ANTT__________________________________________________________________________________________________________________________ Proposta da agência nacional coíbe fretamento e direciona prestação de serviço “ “ Maurício Marques Garcia, Presidente da Fresp e do SinfreCar, Silvio Tamelini, Presidente do Transfretur “Primeiro é preciso enaltecer a participação do empresariado; fruto do trabalho da Fresp junto aos sindicatos da base e também aos sindicatosparceiros: de Curitiba, do Rio de Janeiro, do Nordeste, e do Rio Grande do Sul. Esta participação foi muito importante e decisiva. Até porque, na audiência, estávamos discutindo sobrevivência, e quem tem de sobreviver: vai à luta. Se o objetivo é coibir o transporte ilegal das linhas rodoviárias é preciso fiscalizar os pontos de embarque, identificar as empresas que freqüentemente fazem esse transporte. A preocupação é legítima, mas a ANTT tem de agir na exceção e não na regra, inviabilizando o trabalho das empresas idôneas. Se mantiver as propostas, o caminho será a justiça”. “Todas as propostas da ANTT são absurdas, mas entre as mais absurdas estão a antecedência de cinco dias na lista de passageiros e a relação do tempo de parada do veículo para a manutenção com o tempo gasto na viagem. Esta proposta de regulamentação deveria ser banida. Nada é coerente. A parte boa e que nos deixou bastante surpresos foi a unanimidade homogênea na contestação com muita veemência da agência todo o tempo. E caso a agência mantenha estas propostas não há outro caminho a não ser a justiça. Muitos representantes e contrantes, como: a CVC e a Aviesp estavam lá. E também empresas rodoviárias que atuam no fretamento. Claramente o que precisamos não é de nova regulamentação, e sim de fiscalização séria, honesta e competente”. “ “ D D esde que a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANT T) divulgou o comunicado sobre as propostas de alteração para o serviço de fretamento no final de dezembro, o empresariado do segmento em todo o Brasil tem se organizado e compareceu expressivamente na audiência pública realizada no dia 23 de janeiro, em Brasília. Foram mais de 120 participantes; presença que em geral não ultrapassa duas dezenas de pessoas. Em poucas palavras, o setor se organizou diante da radicalidade das propostas e da aparente intenção da ANT T que, segundo os próprios empresários, é coibir a atividade a tal ponto que ela desapareça, e o serviço seja desviado para outro segmento do transporte de passageiros. A exigência de lista de passageiros com antecedência de Marco Antonio Franco, Presidente 5 dias é o principal, mas não único, dos impeditivos da SETFRET para o pleno funcionamento da atividade. “Independente do resultado dessa audiO impacto da presença dos empresários de todo o ência, a presença massiva dos represenBrasil foi bastante positivo, principalmente porque tantes da classe, empresários e dirigentes também contou com de empresas de transporte de pessoas a participação oriundos de diversos estados brasileiros, principalmente dos estados com maior rede outros setopresentatividade no setor de fretamento, res do turismo comprovou a força que o segmento tem e que têm como que talvez não esteja sabendo aproveitar. pilar o transporAcredito que as propostas não serão efetite. Confira na vadas, visto que os depoimentos na audiência provaram que a ANTT página seguin- ao contrário do ditado popular - “está atirando em quem não vê e vai acertar em quem vê”. Além disso, a ANTT insiste que as empresas te a opinião de de fretamento, regulamentadas nos rigores da Lei, são as mesmas quem compreen“empresas (sic) clandestinas” que trafegam livremente pelas nossas de a importância rodovias sonegando impostos, burlando a Lei e o que é pior: colodo transporte cocando vidas em risco. Estamos abertos ao diálogo buscando soluções nectada ao desti conjuntas que atendam de maneira responsável os interesses do freno turístico. tamento, das linhas regulares, da ANTT, da Polícia Rodoviária Federal “ e, principalmente, os interesses da população e da nação”. Página 2 “ “ Página Depoimentos 4 Argumentos Contrários Página 5 EMTU Opinião_______________________________________________________________________________________________________________________ Audiência teve participação de advogados, dirigentes e diretores Alain Baldacci, Presidente da Agência de Desenvolvimento do Turismo da Macrorregião Sudeste (AdeAlain tur-SE) Baldacci “A nossa política é a do esclare(Adetur) cimento. Queremos mostrar as coisas que a entidade técnica não percebe. Nós também somos uma agência, só que de desenvolvimento. É preciso resgatar o turismo rodoviário. Abrir mão dos bloqueios. Está tudo pronto para lançarmos o Cruzeiro Rodoviário, que pode gerar 140 mil diárias de hotéis por ano – só para citar um exemplo -, mas a legislação é totalmente contra, engessa a atividade. A nossa postura é de entender, mas ter flexibilidade para ver o lado econômico. Pacificamente, o bom senso vai prevalecer”. Émerson Imbronízio, Presidente do Sinfretiba (Sindicato das Empresas de Fretamento de Curitiba) Luiz Roberto Steinmetz, Diretor da Local Locadora de Ônibus Ltda. (Canoas– RS) “A ANTT está provocando, por vias tortas, a nossa união. Está criando as condições para que formemos uma confederação a partir das federações e dos sindicatos. Os sindicatos de São Paulo, que são fortes no setor, foram muito importantes para isto. Tanto é assim que nitidamente houve uma surpresa da direção da ANTT com a presença dos empresários, mas nós não estávamos surpreso, porque as propostas vão frontalmente contra nossa atividade, tornandoa quase inviável. Obviamente há uma pressão das linhas concedidas, por conta da perda de passageiros, mas houve um crescimento do nível das empresas de fretamento. A ANTT entre brigar com os barões da aviação, que também tomaram clientes dos rodoviários, e os pequenos e médios do fretamento, optou por nos enfrentar, mas somos pequenos e médios e unidos. Espero que tenhamos sensibilizado a agência e que não precisemos recorrer judicialmente”. “Um tanto absurdas as propostas da ANTT, porque inibem a atividade. E a resposta imediata foi o comparecimento massivo do empresariado. A agência não tem efetivo, por isso querem barrar na origem. Assim, não acabam com os clandestinos, mas acabam sim com os legais. Em nenhum momento foi citada a melhora na fiscalização e não há reconhecimento da agência que esse seja o problema. Se implementar acaba com a atividade, e o setor inteiro deve entrar com medida judicial para reaver o direito de trabalhar”. Cláudio Oriundi Rodrigues Neto (Advogado de Empresas da Região Sul) “Uma proposta inconstitucional. Porque uma resolução não revoga lei. Estão restringindo mercado e formando conglomerados. Em geral, as pessoas fecham as viagens dois dias antes. Essa questão por si só é prejudicial. Assim, a ANTT vai diminuir o faturamento das empresas e, por conseguinte, a qualidade cai”. Na íntegra____________________________________________________________________________________________________________________ Para entender o conjunto de propostas da ANTT Se a proposta da entrega da lista de passageiros cinco dias antes da viagem foi amplamente rejeitada, as demais alterações também sofreram o mesmo rechaço, seja através dos presentes à audiência, seja pelo site da própria ANTT. A distinção estabelecida entre transporte eventual realizado pela prestadora de serviço de fretamento e o da agência de turismo também contém implicações restritivas ou que tornam burocrática a viagem pela empresa de fretamento. Dependendo do tipo de viagem turística, o enquadramento se dá, pela proposta da ANTT, da seguinte forma: se uma viagem já tem estabelecido a hospedagem, alimentação e visita turística, deve ser intermediada por agência turística; se uma viagem contiver apenas o transporte “em si”, poderá ser feita pela transportadora. Na prática, vale o questionamento (veja página 4) de um empresário, que utiliza o exemplo do velório; viagem sem hospedagem, alimentação e visita turística programada. No entanto, um velório com certeza não poderá conter uma lista de passageiros com antecedência de cinco dias. Na verdade, se aprovada a exigência só torna mais burocrática a atuação do serviço de fretamento, pois, em Turismo em alta geral, as empresas dispõem de todas as condições para se oficializarem como agências de Exatamente neste momento, o turismo. Instituto Brasileiro de Geografia e Outra inusitada sugestão de alteração é a do tempo em que o veículo utilizado numa Estatística (IBGE) acabou de divulviagem deve estar parado para a manutenção. Trata-se de um cálculo que envolve as vagar uma pesquisa com os números riáveis: tempo (de ida e volta de uma viagem), (considerada) a distância, a velocidade médo turismo desde 2003, ano em dia, e as paradas (de 20 minutos a cada quatro horas). Na conclusão da ANTT, o tempo que o país empregou 5,5 milhões para manutenção “não será inferior a 50% do tempo total que tratam as alíneas a e b”, de pessoas; o que corresponde a no caso, o denominado como variáveis. Na visão do empresariado, parece que ANTT quer 2,23% do Produto Interno Bruto. ajuizar o tempo de manutenção dos veículos, ou, paralisá-los na garagem a fim de que Outro dado interessante é fiquem impedidos de efetuar outra prestação de serviço. Contrapondo-se às sugestões, a Fresp enviou no início de janeiro uma extensa contrique São Paulo supera o até então buição, e a respeito das agências o argumento é bastante categórico. “A Resolução e/ou maior destino turístico, a cidade Portaria não podem aumentar as dificuldades do cidadão, criando obstáculos inexistentes do Rio de Janeiro. O estado de na lei (STJ, RT 736/177)”, e antes, recupera a hierarquia das normatizações: “se o Decreto São Paulo é responsável por quase não prevê que o serviço deve ser executado em caráter ocasional, sem implicar no esta43,38% da receita do turismo nabelecimento de serviços regulares, não pode a Resolução alterar a definição do serviço cional, por 35,12% dos trabalha(...) onde a resolução fere de modo frontal a lei, o regulamento ou o decreto, o intérprete dores do setor, garantindo 41,28% concluirá, de imediato por sua ilegalidade. Onde a resolução inova, criando a obrigação dos salários. ou direito não previsto, é ilegal e, pois, suscetível de censura jurisdicional”. A movimentação das empresas Além disso, a Fresp também salienta que a Embratur “não é mais competente para de turismo atingiu, em 2003, autorizar o exercício de atividade turística, sendo certo que essa atribuição passou para o R$ 76 bilhões. Ministério do Turismo”. De acordo com a assessora jurídica da Fresp e do Transfretur, ReMas talvez o dado mais relevangina Rocha, “o Ministério do Turismo não apóia as sugestões da ANTT e também acredita que as mesmas restrinjam a atividade idônea de fretamento”. te seja que 97,20% das empresas Já o artigo 32 proíbe, sob pena de multa, as empresas de fretamento de realizarem do setor de turismo são de pequeno viagens que possuam alguma sazonalidade. Por exemplo, se um ônibus vem do Rio Granporte, contando com até 20 funciode do Sul para São Paulo, região 25 de março e Brás, e faz o trajeto quinzenalmente; será nários. Este parece ser o setor mais enquadrado como transporte regular (rodoviário), “sujeitando a empresa às penalidades prejudicado se as medidas proposcabíveis”.Por ora, o efeito da mobilização fez a ANTT recuar das propostas, que voltarão tas pela ANTT vigorarem. ao debate do segundo semestre. 2 Editorial _______________________________ DIVULGAÇÃO Série Conte sua História O Novos Caminhos trará sempre um breve histórico da trajetória das companhias mais tradicionais até as mais jovens, tendo por base a ordem de registro da empresa na entidade desde sua fundação, em 1989. _________________________________________________ “Nós precisamos de mais estabilidade” P P erto de completar 50 anos de vida na estrada, a Osastur começou como outras empresas de fretamento; empresas que tiveram à frente homens capazes de observar a chance de um novo negócio. Aliás, começou também com outro nome. Zelito Turismo, promissor negócio do então produtor de café José Carreira, ou simplesmente Zelito. Num dia, um amigo lhe telefonou e perguntou se havia algum conhecido que dispuses- se de um ônibus para levar seus funcionários de casa ao trabalho, do trabalho até em casa. Ônibus? Por que não comprar um? Licença poética à parte, esta é a história de uma empresa que hoje conta com uma frota variada para atender a clientes com necessidades distintas. Mas como nem toda estrada é um tapete de veludo, também houve contratempos, e um “ “A lei é falha” O grande desafio do freta- mento é conquistar a estabilidade. Talvez, agora, com a entrada do Silvio Tamelini tenhamos condições de conquistar este patamar. Atualmente, o fretamento, dos primeiros aconteceu logo em 1967 quando Zelito vendeu a empresa, ficando com os prejuízos. Dois anos depois ele a recuperou firmando uma sociedade com seus filhos. Em 1993, a Osastur foi comprada pelo empresário Belarmino da Ascenção Marta e dos 40 ônibus a empresa passou a ter 140 veículos, dos quais apenas 20 estão entre vans e microônibus. Mesmo assim, o Senhor Belarmi- de todos os nossos serviços, é o que menos tem segurança. Isso porque a lei é falha. Hoje qualquer um pode começar uma empresa de fretamento com 2, 3 carros velhos. As micro empresas não possuem garagem, não pagam imposto. Então, conseguem preços melhores. Temos de alterar esta legislação, porque também colocam o passageiro em risco. Transportar vidas é muito importante, e as autoridades precisam estar atentas. Precisamos pleitear veículos novos, instalações próprias. Porque, não demora muito, começam a tomar serviço das empresas que estão com toda a documentação e as instalações em dia. no sentencia: “É um crescimento, mas temeroso. Não é uma atividade estável”. A experiência de atuar em outros segmentos permitiu habilidade para PERFIL lidar com o fretamento, Fundada em 1960 mas também permitiu a Nº de carros: 140 (ônibus, microônibus e vans) comparação. Nº de funcionários: No fretamento tem 280 (motoristas, manutenção e tido boníssima atuação administrativo) Receita: no Circuito São Paulo; 75% contínuo e 25% eventual roteiro que desvenda os Idade Média da Frota: pontos históricos da ci6 anos Tipo de ônibus: dade. O tour é feito em Marcopolo / Busscar - Executivo parceria com agências / Luxo de turismo. 3 Precisamos ter mais reuniões para criar um respeito mútuo. Entre nós, a competitividade deve ser pela melhor qualidade e não através do preço, que está muito abaixo do mercado para um serviço que é e tem de ser de primeira. Belarmino de Ascenção Marta é Diretor da Osasco Turismo Ltda. - Osastur Contribuições________________________________________________________________________________________________________________ Confira questionamentos dos empresários Enviadas por e-mail, as contribuições ultrapassam 300 páginas e estão no site da agência D D e forma geral, os empresários, gerentes e trabalhadores das empresas expressaram a preocupação com o aumento da exigência da ANTT e a contrariedade em relação as medidas que cerceiam a atividade. Contribuição: base legal da Constituição Federal, princípio da igualdade, isonomia e direitos do consumidor. Justificativa: Com base no princípio da igualdade assegurado pela Constituição Federal, alguns artigos (...) impedem empresas de pequeno porte de realizarem o transporte eventual turístico, e com base no princípio de livre escolha do consumidor selecionar a empresa que desejar, tenha esta o porte que tiver. Vai se formar assim um cartel de gigantes empresas que dispõem de uma frota grande de veículos e com isso condições de cumprir as regras. Fere também o direito do consumidor de decidir fazer uma viagem turística de última hora, deveria ser assim na aviação também, pois, se fosse não estaríamos vivendo esse caos que estamos vivendo. O que justifica bloquear um veículo durante 2 dias, se o mesmo retornou de uma viagem de 2 dias ? (...). Afinal cada veículo tem a sua manutenção com base na quilometragem rodada e não pelo tempo que está viajando, o desgaste de peças e de reposições não é feito com base no tempo desse veículo e sim nos quilômetros rodados, assim funciona o sistema de garantia das fabricantes de automóveis, revendas e de todo o setor. Isso só beneficiaria empresas de grande porte que tem no seu pátio uma grande frota, assim elas poderiam em função do tempo remanejar seus veículos. (...) o princípio da igualdade e da liberdade de escolha está sendo ferido, e proporcionando a expansão de um cartel. (...) Existe uma coisa chamada o direito de ir e vir. Contribuição: exclusão de todas as alterações propostas e a imediata postergação da data da audiência para um momento mais oportuno, em virtude das dificuldades próprias da época em que se pretende realizá-la, período de férias de verão, aliado ao fato do caos reinante no transporte aéreo. Ademais, seria muito mais abrangente e transparente, para não dizer econômico também, realizá-la na cidade de São Paulo, geradora da grande maioria das autorizações emitidas pelo turismo rodoviário nacional, onde se contaria com a presença maciça do empresariado interessado nesse tema. Justificativa: a implementação das alterações pretendidas paralisará em definitivo as atividades do Turismo Rodoviário (sim, com maiúsculas, pois não somos “sacoleiros” nem clandestinos) em nosso país, tornando-a inexeqüível a resolução de nº 1166/05, em vigor e sem tais alterações, já é suficientemente limitadora de nossas atividades. Tais alterações a tornariam ainda mais draconiana. Parece haver por parte da ANTT, uma tentativa não tão velada de submeter nossa atividade (lícita, autorizada, geradora de empregos e pagadora de impostos, como os demais transportadores rodoviários de passageiros) a um cabresto insuportável, condenando-a à morte. Contribuição: emissão de autorização. Justificativa: O fechamento de autorização de viagens 5 dias antes do início da viagem vai levar a falência as pequenas empresas de fretamento. Trabalhamos com turistas de compras, viajam regularmente todo mês, dependem de vendas novas compras. Fazendo isso, leva a crer que é uma norma protecionista às grandes empresas. Combater os clandestinos sim, mas criar normas que vão destruir os pequenos, visando, não o combate aos transportes irregulares, mas ao favorecimento das grandes empresas, isso é demais. tas. Contribuição: Íntegra das propós- Justificativa: Nós, de empresas pequenas, só fazemos viagens de pessoas muito simples, como caseiros e outros. Vamos sempre para Aparecida (SP) e muitas dessas pessoas não possuem nenhum tipo de documento e na lista vem só o nome e vocês não aceitam. (...) Então, peço a vocês não complicarem mais a nossa vida, pois, não estamos mais no regime militar e sim democrático (...). Trabalhamos sempre com receio de estarmos errados, pois, a fiscalização sempre pede um documento novo, se não tem: multa e faz o transbordo, ainda mais quando é a policia federal. Contribuição: Peço por gentileza que olhe a situação de desemprego que há no país antes de mudar os artigos, pois, com certeza com a mudança causará mais desemprego. Justificativa: Preciso trabalhar, não posso perder meu emprego, pois, já fomos avisados na empresa que se por ventura houver a mudança perderemos nosso emprego. Sou pai de família. Contribuição: Não estabelecer tempo mínimo para estadia, conservação e limpeza do veículo. Justificativa: O Brasil é um país continental. Já realizamos diversas viagens em que o tempo de estadia, conservação, limpeza e manutenção é infimamente inferior a 50% do tempo total de viagem (incluindo paradas). Exemplificando, em uma viagem de 3000 km de ida, pelo parâmetro da ANTT, vai durar aproximadamente 53 horas. Se o objetivo do grupo é ficar 24 horas no local de destino, não será possível realizar a viagem. Um ônibus em viagem trafega a uma velocidade média de 70 km/h, enquanto o site da ANTT atribui a um ônibus uma velocidade média de 60 km/h. Os grupos transportados têm objetivos diferentes entre si para realizar uma viagem. Já realizamos viagens de mais de 1300 quilômetros para pessoas participarem de uma celebração religiosa que durou pouco mais de uma hora. Contribuição: A nossa sugestão é que o Art: 24 permaneça com a mesma redação original da Resolução nº 1166 de 05/10/05. Não inclusão do inciso IX do Art:39. Justificativa: Não concordamos com o parágrafo 1º do Art: 24 da proposta de Resolução n° 051, pois fazemos fretamento eventual para grupos de pessoas físicas e jurídicas no ramo de atividade em compras e a lista de passageiros só é emitida em média 6 horas antes do início da viagem, pois, há um movimento de presença e desistência. Isso comprometeria a emissão da autorização de viagem definitiva. Também não concordamos com a inclusão do inciso VIIII do Art: 39, pois, fere o direito legal de liberdade da Agência de Turismo contratante e do transportador de terem como documento de porte obrigatório informações que só dizem respeito à agência de viagem contratante. Contribuição: Tratamento ao fretamento eventual igual ao fretamento turístico, ou seja, inclusão ou substituição de quatro passageiros. Justificativa: Os problemas que justificam a inclusão e substituição no caso de fretamento turístico também podem ocorrer nos fretamentos eventuais. Fatos que podem justificar a substituição de pessoas: doença de um passageiro, falha do contratante ou da transportadora no confeccionar lista. Erros são passíveis de ocorrer, portanto excluir a possibilidade de erro é uma medida severa demais. Analisando-se por outro aspecto, muitos serviços de fretamento eventual são contratados para serem realizado no mesmo dia, ou seja, não há como atender o prazo de cinco dias estipulado nesta norma. Um exemplo de serviço eventual contratado para realização imediata: transporte de um grupo de pessoas para ir a um velório. Obs.: A razão social das empresas que enviaram suas contribuições podem ser obtidas no site da ANTT. Todavia, salienta-se que foram coletadas ponderações de todas as regiões do país. EMTU_________________________________________________________________________________________________________________________ N N Decreto para região metropolitana é contestado pelos empresários ão é só na esfera federal que o fretamento vem encontrando dificuldades em se entender com as determinações dos órgãos reguladores. Também na região metropolitana de São Paulo, cujo transporte de passageiros é gerenciado pela Secretaria de Transportes Metropolitanos, através da EMTU, a situação também está indefinida. Em reunião no último dia 12 de janeiro, um grupo de empresários de fretamento de São Paulo, formado por Marcello Laurindo Félix (Domínio - Transfretur), Carlos Alberto Calado Nunes (Santa Maria – Sinfret), e pelo Diretor executivo do Transfretur, Jorge Miguel dos Santos, e o assessor de Diretoria do Sinfret, Cláudio José de Andrade esteve reunido com o Gerente de Fiscalização da EMTU, Luiz Américo Soares. A reunião tratou das polêmicas quanto às propostas da EMTU. A principal delas diz respeito à exigência de lista de passageiros para o fretamento contínuo. “Só esta medida, em particular, inviabiliza a atividade de fretamento, porque as empresas têm uma dinâmica muito grande, a lista fica defasada em viagens, com destino único e usuários definidos”. O que se entende por destino único? “Pela manhã, o ônibus tem um destino único, que a empresa; então, ele é legal - e à tarde, quando ele parte de uma origem única e tem vários destinos, passa a ser ilegal?”, questiona o Diretor-executivo do Transfretur. Também há divergência quanto à redação do Parágrafo Único do artigo 16: “Os ônibus e microônibus deverão possuir poltronas rodoviárias”. “Da maneira como está significa que um ônibus urbano pode atuar no fretamento se estiver com poltronas de rodoviário. Desejamos inserir duas palavras: Os ônibus e microônibus de tipo rodoviários deverão possuir poltronas rodoviárias”, detalha Jorge Miguel. No dia 6 de fevereiro, em uma outra visita feita desta vez ao Presidente da EMTU, José Ignácio Sequeira de Almeida e o Secretário-adjunto da Secretaria dos Transportes Metropolitanos, João Paulo de Jesus Lopes, os empresários Maurício Marques Garcia (Presidente do SinfreCar e da Fresp), Aladino Pisaneschi (Presidente do Sinfret), Mário Noschese de Moraes (Presidente do SinfreSan) apresentaram pouquíssimo tempo”, explica o Diretor executivo do Transfretur, Jorge Miguel dos Santos. Destino único, usuários definidos - Outro ponto que também torna inviável a prática da atividade de fretamento está explicitado no artigo 10º: “... Fretamento contínuo é o serviço de transporte de passageiros prestados a um cliente, mediante contrato escrito e emissão de nota fiscal, para a realização de um número determinado de a Federação das Empresas de Fretamento do Estado de São Paulo (Fresp) e esclareceram ainda mais as dificuldades que o Decreto traria para o fretamento. O encontro foi importante porque permitiu uma extensão de prazo para que tanto a Secretaria de Transportes Metropolitanos quanto à EMTU reavaliem e estudem os argumentos do segmento, principalmente em relação à lista e ao destino único. 5 Respaldo_ ____________________________________________________________________________________________________________________ decisão da ANTT de prorrogar para o segundo semestre deste ano a discussão sobre as propostas de alteração da Resolução 1166/05 surtiram efeito principalmente pelo poder de articulação demonstrado pela Fresp, que antes do final de 2006 reuniu seus diretores, presidentes dos sindicatos das sete bases e organizou primeiro: a sensibilização dos agentes técnicos da ANTT para a prorrogação do prazo tanto de envio de sugestões quanto da própria audiência, marcadas inicialmente para dia 3 e 9 de janeiro, respectivamente. Na mesma reunião, os diretores da Federação deliberaram pela contratação de uma assessoria de imprensa (Link Comunicação), que conseguiu repercutir na mídia impressa e eletrônica, com destaque para o telejornalismo da TV Globo e da GloboNews, a inviabilidade da antecedência de cinco dias para a lista de passageiros entre outros problemas (veja página 2). Também foi discutida a importância de uma reunião com o Secretário Nacional de Políticas do Turismo, Airton Nogueira Pereira; reunião que se realizou no dia 22 de janeiro, uma dia antes da audiência da ANTT e que garantiu o apoio do Ministério do Da esquerda para direita: Mediando a audiência, o Gerente de Autorização de Viagens, Fernando Cláudio de Oliveira Turismo às empresas de fretamento. O Secretário se dispôs a mediar uma outra reunião entre a ANTT, a Fresp Cecilia Rombaldi / LINK. A A Ação da Fresp garantiu grande participação da categoria Repórter Alan Severiano (Rede Globo) momentos antes da gravação da entrevista com a assessora jurídica da Fresp e do Transfretur, Regina Rocha e o próprio Ministério do Turismo, ainda sem data para ocorrer. O Diretor-executivo do Trans- fretur, Jorge Miguel dos Santos, articulou outra importante decisão - concomitantemente ao desenvolvimento de outras ações. Iniciou a mobilização dos sindicatos do país para levar o maior número possível de empresários; somente de São Paulo 30 pessoas compareceram a audiência. Para fechar a estratégia foi produzido um documento único pela Fresp, elaborado pela asssessora jurídica da Fresp e do Transfretur, a advogada Regina Rocha, com todas as implicações prejudiciais que a implementação das propostas da agência trariam ao turismo e não só ao fretamento. Na audiência, o depoimento do Presidente da Agência de Desenvolvimento do Turismo da Macrorregião Sudeste (Adetur-SE), Alain Baldacci, teve boa repercussão porque conseguiu expressar toda a cadeia turística afetada por possíveis restrições ao transporte de fretamento. Expediente Obs.: Excepcionalmente nesta edição o ICF não será publicado. Novos Caminhos é o órgão de divulgação do Transfretur Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros por Fretamento e para Turismo de São Paulo e Região - e da Associtur - Associação dos Transportadores de Turistas, Industriários, Colegiais e Similares do Estado de São Paulo. www.transfretur.org.br Cartas, dúvidas e sugestões: Rua Marquês de Itú, 95 - 1° andar cjs. A/B - CEP 01223-001 - Tel.: (0xx11) 3331 -8022 - e-mail´s: [email protected] - [email protected] Jorge Miguel dos Santos - Diretor-executivo Editoração e produção: Stilo Arte Jornalista Responsável: Gislene Bosnich - MTB. 26610 [email protected] Tiragem: 2000 exemplares Diretoria: Silvio Valdemar Tamelini, Claudinei Brogliato, Marcelo Laurindo Félix, José Parada Garcia, José Boiko, Jerônimo Ardito, Ricardo Luiz Gatti Moroni, José Martinho, Eidi Shiguio, Iutaka Soyama