano e 5 mil
funcionários, atuando em
sete estados do país e no Distrito Federal, a Renner doou
mais de 40 obras ao Museu de Artes do
Rio Grande do Sul desde 1999, além de
participar da restauração de museus, centros culturais e monumentos públicos.
O empresário explica que a estratégia da
companhia parte da convicção de que o
cliente integra uma comunidade viva, com
necessidades de ordem espiritual e cultural que não podem ser ignoradas. “A empresa que demonstra um comportamento alheio a estas necessidades acaba sendo
preterida pelo consumidor”, conclui.
José Galló
Diretor presidente das
Lojas Renner
José Galló
Director president of
Lojas Renner
Bienal Mercosul/
Mercosul Biennial
Promotores/Promoters
Governo Federal – Ministério da Cultura – Lei
Rouanet
Governo Estadual – Secretaria da Cultura – LIC
Fundação Bienal de Artes Visuais do Mercosul
Patrocinadores Beneméritos/
Benefactor sponsors
CEEE
Copesul
Gerdau
Governo do Estado – Convênio
Governo Federal – FNC
Ipiranga
Vonpar / Coca-Cola
Patrocinadores/Sponsors
Abifarma
Azaléia
Banco Real
Banco Santander
CRT
Elegê Alimentos / Avipal
General Motors
Lojas Colombo
Lojas Pompéia
Lojas Renner
Opp-Petroquímica
Petrobras Artes Visuais
RBS
Rio Grande Energia
Souza Cruz
Springer Carrier
Stemac Grupos Geradores
Trabalho Voluntário/ Voluntary Work
Instituto da Mama do Rio Grande do Sul
Ong Parceiros Voluntários
Rotary Internacional
Apoiadores/ Supporters
Businessmen are aware that investment in cultural marketing goes
beyond fulfilling a social responsibility. In reality, investing in culture
produces direct results on business returns. ‘When opting for one brand
in detriment to another, the consumer does not consider only the
quality of the product he is offered, but also the image, the attitudes
and the relationship of the company with society’. The observation was
made by José Galló, President-director of Lojas Renner S.A. (Renner
Department Stores Ltd.), one of the sponsors of the
4th Mercosul Biennial.
With earnings of R$ 900 million/year and five thousand employees,
acting in seven states in Brazil and the Federal District, Renner has
donated more than 40 works of art to the Rio Grande do Sul Art
Museum since 1999 and participated in the restoration of museums,
cultural centers and public monuments. The businessman explains that
the company strategy originates in the conviction that the client is part
of a live community, with spiritual and cultural needs that cannot be
ignored. ‘The company that is indifferent to these needs ends up
rejected by the consumer’, concludes Galló.
Naven
Saint-Clair Cemin, 1993
Obra integrante da Mostra Icônica Saint-Clair Cemin – Artista homenageado
Naven
Saint-Clair Cemin, 1993
Work part of the Saint-Clair Cemin Iconic exhibition – Honored artist
APLUB, Assembléia Legislativa do Estado do Rio
Grande do Sul, Banco Malcon, Caixa Econômica
Federal, Digitel, Empresa Jornalística Caldas
Júnior, Casa de Cultura Mario Quintana,
Companhia Carris Porto-Alegrense, Companhia
Zaffari, Conselho Estadual de Cultura do Rio
Grande do Sul, Corpo Consular Acreditado no
Estado do Rio Grande do Sul, DC Navegantes,
Deprec, Dimed, Exitus Publicidade, Feira do
Livro de Porto Alegre, Fras-le, Fundação
Memorial da América Latina, Grupo Edel, Grupo
Iochpe, Habitasul, Hospital Psiquiátrico São
Pedro, Marcopolo, Memorial do Rio Grande do
Sul, Mercado Público de Porto Alegre, Museu
de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli,
Museu de Comunicação Social Hipólito José da
Costa, Lupatech, Panvel Farmácias, Perto,
Prefeitura Municipal de Porto Alegre –
Secretaria Municipal da Cultura, Randon, Rede
Bandeirantes, Sonae, Terra, Theatro São Pedro,
Ulbra, Unesco, Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, Universidade de Caxias do Sul,
Usina do Gasômetro, Varig, Vidrofort,
Volkswagen.
7
Waltercio Caldas,
linguagem sem limites
mo e arte conceitual –,
sem prender-se a nenhum deles, mas incorporando criticamente
os questionamentos
que cada um propõe.
“Quando o conceito
vira dogma, é desconfortável adotá-lo.”
A mostra mais recente
foi Livros, no Margs e
na Pinacoteca de São Paulo,
com 27 livros-objeto que produziu de 1967 até hoje. Ele
transita por outras áreas profissionais, conforme a “necessidade poética” do trabalho.
Desde 29 de outubro, no SescBelenzinho, em São Paulo,
apresenta Meio Ato, peça teatral sem atores em cena – os
protagonistas são móveis, cadeiras, cortinas, luz e som.
O espaço e os objetos consti
tuem o tema central, tanto
quanto nas artes plásticas.
Escultura para
o rio, 1996
Sculpture for the
river, 1996
Waltercio Caldas, language
without limits
“Se o artista possui alguma força, deve usá-la para resistir aos postulados vigentes.
Não é questão de simples rebeldia. Trata-se de uma necessidade de evolução da linguagem plástica e, em última instância, da oportunidade de
torná-la possível.” A afirmação
é de Waltercio Caldas, escultor
e desenhista carioca, de 55 anos,
cuja obra é referência obrigatória para a arte contemporânea e está exposta em museus
de ponta do cenário mundial,
como o MoMa, de Nova York.
Suas esculturas se espalham por
vias públicas do Brasil, Dinamarca e Uruguai. Em 1997, esteve presente na I Bienal do
Mercosul, após participar da
Documenta de Kassel (Alemanha) e da Bienal de Veneza.
Caldas vive a influência de
múltiplos movimentos – neoconcretismo, Pop, Minimalis-
‘If the artist has some strength, he should use it to
resist the postlado vigentes. It is not a question
of simple rebellion. It is a need for evolution in the
plastic language and in the last instance, an
opportunity to make it possible’. The statement is by
Waltercio Calda, carioca sculptor and drawer,
55 years old, whose work is obligatory reference
for contemporary art and is xhibited in important
museums in the world scenario, such as the MoMa
in New York. His sculptures are spread along public
highways in Brazil, Denmark and Uruguay. In 1997
he was present in the first Mercosul Biennial after
participating in the Kassel document (Germany) and
the Venice Biennial.
Caldas lives the influence of multiple movements –
neoconcretism, Pop, Minimalism and conceptual art
– without clinging to any of them, but incorporating
critically the questioning that each one proposes.
‘When the concept becomes dogma, it is
uncomfortable to adopt it’. The most recent
exhibition was Books, in the Margs and in the
São Paulo Pinacoteca Museum, with 27 object books
that he has produced from 1967 to today. He moves
through other professional areas, depending on the
‘poetic need’ of the work. Since October 29, in the
Sesc-Benezinho, in São Paulo, he presents Half Act,
a theatrical play without actors on stage – the
protagonists are furniture, chairs, curtains, light and
sound. The space and the objects are the central
theme, as in the plastic arts.
Escultura para todos os materiais
não-transparentes, 1985
Sculpture for all the non-transparent
materials, 1985
Água
Roberto Matta, 1939
Obra integrante da Mostra Icônica Roberto Matta
Água
Roberto Matta, 1939
Work part of the Roberto Matta Iconic Exhibition
Um interrogar-se
permanente
A nova marca da 4ª Bienal
do Mercosul, lançada em setembro pela Fundação Bienal de
Artes Visuais do Mercosul, causa impacto ao desarmar a expectativa de que a arte deva
oferecer respostas. O duplo
ponto de interrogação, acompanhado pelo slogan A arte não
responde. Pergunta. abre novos
cenários e descortina sentidos.
Procura transmitir a visão de
que a arte latino-americana é
um interrogar-se permanente
sobre os paradoxos que conformam nossa identidade.
“O designer Francisco Homem de Melo interpretou as
curvas interrogativas como
participantes do ciclo nascimento-mor te-ressurreição.
Lá do mundo gráfico altamen-
te codificado insinuam-se as
serpentes pré-colombianas. Tomando vidência da constelação
de eventos, o símbolo profere
a fala de Antonin Artaud”, diz
o curador-geral da 4ª Bienal do
Mercosul, Nelson Aguilar.
Conselho de Administração
Administrative board
Presidente/President – Renato Malcon
Adelino Colombo
Elvaristo Teixeira do Amaral
Eva Sopher
Hélio de Conceição Fernandes Costa
Horst Ernst Volk
Ivo Abraão Nesralla
Jayme Sirotsky
João Vontobel
Jorge Polydoro
Jorge Gerdau Johannpeter
José Luiz Marques
Júlio Ricardo Andrighetto Mottin
Justo Werlang
Luiz Carlos Mandelli
Luiz Fernando Cirne Lima
Michael Ceitlin
Paulo Amaral
Péricles de Freitas Druck
Raul Anselmo Randon
Renato Malcon
Sérgio Silveira Saraiva
Willian Ling
Conselho Fiscal/Financial board
Geraldo Hess
Jairo Coelho da Silva
José Benedicto Ledur
Mário Espíndola
Ricardo Russowsky
Wilson Ling
Curadoria/Curator
“Abandonem as cavernas do ser. Venham.
O espírito sopra fora do espírito. É tempo
de abandonar seus recantos. Cedam ao
omnipensamento. O maravilhoso está
na raiz do espírito.”
Antonin Artaud
A permanent questioning
Fundação Bienal de Artes
Visuais do Mercosul/Mercosul
Visual Arts Foundation
The new logo of the 4th Mercosul Biennial released in
September by the Mercosul Biennial Visual Arts Foundation
causes impact by disarming the expectation that art should
give answers. The double question mark, accompanied by
the slogan ‘Art does not answer. It asks questions’ opens
new scenarios and uncovers new emotions. It seeks to
transmit the vision that Latin American art is a permanent
questioning on the paradoxes that form our identity.
‘The designer Francisco Homem de Melo interpreted the
curves of the question mark as participants of the birthdeath-resurrection cycle. Pre-Columbian serpents are
insinuated there from the highly codified graphic world.
Taking clairevoyance from the constellation of events, the
symbol utters the speach of Antonin Artaud’, says the
curator general of the 4th Mercosul Biennal, Nelson Aguilar.
‘Abandon the caves of the being. Come. The spirit blows
outside the spirit. It´s time to leave your retreat.
Give in to the omnipresent. The marvel
is the root of the spirit’.
Antonin Artaud
Curador-Geral/General curator – Nelson Aguilar
Curador-Adjunto/Assistant curator – Franklin Pedroso
Comitê Superior de
Planejamento Estratégico
Committee of
Strategic Planning
Abe Thomas Hughes
André Loiferman
Carmen Luiza Conter Ferrão
Eduardo Bier Côrrea
Eduardo Logemann
Geraldo Hess
Jones Bergamim
Jorge Buneder
Jorge Ribeiro
José Galló
José Portela Nunes
Lauro Schirmer
Luiz Carlos Piva
Mario Espíndola
Meyer Joseph Nigri
Paulo Gasparotto
Roger Wright
Vera Regina Pellin
Vicente José Rauber
Wrana Panizzi
Diretoria/Board of Directors
Presidente/ President
Renato Malcon
Vice-Presidente/Vice President
Justo Werlang
Diretores/Directors
Alfredo Tellechea
André Jobim de Azevedo
Gilberto Soares Machado
José Paulo Soares Martins
Luiz Flaviano Feijó
Ricardo Menna Barreto Felizzola
Roberto André Dreifuss
Rodrigo Vontobel
Renato Rizzo
Expediente/Editorial staff
Revista Bienal Mercosul – Rua dos Andradas, 1234 – conj. 1008
CEP 90020-008 – Porto Alegre – RS – Brasil
[email protected] www.bienalmercosul.art.br
Coordenação e edição/Coordination and edition: Neiva Mello Comunicação
Empresarial – Redação/Texts: Paulo César Teixeira – Tradução/Translation:
Adrienne Hurley Ferraz de Toledo – Execução/Execution: Plural Comunicação
Fotos/Photos: Mathias Kraemer e Alex Medeiros
Esta publicação integra a edição nº 42 da revista Aplauso
This publication integrates the 42th edition of the Aplauso magazine
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