INTRODUÇÃO À ECONOMIA
A unidade produtora e sua inserção no sistema
CANO, Wilson. Introdução à Economia: uma
abordagem crítica. 2 ed. São Paulo: UNESP, 1998.
264p. (Capítulo 7 – A unidade produtora e sua
inserção no sistema)
Prof. Dr. Raimundo Cláudio Gomes Maciel
Blog: raimundoclaudio.wordpress.com
A unidade produtora
e sua inserção no sistema
 Da primeira unidade produtiva familiar camponesa e do
artesanato urbano caminhou-se em direção a empresas
mais complexas que requeriam maiores requisitos de
controle, administração e financiamento.
 A partir da Segunda Revolução Industrial, com a
industrialização pesada, a dimensão da empresa cresceu,
por vários motivos:



tecnológicos;
financeiros ;
econômicos.
A unidade produtora
e sua inserção no sistema
 A grande empresa industrial:
 Ganha destaque a partir da Segunda Guerra.
 Passam a ser chamadas de empresas multinacionais a partir da
década de 40.
 Década de 1970:
 Crise financeira internacional;
 Neoliberalismo;
 Terceira Revolução Industrial.
 Década de 1980:
 Reconcentração e reestruturação privada de capital.
A unidade produtora
e sua inserção no sistema
 A reestruturação ocorrida na década de 1980 implicou:
 Mudanças de insumos;
 Novos processos produtivos;
 Novas formas de administração;
 Novas formas de financiamento;
 Novas formas de distribuição.
 Por exemplo:
 O franchising;
 A terceirização.
A unidade produtora
e sua inserção no sistema
 Tais transformações ampliaram o poder das grandes
empresas, hoje denominadas empresas transnacionais



Seus poderes “monopólicos” aumentaram;
As ETs procuram “substituir” os diversos Estados nacionais.
Passaram a ter papel ainda mais dominante nos setores da
tecnologia de “ponta”:
eletrodomésticos;
 química fina;
 material transporte;
 borracha;
 vidro etc.

A unidade produtora
e sua inserção no sistema
 Pequenas e médias empresas:
 A situação piorou, pois a heterogeneidade estrutural produtiva
de nossos países torna-as mais vulneráveis à ação das ETs.
 Concluindo esta introdução, adiantamos que o tema
da unidade produtora será vista sob dois
ângulos:


O microeconômico que analisa-a como produto de decisões
empresariais objetivando a maximização do lucro;
O macroeconômico que a analisa os efeitos que ela gera em sua
inserção no aparelho produtivo e no sistema econômico.
Gastos de alguns países com Ciência e Tecnologia
em relação aos PIBs em 2003
Fonte: Feldmann (2009)
Maiores empresas globais
Fonte: Feldmann (2009)
Classificação dos setores econômicos conforme
a densidade tecnológica
Fonte: Feldmann (2009)
As maiores empresas industriais da América
Latina por país e por setor da economia
Fonte: Feldmann (2009)
As maiores empresas do mundo em gastos de P&D
em bilhões de dólares em 2004
Fonte: Feldmann (2009)
PETROBRAS
 Na relação das 1.000 empresas que mais investem
em P&D, aparece uma única da América Latina, que
é a brasileira Petrobras e está na posição 277:



com um gasto em P&D de US$ 238 milhões em 2004;
o qual representou apenas 0,6% do seu faturamento de US$ 37
bilhões.
Sem dúvida, esse é um dos dados mais preocupantes de um
estudo realizado pela Booz Allen, ou seja, a quase total
ausência de empresas latino-americanas nessa relação.
Projetamento e instalação
da unidade produtora
 Questões a serem resolvidas para instalação de uma
nova unidade produtora:


Onde produzir?
Como produzir?
 A nova empresa poderá ser de capital público ou
privado, com predominância de capitais nacionais ou
estrangeiros.
Projetamento e instalação
da unidade produtora
 Qualquer que seja, portanto, a natureza da unidade
da empresa (nacional ou estrangeira, pública ou
privada), certamente também enfrentará problemas
de ordem institucional :
leis;
 regulamentos;
 costumes;
 hábitos etc.

Condicionamento Institucional
 Os condicionamentos que afetam a empresa tanto podem ser de âmbito
nacional como internacional.
 Produção e utilização de energia nuclear.
 Contaminação do meio ambiente.
 Condicionamentos no âmbito internacional:


Acordos internacionais;
Cotas de exportação e produção.
 Condicionamentos no âmbito nacional:


A legislação social e trabalhista;
A segurança nacional.
Principais formas jurídicas das
unidades produtoras
 Firma individual;
 Microempresa;
 Sociedade por cotas;
 Sociedade em nome coletivo;
 Cooperativas;
 Sociedade anônima ou sociedade por ações – esta é o
tipo de sociedade mais flexível para obtenção de
recursos financeiros.
O condicionamento do mercado
 Análises para a empresa que está sendo instalada:
condições existentes no mercado de compra e venda de
produtos;
 grau de concorrência;
 comportamento dos consumidores;
 níveis de preços;
 renda por habitante;
 bens competitivos etc.

Oferta e demanda
 Monopólio;
 Oligopólio;
 Cartéis;
 Trustes;
 Companhias “holding”
Tipologia dos mercados e a sensibilidade
da demanda
 Bens e serviços:
 Bens
e serviços de consumo;
 Bens e serviços intermediários;
 Bens de capital.
Tipologia dos mercados e a sensibilidade
da demanda
Tipologia dos mercados e a sensibilidade
da demanda
Tipologia dos mercados e a sensibilidade
da demanda
Tipologia dos mercados e a sensibilidade
da demanda
A “lei da oferta e da procura” tão-somente
nos demonstra o resultado entre as reações de
oferta e de procura a distintos níveis de preços,
não explicando entretanto uma série de
fenômenos econômicos e sociais que se
encontram “por trás” dessas curvas.
Tipologia dos mercados e a sensibilidade
da demanda
 Principais condicionantes da demanda pelo mercado
de bens e serviços de consumo:
Bem complementar
 Bem competitivo
 Corte analítico (mercado urbano e mercado rural)
 Crescimento da renda (crescimento da renda nacional e
crescimento populacional)


Distribuição geográfica do mercado consumidor.
Tipologia dos mercados e a sensibilidade
da demanda
 Mercado de bens intermediários
 Mercado de bens de capital
 Demanda
de reposição – está em função do nível
de atividade.
 Demanda para investimento líquido – varia em
função da expansão da economia e das inovações
tecnológicas.
Dimensão e dinâmica da demanda
 Dimensionar a demanda existente.
 Período de “vida útil” dos equipamentos a serem
utilizados pela empresa (em torno de dez anos).
 Após analisarem o potencial de oferta, da demanda,
bem como das reações desta ás variações de preços,
passarão a investigar os efeitos que determinadas
variáveis geram a médio e longo prazo sobre a
demanda de seu produto.
Dimensão e dinâmica da demanda
 A médio e longo prazo, o crescimento demográfico
provavelmente aumentará sua demanda; por outro
lado, o crescimento da renda por habitante (y)
também provocará alterações no consumo por
habitante (q), dependendo do grau de sensibilidade
dessa demanda em relação às variações da renda.
 A longo prazo, poderão ocorrer alterações sensíveis
nos padrões de consumo, por meio das modificações
que ocorrerão na distribuição da renda pessoal da
comunidade.
 No curto prazo o que importa é o preço.
Dimensão e dinâmica da demanda
Elasticidade da demanda
1)
2)
CB = Δq = q4 – q3
AC = Δp = p3 – p4
Δq/q // Δp/p = εp
• Substituindo os valores :
Q3 = 40; q4 = 60; p4 = 5; p3 = 4
• Calculando:
Δq/q = (60 - 40)/40 = 20/40 = 0,5 e
Δp/p = (4 – 5/5) = -1/5 = -0,2
• Temos então:
3)
Δq/ Δp . p/q = Δq/q . Δp/p = εp
• e substituindo, temos:
0,5 / -0,2 = -2,5
Dimensão e dinâmica da demanda
 Como as relações entre a procura e o preço são
inversas, o coeficiente de elasticidade-preço da
demanda será sempre negativo. Como as variações
são inversas, podemos esperar que a demanda
reagirá positivamente na proporção direta de εp:
Δq/q = εp . ΔP/P => (-1) . (-0,1) = 0,1
Dimensão e dinâmica da demanda
 Como se nota no quadro acima, uma variação positiva na
renda provoca uma variação positiva na demanda, razão pela
qual o coeficiente será sempre positivo, salvo raríssimas
exceções.
Dimensão e dinâmica da demanda
BC = Δq = 128 – 120 = 8; Δq/q = 8/120 = 0,0(6)
AB = Δy = 13 – 12 = 1; Δy/y = 1/12 = 0,08(3)
εy = Δq/q // Δy/y = 0,0(6) / 0,08(3) = 0,8
Dimensão e dinâmica da demanda
 Demanda Total = q . N, em que:
q: consumo por habitante e
 N: volume da população
 Exemplo:

q1 = 150 Q1 = q1 . N1 = 150 . 1 milhão = 150 milhões
εy = Δq/q // Δy/y => Δq/q = εy . Δy/y = 1,0 . 0,5 = 0,5
Δq/q = 0,5 => Δq = 0,5 q = 0,5 . 150 = 75
q10 = q1 + Δq = 150 + 75 = 225
Q10 = q10 . N10 = 225 (2 milhões) = 450 milhões
Dimensão e dinâmica da demanda
 Conhecidos o coeficiente de elasticidade, as variações previstas na
renda e na população, pudemos estimar o consumo total (Q) para o
décimo ano, em 450 milhões de unidades físicas.
 No quadro 3, damos os valores aproximados da demanda total futura
desde o ano inicial até o décimo, e a demanda insatisfeita, pois supõe-se
que a oferta não aumentará:
Dimensão e dinâmica da demanda
 No quadro 3, damos os valores aproximados da demanda total futura
desde o ano inicial até o décimo, e a demanda insatisfeita, pois supõe-se
que a oferta não aumentará:
A localização da unidade produtora




Normalmente, a localização de uma unidade
produtora está voltada ou para o mercado, ou para as
fontes de matérias-primas, em função direta dos
custos de transporte.
Economia externas à empresa
Isenções de impostos
Financiamento a taxas de juros baixas
Oferta gratuita(ou quase) de terrenos etc.
Condicionantes do processo produtivo
Portanto os organizadores da produção, ao determinarem
o processo produtivo mais conveniente(sob o ponto de vista
privado), orientar-se-ão não só por aspectos técnicos, mas
também por aspectos econômicos, isto é, pelo montante de
custos de produção determinados a cada alternativa técnica
e tamanho.
Condicionantes do processo produtivo
 Função de produção
 Coeficientes técnicos de insumo-produto em
termos monetários
 Função microeconômica de produção
 Produtividade média do insumo( ou do
fator)
Investimentos e recursos financeiros
Instalação de uma planta A (alternativa 1).
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Slides_IntEcon_Cap7-Cano - Raimundo Cláudio