UNISALESIANO
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium
Curso de Administração
ALEX SOARES CRACCO
PAULO THIAGO BENTO ARRIBARD
THIAGO FLÁVIO DE SOUZA
THIAGO FRASTRONE
GESTÃO DA SUSTENTABILIDADE
AES Tietê
Promissão/SP
LINS
SP
2008
1
ALEX SOARES CRACCO
PAULO THIAGO BENTO ARRIBARD
THIAGO FLÁVIO DE SOUZA
THIAGO FRASTRONE
GESTÃO DA SUSTENTABILIDADE
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado à Banca Examinadora do
Centro Universitário Católico Salesiano
Auxilium, curso de Administração, sob a
orientação da Profª M.Sc. Máris de Cássia
Ribeiro e orientação técnica da Profª
M.Sc. Heloísa Helena Rovery da Silva.
LINS
SP
2008
2
Cracco, Alex Soares; Arribard, Paulo Thiago Bento; Souza, Thiago
Flávio; Frastrone, Thiago
C921g
Gestão da sustentabilidade: AES Tietê S/A / Alex Soares Cracco;
Paulo Thiago Bento Arribard; Thiago Flávio de Souza; Thiago
Frastrone.
Lins, 2008.
111p. il. 31cm.
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico
Salesiano Auxilium UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em
Administração, 2008
Orientadores: Máris de Cássia Ribeiro; Heloisa Helena Rovery
da Silva
1. Sustentabilidade. 2. Econômica. 3. AES Tietê S/A. I Título.
CDU 658
2
ALEX SOARES CRACCO
PAULO THIAGO BENTO ARRIBARD
THIAGO FLÁVIO DE SOUZA
THIAGO FRASTRONE
GESTÃO DA SUSTENTABILIDADE
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium,
para obtenção do título de Bacharel em Administração.
Aprovada em: _____/_____/_____
Banca Examinadora:
Profª Orientadora: Máris de Cássia Ribeiro
Titulação: Mestre em Administração pela Universidade Metodista de Piracicaba
UNIMEP
Assinatura:___________________________________
1º Prof(a): _______________________________________________________
Titulação:_______________________________________________________
_______________________________________________________________
Assinatura:___________________________________
2º Prof(a): _______________________________________________________
Titulação:_______________________________________________________
_______________________________________________________________
Assinatura: ___________________________________
3
DEDICATÓRIA
A DEUS
Ao Senhor por nos dar sabedoria ao longo de nossa graduação. Obrigado por
tudo que vimos, ouvimos e aprendemos. Obrigado pela vida.
A NOSSA FAMÍLIA
A vocês, que nos deram a vida e nos ensinaram a vivê-la com dignidade. A
vocês, que se doaram inteiros e renunciaram aos seus sonhos, para que,
pudéssemos realizar os nossos. A vocês, pais por natureza, por opção, que
não temos palavras para agradecer tudo isso. Amamos vocês.
AOS AMIGOS
A todos aqueles que direta ou indiretamente contribuíram para a realização
desse trabalho. Inclusive àqueles que estiveram conosco desde o inicio.
A EMPRESA
Pela cordialidade na qual fomos recebidos. Obrigado pela oportunidade,
sabedoria em relação ao assunto pesquisado. E principalmente ao Sr. José
Simionato pois sem sua confiança nada seria possível.
AOS MESTRES
Em cada professor um mestre. Em cada mestre um universo. Obrigado
professores por dedicar seu tempo e sua sabedoria para que nossa formação
fosse um aprendizado de vida.
AS NAMORADAS E NOIVA
As nossas amadas que entenderam nossas ausências, compartilharam de
nossas lágrimas e sorrisos, dividimos, agora, o mérito desta conquista. As
alegrias de hoje também são suas, pois seu amor, estímulo e carinho foram as
armas desta vitória. Nós amamos vocês.
Alex Cracco, Paulo Arribard, Thiago Flávio, Thiago Frastrone
4
AGRADECIMENTOS
Agradecemos a Deus, por ser presença
constante em nossas vidas e iluminando
nossos caminhos para que conseguíssemos
chegar até aqui.
Aos
professores
e
orientadoras
Máris
e
Heloísa, que dedicaram
seu tempo, nos
ensinando
profissionalmente.
a
crescer
5
RESUMO
O termo sustentabilidade, incorporado definitivamente ao repertório
cultural contemporâneo, não está relacionado apenas aos aspectos ambientais,
mas também às questões econômicas, sociais e culturais da sociedade
humana. Em linhas gerais, sustentabilidade significa suprir as necessidades
das gerações presentes sem afetar a habilidade das gerações futuras de
suprirem as suas. O risco de uma catástrofe ambiental que se aproxima a
passos rápidos, caso não sejam tomadas medidas radicais que desacelerem o
processo de degradação e esgotamento dos recursos naturais, tem feito com
que o tema esteja cada vez mais presente na vida das pessoas e corporações.
Assim, os consumidores conscientes e empresas ecologicamente responsáveis
são os novos personagens desta tarefa desafiadora e de impactos definitivos
na qualidade de vida das futuras gerações. Já não bastam apenas a boa
vontade pessoal ou iniciativas domésticas individuais e projetos de maior
abrangência liderados por ONG s e grandes empresas. Separação do lixo,
descarte de pilhas ou economia de água e ações para projetar a imagem de
uma marca são válidas, no entanto, é importante destacar que a
sustentabilidade requer um objetivo coletivo. Neste sentido, a empresa AES
Tietê, em que foi realizada a pesquisa para este trabalho, tem como objetivo
garantir o desenvolvimento sustentável de seu negócio e da comunidade onde
está inserida, na busca de prestar de forma responsável, um serviço público à
sociedade: a geração de energia; e consequentemente comunicar com
transparência seus investidores a fim de aproximar ainda mais a AES Tietê dos
participantes do mercado de capitais. Essa política está relacionada à
estratégia de nortear sua atuação na sustentabilidade visando maior
valorização econômica.
Palavras-chave: Sustentabilidade. AES Tietê. Valorização Econômica.
6
ABSTRACT
The term sustenance incorporated definitely in the contemporary cultural
compilation, isn t related to just the environmental aspects but also to
economical, social and cultural matters of the human society. In general,
sustenance means supply the needs of the present generations without
preventing the ability of the future generations to supply theirs. The risk of an
environmental catasthrophe that has approximated that has approximated at
fast steps in case that radical measures aren t taken to decrease the process of
depredation and depletion of natural resources has made this topic be present
more and more in people s lives and corporations. This way, the aware
consumers and companies ecologically responsible are the new characters of
this challenging task and decisive impacts in the life quality of the future
generations. Personal good will or domestic individual initiatives and projects of
larger embracement led by ONG S and big companies aren t enough.
Separation of garbage, discard of batteries or water savings and actions to
project a bland image are valid, however it s important to emphasize the
sustenance requires a collective goal. In this sense the company AES Tietê
where this work was carried out, has the objective to guarantee the sustainable
development of its business and the community where it s inserted, in order
serve in a responsible way, a public service to society: the energy production
and consequently communicate honestly its investors to approximate more the
AES Tietê to the participants of the capital market. This policy is related to the
strategy of guiding its performance in the sustenance aiming a higher
economical valorization.
Key words: Sustenance. AES Tietê. Economical Valorization.
7
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Usina Hidrelétrica Água Vermelha ................................................. 46
Figura 2: Usina Hidrelétrica Caconde............................................................ 46
Figura 3: Usina Hidrelétrica Euclides da Cunha............................................ 47
Figura 4: Usina Hidrelétrica Limoeiro ............................................................ 48
Figura 5: Pequena Central Hidrelétrica Mogi-Guaçu..................................... 49
Figura 6: Usina Hidrelétrica Barra Bonita ...................................................... 49
Figura 7: Usina Hidrelétrica Bariri .................................................................. 50
Figura 8: Usina Hidrelétrica Ibitinga............................................................... 51
Figura 9: Usina Hidrelétrica Promissão ......................................................... 52
Figura 10: Usina Hidrelétrica Nova Avanhandava......................................... 52
Figura 11: Empresas que compõem o IEE.................................................... 85
Figura 12: Valorização do ISE ....................................................................... 86
Figura 13: Valorização do IBOV .................................................................... 87
Figura 14: Análise da valorização da AES Tietê
GETI4............................. 88
Figura 15: Análise da valorização da Eletrobrás
ELET6............................ 89
Figura 16: Estrutura Acionária da AES Tietê................................................. 90
LISTA DE QUADROS
Quadro 1: Os dez compromissos da Empresa Amiga da Criança................ 29
Quadro 2: Composição Acionária da AES Tietê ........................................... 90
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABNT
Associação Brasileira de Normas Técnicas
ADVB - Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil
AEM - Avaliação Ecossistêmica do Milênio
AAFC - Associação dos Aposentados da Fundação Cesp
Aneel - Agência Nacional de Energia Elétrica
Bovespa - Bolsa de Valores de São Paulo
8
BM&FBovespa - Bolsa de Valores, Mercadorias & Futuros
Nyse - Bolsa de Nova York
BNDESpar - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Financeiro e
Participações
BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Financeiro
CESP - Companhia Energética de São Paulo
CESFGV - Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getúlio
Vargas
CISE - Conselho Deliberativo do ISE
CSPE - Comissão de Serviços Públicos de Energia
CVM - Comissão de Valores Mobiliários
CEP - Código de Endereçamento Postal
CMMAD - Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento
CNUMAD - Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e
Desenvolvimento
CDB - Convenção sobre a Biodiversidade
CDS - Comissão sobre o Desenvolvimento Sustentável
CMDS - Cúpula Mundial de Desenvolvimento Sustentável
CO2 - Dióxido de Carbono
ECOSOC - Conselho Econômico e Social das Nações Unidas
FGV
Fundação Getúlio Vargas
FAM - Florianópolis Audiovisual Mercosul
GWh - Gigawatt-hora
GEE - Gases do Efeito Estufa
IBOV - Índice Bovespa
IEE - Índice de Energia Elétrica
IGP-M - Índice Geral de Preço do Mercado
ISE - Índice de Sustentabilidade Empresarial
ISO - Organização Internacional para Padronização
km² - Quilômetros Quadrados
MRE - Mecanismo de Realocação de Energia
m³ - Metros Cúbicos
m - Metros
m³/s - Metros Cúbicos por Segundo
9
MW - Megawatt
NBR - Normas Brasileiras
Osesp - Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo
O.D. - Overdose Digital
ONU - Organização das Nações Unidas
PCHs - Pequenas Centrais Hidrelétricas
PGA - Programa de Gestão Ambiental
PLR
Programa de Participação nos Lucros e Resultados
PNUMA - Programa das Nações Unidas sobre Meio Ambiente
RCE - Redução Certificada de Emissões
RI - Relacionamento com Investidores
SELA
TP
Sistema Econômico Latinoamericano
Tietê Participações
UHE - Usina Hidrelétrica
10
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO............................................................................................... 14
CAPÍTULO I
GRUPO AES TIETÊ.............................................................. 16
1
HISTÓRICO ........................................................................................ 16
1.1
Missão ................................................................................................. 18
1.2
A Visão de Sustentabilidade ............................................................... 18
1.3
Valores ................................................................................................ 19
1.4
Ações Ambientais ............................................................................... 19
1.4.1 Objetivos ambientais, com as suas respectivas metas ambientais ... 22
1.5
Projetos Sociais .................................................................................. 23
1.5.1 O Projeto Guri ..................................................................................... 23
1.5.2 Programa Geração Cidadania ............................................................ 23
1.5.3 Salas de Leitura .................................................................................. 24
1.5.4 Acorde Para o Meio Ambiente ............................................................ 25
1.5.5 Fundação Dorina Nowill ...................................................................... 26
1.5.6 Energia não se Aposenta.................................................................... 26
1.5.7 Mozarteum Brasileiro .......................................................................... 26
1.5.8 Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo .................................... 27
1.5.9 A Ecos do Planeta............................................................................... 27
1.5.10 Overdose Digital.................................................................................. 28
1.5.11 Empresa Amiga da Criança ................................................................ 28
1.5.12 Voluntariado ........................................................................................ 29
1.5.13 Campanha de Natal ............................................................................ 29
1.5.14 Campanha da Páscoa......................................................................... 30
1.5.15 Campanha do Agasalho...................................................................... 30
1.6
Reconhecimento ................................................................................. 30
1.6.1 TOP Social da Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do
Brasil (ADVB) 2007 ........................................................................................ 31
1.7
Investimentos ...................................................................................... 31
1.8
Mitigação do Meio Ambiente e distribuição de Energia Sustentável.. 32
11
1.9
Gestão de pessoas
relacionamento com o público interno............. 33
1.9.1 Comunicação ...................................................................................... 35
1.10
Política de responsabilidade sócio-ambiental - Política de Meio
Ambiente, Saúde e Segurança do Trabalho do Grupo AES ......................... 36
1.11
Cultura empresarial
Governança Corporativa ................................. 37
1.11.1 Conselho de Administração ................................................................ 38
1.11.2 Conselho Fiscal .................................................................................. 38
1.11.3 Comitês ............................................................................................... 38
1.11.3.1 Comitê de Gestão ............................................................................ 38
1.11.3.2 Comitê de Gestão de Riscos Regulatórios...................................... 39
1.11.4 Relações com Investidores................................................................. 39
1.11.5 Sarbanes-Oxley .................................................................................. 40
1.11.6 Auditoria .............................................................................................. 40
1.11.7 Estrutura Societária............................................................................. 40
1.12
Contrato Governamental
Contrato de Concessão .......................... 41
1.13
Gerenciamento de Riscos................................................................... 41
1.14
Eclusas................................................................................................ 45
1.14.1 Ficha Técnica ...................................................................................... 45
1.14.1.1 Escritório Sede................................................................................. 45
1.14.1.2 Usina Hidrelétrica Água Vermelha................................................... 45
1.14.1.3 Usina Hidrelétrica Caconde ............................................................. 46
1.14.1.4 Usina Hidrelétrica Euclides da Cunha ............................................. 47
1.14.1.5 Usina Hidrelétrica Limoeiro.............................................................. 48
1.14.1.6 Pequena Central Hidrelétrica Mogi-Guaçu...................................... 48
1.14.1.7 Usina Hidrelétrica Barra Bonita ....................................................... 49
1.14.1.8 Usina Hidrelétrica Bariri ................................................................... 50
1.14.1.9 Usina Hidrelétrica Ibitinga................................................................ 51
1.14.1.10 Usina Hidrelétrica Promissão ........................................................ 51
1.14.1.11 Usina Hidrelétrica Nova Avanhandava.......................................... 52
CAPÍTULO II - CONCEITOS SOBRE GESTÃO DA SUSTENTALIDADE .. 54
2
A EVOLUÇÃO DOS PROBLEMAS AMBIENTAIS............................ 54
2.1
Protocolo de Kyoto.............................................................................. 58
12
2.2
Relatório Brundtland ........................................................................... 59
2.3
Agenda 21 ........................................................................................... 60
2.4
Gestão ambiental ................................................................................ 61
2.5
Normas ambientais e ISO 14000........................................................ 62
2.6
A construção de uma consciência ecológica...................................... 64
2.7
Responsabilidade Social..................................................................... 65
2.8
Economia empresarial ........................................................................ 66
2.9
Crescimento econômico e meio ambiente.......................................... 69
2.10
Capital ambiental e o capital social..................................................... 69
2.11
Desenvolvimento sustentável ............................................................. 71
2.12
Sustentabilidade.................................................................................. 73
2.13
Dimensões de sustentabilidade .......................................................... 74
2.14
A importância da sustentabilidade na empresa.................................. 75
2.15
Sustentabilidade: governança no mundo tripolar ............................... 77
2.16
Sustentabilidade como tendência de mercado................................... 78
2.17
Créditos de carbono............................................................................ 79
CAPÍTULO III - GESTÃO DA SUSTENTABILIDADE: UM DIFERENCIAL
COMPETITIVO DO GRUPO AES TIÊTE...................................................... 81
3
GRUPO AES TIETÊ ........................................................................... 81
3.1
Introdução ........................................................................................... 81
3.2
Análise dos Índices ............................................................................. 82
3.2.1 Índice Bovespa (IBOV)........................................................................ 82
3.2.2 Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) .................................... 83
3.2.3 Índice de Energia Elétrica (IEE).......................................................... 84
3.3
Análise comparativa dos índices: IBOV versus ISE ........................... 85
3.4
Análise comparativa setorial: IEE ....................................................... 87
3.5
Estrutura Acionária.............................................................................. 89
3.6
Análise dos controladores da AES Tietê ............................................ 90
3.7
Perfil dos investidores brasileiros ....................................................... 91
3.7.1 Cultura dos investidores estrangeiros ................................................ 92
3.8
Resultado da pesquisa........................................................................ 93
13
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO ................................................................. 96
CONCLUSÃO ................................................................................................ 97
REFERÊNCIAS ............................................................................................. 99
APÊNDICES .................................................................................................. 102
14
INTRODUÇÃO
Nos últimos anos, a sustentabilidade passou a fazer parte do cotidiano
de um crescente número de empresas de todos os setores como um conceito
de negócios.
A Sustentabilidade pode ser definida como a capacidade de uma
empresa desenvolver sua atividade de forma a atender às necessidades da
geração atual, sem comprometer a vida das gerações futuras. Em outras
palavras, significa buscar o lucro duradouro, meta de qualquer empresa, por
meio de práticas econômico-financeiras, ambientais e sociais responsáveis,
integradas à administração do próprio negócio.
Os objetivos da Gestão da Sustentabilidade estão basicamente apoiados
em três pilares: social, ambiental e econômico. Tais áreas são determinantes
no planejamento sustentável correto, que podem trazer retornos financeiros
significativos para a empresa.
A Gestão da Sustentabilidade se tornou no mercado atual um grande
diferencial competitivo. As empresas que trabalham com produtos e serviços
visando um sistema socialmente justo, ambientalmente equilibrado e
economicamente próspero, vêm evoluindo gradativamente com o aumento do
conhecimento da sociedade.
Os objetivos da pesquisa foram fundamentar as teorias referentes à
Gestão Ambiental e Responsabilidade Social; verificar se a Gestão da
Sustentabilidade adotada pela empresa AES Tietê contribui para sua
valorização econômica; descrever a evolução histórica da empresa; analisar a
importância da sustentabilidade no âmbito social e ambiental visando um
melhor desempenho econômico; analisar como é aplicada a Gestão da
Sustentabilidade; avaliar os benefícios que a Gestão da Sustentabilidade
proporciona e demonstrar as vantagens da Gestão da Sustentabilidade na
valorização econômica da empresa.
Diante do que foi pesquisado e em virtude do que foi observado na
empresa, questiona-se: A Gestão da Sustentabilidade adotada pela empresa
AES Tietê contribui para sua valorização econômica?
Através desta pergunta surgiu a seguinte hipótese que norteia o
15
trabalho: a gestão da sustentabilidade baseada nas áreas ambientais e sociais
proporciona
resultados
positivos
no
âmbito
econômico
da
empresa,
desenvolvendo vantagens favoráveis diante de um mercado competitivo.
Para intensificar a análise foi realizada uma pesquisa na empresa AES
Tietê, que atua no setor de geração de energia elétrica, localizada na cidade de
Promissão-SP.
Foram utilizados neste trabalho os métodos e técnicas descritos no
Capítulo III.
O trabalho está estruturado da seguinte maneira:
Capitulo I
Apresenta a empresa na qual foi realizada a pesquisa,
incluindo o histórico, localização, projetos, área de atuação, entre outros.
Capitulo II
Descreve o conceito de sustentabilidade e suas
características.
Capitulo III
Descreve a pesquisa realizada na empresa AES Tietê.
A Proposta de Intervenção e a Conclusão são resultado de uma
comparação entre a teoria aplicada e as práticas apresentadas pela empresa, e
constituem a parte final deste trabalho.
16
CAPÍTULO I
GRUPO AES TIETÊ
1
HISTÓRICO
Fundada em 1981, a AES é um dos maiores investidores do setor
elétrico mundial. Possui 28 mil colaboradores envolvidos em operações que
incluem distribuição e geração
hídrica, térmica e de fontes alternativas, em 28
países.
Na América Latina, onde opera desde 1993, a AES está presente na
Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, El Salvador, Panamá e República
Dominicana.
São aproximadamente dez mil colaboradores e oito milhões de clientes
atendidos. A AES chegou ao Brasil em 1997, com a aquisição da Companhia
Centro-Oeste de Distribuição de Energia Elétrica, do Rio Grande do Sul (AES
Sul). No País, o Grupo AES controla ainda a Companhia Brasiliana de Energia,
controladora direta da AES Tietê, AES Eletropaulo, AES Uruguaiana, AES
Infoenergy, AES Com Rio e AES Eletropaulo Telecom. São mais de 6,3
milhões de clientes e 5,4 mil colaboradores na força de trabalho.
A AES Tietê é uma empresa de destaque no ramo de geração de
energia elétrica no Brasil. Foi constituída em abril de 1999, como resultado da
reestruturação e da privatização de determinados ativos da Companhia
Energética de São Paulo (CESP). Em outubro de 1999, a AES Corporation, por
meio de suas controladas diretas ou indiretas, adquiriu a maioria das ações de
emissão da AES Tietê em um leilão público realizado na Bolsa de Valores de
São Paulo (Bovespa). A AES Corporation, cujas ações são negociadas na
Bolsa de Valores de Nova Iorque, é uma das principais empresas do ramo de
energia nos Estados Unidos, com atividades de geração e distribuição.
Em seguida à privatização, em dezembro de 1999, a AES Tietê celebrou
um Contrato de Concessão com a Agência Nacional de Energia Elétrica
17
(Aneel) para operar dez Usinas Hidrelétricas. O Contrato de Concessão foi
celebrado com prazo de 30 anos, que termina em 20 de dezembro de 2029, e
poderá ser prorrogado por um período adicional de 30 anos, mediante
solicitação prévia da AES Tietê e desde que determinadas condições sejam
atendidas.
As atividades da AES Tietê compreendem a geração e o fornecimento
de energia para distribuidoras de energia elétrica localizadas em várias regiões
do Estado de São Paulo. A base de operações da AES Tietê está localizada no
Estado de São Paulo e a capacidade instalada é de 2.651 Megawatt (MW), o
que corresponde a 18,5% do parque gerador do Estado de São Paulo,
provenientes de 10 usinas localizadas nas regiões centro e nordeste do Estado
de São Paulo (Barra Bonita, Bariri, Ibitinga, Promissão, Nova Avanhandava,
Caconde, Euclides da Cunha, Limoeiro, Mogi-Guaçu e Água Vermelha). A
Usina Hidrelétrica (UHE) de Água Vermelha responde por mais da metade da
energia gerada pela AES Tietê e por aproximadamente 53,0% de sua
Capacidade Instalada. A AES Tietê controla a AES Minas, uma empresa
detentora de 7 Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs), no Estado de Minas
Gerais, que juntas têm capacidade instalada de 5,45 MW.
Os reservatórios das usinas são parte integrante da paisagem e da vida
das regiões onde estão localizados. Sua utilização vai além da geração de
energia, pois permite o controle de cheias, projetos de irrigação, navegação
hidroviária e diversas atividades comerciais e de lazer, como turismo,
recreação e pesca esportiva e profissional.
As usinas da AES Tietê proporcionaram uma geração efetiva de 12,5 mil
Gigawatt-hora (GWh) de energia ao longo de 2006, 12% acima dos 11,1 mil
GWh de energia assegurada, determinada pela Aneel, ainda que 3% menor do
que foi gerado em 2005. Os ganhos de produtividade, que vêm proporcionando
ano a ano um volume de geração superior ao determinado inicialmente no
contrato de concessão como energia assegurada, são reflexos do intenso
programa de manutenção efetiva, que garante às usinas a manutenção de seu
índice de confiabilidade entre os melhores do setor elétrico no País.
Baseada na performance operacional histórica superior aos níveis
estabelecidos pela Aneel, a AES Tietê pleiteia junto ao poder concedente
aumentar o volume de energia assegurada. Porém, o Ministério de Minas e
18
Energia determinou, em 2004, que essa capacidade passe por uma revisão
apenas em 2014.
A usina hidrelétrica Mario Lopes Leão (Promissão), com potência
instalada de 264 MW é a segunda usina da AES em capacidade, no rio Tietê. A
usina Promissão está à jusante da usina Ibitinga e nas proximidades da
corredeira de Lajes. Suas obras civis foram iniciadas em janeiro de 1966 e o
primeiro gerador entrou em operação em julho de 1975. A usina foi concluída
em abril de 1977.
O reservatório de promissão abrange uma área de 530 km² e, com a
implantação da hidrovia Tietê-Paraná o desenvolvimento da região foi
beneficiado através da atividade mais importante local, o cultivo da cana-deaçúcar.
1.1
Missão
A AES Tietê S.A. tem como missão: Gerar e distribuir eletricidade e
outros serviços, para atender as necessidades do mundo, de uma maneira
segura, limpa, confiável e socialmente responsável.
1.2
A Visão de Sustentabilidade
A AES Tietê, assim como das demais empresas do Grupo AES,
sedimenta-se sobre três pilares: econômico, social e ambiental, que agem e
interagem entre si. Sob esse prisma, a companhia desenvolve suas atividades
a partir de boas práticas econômico-financeiras, com vistas a contribuir para o
desenvolvimento social das regiões em que atua, além de manter seu
compromisso com preservação do meio ambiente, conservando e restaurando
recursos ambientais impactados por suas atividades. Para a companhia, o
equilíbrio entre esses fatores garantirá a sustentabilidade e a perenidade de
sua atividade-fim, que é prestar, de forma responsável, um serviço público à
19
sociedade: a geração de energia.
1.3
Valores
A AES Tietê adota os valores da AES Corporation:
a) segurança: o Grupo AES sempre coloca a segurança em primeiro
lugar em relação ao seu pessoal, contratados e integrantes das
comunidades atendidas;
b) integridade: as pessoas do Grupo AES são honestas, confiáveis e
fidedignas. A integridade está no centro de tudo o que fazem - como
conduzem suas ações, como desempenham seu trabalho e como
interagem umas com as outras e com todas as partes envolvidas;
c) compromisso: o Grupo AES tem um compromisso com as partes
envolvidas
(clientes,
funcionários,
comunidades,
acionistas,
fornecedores e parceiros) e quer que todas as suas empresas dêem
uma contribuição positiva para a sociedade;
d) excelência: o Grupo AES buscará ser o melhor em tudo o que fizer, e
irá desempenhar atividades de classe mundial bem como fornecer
serviços de alta qualidade confiáveis aos seus clientes;
e) realizar-se no trabalho: o Grupo AES quer que seu pessoal goste de
seu trabalho, apreciando a auto-realização proporcionada por fazer
parte de um time de sucesso que faz a diferença. As pessoas
trabalham porque se sentem realizadas, úteis e motivadas.
1.4
Ações Ambientais
Desde o ano 2000, a AES Tietê desenvolve uma série de programas
ambientais. Dentre eles destacam-se:
a) o Programa de Manejo de Flora: tem por objetivo produzir 1 milhão
de mudas por ano e é realizado no viveiro localizado na UHE
20
Promissão (Promissão-SP). Parte dessas mudas é disponibilizada
para as comunidades e prefeituras da região através do Programa de
Fomento
Florestal,
sendo
especialmente
destinadas
para
o
reflorestamento e a recomposição de áreas degradadas;
b) o Programa de Manejo Pesqueiro: contribui para a manutenção da
ictiofauna nos reservatórios formados, visando, de um modo geral, a
preservação da diversidade biológica e a sustentação da exploração
pesqueira racional;
c) os estudos dos ambientes aquáticos e suas interfaces com os
terrestres,
necessários
repovoamento
dos
à
implementação
reservatórios
e
do
seus
povoamento
tributários,
e
são
desenvolvidos como parte da política ambiental da empresa e
também em cumprimento da legislação. O Programa é realizado
como uma forma de mitigar e compensar os impactos resultantes da
construção
dos
reservatórios,
além
de
também
permitir
o
fornecimento de subsídios para estudos e pesquisas, objetivando a
caracterização das novas condições do sistema aquático do Estado
de São Paulo, modificadas substancialmente pela construção dos
reservatórios;
d) repovoamento com peixes: aponta como um dos mais importantes
subprogramas do Manejo Pesqueiro da AES Tietê conta, para sua
execução, com a estrutura de duas Estações de Piscicultura, estando
uma localizada na UHE de Promissão e a outra na UHE de Barra
Bonita, somando uma produção aproximada de 2.500.000 alevinos
por ano. O povoamento e o repovoamento dos reservatórios é
executado exclusivamente com espécies autóctones de piracema ou
endêmicas de cada bacia considerada. De um modo geral, são
utilizadas sete espécies de peixes nos processos de povoamento
e/ou repovoamento dos reservatórios, sendo elas: curimbatá
(Prochilodus lineatus), piapara (Leporinus elongatus), pacu-guaçu
(Piaractus mesopotamicus), dourado (Salminus maxillosus), tabarana
(Salminus hilarii), piracanjuba (Brycon orbignyanus) e lambari
(Astyanax sp.), sendo que os três primeiros são os mais utilizados. O
período de peixamento pode ser realizado em praticamente todos os
21
meses do ano, com exceção de julho e agosto, sendo que o período
exato depende da disponibilidade de alevinos, em número e
comprimento requeridos, nas Estações de Piscicultura. Os pontos de
peixamento contemplam a bacia dos rios Tietê, Grande e Pardo;
e) viveiro: o viveiro de Promissão completou, em 2007, 32 anos de
atividades, tendo capacidade de produção de 1.000.000 mudas de
árvores por ano. A AES Tietê terceiriza todas as etapas do processo
de produção para uma equipe especializada que executa a coleta,
seleção e beneficiamento das sementes, bem como todas as etapas
de produção de mudas. A finalidade da produção das mudas é o
florestamento
e
reflorestamento
de
áreas
impactadas
pela
construção dos reservatórios;
f) educação ambiental: o objetivo deste programa é desenvolver ações
de educação e informação sobre os recursos ambientais, elaborando
e implementando ações de comunicação junto à rede escolar dos
municípios da área de influência, informando sobre as características
da Usina, os recursos físicos e bióticos que ela comporta e as ações
necessárias para assegurar sustentabilidade ao uso dos mesmos.
Para isso desenvolve e gerencia uma visita orientada às instalações
das UHE Promissão, Barra Bonita e Água Vermelha, na qual os
visitantes (morador local, estudantes e/ou turistas) têm uma visão
geral do funcionamento técnico da usina, sua história, as
características de seu reservatório e os recursos físicos, bióticos e
paisagísticos que ela dispõe, sendo concluída com informações
institucionais da AES Tietê e de sua presença no estado de São
Paulo. A realização desta visita é integrada às alternativas de lazer
da população, quanto a roteiros turísticos da região, bem como às
ações de educação ambiental. As visitas programadas são
realizadas uma vez a cada 15 dias e serão marcadas sob a seguinte
orientação: envio de ofício da instituição ou contato telefônico;
programação de no mínimo 1 semana de antecedência; visita de no
máximo 20 pessoas; estudantes até a 2ª série deverão estar
acompanhados de, no mínimo, 02 professores responsáveis; todos
os visitantes devem estar calçando sapatos fechados.
22
1.4.1 Objetivos ambientais, com as suas respectivas metas ambientais
De acordo com as Normas Brasileiras (NBR) e a Organização
Internacional para Padronização (ISO) 14001/96, define-se:
a) parte interessada: indivíduo ou grupo interessado ou afetado pelo
desempenho ambiental de uma organização;
b) desempenho ambiental: resultados mensuráveis do sistema de
gestão ambiental, relativos ao controle de uma organização sobre
seus aspectos ambientais, com base na sua política, seus objetivos e
suas metas ambientais;
c) objetivo ambiental: propósito ambiental global, decorrente da política
ambiental, que uma organização se propõe a atingir, sendo
mensurável sempre que exeqüível;
d) meta ambiental: requisito de desempenho detalhado, quantificado
sempre que exeqüível, aplicado à organização ou parte dela,
resultante dos objetivos ambientais e que necessita ser estabelecido
e atendido para que tais objetivos sejam atendidos;
e) política ambiental: declaração da organização, expondo suas
intenções e princípios em relação ao seu desempenho ambiental
global, que prevê uma estrutura para ação e definição de seus
objetivos e metas ambientais.
Os objetivos e metas são assegurados por Programas de Controle dos
Impactos Significativos, formando o Programa de Gestão Ambiental da AES
Tietê S.A. Os programas de controle de impactos significativos são
desdobrados em Planos de Ação (5W2H) para cada UHE. Nesses planos de
ação são especificados: o que
responsável; onde
ações; por que
justificativa; quem
local; quando - cronograma de execução; como -
metodologia; quanto custa - recursos necessários, definindo indicadores de
desempenho ambiental da UHE, a serem medidos, monitorados e controlados.
A esse conjunto de Planos de Ação denomina-se Programa de Gestão
Ambiental (PGA) da UHE.
23
1.5
Projetos Sociais
A política de responsabilidade social da AES Tietê tem por objetivo
atingir a excelência em cidadania empresarial, com foco no desenvolvimento
humano e a partir de ações focadas em meio ambiente, cultura e educação.
Por isso, a empresa promove, de forma consistente, a integração da AES Tietê
com as comunidades nas quais a empresa está inserida, por meio de ações de
desenvolvimento sustentável. Segue os projetos sociais da AES Tietê:
1.5.1 O Projeto Guri
É uma organização social sem fins lucrativos com o objetivo de
promover a inclusão social e cultural por meio do ensino da música.
Desenvolvem a sociabilidade, auto-estima e senso de cidadania em crianças e
adolescentes de 8 a 18 anos, além de incentivar o interesse pelas artes.
A AES Tietê retomou a parceria com o projeto em Caconde e estendeu a
ação a mais quatro cidades do interior do Estado de São Paulo: Barra Bonita,
Boracéia, Brejo Alegre e Igaraçú do Tietê.
Com esta iniciativa, mais de 700 crianças de famílias de baixa renda
podem estudar violino, viola, violoncelo, contrabaixo, violão, cavaquinho,
percussão, saxofone, clarinete, flauta, trompete, trombone e coral.
O Projeto Guri foi criado há dez anos pela Secretaria da Cultura do
Estado de São Paulo e conta com o apoio da Associação Amigos do Projeto
Guri e financiamento de empresas privadas. Atualmente, o projeto leva cultura
a mais de 48 mil crianças de 8 a 18 anos que participam dos seus cursos de
música.
1.5.2 Programa Geração Cidadania
24
Foi lançado pela AES Tietê em maio de 2005. Seu objetivo é fortalecer o
relacionamento da companhia com as comunidades nas quais está inserida por
meio de ações culturais e de educação ambiental, como a transformação de
materiais reciclados em artesanatos típicos da região, literatura circulante,
música e artes plásticas, entre outras.
As entidades participantes deste programa estão situadas nos seguintes
municípios do interior de São Paulo:
a) Mococa:
Projeto
Beija
Flor
curso
gratuito
de
dança
e
desenvolvimento da coordenação motora, postura e capacidades
físicas e mentais para crianças e adolescentes de baixa renda com
necessidades especiais. Em 2006, 320 crianças e adolescentes
foram atendidas pelo projeto;
b) São José do Rio Pardo: Projeto Música e Arte
escola de música e
orquestra com a participação de 70 crianças e adolescentes
carentes;
c) Buritama: Projeto Criança tem Concerto
oficina de artes, música,
teatro, dança, artesanato e reforço escolar que beneficiam 170
crianças, jovens e adolescentes em situação de risco;
d) Mogi Guaçu: Projeto Eco-Arte Inclusão
oficinas de música, material
reciclável e artesanatos para deficientes físicos, visuais e auditivos.
Em 2006, participaram dessa iniciativa 234 crianças e adolescentes;
e) Ibitinga: Projeto Reciclando a Vida
oficinas de reciclagem de papel
e desenvolvimento da conscientização ambiental para 245 crianças e
adolescentes e o Projeto Biblioteca em Movimento: ônibus adaptado
percorrem escolas e bairros da periferia para oferecer consulta e
empréstimo de livros. A previsão é de atender 100 pessoas por dia e
2.200 por mês.
1.5.3 Salas de Leitura
Com as salas de leitura, mais de 123 mil livros foram doados pelas
empresas do grupo AES no Brasil nos últimos três anos. Em 2007, mais de 80
25
mil exemplares foram distribuídos. Entre as iniciativas responsáveis por esses
números está o projeto Sala de Leitura, patrocinado pela AES Tietê e pela AES
Eletropaulo.
Desde seu início, em 1° de junho de 2006, o projeto já inaugurou 75
minibibliotecas no Estado de São Paulo, 25 patrocinadas pela AES Tietê e 50
pela
AES
Eletropaulo.
Parceria
entre
o
Instituto
Oldemburg
de
Desenvolvimento e o Grupo Editorial Record, o projeto incentiva a leitura com
doação de acervo inicial e instalação de salas em escolas, centros culturais e
instituições de todo o Brasil como forma de ampliar o acesso da população
carente aos livros.
O projeto Sala de Leitura tem ainda como objetivo estimular a
mobilização das comunidades beneficiadas, reforçando sua participação em
todas as etapas, desde o processo de montagem até a manutenção do espaço.
No total, foram doados 75 mil livros. Os moradores têm livre acesso aos
espaços e cada localidade recebe duas coleções de 500 títulos cada uma para
empréstimo e para consulta no local.
O acervo reúne obras de autores nacionais e estrangeiros de gêneros
diversos como história, artes, literatura infantil e infanto-juvenil, religião,
ciências, filosofia, educação, ciências sociais, literatura nacional e estrangeira,
entre outros. Cada sala de leitura recebe o nome de um autor brasileiro.
1.5.4 Acorde Para o Meio Ambiente
O Projeto Acorde para o meio ambiente, realizado em parceria com a
Secretaria de Estado do Meio Ambiente, é uma série de concertos realizados
periodicamente em diferentes parques do Estado de São Paulo.
Seu objetivo é aproximar a população do meio ambiente e incentivar a
cultura e a responsabilidade social, levando música gratuita de qualidade à
população. A ação gera recursos para os parques nos quais é realizada e
contribui para programas sociais como o Fome Zero.
Em 2006, foram realizadas apresentações em 13 municípios, com
presença de 33,4 mil pessoas e arrecadação de 18,7 mil quilos de alimentos,
26
doados às entidades assistenciais das cidades que sediaram o evento.
1.5.5 Fundação Dorina Nowill
Fundação Dorina Nowill - A AES Tietê, em parceria com a AES
Eletropaulo, patrocina o projeto Implementação da Produção e Distribuição de
Livros em Braille e Falados para Cegos, desenvolvido pela Fundação Dorina
Nowill para Cegos.
Em 2006, a parceria publicou e distribuiu 1.050 livros em Braille. Deste
total, 510 exemplares foram doados a instituições cadastradas na Fundação.
Os demais foram encaminhados às 75 Salas de Leitura, inauguradas pela AES
no Brasil em 2006, e também a algumas universidades que atendem cegos.
1.5.6 Energia não se Aposenta
A AES Tietê, em parceria com a AES Eletropaulo, patrocinou o livro
Energia Não Se Aposenta, da Associação dos Aposentados da Fundação Cesp
(AAFC) e da Fundação Energia e Saneamento. A iniciativa teve como objetivo
contribuir para a preservação da memória do setor elétrico, bem como da
história sobre as relações trabalhistas no País.
Lançada em abril de 2008, a obra resgata a história da AAFC e das suas
contribuições para o desenvolvimento do setor e de seus trabalhadores.
1.5.7 Mozarteum Brasileiro
A AES Tietê, em parceria com a AES Eletropaulo, patrocina desde 2006
as temporadas anuais do Mozarteum Brasileiro, associação cultural que
promove espetáculos de música e dança clássicas e contemporâneas para o
27
público em geral.
Em 2006, foram 19 apresentações com as orquestras WDR SinfonieOrchester Koln, Freiburguer Kammerphilharmonie, Trondheim Soloists, o Coro
Barroco da Bahia e a soprano Dame Felicity Lott, entre outros, atraindo mais de
45 mil pessoas. Em 2007 foram 20 apresentações de música erudita, sendo
quatro concertos ao ar livre com entrada franca. Houve ainda 16 palestras
gratuitas denominadas Clube do Ouvinte, uma introdução aos concertos da
Temporada Internacional. Estes encontros têm a intenção de despertar nos
participantes um modo mais criativo de ouvir música e gerar maior interesse
pelo programa musical apresentado.
O patrocínio contempla ainda 31 master classes gratuitas (encontros
didáticos entre artistas estrangeiros convidados e estudantes de música) e a
concessão de 50% de desconto nos ingressos das atrações internacionais para
maiores de 60 anos e estudantes em geral. O público em 2007 foi de 104 mil
pessoas, sendo 80 mil não-pagantes.
1.5.8 Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo
O grupo AES no Brasil está entre os patrocinadores da Orquestra
Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp). A série de concertos da
Temporada 2007 foi apresentada na Sala São Paulo, na região central da
capital paulista.
A Osesp é hoje a principal referência da música sinfônica no Brasil e
modelo de excelência musical no exterior.
1.5.9 A Ecos do Planeta
A AES Tietê patrocinou o Ecos do Planeta 2006, dentro do qual foi
realizado o 5° Ecocine
Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental. O
instituto Ecos do Planeta envolve entidades, especialistas e empresas
28
comprometidas com o meio ambiente e sua sustentabilidade.
O intuito é semear comprometimento e consciência ambiental para,
assim, criar uma nova atitude em relação à vida do planeta. O evento oferece
em um mesmo local show, filmes, teatro, exposição e debates.
Em outubro de 2007, a AES Tietê foi patrocinadora deste importante
evento, na Fundação Bienal de São Paulo, no Ibirapuera.
1.5.10 Overdose Digital
A AES Tietê patrocinou o curta-metragem Overdose Digital (O.D.), que
estreou em janeiro de 2007. Dirigido pelo cineasta Marcos de Brito, o filme
relata a história de um dependente químico que recebe uma proposta
indecente para conseguir a mercadoria desejada.
A produção ganhou o prêmio de melhor trilha sonora da Florianópolis
Audiovisual Mercosul 2007 (FAM), em junho. No 35º Festival de Cinema de
Gramado, realizado entre 12 e 18 de agosto, Francisco Gaspar recebeu o
prêmio de melhor ator por seu papel no curta-metragem.
1.5.11 Empresa Amiga da Criança
Em 2007, à AES Tietê conquistou o selo Empresa Amiga da Criança, da
Fundação Abrinq, organização que promove a defesa da cidadania e dos
direitos da criança e do adolescente. O selo representa o reconhecimento das
iniciativas da empresa em prol da educação, saúde e bem-estar de crianças e
adolescentes.
Para receber a distinção, é necessário assumir dez compromissos
determinados pela Fundação Abrinq, de como respeitar o jovem trabalhador e
fornecer auxílio-creche (Quadro 1).
Em outubro de 2006, a AES Tietê verificou que preenchia todos os
requisitos para a obtenção do certificado, faltando apenas a doação ao Fundo
29
de Direito da Criança e do Adolescente, o que ocorreu em dezembro, quando
1% do imposto de renda da companhia foi destinado a esse fim.
1. Não empregar menores de 16 anos, exceto na condição de aprendizes a partir
de 14 anos;
2. Respeitar o jovem trabalhador;
3. Deixar claro aos fornecedores que uma denúncia de trabalho infantil pode
causar rompimento de contrato;
4. Fornecer creche ou auxílio-creche aos filhos dos funcionários;
5. Assegurar que os funcionários matriculem seus filhos menores de 18 anos no
ensino fundamental;
6. Incentivar e auxiliar as funcionárias gestantes a realizar o pré-natal;
7. Estimular as funcionárias a amamentar seus filhos até no mínimo seis meses
de idade;
8. Orientar os funcionários a fazer o registro de nascimento dos seus filhos;
9. Fazer investimento social compatível com o porte da empresa;
10. Contribuir para o Fundo de Direitos da Criança e do Adolescente.
Fonte: AES Tietê, 2007
Quadro 1: Os dez compromissos da Empresa Amiga da Criança
1.5.12 Voluntariado
A AES Tietê promove, desde 2006, campanhas corporativas anuais de
Natal, Páscoa e do Agasalho. A empresa incentiva e apóia a adesão dos
funcionários por meio de boletim eletrônico. Além de proporcionar apoio
logístico às ações, a empresa realiza eventos para reconhecer o mérito das
equipes que mais se destacam em cada edição das campanhas. Os números
comprovam o quanto o público interno da AES Tietê está sensível às questões
sociais.
1.5.13 Campanha de Natal
Durante as três semanas da Campanha de Natal, 109 crianças foram
apadrinhadas por colaboradores da AES Tietê em 2006. Tamanha adesão
permitiu o atendimento de crianças e adolescentes de três entidades
30
assistenciais: o asilo Lar de Jesus (São José do Rio Pardo-SP), Casa Abrigo
(Bariri-SP) e creche Deus Menino (Iturama-MG).
1.5.14 Campanha da Páscoa
A Campanha da Páscoa de 2007 arrecadou fundos suficientes para a
compra de 208 ovos de chocolate de 250 gramas. Os produtos foram doados
às seguintes instituições: Lar Menino Jesus (Caconde-SP), creche Santa Rita
de Cássia (Brejo Alegre-SP) e creche Cenira Ghilter Follini (Barra Bonita-SP).
Em 2006, os empregados doaram 188 ovos de chocolate de 350 gramas
a seis instituições selecionadas pelos colaboradores da AES Tietê: Lar da
Esperança (Promissão-SP), Associação Cristã de Proteção à Criança (IbitingaSP), Associação Bom Jesus
Casa da Criança (Ibitinga-SP), Sociedade Cristã
Francisco de Assis (Mococa-SP), Associação Assistencial São Francisco
Casa Abrigo (Mococa-SP) e Paróquia Santa Luzia (Mococa-SP).
1.5.15 Campanha do Agasalho
Os empregados da AES Tietê contribuíram com mais de 20 mil peças de
roupas e cobertores na Campanha do Agasalho 2007, ação realizada em
parceria com o Fundo Social de Solidariedade do Governo do Estado de São
Paulo e coordenada pela Comissão de Serviços Públicos de Energia (CSPE).
A arrecadação foi entregue aos Fundos Sociais Municipais de Ibitinga,
Ubarama, Brejo Alegre, Ouroeste, Barra Bonita, Mogi Guaçu, Mococa,
Caconde, Bauru e São José do Rio Pardo. Na Campanha do Agasalho de
2006, foram doadas 5,1 mil peças aos mesmos fundos municipais.
1.6
Reconhecimento
31
1.6.1 TOP Social da Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do
Brasil (ADVB) 2007
O investimento da AES Tietê em incentivo à leitura torna-se modelo e
referência de iniciativa social corporativa. O conjunto de programas Ler, mais
energia na sua vida, em parceria com a AES Eletropaulo, foi um dos destaques
do TOP Social da ADVB 2007.
Concedido anualmente pela ADVB, o prêmio é voltado a programas
socialmente responsáveis promovidos por empresas. Neste ano, foi entregue a
outras 35 companhias entre 187 inscritas.
Para a AES Tietê, a premiação é um reconhecimento importante de sua
política sócio-cultural, que prioriza educação, preservação da memória e a
língua portuguesa. De 2004 a 2007, as empresas do grupo AES no Brasil
colocaram à disposição da sociedade mais de 123 mil livros. Até o final de
2007, mais 80,6 mil serão distribuídos.
1.7
Investimentos
Os investimentos realizados em 2007 somaram R$ 50,7 milhões, com
crescimento de 9,1% em relação ao mesmo período de 2006. Esse aumento
deve-se principalmente a maiores investimentos em modernização e
capacitação dos equipamentos para as usinas operacionais e em projetos
ambientais, como reflorestamentos.
Para 2008, o montante de investimento previsto é de R$ 224 milhões,
sendo as principais ações:
a) Construção de três PCHs localizadas no Estado do Rio de Janeiro
(R$ 141,2 milhões);
b) Construção de duas PCHs no Estado de São Paulo (R$ 26,2
milhões);
c) Reflorestamento e monitoramento das bordas dos reservatórios (R$
15,2 milhões);
32
d) Manutenções de rotina (R$ 26 milhões).
1.8
Mitigação do Meio Ambiente e distribuição de Energia Sustentável
A produção de peixes para o repovoamento dos rios é apenas uma das
atividades que fazem parte do dia-a-dia dos trabalhos da AES Tietê para suas
dez hidrelétricas o que resulta em uma grande melhoria da biodiversidade do
rio Tietê.
As dez usinas hidrelétricas da AES Tietê foram projetadas e construídas
antes da privatização prevendo o múltiplo aproveitamento da água. Além da
geração de energia, os reservatórios da empresa formam espelhos d água de
aproximadamente 2.000 km² e contribuem para o processo de regularização
das vazões dos rios ao longo do ano, possibilitando a irrigação, o
abastecimento confiável dos municípios, a pesca, a operação da hidrovia TietêParaná e atividades de lazer, entre outras.
A construção de uma usina, entretanto, gera vários impactos ambientais
e socioeconômicos. A maior parte deles já foi devidamente compensada na
época de implantação do empreendimento, como por exemplo, a indenização
compensatória da população realocada. Outros impactos precisam ser
continuamente monitorados e mitigados, como é o caso da produção de peixes
para o repovoamento dos rios, uma vez que a barragem pode prejudicar várias
espécies que necessitam da água corrente para se reproduzir. A AES Tietê
melhorou a eficiência da produção de peixes nativos através da implementação
do controle genético e monitoramento e obteve sucesso na produção da
espécie nativa Dourado (Salminus Maxillosus), assegurou ainda a produção 2,5
milhões de alevinos de seis diferentes espécies nativas.
Os impactos potenciais na geração de energia elétrica foram
categorizados pelo Banco Mundial. O documento Diretrizes para avaliação
ambiental de projetos da indústria e de energia, publicado em 1991, lista as
interferências negativas causadas pela construção e operação de uma usina
hidrelétrica.
33
1.9
Gestão de pessoas
relacionamento com o público interno
A inclusão de conceitos e desenvolvimento de boas práticas a seus
recursos humanos é um fator-chave para a AES Tietê.
Por isso, a companhia dedica atenção especial à valorização de seu
pessoal,
com
o
desenvolvimento
de
lideranças e
investimentos em
capacitação.
A AES Tietê conta com uma estrutura bastante enxuta, o que lhe confere
altos índices de produtividade. Em 2006, a produtividade média de seus 285
colaboradores, calculada pelo indicador receita bruta por funcionário,
apresentou crescimento de 8,3%, totalizando R$ 5,35 milhões. A produtividade
operacional foi de 43,8 GWh por funcionário.
O relacionamento da AES Tietê com seus colaboradores pauta-se pelos
Valores da AES Corporation, estendidos a todas as empresas do Grupo no
Brasil e no mundo, e pelo trabalho conjunto entre as áreas Operacional e de
Recursos Humanos. Esse alinhamento permite constante adequação das
políticas de Recursos Humanos às necessidades da atividade-fim da
companhia e investimentos contínuos no desenvolvimento dos colaboradores.
Em sintonia com o princípio de valorizar seus recursos humanos, a AES
Tietê atua de forma que eleve cada vez mais o índice de satisfação de seus
colaboradores diretos, prática que direciona a gestão de recursos humanos,
cujos principais pontos são:
a) política de relacionamento: empenhada em promover o bem-estar de
seus colaboradores, a AES Tietê possui políticas e mecanismos
formais para ouvir, avaliar e acompanhar posturas, preocupações,
sugestões e críticas, sempre com o objetivo de agregar novos
aprendizados e conhecimentos. Dessa forma, a companhia previne
situações de assédio moral ou sexual. Possui, ainda, política
expressa de respeito à privacidade de seus funcionários no que se
refere a informações sensíveis (inclusive médicas), obtidas e
mantidas sob responsabilidade da área de recursos humanos. O
relacionamento da AES Tietê com seu público interno inclui, ainda,
acordo coletivo com o sindicato da categoria principal, negociando
34
um patamar mínimo de benefícios comuns com o sindicato da região
em que atua. Além disso, a companhia tem a preocupação de
divulgar informações que venham a afetar seus colaboradores em
tempo hábil para que tanto eles quanto o sindicato possam se
posicionar;
b) remuneração e benefícios: é baseada no conceito de remuneração
total,
que
compreende
salário-base,
adicionais,
benefícios
e
remuneração variável, política que abrange a totalidade dos
colaboradores. Em 2006, a média salarial dos colaboradores,
excluindo diretores executivos e vice-presidentes, atingiu R$
5.528,00, valor 5,5% maior que a média de 2005. Além dos
benefícios assegurados em lei, a companhia oferece planos de
saúde familiar e programas de previdência complementar a todos os
seus funcionários, oferecidos sem distinção de sexo ou raça aos que
exerçam a mesma função em qualquer nível hierárquico. A
companhia mantém acordo coletivo com o sindicato da categoria
principal que abrange 100% dos colaboradores, de modo que
negocie um patamar mínimo de benefícios comuns com o sindicato
da região em que atua. Em 2006, o Programa de Participação nos
Lucros e Resultados (PLR), estabelecido por meio de negociação
com comissão de empregados e em conformidade com a legislação,
distribuiu um total de R$ 3,7 milhões, equivalentes a 16,6% da
remuneração total. Além da remuneração variável relacionada ao
cumprimento de metas operacionais e financeiras pré-definidas, os
funcionários podem receber bônus adicionais orientados por
elementos
de
sustentabilidade,
como
o
alcance
de
metas
relacionadas ao desempenho social e ambiental da companhia;
c) treinamento e capacitação: mais do que oferecer o treinamento, a
AES Tietê entende que é necessário incentivar os processos de
aprendizagem
corporativa.
Ao
longo
do
ano,
a
companhia
proporcionou 25.886 horas de treinamento aos funcionários, um
número que supera em 116% o verificado no ano anterior. Os
colaboradores receberam preparação para assumir novos postos de
trabalho, adquirir competências básicas e estratégicas, eliminar
35
carências de desempenho, adequar-se às novas tecnologias, praticar
a excelência operacional, obter informações sobre eficiência
energética e elevar o nível de segurança do trabalho.
1.9.1 Comunicação
A comunicação com todos os públicos relacionados
colaboradores,
fornecedores, comunidades das regiões em que atuam órgãos reguladores,
acionistas, entre outros
é essencial para a AES Tietê, pois representa a base
de um relacionamento de transparência e confiança.
Dentro da estratégia de relacionamento com a comunidade das regiões
em que atua para manter esse público informado e divulgar os programas
sociais que desenvolve, a AES Tietê cria e veicula campanhas publicitárias
institucionais em rádios, TVs, jornais, revistas e outdoors, além de patrocinar
diversos eventos no interior do Estado, ligados à preservação do meio
ambiente e à promoção da cultura regional.
A companhia investe no relacionamento pró-ativo e transparente com a
imprensa, com o objetivo de consolidar um relacionamento consistente,
promovendo encontros com profissionais da mídia regional e divulgando
informações financeiras e de impacto nas comunidades onde estão localizadas
suas usinas hidrelétricas. Em 2006, a imprensa nacional e regional publicou
362 notícias sobre a empresa, sendo 207 positivas, 49 negativas e 106
neutras.
A AES Tietê também oferece treinamento a seus profissionais com o
objetivo de auxiliá-los a interagir com a imprensa e detectar, prevenir e
administrar eventuais crises de imagem.
A veiculação de notícias internas sobre a companhia e empresas do
grupo é feita pelo boletim eletrônico Infogenco, enviado a todos os funcionários
lotados nos escritórios de São Paulo, Bauru e nas usinas. O boletim somou 201
edições em 2006.
Dentro da política de transparência com seus stakeholders, a empresa
publica na Internet, no site www.aestiete.com.br, seus relatórios anuais.
36
1.10
Política de responsabilidade sócio-ambiental - Política de Meio
Ambiente, Saúde e Segurança do Trabalho do Grupo AES
A política de Responsabilidade Social da AES Tietê tem por objetivo
atingir a excelência em cidadania empresarial, com foco no desenvolvimento
humano, a partir de ações em meio ambiente, cultura e educação. Por isso, é
promovida, de forma consistente, a integração da AES Tietê com as
comunidades nas quais está inserida, por meio de ações voltadas ao
desenvolvimento sustentável.
As empresas do Grupo AES no Brasil, em suas atividades de geração,
distribuição e comercialização de energia, produção de bens e prestação de
serviços diversos, têm como política assegurar a integridade e a saúde de seus
colaboradores e preservar e conservar o meio ambiente para produzir e
distribuir energia limpa, confiável e segura, tendo como base os seguintes
compromissos:
a) prevenção: atuar com foco na prevenção de acidentes, incidentes,
doenças ocupacionais, danos ambientais e poluição;
b) responsabilidade social: ter como objetivo prioritário das ações o
benefício a todas as comunidades com as quais o Grupo AES se
relaciona;
c) conscientização: assegurar que seus colaboradores e parceiros
estejam informados, conscientizados e capacitados, motivando-os a
assumir uma postura adequada para evitar e atuar em situações de
riscos a saúde, a segurança e em potenciais impactos ambientais
decorrentes de suas atividades;
d) melhoria contínua: planejar, projetar e desenvolver suas atividades
aprimorando
continuamente
a
desempenho
das
operações,
monitorando, de forma pró-ativa, indicadores de saúde ocupacional,
segurança do trabalho e meio-ambiente, e aplicando tecnologias,
processos e insumos que minimizem os riscos ao trabalhador e
impactos ao meio ambiente, visando a saúde e a segurança dos
colaboradores, das empresas parceiras e da comunidade;
e) respeito aos recursos naturais: usar de forma racional e sustentável
37
os
recursos
naturais
necessários
aos
processos
sob
responsabilidade da AES no Brasil;
f) gerenciamento de emissões: mitigar os impactos decorrentes de
suas atividades, reduzindo suas emissões para o meio ambiente e
para o ambiente de trabalho, buscando soluções econômica e
tecnicamente sustentáveis;
g) fornecedores
e
contratados:
atuar
em
parceria
com
seus
fornecedores e contratados, orientando-os e estabelecendo critérios
para o atendimento aos requisitos de saúde, segurança e meio
ambiente, na prestação de serviços;
h) comunicação: fomentar programas de conscientização, educação
ambiental, saúde e segurança, junto à comunidade na qual está
inserida, apoiando o desenvolvimento de projetos que atendam as
expectativas das partes interessadas, e manter uma comunicação
aberta e permanente através da divulgação de suas práticas e
desempenho;
i) compromisso com a legislação: operar e manter todas as unidades,
garantindo o cumprimento da legislação aplicável a saúde, segurança
e meio ambiente, bem como o atendimento a outros requisitos
pertinentes a suas atividades.
As lideranças das empresas são responsáveis por implementar, divulgar
e fazer cumprir esta Política, bem como garantir a estrutura para o
estabelecimento e análise dos objetivos e metas de meio ambiente, saúde e
segurança. Seus colaboradores são responsáveis por praticar esta Política, de
forma individual e intransferível, assegurando seu cumprimento por prestadores
de serviços.
1.11
Cultura empresarial
Governança Corporativa
Por estar focada no crescimento sustentável a longo prazo, foi
estabelecida,
no
segundo
semestre
de
2006,
uma
nova
estrutura
organizacional na companhia. O modelo tem por objetivo prover maior
38
integração entre as áreas, orientar a organização por processos, obter maior
agilidade e qualidade na tomada de decisões e aumentar o foco nos clientes,
tanto externos quanto internos.
1.11.1 Conselho de Administração
O Conselho de Administração é o mais alto órgão de governança
corporativa da AES Tietê, sendo responsável pelo planejamento e pelas
questões estratégicas da empresa. É composto por dez membros efetivos e
seis membros suplentes, dos quais dois membros efetivos são conselheiros
independentes e um conselheiro efetivo e seu suplente são representantes
eleitos pelos colaboradores.
O mandato é de três anos, sendo permitida a reeleição.
1.11.2 Conselho Fiscal
O Conselho Fiscal, órgão permanente, possui quatro membros efetivos
e quatro suplentes, sendo um membro efetivo e seu suplente indicados pelos
acionistas minoritários e os demais, indicados pelo acionista controlador. O
mandato é de um ano.
É composto por até cinco membros, dos quais três representantes do
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Financeiro (BNDES) e dois
membros indicados pelos acionistas minoritários.
1.11.3 Comitês
1.11.3.1 Comitê de Gestão
39
Este
comitê
permanente,
formado
representantes da AES e três do BNDES
por
seis
membros
três
presta suporte e assessoria técnica
ao Conselho de Administração e à Diretoria. O grupo analisa os planos de
investimento, acompanha a evolução dos índices de desempenho e afere a
adequada prestação de serviços em atendimento aos padrões exigidos pelo
órgão regulador. Acompanha ainda a execução do Plano de Negócios Anual e
analisa as questões que envolvam aspectos estratégicos e relevantes, sejam
eles de natureza técnico-operacional, jurídica, administrativa, econômicofinanceira, ambiental ou social.
1.11.3.2 Comitê de Gestão de Riscos Regulatórios
O grupo mantém, há dois anos, reuniões semanais para discutir
procedimentos a serem utilizados pelas empresas da AES no Brasil, usando
metodologia de gestão de riscos baseada no método COSO da Basiléia.
1.11.4 Relações com Investidores
A missão da área de Relações com Investidores da companhia vai além
de atender às demandas e divulgar informações aos investidores e analistas. O
objetivo principal é manter um relacionamento baseado na transparência e
aproximar ainda mais a AES Tietê dos participantes do mercado de capitais.
Tal política faz parte da estratégia de nortear sua atuação na responsabilidade
e sustentabilidade.
Para garantir total transparência e perfeita eqüidade na divulgação de
informações, a companhia dispõe e efetivamente utiliza, desde 2004, uma
Política de Divulgação de Informações Relevantes, aprovada pelo Conselho de
Administração, de acordo com as determinações da Comissão de Valores
Mobiliários (CVM).
Canais de comunicação ágeis e pronto atendimento às solicitações são
40
imprescindíveis para a empresa cumprir seus objetivos no relacionamento com
investidores e com o mercado de capitais: manter um consistente e pró-ativo
fluxo de comunicação e evitar o acesso privilegiado às informações,
divulgando-as simultaneamente a todo o mercado.
1.11.5 Sarbanes-Oxley
Por pertencer a um grupo norte-americano com ações listadas na Bolsa
de Nova York, a AES Tietê está preparada para suprir a AES Corporation com
informações exigidas pela Lei Sarbanes-Oxley.
1.11.6 Auditoria
A empresa Ernst & Young Auditores Independentes responde pela
auditoria externa da AES Tietê desde 2004, atendendo à obrigatoriedade de
rodízio a cada cinco anos. Durante o ano, não foram contratados serviços
complementares ou de consultoria com essa empresa, mantendo o foco de
seus serviços exclusivamente em auditoria contábil.
1.11.7 Estrutura Societária
Desde setembro de 2006, a Companhia Brasiliana de Energia
(Brasiliana), sociedade controladora direta da AES Tietê, com 52,6% do capital
total, tem empreendido uma reorganização financeira e societária, cujos
principais objetivos são fortalecer a estrutura de capital do grupo, eliminar
ineficiências decorrentes da existência de empresas holding ou de participação
intermediárias e reestruturar o perfil de seu endividamento resultante da
reorganização de suas controladas.
41
Como parte da reorganização societária, em 22 de março de 2007, a
Tietê Holdings Ltda transferiu as ações detidas no capital da AES Tietê
Participações S.A. (TP) para a Brasiliana.
Adicionalmente, em 28 de setembro de 2007, houve a cisão da TP, com
incorporação de parte da empresa pela Brasiliana, no montante de R$ 32
milhões, representando todos os ativos e passivos da TP. Já o valor de R$ 39,3
milhões, referente ao ágio e aos impostos diferidos sobre o ágio já amortizado,
foi incorporado pela própria AES Tietê. Como conseqüência, ocorreram o
cancelamento das ações detidas pela TP na AES Tietê e a emissão de novas
ações em favor da Brasiliana.
1.12
Contrato Governamental
Contrato de Concessão
O contrato de concessão de uso de bem público para geração
hidrelétrica ou, simplesmente, concessão de geração, tem por objeto a
transferência da execução de um serviço do Poder Público ao particular, que
se remunerará dos gastos com o empreendimento, aí incluídos os ganhos
normais do negócio, através de tarifa cobrada aos usuários.
O contrato de concessão da empresa tem duração de 30 anos, a partir
de 20 de dezembro de 1999, com autorização para operar como
concessionária de uso do bem público, na produção e comercialização de
energia elétrica, na condição de Produtor Independente de Energia.
1.13
Gerenciamento de Riscos
A AES Tietê identifica, classifica analisa e trata os riscos empresariais
mais significativos a que está exposta por meio de ações definidas em seu
Plano de Negócios. A identificação desses riscos começa com a análise de
cenários e ambientes relacionados à atuação da empresa em que são
avaliados os pontos fortes e fracos, as ameaças e as oportunidades de
42
melhoria.
Para
isso,
conta
com
uma
equipe
especializada
e
diferentes
ferramentas, que atuam no constante monitoramento de cada um dos fatores
que apresentem risco potencial à companhia, entre os quais:
a) risco de produto: como geradora de energia, que atua em setor
regulamentado e com um contrato de venda de longo prazo, não há o
risco de a AES Tietê ter seu produto defasado tecnologicamente ou
enfrentar diferentes condições de mercado como conseqüência da
atuação da concorrência;
b) risco de mercado: o contrato de fornecimento funciona como um
hedge, tanto para os volumes quanto para os preços de venda. Há
risco de despesas imprevistas, típico das atividades da companhia,
mas a margem de comercialização permite absorver uma eventual
necessidade de desembolso extra, sem grande impacto. O Contrato
Bilateral com a AES Eletropaulo vigorará até 2015 e a AES Tietê
aguarda decisão na justiça quanto à validação do aditamento firmado
em outubro de 2003, que prorrogava o contrato até 2028, e foi
negado pela Aneel em março de 2004. Caso esse aditamento não
seja aprovado, a energia gerada pela AES Tietê estará exposta a
leilões de energia elétrica a partir de 2016;
c) risco de operação: a companhia dispõe de seguro para as barragens
que apresentam maior risco hidrológico e para equipamentos,
cobrindo eventuais falhas operacionais. Em termos de volume de
energia gerada, existe uma proteção do próprio sistema energético
brasileiro representado pelo Mecanismo de Realocação de Energia
(MRE). O MRE é um mecanismo de compartilhamento de risco por
meio do qual toda a geração das usinas excedente à energia
assegurada é transferida, às usinas que tiveram desempenho abaixo
do nível assegurado, ao custo mínimo estabelecido para a água;
d) risco ambiental: o Sistema de Gestão Ambiental, instituído em 2002,
e a adoção de tecnologias de ponta minimizam os riscos ambientais
envolvidos na operação e manutenção das usinas, como a
contaminação dos rios por vazamentos de óleos e/ou destinação
incorreta de resíduos. As bordas dos reservatórios, consideradas
43
Áreas de Preservação Permanente, podem sofrer invasões de
terceiros.
Para
evitar
esse
problema,
a
AES
Tietê
está
implementando um Sistema de Informações Geográficas, que
permite acompanhar e fiscalizar eventuais ocupações;
e) risco de clima/desastre: os planos de contingência, seguros ou
sistemas de back-up minimizam consideravelmente os riscos
decorrentes de alterações no clima. Para o caso de desastres
naturais, como cheias que possam comprometer as estruturas, foi
criado um plano de atuação para vazões. Em situações que excedam
esse dimensionamento ou outras catástrofes, não existem planos de
contingência factíveis. Para reduzir as perdas decorrentes desses
riscos,
a
empresa
possui
seguros
nas
modalidades
riscos
operacionais, que protegem bens e instalações, e responsabilidade
civil, que visam minimizar as perdas por danos causados a terceiros;
f) riscos de sistema, gestão ou controle: para eliminar o risco de falhas
nos sistemas de suporte operacionais, as unidades geradoras podem
ser operadas via painéis locais, independentemente da coordenação
do centro de operação. Com relação aos sistemas de gestão,
existem controles de acesso por nível hierárquico e back-ups;
g) o Sistema de Gestão Ambiental: foi instituído na companhia em 2002,
e a adoção de tecnologia de ponta na condução das operações são
ferramentas que permitem minimizar os riscos ambientais envolvidos
nas atividades;
h) risco regulatório: todas as regras do setor e exigências do contrato de
concessão são continuamente acompanhadas e cumpridas. Há dois
anos a companhia participa, juntamente a representantes das outras
empresas AES no Brasil, do Comitê de Gestão de Risco, que se
reúne semanalmente para definir estratégias e avaliar metodologias
de controle, sempre mensurando o impacto, tanto financeiro quanto
de imagem, das estratégias adotadas. O principal risco regulatório
com o qual a AES Tietê se defronta no momento é a obrigação de
expansão de sua capacidade, estipulada no edital de privatização. O
não cumprimento dessa obrigação poderá resultar em penalizações
impostas à companhia pelo Governo do Estado de São Paulo e/ou
44
pela Aneel. Nesse caso, a AES Tietê poderá tomar as medidas
judiciais cabíveis visando resguardar a saúde financeira da empresa,
uma vez que houve uma alteração substancial da regulamentação do
setor de energia elétrica desde a origem da obrigação até o presente
momento, tornando inviável o seu cumprimento, na forma como está
estabelecida;
i) risco de imagem: a AES Tietê, por meio de sua assessoria de
comunicação, atua com os meios de imprensa e diretamente com o
seu público, tanto de forma proativa como atendendo rapidamente
solicitações e questionamentos;
j) risco comunitário: a AES Tietê entende que as relações com as
comunidades de seu entorno podem impactar, de forma positiva ou
não, sua atividade de geração de energia. Por essa razão, a
companhia está seriamente comprometida a operar de forma que
garanta a máxima segurança para as comunidades localizadas
próximas às suas instalações;
k) risco trabalhista: a companhia atua de acordo com as regras
vigentes,
empenhada
em
promover
o
bem-estar
de
seus
funcionários, minimizando, ao máximo, o número de processos
trabalhistas;
l) risco de capital intelectual: a fim de reconhecer e motivar os talentos
que compõem seu quadro de colaboradores, a AES Tietê oferece
condições
de
crescimento
e
desenvolvimento
de
carreiras,
promovendo programas de treinamento periodicamente;
m) riscos financeiros: crédito, a garantia de preço e volume na venda da
totalidade da energia até 2015, assegurada pelo Contrato Bilateral
com a AES Eletropaulo, representa uma proteção (hedge) para a
AES Tietê. Quantos aos juros e inflação, a dívida da AES Tietê tem
seu custo determinado a juros fixos e correção pelo Índice Geral de
Preço do Mercado (IGP-M). Por outro lado, o mesmo indicador é a
base do reajuste definido no contrato de venda de energia, o que
representa uma proteção natural para o custo da dívida. Já quanto a
liquidez, a estrutura financeira da companhia, com baixo nível de
endividamento e forte geração de caixa garantida pelo Contrato
45
Bilateral de longo prazo, somada à baixa necessidade de
desembolsos para investimentos em ativo fixo, minimiza o risco de
liquidez. O câmbio em sua totalidade da dívida da companhia é
cotada em moeda local, assim como a totalidade de sua receita. O
risco cambial é associado apenas a aplicações lastreadas em moeda
estrangeira, que representavam cerca de 13% da disponibilidade
total em 31 de dezembro de 2006.
1.14
Eclusas
Após a privatização, a AES Tietê continuou responsável
contrato com o governo de São Paulo
por meio de
pela operação e manutenção das
eclusas, aprimoramento de vias e canais.
Seis eclusas da AES Tietê permitem, hoje, que até 10 milhões de
toneladas de cargas sejam transportadas pelo rio Tietê durante um ano.
Utilizando essas eclusas, as embarcações podem transpor barragens de até 30
metros de altura e prosseguir com o transporte de cargas fazendo a ligação
entre a região metropolitana de São Paulo e o entorno da usina de Itaipu, no
Paraná.
1.14.1 Ficha Técnica
1.14.1.1 Escritório Sede
Localização: Rua Lourenço Marques, 158
100
São Paulo-SP.
1.14.1.2 Usina Hidrelétrica Água Vermelha
Vila Olímpia - CEP 04547-
46
Fonte: AES TIETÊ, 2008
Figura 1: Usina Hidrelétrica Água Vermelha
Entrada em operação: 1978
Localização: Rio Grande
Reservatório: área de 647 km² e volume de 11.025 x 106 m³
Barragem: tipo mista, comprimento
3940 m
Turbina: tipo Francis de eixo vertical, queda bruta de 57 m
Gerador: tipo Umbrella de eixo vertical e potência total de 6 x 232,7 =
1396,2 MW
Vertedouro: tipo Comporta de superfície e descarga total de 8 x 2.481 =
19.848 m³/s.
Não tem eclusa.
1.14.1.3 Usina Hidrelétrica Caconde
Fonte: AES TIETÊ, 2008
Figura 2: Usina Hidrelétrica Caconde
47
Entrada em operação: 1966
Localização: Rio Pardo
Reservatório: área de 31 km² e volume de 636 x 106 m³
Barragem: tipo Terra, comprimento
640 m
Turbina: tipo Francis de eixo vertical, queda bruta de 105 m
Gerador: tipo Umbrella de eixo vertical e potência total de 1 x 39,2 e 1 x
41,2 = 80,4 MW
Vertedouro: tipo Comporta de superfície e descarga total de 2 x 426 =
852 m³/s tipo Comporta de fundo e descarga total de 1 x 200 = 200 m³/s.
Tipo Tulipa e descarga total de 726 m³/s.
Não tem eclusa.
1.14.1.4 Usina Hidrelétrica Euclides da Cunha
Fonte: AES TIETÊ, 2008
Figura 3: Usina Hidrelétrica Euclides da Cunha
Entrada em operação: 1960
Localização: Rio Pardo
Reservatório: área de 1 km² e volume de 18,45 x 106 m³
Barragem: tipo Terra, comprimento: 312 m
Turbina: tipo Francis de eixo vertical, queda bruta de 92 m
Gerador: tipo Umbrella de eixo vertical e potência total de 4 x 27,2 =
108,8 MW
Vertedouro: tipo Comporta de superfície e descarga total de 2 x 1.027 =
2.054 m³/s.
48
Tipo Tulipa e descarga total de 990 m³/s.
Não tem eclusa.
1.14.1.5 Usina Hidrelétrica Limoeiro
Fonte: AES TIETÊ, 2008
Figura 4: Usina Hidrelétrica Limoeiro
Entrada em operação: 1958
Localização: Rio Pardo
Reservatório: área de 3,3 km² e volume de 34,13 x 106 m³
Barragem: tipo Terra, comprimento: 600 m
Turbina: tipo Kaplan de eixo vertical, queda bruta de 25,5 m
Gerador: tipo Umbrella de eixo vertical e potência total de 2 x 16 = 32
MW
Vertedouro: tipo Comporta de superfície e descarga total de 2 x 882 =
1.764 m³/s
Tipo Comporta de superfície (suplementares) e descarga total de 2 x 610
= 1.220 m³/s.
Não tem eclusa.
1.14.1.6 Pequena Central Hidrelétrica Mogi-Guaçu
49
Fonte: AES TIETÊ, 2008
Figura 5: Pequena Central Hidrelétrica Mogi-Guaçu
Entrada em operação: 1999
Localização: Rio Mogi-Guaçu
Reservatório: área de 5,73 km² e volume de 32,89 x 106 m³
Barragem: tipo Aterro compactado, comprimento: 150 m
Turbina: tipo Kaplan Tubular S, queda bruta de 11,6 m
Gerador: tipo Sincrono de eixo horizontal e potência total de 2 x 3,6 = 7,2
MW
Vertedouro: tipo Comporta de superfície e descarga total de 4 x 524,8 =
2.099 m³/s.
Não tem eclusa.
1.14.1.7 Usina Hidrelétrica Barra Bonita
Fonte: AES TIETÊ, 2008
Figura 6: Usina Hidrelétrica Barra Bonita
50
Entrada em operação: 1963
Localização: Rio Tietê
Reservatório: área de 310 km² e volume de 3.622 x 106 m³
Barragem: tipo Concreto, comprimento: 287 m
Turbina: tipo Kaplan de eixo vertical, queda bruta de 23,5 m
Gerador: tipo Umbrella de eixo vertical e potência total de 4 x 35,19 =
140,76 MW
Vertedouro: tipo Comporta de superfície e descarga total de 5 x 906 =
4.530 m³/s
Eclusa: Capacidade de 10 milhões de t/ano.
1.14.1.8 Usina Hidrelétrica Bariri
Fonte: AES TIETÊ, 2008
Figura 7: Usina Hidrelétrica Bariri
Entrada em operação: 1965
Localização: Rio Tietê
Reservatório: área de 63 km² e volume de 607 x 106 m³
Barragem: tipo Terra/Concreto, comprimento: 856,25 m
Turbina: tipo Kaplan de eixo vertical, queda bruta de 24 m
Gerador: tipo Umbrella de eixo vertical e potência total de 2 x 47,7 e 1 x
41,4 = 136,8 MW
Vertedouro: tipo Comporta de superfície e descarga total de 6 x 431 =
2.856 m³/s
Tipo Comporta de fundo e descarga total de 2 x 853 = 1.706 m³/s
51
Eclusa: Capacidade de 10 milhões de ton/ano.
1.14.1.9 Usina Hidrelétrica Ibitinga
Fonte: AES TIETÊ, 2008
Figura 8: Usina Hidrelétrica Ibitinga
Entrada em operação: 1969
Localização: Rio Tietê
Reservatório: área de 114 km² e volume de 1.100 x 106 m³
Barragem: tipo Terra/Concreto, comprimento: 1.519,75 m
Turbina: tipo Kaplan de eixo vertical, queda bruta de 21,45 m
Gerador: tipo Umbrella de eixo vertical e potência total de 3 x 43,8 =
131,4 MW
Vertedouro: tipo Comporta de superfície e descarga total de 7 x 431 =
3.017 m³/s
Tipo Comporta de fundo e descarga total de 3 x 708 = 2.124 m³/s
Eclusa: Capacidade de 10 milhões de ton/ano.
1.14.1.10 Usina Hidrelétrica Promissão
Usina Hidrelétrica Mário Lopes Leão (Promissão), empresa na qual foi
realizada a pesquisa.
52
Fonte: AES TIETÊ, 2008
Figura 9: Usina Hidrelétrica Promissão
Entrada em operação: 1975
Localização: Rio Tietê
Reservatório: área de 530 km² e volume de 8.111 x 106 m³
Barragem: tipo Terra/Concreto, comprimento: 3.630 m
Turbina: tipo Kaplan de eixo vertical, queda bruta de 27,4 m
Gerador: tipo Umbrella de eixo vertical e potência total de 3 x 88 = 264
MW
Vertedouro: tipo Comporta de fundo e descarga total de 5 x 1.336 =
6.680 m³/s
Eclusa: Capacidade de 10 milhões de ton/ano.
1.14.1.11 Usina Hidrelétrica Nova Avanhandava
Fonte: AES TIETÊ, 2008
Figura 10: Usina Hidrelétrica Nova Avanhandava
53
Entrada em operação: 1982
Localização: Rio Tietê
Reservatório: área de 210 km² e volume de 2.830 x 106 m³
Barragem: tipo Terra/Concreto, comprimento: 2.038 m
Turbina: tipo Kaplan de eixo vertical, queda bruta de 29,7 m
Gerador: tipo Umbrella de eixo vertical e potência total de 3 x 115,8 =
347,4 MW
Vertedouro: tipo Comporta de superfície e descarga total de 4 x 1.987 =
7.948 m³/s.
Eclusa: Capacidade de 10 milhões de ton/ano.
54
CAPÍTULO II
CONCEITOS SOBRE GESTÃO DA SUSTENTALIDADE
2
A EVOLUÇÃO DOS PROBLEMAS AMBIENTAIS
Com o crescimento das civilizações, grandes mudanças ocorreram no
meio ambiente, até que no século XVIII houve uma transformação na
capacidade produtiva humana, que posteriormente ocasionou a Revolução
Científico-Tecnológico, a qual ficou conhecida como Revolução Industrial, com
o surgimento na Inglaterra, espalhou-se e dominou o cenário durante os
séculos XIX e XX que apontou a perspectiva destruição do ambiente natural.
(DIAS; ZAVAGLIA; CASSAR, 2003)
O problema é que o crescimento econômico desordenado foi
acompanhado de um processo jamais visto pela humanidade, em que se
utilizavam grandes quantidades de energia e de recursos naturais que
acabaram por configurar um quadro de degradação contínua no meio
ambiente.
Conforme Dias; Zavaglia; Cassar (2003), a industrialização trouxe vários
problemas ambientais como: a alta concentração populacional devido à
urbanização acelerada; consumo excessivo de recursos naturais, sendo que
alguns não renováveis (petróleo e carvão mineral); contaminação no ar, do
solo, das águas e desflorestamento entre outros.
Na segunda metade do século XX, com a intensificação do crescimento
econômico mundial, os problemas ambientais se agravaram e começaram a
aparecer com maior visibilidade para amplos setores da população,
particularmente, dos países desenvolvidos, os mais afetados pelos impactos
provocados pela revolução industrial. (DIAS; ZAVAGLIA; CASSAR, 2003)
Segundo Meadows (apud DIAS; ZAVAGLIA; CASSAR, 2003) em abril de
1968 em Roma (Itália), pessoas de dez países se reuniram com o objetivo de
discutir os dilemas atuais e futuros do homem, e assim criou o Clube de Roma,
uma organização informal, descrita, com muita propriedade. Suas finalidades
55
eram
promover
o
entendimento
dos
componentes
variados,
mas
interdependentes: econômicos, políticos, naturais e sociais que formam o
sistema global; chamar a atenção dos que são responsáveis por decisões de
alto alcance, e do público do mundo inteiro, para aquele novo modo de
entender e assim promover novas iniciativas e planos de ação.
Em 1972 o Clube de Roma prevendo um desastre a médio-prazo,
publicou um relatório denominado Limites do Crescimento, previa que as
tendências que imperavam até então conduziam a uma escassez catastrófica
dos recursos naturais e a níveis perigosos de declinar até o ano de 2010 e, a
partir daí, como conseqüência haveria uma diminuição da população por
penúria, falta de alimentos e poluição. (DIAS; ZAVAGLIA; CASSAR, 2003)
Se mantiverem as atuais tendências de crescimento da população
mundial, industrialização, contaminação ambiental, produção de
alimentos e esgotamento dos recursos, este planeta alcançará os
limites de seu crescimento no curso dos próximos cem anos. O
resultado mais provável será um súbito e incontrolável declínio tanto
da população como da capacidade industrial. (MEADOWS apud
DIAS; ZAVAGLIA; CASSAR, 2003)
A Assembléia das Nações Unidas no ano de 1968 decidiu pela
realização em 1972, na cidade de Estocolmo na Suécia, uma conferência
mundial sobre o meio ambiente humano. Na ocasião, foi dado um alerta de que
a sobrevivência do planeta corria riscos com a crescente e irracional
interferência do homem no meio ambiente. (ALMEIDA, 2007).
A conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) em 1972
gerou a Declaração sobre o Ambiente Humano e produziu um Plano de Ação
Mundial, com o objetivo de orientar a preservação e a melhoria no ambiente
humano. Um outro importante resultado do evento foi a criação do Programa
das Nações Unidas sobre Meio Ambiente (PNUMA), encarregado de monitorar
o avanço dos problemas ambientais no mundo. (DIAS; ZAVAGLIA; CASSAR,
2003)
No entanto, a conferência de Estocolmo, por outro lado, embora não
tenha sido convocada explicitamente para discutir o desenvolvimento, tornouse um fórum de debates entre diferentes posições dos países no Norte e Sul.
Outro mérito da conferência foi o de lançar as bases para a abordagem dos
problemas ambientais numa ótica global de desenvolvimento, primeiros passos
56
do que viria a se constituir mais tarde no conceito de desenvolvimento
sustentável. (KITAMURA, 1994)
O relatório como um todo vai adiante na introdução da relação do
desenvolvimento com a exploração dos recursos naturais e as possibilidades
de esgotamento do mesmo. Este documento apresenta uma semelhança com
os textos do Relatório da Comissão de Brundtland da ONU.
Refletindo a importância das discussões que ocorreram em Estocolmo,
nos
anos
seguintes
proliferaram
acordos
e
conferência
temáticas
internacionais, como: a Convenção sobre o Comércio Internacional de espécies
ameaçadas da fauna e flora silvestres (1973), Convenção Internacional para
Prevenção da Poluição pelos Navios (1973), Conferência Alimentar Mundial
(1974), Convenção sobre a Proteção da Natureza no Pacífico Sul (1976),
Conferência das Nações Unidas sobre a Água (1977), Conferência das Nações
Unidas sobre a Desertificação (1977), Conferência Mundial sobre o Clima
(1978), Convenção sobre a conservação das espécies migrantes pertencentes
à fauna selvagem (1979), Convenção sobre a conservação da fauna e flora
marítimas da Antártida (1980), e muitos outros documentos que foram
normatizando procedimentos que deveriam ser adotados pelas pessoas e
organizações em relação ao meio ambiente natural. (DIAS; ZAVAGLIA;
CASSAR, 2003)
No ano de 1983, a Assembléia Geral da ONU, como reflexo do aumento
crescente das preocupações ambientais, criou a Comissão Mundial sobre o
Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CMMAD), presidida pela primeiraministra da Noruega, Gro Harlem Brundtland, com o objetivo de examinar as
relações entre meio ambiente e o desenvolvimento bem como apresentar
propostas viáveis.
A Presidente da Comissão, Gro Brundtland, expressou no prefácio do
relatório, solicitando à comissão para apresentar um trabalho que consistiria
numa agenda global para mudança para entre outras coisas (DIAS; ZAVAGLIA;
CASSAR, 2003):
a) propor estratégias ambientais que viabilizem o desenvolvimento
sustentável por volta do ano 2000 em diante;
b) recomendar formas de cooperação na área ambiental entre os
países em desenvolvimento e entre países em estágios diferentes de
57
desenvolvimento econômico e social que os leve a atingir objetivos
comuns consideradas as inter-relações de pessoas, recursos, meio
ambiente e desenvolvimento;
c) encontrar meios e maneiras para que a comunidade internacional
possa lidar mais eficientemente com as preocupações ambientais;
d) contribuir com a definição de noções comuns relativas a questões
ambientais de longo prazo e os esforços necessários para tratar com
êxito os problemas da proteção e da melhoria do meio ambiente,
uma agenda de longo prazo a ser posta em prática nos próximos
decênios.
O informe Brundtland, da CMMAD, denominado Nosso Futuro Comum,
divulgado em 1987, pode ser considerado um dos mais importantes
documentos sobre a questão ambiental e o desenvolvimento dos últimos anos.
O documento Nosso Futuro Comum foi referência e base importante
para os debates que aconteceram na Conferência das Nações
Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD),
realizada no Rio de Janeiro em 1992, onde se popularizou o conceito
de Desenvolvimento Sustentável. (DIAS; ZAVAGLIA; CASSAR, 2003,
p. 194)
A CNUMAD ocorreu vinte anos após a de Estocolmo e concentrou-se
em identificar as políticas que geram os efeitos ambientas negativos.
Como produtos desse encontro, foram assinados cinco documentos que
direcionariam as discussões sobre o meio ambiente nos anos subseqüentes,
que conforme Dias; Zavaglia; Cassar (2003) seriam:
a) agenda 21;
b) convenção sobre a biodiversidade (CDB);
c) convenção sobre mudanças do clima;
d) princípios para administração sustentável das florestas;
e) declaração
do
Rio
de
Janeiro
sobre
meio
ambiente
e
desenvolvimento.
Para assegurar a implementação das propostas da Rio 92, foi criado a
Comissão sobre o Desenvolvimento Sustentável (CDS) que é a comissão do
Conselho Econômico e Social das Nações Unidas (ECOSOC).
Em dezembro de 2000, a Assembléia Geral das Nações Unidas resolveu
que a CDS serviria de órgão central organizador da Cúpula Mundial de
58
Desenvolvimento Sustentável (CMDS), conhecida como Rio+10, que ocorreria
em Johannesburgo entre os dias 26 de agosto e 04 de setembro de 2002 com
o objetivo de avaliar a situação do meio ambiente global em função das
medidas adotadas na CNUMAD-92. (DIAS; ZAVAGLIA; CASSAR, 2003)
Realizada a conferência, foram produzidos dois documentos relevantes:
a Declaração de Johannesburgo sobre o desenvolvimento sustentável e o
Compromisso de Johannesburgo para um desenvolvimento sustentável.
Os participantes da CMDS, de Johannesburgo, reconheceram que não
foram alcançados os objetivos fixados na Cúpula do Rio, e reiteraram que os
três pilares inseparáveis de um desenvolvimento sustentável estabelecidos
naquela ocasião continuavam sendo a proteção do meio ambiente, o
desenvolvimento social e o desenvolvimento econômico. (DIAS; ZAVAGLIA;
CASSAR, 2003)
Segundo Sistema Econômico Latinoamericano (SELA) (apud DIAS;
ZAVAGLIA; CASSAR, 2003) foi adotado o Compromisso de Johannesburgo
para Desenvolvimento Sustentável, o qual como declaração é bastante prolixo,
mas, quanto a compromisso concretos, deixa muito a desejar e fica muito
distante de uma verdadeira agenda para a ação. De modo geral, os
compromissos assumidos foram muito vagos e sem prazos para alcançar os
objetivos sócio-econômicos e ambientais colocados.
2.1
Protocolo de Kyoto
A preocupação com o meio ambiente levou os países da ONU a
assinarem um acordo que estipulasse controle sobre as intervenções humanas
no clima. Em 1997, reunidos em Kyoto no Japão, os Estados deram
continuidade às negociações iniciadas no Rio Eco 92, tendo culminado com a
adoção do Protocolo de Kyoto, estabelecendo metas de redução de gases de
efeito estufa para os principais países emissores.
Como meta, o Protocolo de Kyoto determinou que os países
industrializados reduzissem em 5,2% as emissões de carbono até 2012, em
relação aos níveis de 1990. (MAGNOLI, 2008)
59
Em 2004, em Buenos Aires foram aprovadas as regras para a
implementação do Protocolo de Kyoto e, no mesmo ano, a Rússia ratificou
finalmente o Protocolo de Kyoto, importante adesão se considerarmos que em
1990 o país era responsável por 17% das emissões globais. (MAGNOLI, 2008)
O Protocolo de Kyoto entrou em vigor no dia 16 de fevereiro de 2005,
tendo sido cumprida a meta de adesão superior a 55%. (MAGNOLI, 2008)
Vale mencionar que as entidades ambientalistas apontam para a
necessidade de redução de 20 a 30% das emissões de gases de efeito de
estufa (com base no ano de 1990) até 2030, e de 60% a 80% até 2050.
(MAGNOLI, 2008)
Em 2006, em Nairobi (Quênia), representantes de 189 nações
assumiram o compromisso de rever os principais aspectos do Protocolo de
Kyoto.
No ano de 2008 o grupo dos países mais industrializados do mundo,
concordou em reduzir a emissão de gases poluentes ao menos em 50% até
2050, uma medida para combater os efeitos das mudanças climáticas e o
aquecimento global. (MAGNOLI, 2008)
2.2
Relatório Brundtland
Elaborado pela CMMAD, faz parte de uma série de iniciativas, anteriores
à Agenda 21, as quais reafirmam uma visão crítica do modelo de
desenvolvimento adotado pelos países industrializados e reproduzido pelas
nações em desenvolvimento, e que ressaltam os riscos do uso excessivo dos
recursos naturais sem considerar a capacidade de suporte dos ecossistemas.
O relatório aponta para a incompatibilidade entre desenvolvimento sustentável
e os padrões de produção e consumo vigentes.
Uma série de medidas devem ser tomadas pelos países para promover
o desenvolvimento sustentável, conforme Dias; Zavaglia; Cassar (2003) são:
a) limitação do crescimento populacional;
b) garantia de recursos básicos (água, alimentos, energia) a longo
prazo;
60
c) preservação da biodiversidade e dos ecossistemas;
d) diminuição do consumo de energia e desenvolvimento de tecnologias
renováveis;
e) aumento da produção industrial nos países não-industrializados com
base em tecnologias ecologicamente adaptadas;
f) controle da urbanização desordenada e integração entre campo e
cidades menores;
g) atendimento das necessidades básicas (saúde, escola, moradia).
Conforme Dias; Zavaglia; Cassar (2003) em âmbito internacional, as
metas propostas são:
a) adoção
da
estratégia
de
desenvolvimento
sustentável
pelas
organizações de desenvolvimento;
b) proteção dos ecossistemas supranacionais como a Antártica,
oceanos, pela comunidade internacional;
c) banimento das guerras;
d) implantação de um programa de desenvolvimento sustentável pela
ONU.
2.3
Agenda 21
A Agenda 21 é um programa de ação, baseado num documento de 40
capítulos, que constitui a mais ousada e abrangente tentativa já realizada de
promover, em escala planetária, um novo padrão de desenvolvimento,
conciliando métodos de proteção ambiental, justiça social e eficiência
econômica.
Trata-se de um documento consensual para o qual contribuíram
governos e instituições da sociedade civil de 179 países num processo
preparatório que duraram dois anos e culminou com a realização da CNUMAD,
em 1992, no Rio de Janeiro, também conhecida por ECO-92.
A Agenda 21 brasileira trata-se de instrumento de planejamento
participativo para o desenvolvimento sustentável que tem como eixo central a
sustentabilidade, compatibilizando a conservação ambiental, a justiça social e o
61
crescimento econômico. O documento é resultado de uma vasta consulta à
população brasileira, sendo construída a partir das diretrizes da Agenda 21
global.
Como programa, ela adquire mais força política e institucional, passando
a ser instrumento fundamental para a construção do Brasil sustentável, estando
coadunada com as diretrizes da política ambiental do governo.
Portanto, a Agenda 21, que tem provado ser um guia eficiente para
processos de união da sociedade, compreensão dos conceitos de cidadania e
de sua aplicação, é atualmente um dos grandes instrumentos de formação de
políticas públicas no Brasil.
2.4
Gestão ambiental
A gestão ambiental é a administração do exercício de atividades
econômicas e sociais de forma a utilizar de maneira racional os recursos
naturais, renováveis ou não. A gestão ambiental deve visar o uso de práticas
que garantam a conservação e preservação da biodiversidade, a reciclagem
das matérias-primas e a redução do impacto ambiental das atividades
humanas sobre os recursos naturais. Fazem parte também do arcabouço de
conhecimentos associados à gestão ambiental técnicas para a recuperação de
áreas degradadas, técnicas de reflorestamento, métodos para a exploração
sustentável de recursos naturais, e o estudo de riscos e impactos ambientais
para a avaliação de novos empreendimentos ou ampliação de atividades
produtivas.
A prática da gestão ambiental introduz a variável ambiental no
planejamento empresarial, e quando bem aplicada, permite a redução de
custos diretos - pela diminuição do desperdício de matérias-primas e de
recursos cada vez mais escassos e mais dispendiosos, como água e energia e de custos indiretos - representados por sanções e indenizações relacionadas
a danos ao meio ambiente ou à saúde de funcionários e da população de
comunidades que tenham proximidade geográfica com as unidades de
produção da empresa. Um exemplo prático de políticas para a inserção da
62
gestão ambiental em empresas tem sido a criação de leis que obrigam a
prática da responsabilidade pós-consumo.
De acordo com Acot (1990), as primeiras manifestações de gestão
ambiental foram estimuladas pelo esgotamento de recursos, como o caso da
escassez de madeira para construção de moradias, fortificações, móveis,
instrumentos e combustível, cuja exploração havia se tornado intensa desde a
era medieval.
Os termos administração, gestão do meio ambiente, ou simplesmente
gestão ambiental são entendidos como as diretrizes e as atividades
administrativas e operacionais, tais como, planejamento, direção, controle,
alocação de recursos e outras realizadas com o objetivo de obter efeitos
positivos sobre o meio ambiente, quer reduzindo ou eliminando os danos ou
problemas causados pelas ações humanas, quer evitando que eles surjam.
(BARBIERI, 2007)
À medida que a sociedade vai se conscientizando da necessidade de se
preservar o meio ambiente, a opinião pública começa a pressionar o meio
empresarial a buscar meios de desenvolver suas atividades econômicas de
maneira mais racional. O próprio mercado consumidor passa a selecionar os
produtos que consome em função da responsabilidade social das empresas
que os produzem. Desta forma, surgiram várias certificações, tais como as da
família ISO 14000, que atestam que uma determinada empresa executa suas
atividades com base nos preceitos da gestão ambiental.
2.5
Normas ambientais e ISO 14000
A exigência da sociedade em relação à qualidade ambiental dos
produtos oferecidos no mercado tem estimulado uma gama cada vez maior de
empresas a aderir voluntariamente a normas ambientais. Tratando-se de uma
tendência já quase consolidada nos países desenvolvidos, a preocupação com
a natureza e, conseqüentemente, a adoção de sistemas limpos ou menos
poluentes são elementos que ajudam a dar uma nova configuração ao meio
industrial brasileiro.
63
A Associação Brasileira de Normas e Técnicas (ABNT) é um selo
representante da ISO no Brasil, ela tem um programa que visa suprir as
necessidades na área de certificação. Ela tem como objetivo certificar os
produtos que se encontram disponíveis no mercado, buscando assim, maior
credibilidade. As empresas têm aderido à série ISO 14000, que dispõe de
diretrizes para a gestão ambiental. (ABNT, 2008)
Conforme Silva (2000) a série ISO 14000 surge, com o advento do Eco92, para atender a uma demanda por uma norma internacional, capaz de
padronizar os procedimentos em nível mundial.
A partir da conferência Eco-92, realizada no Rio de Janeiro, criou-se um
grupo designado para elaborar uma série de normas relativas à gestão
ambiental que receberam o código 14000, com o intuito de serem reconhecidas
como a série ISO 14000. (BARBIERI, 2007)
Com a ISO 14000 as organizações empresariais têm parâmetros para
criar sua sistemática de gestão voltada aos aspectos ambientais. Uma das
principais diretrizes aponta à alta direção de cada empresa para que
estabeleça uma política de compromisso com objetivos e metas ambientais da
otimização de aproveitamento de matérias, com redução de desperdícios, à
redução de poluição gerada e a difusão de informações sobre preservação
ambiental junto ao corpo funcional e comunidade local, entre outras.
Em resumo, a norma ISO 14000 tenta fazer aquilo que toda
organização, principalmente as empresas de propriedade privada, deveriam
fazer sem precisar de norma alguma, que é trabalhar de forma organizada, ser
responsável com seus clientes, com a comunidade do entorno de suas
atividades, obedecer às leis e se preocupar com o bem-estar da sociedade na
qual funciona e da qual obtém seus benefícios. (SILVA, 2000).
A ISO 14000 tem dado mostras de ser um bom instrumento para o
marketing. Por conta do grande contingente de pessoas envolvidas na sua
elaboração num consenso internacional, pode-se considerar seu texto
freqüentemente vago e genérico, possibilitando abertura às más intenções.
Entretanto, há muito mais aspectos positivos, dentre eles, o fato de haver um
programa de treinamento que possibilita os funcionários de uma empresa a
compreensão e o enfrentamento dos problemas ambientais.
No entanto, outro ponto defeituoso da norma que consiste em fazer com
64
que todas as ações no âmbito de preservação do meio ambiente sejam
realizadas a partir de motivações mercadológicas, acaba também se tornando
um ponto estratégico de marketing pelas empresas. Ou seja, promover um
processo de produção de forma sustentável pode surgir perspectivas de fontes
de receita.
Segundo Peglau (apud SILVA, 2000) o número de empresas certificadas
pela norma ISO 14000 cresce de forma rápida na atualidade, numa
demonstração que esta ferramenta de controle ambiental está tendo boa
aceitação. Este fenômeno não é diferente no Brasil, embora o número de
empresas certificadas ainda seja muito pequeno. Até o final dos anos 90,
apenas 88 empresas brasileiras constavam desta relação de certificação.
2.6
A construção de uma consciência ecológica
Segundo Almeida (2007 p. 15):
Dos 24 serviços ambientais elencados pela Avaliação Ecossistêmica do
Milênio (AEM), como cruciais à sobrevivência da humanidade, 60% - ou seja,
15 serviços
estão em estágio acelerado de degradação .
O fato é que as atividades humanas estão utilizando serviços ambientais
num ritmo tal que já não é mais garantida a capacidade dos ecossistemas de
atenderem às necessidades das futuras gerações. A demanda por água,
alimentos e energia para atender a uma população crescente representa um
custo além do suportável para os ecossistemas. Mantida essa tendência, a
infra-estrutura natural vai se fragilizar ainda mais nas próximas décadas.
O valor dos ecossistemas terá de ser mais bem apropriado, tanto no
que se refere à inclusão das externalidades quando no que se refere
aos serviços ambientais que já são internalizados como o solo, por
exemplo. Essa apropriação exige formas de quantificação que ainda
não sabemos como fazer, embora na comunidade acadêmica e fora
dela economistas e outros especialistas venham trabalhando nisso
com afinco. (ALMEIDA, 2007, p.15)
A gestão do capital natural terá de ser encarada como primordial - e não
secundária, como acontece hoje
para a geração de riquezas e a segurança
65
natural e planetária. Essa é uma tarefa de todos.
Como bem definiu o Conselho da AEM:
O balanço de nossas contas naturais, o patrimônio que desejamos
deixar para as gerações futuras, depende das escolhas feitas em
cada lugar do planeta, desde o chefe de uma vila em Bangladesh até
a sala da diretoria de uma empresa em um arranha-céu de Nova
York; de reuniões de ministros de finanças até consumidores numa
loja de móveis no Brasil. (ALMEIDA, 2007, p.15)
O papel do consumidor consciente se tornará cada vez mais crucial até
2050. O estilo de vida terá de ser mudado. Decisões como a compra de uma
geladeira energeticamente mais eficiente ou o uso do transporte público, em
vez do automóvel, dentre tantas outras, terão um forte efeito positivo em todas
as outras áreas. (ALMEIDA, 2007)
O uso sustentável da energia inclui reduzir, reusar e reciclar, tanto no
plano do cidadão quanto no plano do setor produtivo. Isso significa
desestimular o uso de descartáveis e incentivar alternativas duráveis. Inclui
também formas de mobilidade que, preservando o conforto dos indivíduos,
induzam o transporte de massa, como já acontece em Tóquio, Londres e
Moscou.
A utilização de arborização próxima a edifícios pode induzir uma redução
de temperatura em 6°C no verão, reduzindo a demanda por ar-condicionado,
ou quebrar a sensação de frio em climas temperados, reduzindo a demanda
por aquecimento. (ALMEIDA, 2007)
O consumidor consciente provavelmente aceitará pagar um pouco mais
por energia produzida a partir de fontes renováveis. A precificação da energia
em equilíbrio com objetivos sociais poderão induzir novos e sustentáveis
hábitos de consumo. (ALMEIDA, 2007)
Almeida
(2007,
p.
43)
descreve:
a
gestão
insustentável
dos
ecossistemas vem representando custos tanto para a economia quanto para a
sociedade .
2.7
Responsabilidade social
66
Responsabilidade social diz respeito ao cumprimento dos deveres e
obrigações dos indivíduos e empresas para com a sociedade em geral, existem
várias outras definições para o termo responsabilidade.
Alguns sociólogos entendem como sendo responsabilidade social a
forma de retribuir a alguém, por algo alcançado ou permitido, modificando
hábitos e costumes ou perfil do sujeito ou local que recebe o impacto.
Responsabilidade social é uma forma de conduzir a empresa de tal
maneira que ela se torne parceira e co-responsável pelo
desenvolvimento social. A empresa é socialmente responsável
quando vai além das obrigações legais, e faz isto por acreditar que
assim será uma empresa melhor, estará contribuindo com as causas
sociais e será reconhecida pelo mercado. (FIALHO et al., 2008
p.127)
Portanto, adotar os princípios concebidos como responsabilidade social
é uma ação voluntária da empresa.
Segundo Almeida (2007), é preciso distinguir os comportamentos de
responsabilidade social e ambiental da empresa em função de sua motivação
básica. Assim, a ética ecológica e preocupação social com as futuras gerações
configura o gerenciamento ecológico. Já a preocupação com os problemas
ambientais, direcionada à melhoria ou à boa imagem da empresa no mercado,
caracteriza a administração ambiental.
A idéia de responsabilidade social incorporada aos negócios é, portanto,
relativamente recente. Com o surgimento de novas demandas e maior pressão
por transparência nos negócios, empresas se vêem forçadas a adotar uma
postura mais responsável em suas ações.
2.8
Economia empresarial
A economia ambiental é um sub-ramo da economia que se debruça
sobretudo no estudo do uso de propriedade comum. Atualmente temas
relacionados com a economia ambiental têm sido bastante popularizados. A
economia ambiental procura arranjar maneiras de mitigar os problemas de
modo a maximizar o valor dos recursos. Entre esses temas incluem-se: a
67
desflorestação, a sobre-exploração dos recursos marinhos (essencialmente a
sobrepesca), o aquecimento global derivado do efeito estufa resultante das
emissões de gases para a atmosfera, etc. Um grande impulso na área foi dado
pelo Protocolo de Kyoto (procura de meios para reduzir o efeito do
aquecimento global).
De alguma maneira, a mudança de comportamento do empresariado de
alguns setores, no tocante à preocupação com processos produtivos
ecologicamente corretos, possui relação com as políticas internacionais de
comércio.
Segundo Maimon (apud PETRONI; AGUIAR, 2001) as empresas
brasileiras de maior inserção internacional são as que apresentam maior
responsabilidade ambiental. As empresas exportadoras sofrem grandes
discriminações por meio de barreiras não-tarifárias e ecológicas, sendo
obrigadas a estabelecer melhor relação com o meio ambiente.
Por outro lado, Almeida (1998) sustenta que as reais razões para a
adoção de restrições comerciais invariavelmente são postas ambiguamente. A
causa ambiental, o argumento principal utilizado, parece ceder espaço, na
prática, à preocupação econômica. Cumprir as exigências normativas
ambientais implica em investimento maior e preço final, conseqüentemente,
maior e desfavorável à competitividade. Paradoxalmente, essa mesma política,
conforme argumenta ela, pode apresentar resultado contrário. Ao invés de
perder competitividade, por tratar-se de um produto elaborado a partir de
processo mais limpo, agrega-se ao mesmo um valor de marketing positivo, de
marketing ecológico. Esta realidade já oferece visibilidade em vários países,
principalmente naqueles com melhor renda per capita.
A eficácia ecológica e econômica das restrições comerciais também
pode ser considerada como um ponto controvertido.
Segundo Almeida (1998), os problemas ambientais possuem sua
peculiaridade em cada país - assim, seus custos de controle, como também a
capacidade de absorção do dano pelo meio em questão pode variar. Desta
forma, não há como se estabelecer políticas homogêneas para distintos
parceiros.
A eficácia ecológica das restrições comerciais é questionável pelo
simples fato de que nada garante que o parceiro comercial, atingido por tal
68
medida, não irá redirecionar, dentro de certos limites, seu esforço exportador
em direção a mercados alternativos, resolvendo, num curto prazo, seu
problema econômico e postergando a adoção de regulamentações ambientais
mais rigorosas.
Por outro lado, Almeida; Cavalcanti; Mello (2000) destacam que o
ambiente da globalização econômica está impondo limites à sobrevivência das
empresas, independentemente de suas dimensões, por conta da questão
ambiental. Estes limites trazem à tona a necessidade das empresas
reavaliarem seus sistemas produtivos, indo além destes, em si, e considerando
todo o ciclo de vida de seus produtos ou serviços. Com isso, está posta uma
nova ordem, em que o problema não está apenas nos processos de produção,
mas também na contabilização de possíveis impactos dos produtos ao
ambiente da concepção ao descarte.
Os preços dos produtos passam a refletir, dessa forma, os custos
ambientais de sua produção, uso, reciclagem e disposição. A ação de resíduos
sobre o meio ambiente, como componente de custos ambiental, é um tema em
pauta nas discussões de organismos internacionais, quando da análise dos
custos de produção do processo industrial. (ALMEIDA; CAVALCANTI; MELLO,
2000)
Por força das leis de controle ambiental, ou pela influência ou pressão
da corrente global, as empresas começam a aderir a um novo comportamento.
Atualmente, uma empresa já pensa em seu passivo ambiental e na forma de
como resolvê-lo, fator que pode comprometer seu patrimônio e ser
determinante na inviabilidade de sua permanência no mercado na ausência de
uma política, na ausência de ações preventivas. Este quadro atual sinaliza para
uma demanda considerável pela busca de novas alternativas tecnológicas
ecologicamente mais ajustadas na produção.
No Brasil, a incorporação desta variável ambiental alcança o setor
empresarial a partir da década passada, com a consolidação da legislação da
área.
Processo
desencadeado
pela
atuação
dos
órgãos
ambientais
controladores e pressões locais e internacionais. À exceção das empresas
brasileiras de maior inserção internacional ou mesmo as multinacionais
instaladas em solo brasileiro, por pressão de investidores e consumidores nos
países de origem, o setor empresarial nacional se restringe a atender à
69
legislação ambiental de controle da poluição da água, do ar e dos resíduos
sólidos.
2.9
Crescimento econômico e meio ambiente
A AEM mostra que as mudanças impostas aos ecossistemas
contribuíram com ganhos finais substanciais para o bem-estar humano e para o
desenvolvimento econômico. De modo geral, na maioria dos países, a
produção de alimentos e de água contribuiu para a redução dos índices de
desnutrição e para a melhoria das condições de saúde. Mas esses ganhos se
deram à custa da crescente degradação de muitos serviços ambientais, do
maior risco de mudanças não-lineares e da exacerbação da pobreza para
alguns grupos.
A degradação dos ecossistemas representa uma perda de capital que
raramente é captado pelos balanços financeiros das empresas e pelas contas
nacionais.
Quando os benefícios econômicos de práticas alternativas de gestão de
ecossistemas são comparados com os de ecossistemas submetidos a práticas
insustentáveis, percebe-se claramente a diferença.
2.10
Capital ambiental e o capital social
O capital ambiental é definido como o conjunto de fatores que
descrevem o ambiente onde a organização está inserida. Estes fatores são
expressos pelo conjunto das características sócio-econômicas da região (nível
de escolaridade, distribuição de renda, taxa de natalidade), pelos aspectos
legais, valores éticos e culturais, pelos aspectos governamentais (grau de
participação do governo, estabilidade política) e pelos aspectos financeiros,
como o nível de taxa de juros e os mecanismos adequados de financiamento.
(ALMEIDA, 2007)
70
Já o capital social refere-se ao valor implícito das conexões internas e
externas de uma rede social. No entanto, é comum encontrar uma grande
variedade de definições inter-relacionadas do termo. Tais definições tendem a
partilhar a idéia central de que as redes sociais têm valor econômico. Da
mesma maneira que uma chave de fenda (que é um exemplo de capital físico)
ou a educação escolar (que é formadora de capital humano) podem aumentar
a produtividade de indivíduos e organizações, os contatos sociais e a maneira
como estes se relacionam também são fatores de desenvolvimento econômico.
(ALMEIDA, 2007)
A percepção da degradação dos serviços ambientais é diferenciada nos
diversos níveis sócio-econômicos, assim como os impactos primários da
degradação atingem a humanidade de modo inversamente proporcional à
classe social. (ALMEIDA, 2007)
Assim, pode-se observar que a tomada das decisões que levariam à
gestão responsável dos serviços ambientais são normalmente lenta. O tomador
de decisão não sofre
ou, se sofre, tem como minorar os danos
os efeitos
perversos de sua relação com a natureza.
Concentra-se a riqueza em parte obtida pelo uso não-sustentável dos
serviços ambientais, nas mãos da minoria e distribui-se o ônus, na forma de
poluição e quebra da infra-estrutura ambiental, para a maioria ou, até mesmo,
para as futuras gerações.
A AEM mostra que os miseráveis sofrem danos significativos, em alguns
casos irreversíveis, em itens como água, pesca, regulação climática, controle
de enchentes e desastres naturais e epidemias. Para o contingente de pessoas
incluídas nessas situações foi criado um novo rótulo: refugiados ambientais. A
ONU previu para 2010 a existência de cinqüenta milhões de refugiados
ambientais.
O custo total das perdas ambientais é de difícil mensuração, mas é alto
e continua a crescer. Pode ser parcialmente avaliado pelas pressões
migratórias nas fronteiras das nações mais ricas, como os Estados Unidos e os
integrantes da Comunidade Econômica Européia. (ALMEIDA, 2007)
A diminuição da capacidade do ecossistema de continuar dando suporte
à sociedade, em especial aos que mais necessitam, tornou-se um entrave ao
compromisso assumido pela comunidade internacional quando aprovou os
71
Objetivos de Desenvolvimento do Milênio.
Houve, é verdade, um avanço notável no grupo de serviços
relacionado à provisão de alimentos, com a incorporação de camadas
da sociedade que não tinham segurança alimentar ou mesmo acesso
ao alimento. No entanto, é preciso observar que esses avanços se
deram à custa da degradação de outros serviços ambientais, como a
eutroficação de corpos d água. (ALMEIDA, 2007, p. 17)
2.11
Desenvolvimento sustentável
O conceito de desenvolvimento sustentável tornou-se um dos assuntos
mais discutidos no mundo após a publicação do relatório Nosso Futuro Comum
divulgado em 1987, inspirado na Conferência de Estocolmo, realizada em
1972, pela ONU. (TACHIZAWA, 2005)
Assim o documento tem como objetivo criar uma nova era de
crescimento econômico, tendo como base políticas de expansão dos recursos
naturais, assegurando uma cultura ecologicamente correta para as gerações
futuras.
Segundo Donaire (1999, p. 28), desenvolvimento sustentável atende às
necessidades do presente sem comprometer a capacidade das futuras
gerações atenderem às suas . Já Brown (apud ANDRADE; TACHIZAWA;
CARVALHO, 2000) define: uma sociedade sustentável é aquela que satisfaz
suas necessidades sem diminuir as perspectivas das gerações futuras .
Por outro lado a CMMAD da ONU, define desenvolvimento sustentável
como aquele que atende às necessidades presentes sem comprometer a
possibilidade de que as gerações futuras satisfaçam as suas próprias
necessidades.
A pobreza é considerada um dos maiores problemas da poluição do
meio ambiente, porém pode acabar quando se promove o desenvolvimento,
associado à agressão ambiental. A sustentabilidade do desenvolvimento tem
como preocupação compatibilizar o crescimento econômico com a preservação
ambiental.
Segundo Almeida; Cavalcanti; Mello (2000) os 16 princípios essenciais
para as organizações atingirem o desenvolvimento sustentável são:
72
a) prioridade organizacional: assumir a gestão ambiental como
prioridade na administração da empresa é o ponto-chave para o
desenvolvimento sustentado. Estabelecer políticas, programas e
práticas no desenvolvimento das operações visando não causar
danos ao meio ambiente são algumas ações que devem ser
tomadas;
b) gestão integrada: gerir os negócios integrado às políticas, programas
e praticas ambientais em todas as funções;
c) processo de melhoria: buscar continuamente a melhoria do
desempenho ambiental da empresa, com base nas regulamentações
legais com vistas a todos os aspectos inerentes ao processo;
d) educação de pessoal: conscientizar os colaboradores para que
tenham atitudes responsáveis em relação ao meio ambiente;
e) prioridade de enfoque: tomar decisões sem perder o foco da gestão
ambiental, considerando os reflexos das mudanças, inovações e
melhorias no ecossistema;
f) produtos e serviços: preocupar em desenvolver produtos que não
sejam agressivos ao meio ambiente e que não causem desperdícios
dos recursos naturais. Devem-se priorizar produtos que possam ser
reciclados, reutilizados ou descartados de forma não-agressiva;
g) orientação ao consumidor: para evitar a agressão ambiental, faz-se
necessário orientar consumidores, distribuidores e o público em geral
sobre a melhor maneira de transporte, armazenagem, uso e descarte
dos produtos;
h) equipamentos e operacionalização: considerar o uso eficiente e
sustentável dos recursos renováveis, matéria-prima, água e energia
no desenvolvimento de novas máquinas e equipamentos bem como
na mudanças de operacionalização da produção, além de minimizar
os danos ao meio ambiente e a geração de poluição;
i) pesquisa: conduzir ou apoiar projetos de pesquisa que estudem os
impactos ambientais associados ao processo produtivo da empresa,
com intuito de minimizar seus reflexos sobre o meio ambiente;
j)
enfoque preventivo: utilizar o conhecimento técnico e cientifico para
reestruturação de processos produtivos, produtos e serviços a fim de
73
prevenir acidentes ambientais;
k) fornecedores e subcontratados: conscientizar fornecedores e
subcontratados da importância da adoção de princípios ambientais,
estimulados e promovendo o aprimoramento em suas atividades de
tal forma que sejam uma extensão das normas utilizadas pela
empresa;
l)
planos de emergência: criar e manter planos de emergência para as
áreas de risco na empresa, junto com os órgãos governamentais e a
comunidade local, prevendo a repercussão de eventuais acidentes e
as medidas a serem adotadas;
m) transferência
de
tecnologia:
contribuir
na
disseminação
e
transferência de tecnologias e métodos de gestão ambientalmente
corretos;
n) contribuição ao esforço comum: participar do esforço comum no
desenvolvimento de práticas, políticas e iniciativas educacionais que
visem à preservação do meio ambiente;
o) transparência de atitude: adotar uma política de diálogo transparente
com a comunidade interna e externa, fornecendo informações
verdadeiras em relação aos riscos potenciais e impactos dos
processos da empresa no meio ambiente; e
p) atendimento e divulgação: proceder, periodicamente, à avaliação do
desempenho ambiental da empresa, avaliando sua posição perante a
legislação, divulgando os resultados para a administração, acionistas,
empregados, autoridades e o público em geral.
2.12
Sustentabilidade
Sustentabilidade está relacionada com a continuidade dos aspectos
econômicos, sociais, culturais e ambientais da sociedade humana.
Segundo Fialho et al. (2008, p. 47):
Sustentabilidade implica o
crescimento econômico com o mínimo de degradação do meio ambiente e o
reflexo positivo deste crescimento na qualidade de vida da população em
74
geral .
Propõe-se a ser um meio de configurar as civilizações e atividades
humanas, de tal forma que a sociedade, os seus membros e as suas
economias possam preencher as suas necessidades e expressar o seu maior
potencial no presente, e ao mesmo tempo preservar a biodiversidade e os
ecossistemas naturais, planejando e agindo de forma a atingir pró-eficiência na
manutenção indefinida desses ideais.
Para um empreendimento humano ser sustentável, tem de ter em vista 4
requisitos básicos. Os quais segundo Wikipédia (2008):
a) ecologicamente correto;
b) economicamente viável;
c) socialmente justo;
d) culturalmente aceito.
2.13
Dimensões de sustentabilidade
Segundo Sachs (1993), o desenvolvimento sustentável possui cinco
dimensões:
a) social: busca o desenvolvimento econômico aliado a uma melhoria
significativa na qualidade de vida da população mundial e maior
equidade na distribuição de renda, melhorias na saúde, na educação,
nas oportunidades de emprego;
b) econômica: a variável econômica deverá ser repensada no seu
sentido macroeconômico. Isso se torna possível através da alocação
e do gerenciamento mais eficientes dos recursos e de um fluxo
constante de investimentos públicos e privados de origem endógena
que tenham como objetivo o alcance dessa nova forma de crescer;
c) ecológicas: tem que levar em consideração o uso racional dos
recursos naturais, o consumo de combustíveis fósseis, de recursos
renováveis e não renováveis em geral; reduzir o volume de resíduos
e de poluição através da política 3R (reduzir, reutilizar, reciclar);
d) espacial:
está
relacionada
com
o
estabelecimento
de
uma
75
configuração adequada da distribuição das populações rural e urbano
no território, buscando um equilíbrio entre a distribuição dessas
populações e das atividades econômicas, reduzindo a concentração
excessiva nas áreas metropolitanas;
e) cultural: é de suma importância levar em consideração os valores
culturais específicos de cada sociedade, promovendo processos que
busquem mudanças dentro da continuidade cultural e que traduzam
o conceito normativo de eco desenvolvimento em um conjunto de
soluções específicas para o ecossistema.
Conforme Fialho et al. (2008), pela classificação de Áridas, o
desenvolvimento sustentável possui quatro dimensões:
a) econômico-social: aqui estão reunidos os fatores econômicos e
sociais, de forma que um auxilie o crescimento do outro. O
crescimento da economia se refere à questão da produtividade e da
competitividade de forma a inserir no mercado mundial a economia
de uma determinada região;
b) geoambiental: esta dimensão está relacionada com o uso racional
dos recursos naturais. Preocupa-se com a conservação dos solos e
dos recursos hídricos, da biodiversidade e com os efeitos climáticos.
Pode-se dizer que essa dimensão é uma junção das dimensões
espacial e ecológica da Sachs;
c) científico-tecnológica:
usar
com
maior
eficácia
a
inovação
tecnológica. Atualmente existem tecnologias de produção que não
agridem o meio ambiente (tecnologias limpas) e a sua utilização traz
benefícios imediatos para a população e para a natureza;
d) político-institucional: relacionada às diferentes esferas de poder
público: federal, estadual e municipal, com a iniciativa privada e a
sociedade civil, de forma que, através de parcerias, esses fatores
gerenciem, de forma integrada, o uso dos recursos naturais de uma
determinada região.
2.14
A importância da sustentabilidade na empresa
76
Gerir atividades de um empreendimento de forma sustentável,
atendendo expectativas dos acionistas, colaboradores, da sociedade e do
mercado é, atualmente, um diferencial na competitividade empresarial. Os
ganhos de eficiência nas áreas operacional e financeira são significativos
quando
uma
política
voltada
para
o
desenvolvimento
sustentável
é
implementada.
A destruição de ambientes naturais, a exclusão e a desigualdade social,
entre outras, são algumas das inúmeras evidências que sinalizam para uma
profunda crise no modelo de crescimento econômico que tem orientado as
decisões e ações na sociedade em geral. Essas evidências têm contribuído
para o surgimento de diversas iniciativas voltadas para compatibilizar o
crescimento econômico com os imperativos de equidade social e respeito aos
limites naturais dos ecossistemas. (FIALHO et al., 2008)
Dentro do setor produtivo da economia, observa-se em muitas
empresas, que colocam os negócios a serviço de uma sociedade melhor, mas
principalmente pelos inúmeros fatores externos que criam ameaças, por um
lado e, por outro, geram novas estratégias mercadológicas.
Considerando a manutenção da atual tendência, serviços ambientais
que hoje são gratuitos não mais estarão disponíveis ou se tornarão
de alto custo num futuro previsível. Esse custo terá de ser
internalizado em todos os níveis da cadeia produtiva, alterando e
dificultando o ambiente de negócios para todas as empresas.
(ALMEIDA, 2007, p. 17)
A perda do capital natural vai impactar as condições em que as
empresas operam. Serão afetadas não apenas as formas de produção, mas
também as preferências e expectativas do stakeholders (os diversos grupos
que têm interesses relacionamentos com a empresa, como clientes,
empregados, acionistas, fornecedores e a sociedade em geral). Em
conseqüência,
haverá
impactos
sobre
a
legislação,
as
políticas
governamentais, o bem-estar dos empregados e a disponibilidade e custo de
financiamentos e seguros. (ALMEIDA, 2007).
Evidentemente, novas oportunidades de negócios surgirão sob a forma
de mecanismos e métodos mais eficientes para usar o capital ambiental, por
intermédio da mitigação de impactos ou da substituição de serviços. A
inovação e a tecnologia desenvolverão um papel-chave nos anos vindouros,
77
pois a ameaça sempre induz oportunidades.
2.15
Sustentabilidade: governança no mundo tripolar
A sustentabilidade mexe com as estruturas de poder. Além de exigir o
equilíbrio de objetivos econômicos, ambientais e sociais, operar na
sustentabilidade implica atuar num mundo tripolar, em que o poder tende a se
repartir, de maneira cada vez mais equilibrada, entre governos, empresas e
organizações da sociedade civil. Estabelece-se, assim, um mundo tripolar
governos/empresas/sociedade civil organizada
que está a pedir novas formas
de governança. (ALMEIDA, 2007)
A liberação do comércio e as privatizações do setor de infra-estrutura
nas duas últimas décadas do século XX transferiram uma gigantesca parcela
do poder político, econômico e estratégico do Estado para as empresas.
A melhoria do entendimento entre os três setores ajudará a remover
impasses prejudiciais à sociedade, como os que, no Brasil, cercam as
concessões
das
licenças
ambientais,
instrumentos
fundamentais
para
consolidar o desenvolvimento sustentável, mas que continuam excessivamente
atreladas ao modelo ultrapassado de comando e controle. (ALMEIDA, 2007)
A governança no mundo triplolar é possivelmente um dos maiores
desafios do século XXI. Dentro das empresas, especificamente, significa uma
inédita repartição de poder, com a qual poucos estão preparados para lidar.
Almeida (2007, p. 129) afirma que: nesse cenário, tomar decisões tem
se tornado uma tarefa cada vez mais árdua .
Cada empresa tem sua própria filosofia de trabalho, a sociedade ainda
não diferencia empresas adeptas ao capitalismo agressivo e as que se
comportam de maneira ética. A principio, pode favorecer a falta de ética e a
irresponsabilidade ambiental e social das empresas, por outro lado, uma
excelente oportunidade competitiva para quem busca diferenciar-se. As
empresas que valorizarem uma reputação de responsabilidade e ética estarão
transformando a falta de credibilidade geral, em oportunidade individual.
78
2.16
Sustentabilidade como tendência de mercado
Mudanças nos valores e demandas da sociedade, catalisadas pelas
evidências da degradação dos ecossistemas e seus serviços, serão cada vez
mais perceptíveis. Empresas mais atentas já perceberam as novas
oportunidades de negócios trazidas por essas mudanças e tratam de se
posicionar para aproveitá-las.
Uma dessas oportunidades está no crescente uso de mecanismos de
mercado para reduzir os custos do atendimento a normas e exigências
ambientais.
Se, de um lado, há uma tendência à redução ou à eliminação dos
subsídios
tradicionais,
em
geral
aplicados
sem
levar
em
conta
a
sustentabilidade dos serviços dos ecossistemas, de outro lado abrem-se
oportunidades para negócios baseados em outros tipos de incentivos
governamentais. (ALMEIDA, 2007)
Maneiras diferentes de produzir mercadorias tradicionais também são
oportunidades para incorporar a sustentabilidade aos negócios. Nos paises
desenvolvidos, a agricultura orgânica está ganhando fatias crescentes do
sistema de produção de alimentos, graças ao interesse demonstrado por
parcelas crescentes de consumidores.
A AEM aponta especificamente as oportunidades na aqüicultura. A
depleção global dos estoques de pescado a partir da década de 1980
estimulou o crescimento da aqüicultura, mas esta, de um modo geral, causa
sérios impactos aos ecossistemas, como a perda da diversidade genética, a
deterioração da qualidade da água e do solo, a introdução de doenças e
espécies invasoras e a perda de hábitat. As empresas que conseguirem criar
técnicas inovadoras e sustentáveis para a criação de espécies marinhas e de
água doce terão uma grande vantagem competitiva. (ALMEIDA, 2007)
O conhecimento de desenvolvimento sustentável deve ser visto como
uma alternativa ao conceito de crescimento econômico, o qual está associado
a crescimento material, quantitativo. Porém, isso não quer dizer que, como
resultado de uma gestão sustentável, o crescimento econômico deva ser
totalmente abandonado.
79
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Produção Sustentável e Direito
Ambiental, o consumidor vem optando cada vez mais por produtos
ambientalmente corretos e eficientes e, cada vez mais, as organizações
sentem a vantagem ao adotar e promover tecnologias para obter estes
produtos. Assim, as preocupações com as questões ambientais passam a
ocupar espaço prioritário para o sucesso do desenvolvimento das empresas.
(ALMEIDA, 2007)
2.17
Créditos de carbono
Créditos de carbono ou Redução Certificada de Emissões (RCE) são
certificados emitidos quando ocorre à redução de emissão de Gases do Efeito
Estufa (GEE). Por convenção, uma tonelada de dióxido de carbono (CO2)
equivalente corresponde a um crédito de carbono. Este crédito pode ser
negociado no mercado internacional. (WIKIPÉDIA, 2008)
Com a possibilidade de obter vantagem econômica no mercado de
carbono desencadeou inúmeras iniciativas envolvendo empresas emissoras de
GEE, criando o que se poderia denominar indústria do crédito de carbono,
porém apesar de todo esforço e do sucesso de muitos projetos realizados em
diversos países, o resultado global ainda está muito aquém das metas de
redução do Protocolo de Kyoto. (BARBIERI, 2007)
Créditos de carbono criam um mercado para a redução de GEE dando
um valor monetário à poluição. Acordos internacionais como o Protocolo de
Kyoto determinam uma cota máxima que países desenvolvidos podem emitir.
Os países por sua vez criam leis que restringem as emissões de GEE. Assim,
aqueles países ou indústrias que não conseguem atingir as metas de reduções
de emissões, tornam-se compradores de créditos de carbono. Por outro lado,
aquelas indústrias que conseguiram diminuir suas emissões abaixo das cotas
determinadas, podem vender o excedente de redução de emissão ou
permissão de emissão no mercado nacional ou internacional. (WIKIPÉDIA,
2008)
Os países desenvolvidos podem promover a redução da emissão de
80
Gases causadores do Efeito Estufa em países em desenvolvimento através do
mercado de carbono quando adquirem créditos de carbono provenientes
destes países.
Dependendo do mercado em contexto, os tipos de créditos, a forma de
comercialização e os preços são diferentes.
Segundo a AEM, em 2003 o valor total do mercado de carbono superava
US$300 milhões e estimava-se um salto para algo entre US$ 10 bilhões e
US$40 bilhões até 2010, dependendo do que se consigam formular as
necessárias regulamentações internacionais. (ALMEIDA, 2007)
81
CAPITULO III
GESTÃO DA SUSTENTABILIDADE: UM DIFERENCIAL COMPETITIVO DO
GRUPO AES TIÊTE
3
GRUPO AES TIÊTE
3.1
Introdução
A AES Tiete S.A. é uma das mais eficientes e estáveis geradoras de
energia elétrica do Brasil, com capacidade instalada de 2.651 MW, o que
corresponde a 20% do parque gerador no Estado de São Paulo. É responsável
pela operação de dez usinas hidrelétricas localizadas em quatro rios da bacia
hidrográfica do Estado.
Criada em 1999, a partir de uma cisão da Cesp, foi adquirida pelo grupo
norte-americano AES no leilão de privatização promovido pelo governo do
Estado de São Paulo. Com ações listadas na Bolsa de Valores, Mercadorias &
Futuros (BM&FBovespa) e ADRs Nível I negociados no mercado de balcão
norte-americano, é controlada pelo Grupo AES, por meio da Brasiliana Energia
S.A., holding constituída em 2003 com a participação do BNDES.
O Grupo AES é um dos líderes mundiais do setor elétrico, operando 113
unidades que totalizam mais de 45 mil MW em 27 países além do Brasil,
Argentina, Camarões, Canadá, Cazaquistão, Chile, China, Colômbia, El
Salvador, Espanha, Estados Unidos, Holanda, Hungria, Índia, Itália, México,
Nigéria, Omã, Panamá, Paquistão, Porto Rico, Republica Dominicana, Qatar,
Reino Unido, Venezuela, Republica Tcheca, Sri Lanka e Ucrânia.
Para demonstrar que a Gestão da Sustentabilidade nas áreas
ambientais e sociais proporciona resultados positivos no âmbito econômico,
desenvolvendo vantagens favoráveis diante de um mercado competitivo, foi
realizada uma pesquisa de campo no periodo de fevereiro a outubro de 2008
na empresa AES Tiete, a qual está situada na rodovia BR 153 KM 139 na
82
cidade de Promissão, no interior do Estado de São Paulo.
Para a realização da pesquisa foram utilizados os seguintes métodos:
Método de Estudo de Caso: foram analisados os aspectos voltados para
a Gestão da Sustentabilidade: social, ambiental e econômico.
Método de Observação Sistemática: foram observados, analisados e
acompanhados os procedimentos aplicados na Gestão da Sustentabilidade da
AES Tiête S/A
Promissão.
Método Histórico: foram observados os dados e a evolução histórica, a
Gestão da Sustentabilidade: ambiental, social e econômica da AES Tiête S/A
Promissão.
As técnicas utilizadas para desenvolver a pesquisa foram:
Roteiro de Estudo de Caso (APÊNDICE A)
Roteiro da Observação Sistemática (APÊNDICE B)
Roteiro do Histórico da AES Tietê e da Gestão da Sustentabilidade
(APÊNDICE C)
Roteiro de Entrevista para o Gerente Ambiental (APÊNDICE D)
Outros Registros: Dados Ilustrativos (APÊNDICE E)
3.2
Análise dos Índices
Para demonstrar que a gestão da sustentabilidade apresenta resultados
favoráveis para a valorização econômica da empresa, foi realizada uma análise
comparativa dos seguintes índices: Índice Bovespa (IBOV); Índice de
Sustentabilidade Empresarial (ISE); Índice de Energia Elétrica (IEE). Desta
forma salientar-se-á a importância da sustentabilidade, baseada na eficiência
econômica, no equilíbrio ambiental, na justiça social e na governança
corporativa.
3.2.1 Índice Bovespa (IBOV)
83
O IBOV é o mais importante indicador do desempenho médio das
cotações do mercado de ações brasileiro. Sua relevância advém do fato do
IBOV retratar o comportamento dos principais papéis negociados na
BM&FBOVESPA e também de sua tradição, pois o índice manteve a
integridade de sua série histórica e não sofreu modificações metodológicas
desde sua implementação em 1968. (PINHEIRO, 2005)
As ações integrantes da carteira teórica do Ibovespa respondem por
mais de 80% do número de negócios e do volume financeiro verificados no
mercado à vista (lote-padrão) da BM&FBOVESPA.
O Ibovespa é o valor atual em moeda do país de uma carteira teórica
de ações, a partir de uma aplicação hipotética, procurando aproximarse da configuração real das negociações a vista, em lote padrão, na
Bolsa de Valores de São Paulo. É o mais representativo indicador
brasileiro, pela tradição
não sofreu modificações metodológicas
desde sua implementação, em 2-1-68
e também pelo fato da
Bovespa ser responsável pelo total transacionado no mercado de
valores brasileiro. (PINHEIRO, 2005, p.215)
Segundo Pinheiro (2005), a finalidade básica do IBOV é a de servir
como indicador médio do comportamento do mercado. Para tanto, sua
composição procura aproximar-se o mais possível da real configuração das
negociações à vista na BM&FBOVESPA.
3.2.2 Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE)
O ISE mede o retorno de uma carteira teórica composta por ações de
empresas que se destacam pela adoção de estratégias e práticas que
contribuem com o desenvolvimento sustentável. O ISE foi o 4º índice desta
natureza a ser lançando no mundo. Sua metodologia foi desenvolvida pelo
Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas
(CESFGV). (BM&FBOVESPA, 2008)
O ISE tem como objetivo propiciar um ambiente de investimento
compatível com as atuais demandas de desenvolvimento sustentável da
sociedade e, ao mesmo tempo, estimular a responsabilidade empresarial, isto
é, a adoção das melhores práticas em diferentes aspectos, como governança
84
corporativa, eficiência econômica, equilíbrio ambiental e justiça social.
(BM&FBOVESPA, 2008)
A elaboração do questionário é o primeiro passo no processo de seleção
das empresas, e conta com um processo amplo do qual fazem parte diversos
setores
da
sociedade,
como
empresas,
acadêmicos,
especialistas,
organizações da sociedade civil e indivíduos.
São elegíveis ao índice as empresas emissoras das 150 ações mais
líquidas da BM&FBOVESPA. A carteira do ISE é composta pelas ações de até
40 empresas, ponderada pelo free-float (número de ações em circulação no
mercado).
O questionário é composto por perguntas fechadas e objetivas,
agrupadas em dimensões, critérios e indicadores. As dimensões são: geral,
natureza do produto, governança corporativa, econômico-financeira, ambiental
e social.
Dadas às peculiaridades dos diferentes setores com relação aos
aspectos ambientais, foram elaborados questionários diferenciados. Até 2007
eram disponibilizados dois questionários, um específico para o setor financeiro
e outro para os demais setores. Em 2008 as empresas foram divididas em seis
grupos, de acordo com o tipo de atividade e os aspectos ambientais mais
relevantes. Os critérios para a escolha dos grupos se baseiam no consumo de
recursos naturais e matérias-primas, nas emissões no processo produtivo e no
consumo de água, energia e outros materiais nos processos administrativos.
(ALMEIDA, 2007)
A análise das empresas possui um componente quantitativo (com base
nas respostas fornecidas no questionário) e qualitativo (com base nos
documentos enviados pelas empresas para comprovação das respostas). Com
base nestas análises o Conselho Deliberativo do ISE (CISE) escolhe as
empresas que irão compor o índice. (ALMEIDA, 2007)
3.2.3
Índice de Energia Elétrica (IEE)
Os índices setoriais têm o objetivo de oferecer uma visão segmentada
85
do comportamento dos mercados de ações. Eles são constituídos pelas
empresas abertas mais significativas de setores específicos, representando
uma
medida
do
comportamento
agregado
do
segmento
econômico
considerado.
Segundo Pinheiro (2005 p. 214): O IEE, é um índice setorial que mede
o desempenho das ações do setor elétrico .
Primeiro índice setorial da BM&FBOVESPA, o IEE foi lançado em agosto
de 1996 com o objetivo de medir o desempenho do setor de energia elétrica.
Dessa forma, constitui-se em um instrumento que permite a avaliação da
performance de carteiras especializadas nesse setor.
A BM&FBOVESPA, com o lançamento do IEE, visou promover o
desenvolvimento do mercado acionário e de sua liquidez, criando novas
oportunidades de negócio para as corretoras e os investidores.
O IEE possui uma carteira teórica de ações, determinada para o
quadrimestre de setembro a dezembro de 2008, além das empresas que
compõem o índice, o gráfico abaixo mostra também a participação de cada
empresa no setor de energia elétrica.
Fonte: Dados da pesquisa (elaborado pelos autores)
Figura 11: Empresas que compõem o IEE
3.3
Análise comparativa dos índices: IBOV versus ISE
86
A análise gráfica comparativa será utilizada como ferramenta para o
estudo dos índices, IBOV e ISE, que se baseia na projeção do comportamento
dos pontos dos índices a partir dos fechamentos, no qual analisou-se do 3º
trimestre de 2006 ao 3º trimestre de 2008.
Fonte: Dados da pesquisa (elaborado pelos autores)
Figura 12: Valorização do ISE
O ISE segue uma tendência mundial, auxilia os investidores que
procuram empresas sustentáveis que geram valor para o acionista no longo
prazo, pois estão mais preparadas para enfrentar riscos econômicos, sociais e
ambientais. Essa demanda veio se fortalecendo ao longo do tempo e hoje é
amplamente atendida por vários instrumentos financeiros no mercado
internacional.
Analisando o desempenho do ISE no período o índice apresentou uma
valorização de praticamente 50%. No último trimestre analisado o índice sofreu
uma forte desvalorização cerca de -22%, mas apresentou resultado de 3%
87
favorável com relação às perdas do IBOV no mesmo período. O resultado da
análise mostra que o ISE é constante e pode indicar boas perspectivas de
valorização superior ao IBOV ao longo prazo.
Fonte: Dados da pesquisa (elaborado pelos autores)
Figura 13: Valorização do IBOV
O IBOV como o ISE é extremamente confiável e com uma metodologia
de fácil acompanhamento pelo mercado, o IBOV representa fielmente o
comportamento médio das principais ações transacionadas, e o perfil das
negociações à vista observadas nos pregões da BM&FBOVESPA.
Analisando o desempenho do IBOV no período ele apresentou uma
valorização de 55%, o índice segue uma trajetória que configura a história do
Brasil frente aos acontecimentos do mundo. No último trimestre analisado o
índice sofreu uma forte desvalorização cerca de -24%, mostrando que as ações
que o compõe perderam valor. A análise indica um futuro próspero para o
IBOV, e um caminho promissor para o país.
3.4
Análise comparativa setorial: IEE
88
A análise comparativa reflete o comportamento de preços de ações a
partir de cotações passadas, essas análises são baseadas em gráficos
construídos a partir da variação dos preços. A análise setorial foi fundamentada
através de duas ações do IEE, Eletrobrás (ELET6) e AES Tietê (GETI4),
através das ações destas empresas, observou-se o comportamento dos preços
a partir dos fechamentos, no qual analisou-se do 3º trimestre de 2003 ao 3º
trimestre de 2008.
Fonte: Dados da pesquisa (elaborado pelos autores)
Figura 14: Análise da valorização da AES Tietê
GETI4
Analisando o desempenho da ação da AES Tietê (GETI4) durante o
período notou-se uma constante evolução, crescimento e valorização contínua
que ganha representação forte a longo prazo, valorizando 855% ao final do
período analisado, no mesmo período a ação da AES Tietê apresenta
rendimento de 297% acima do IBOV. O histórico de preços e a sua
apresentação gráfica, não exibem volatilidade, retratando um dos melhores
desempenhos sob o aspecto da sustentabilidade, baseada na eficiência
econômica e governança corporativa.
89
Fonte: Dados da pesquisa (elaborado pelos autores)
Figura 15: Análise da valorização da Eletrobrás
ELET6
Com a análise do desempenho da ação da Eletrobrás (ELET6), nota-se
alguns períodos de volatilidade, mas a longo prazo a valorização dos preços é
evidente, valorizando 187% no final do período, no mesmo período a Eletrobrás
(ELET6), apresenta rendimento de 54% abaixo do IBOV. A empresa possui
26% de participação no setor de energia elétrica, representando o dobro da
participação dos segundos colocados, CPFL Energia 13% e Cemig 13%. A
empresa possui um histórico de preços com oscilações, mas mantém uma
projeção de crescimento e uma constante rentabilidade.
3.5
Estrutura Acionária
A AES Tietê é controlada pelo Grupo AES, uma das maiores
corporações mundiais do setor de energia elétrica do mundo, e pelo Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), por meio da
Brasiliana Energia S.A., criada no final de 2003.
90
Fonte: AES Tietê, 2008
Quadro 2: Composição Acionária da AES Tietê
Fonte: AES Tietê, 2008
Figura 16: Estrutura Acionária da AES Tietê
3.6
Análise dos investidores da AES Tietê
Segundo informações da área de Relacionamento com Investidores (RI),
a AES Tietê contém 40% de suas ações negociadas na BM&FBovespa sendo
que estes estão distribuídos para 10.000 investidores. Mais de 50% dos
91
acionistas da AES Tietê são estrangeiros, evidenciando assim que a minoria
são investidores brasileiros.
3.7
Perfil dos investidores brasileiros
O amadurecimento do mercado acionário criou um novo tipo de público
na bolsa. Durante muito tempo, a bolsa de valores carregou uma imagem
negativa. Muitos acreditavam que o mercado de capitais era um lugar para
especuladores afoitos por dinheiro fácil ou para milionários sem medo de torrar
fortunas nos pregões. Mas hoje isso é coisa do passado. (ÉPOCA, 2008)
O perfil dos investidores mudou bastante. O que era feito quase por
instinto, há alguns anos, passou a ser algo estudado, coberto por fórmulas
matemáticas, analistas de gestão das empresas, garimpo de informações na
internet. As pessoas hoje encaram o investimento em ações como uma coisa
séria, que depende, acima de tudo, de dedicação para a obtenção de retorno
financeiro. (ÉPOCA, 2008)
Para cada estilo de investidor existe uma classificação convencional que
é limitada em três categorias:
a) conservador: tem a segurança como ponto decisivo para as suas
aplicações;
b) moderado: é o investidor que prefere a segurança da Renda Fixa,
mas também quer participar da rentabilidade da Renda Variável;
c) agressivo: é aquele investidor que busca a boa rentabilidade que a
Renda Variável pode oferecer a médio e longo prazo, e que tem
disposição para suportar os riscos na busca de resultados melhores.
As aplicações na BM&FBOVESPA viraram moda recentemente,
despertando o interesse do pequeno investidor para um mundo totalmente
novo e lucrativo. Esse universo, no entanto, oferece basicamente aos
interessados opções da velha economia e de indústrias não sustentáveis no
longo prazo.
Pela carteira vigente, quase metade do indicador, ou 45%, é composta
por ações ligadas a indústrias extrativistas, sobretudo petróleo, minério e
92
siderurgia. Entre essas opções de investimento estão os dois papéis mais
líquidos da BM&FBOVESPA e também os que trouxeram alguns dos melhores
retornos nos últimos anos: Petrobras e Vale.
Uma comparação entre as ações de maior volume financeiro no primeiro
semestre de 2008 no Brasil e na Bolsa de Nova York (Nyse) deixa clara essa
diferenciação. Nos Estados Unidos, três das dez ações mais negociadas são
desses setores: Exxon Mobil (petróleo), Freeport McMoran (mineração) e
Potash/Saskatchewan (químico). Já na BM&FBOVESPA, são nada menos que
sete entre dez.
Diante deste cenário, visando uma maior preocupação com o meio
ambiente, é preciso que os investidores adquiram a cultura de aceitar lucros
menores, em prol da saúde do planeta.
Isso não quer dizer que um investidor não deva ganhar dinheiro com
petróleo e minério, mas que ele que não se engane quanto à viabilidade desse
sistema a longo prazo. Pois, o país se descapitaliza e vende seu patrimônio ao
explorar produtos como petróleo e minério. A médio prazo há perdas
operacionais. A Noruega, por exemplo, já está tendo de compensar suas
gerações futuras com a criação de fundos soberanos que substituem suas
grandes prospecções de petróleo.
Há interesses conflitantes entre desenvolvimento sustentável e o
mercado financeiro, o ganho precisa estar aliado à transformação da sociedade
e com investidores mais conscientes.
Convencer
um
investidor
a
retirar
de
sua
carteira
empresas
extremamente lucrativas e que continuarão a sê-lo, como no caso do setor
petrolífero, parece ser improvável. Porém, o custo ambiental da exploração
ainda não está no preço da ação, o que pode indicar um precipício no futuro de
empresas que fazem mais para mitigar os seus principais impactos,
independente do seu setor de atuação.
3.7.1 Cultura dos investidores estrangeiros
A sustentabilidade tem sido um parâmetro cada dia mais utilizado por
93
investidores na hora de escolher empresas, principalmente em segmentos
conservadores que buscam segurança e constância no retorno. Socialmente
responsável, ético, verde ou sustentável são algumas denominações atribuídas
ao processo de investimento que considera as conseqüências socioambientais,
tanto positivas quanto negativas, em um contexto de rigorosa análise
financeira.
Segundo Lopes (2008), a pesquisa Investors Opinion Survey, da
McKinsey & Co. em parceria com o Banco Mundial, realizada no ano de 2000,
afirma que os investidores estariam dispostos a pagar entre 18% e 28% a mais
por ações de empresas que adotam melhores práticas de administração e
transparência.
Os investidores, em particular os estrangeiros, estão procurando
empresas que se preocupam com o meio ambiente, e com isso as companhias
estão mudando sua cultura e se preparando para elaborar o relatório de
sustentabilidade, uma ferramenta utilizada pelas empresas para declarar quais
projetos socioambientais estão desenvolvendo e em quais participam.
Para o professor de Finanças do Ibmec de São Paulo, Marcelo
Guterman, no Brasil, apesar de ser importante, ainda é pequeno o número de
investidores que se preocupam com sustentabilidade. Quem se preocupa mais
são os investidores europeus, faz parte da cultura deles. (PORTAL PCH, 2008)
Dessa forma, fica evidente que os investidores estrangeiros têm uma
visão mais ampla em relação ao futuro através da sustentabilidade. Seus
princípios culturais definem maiores valores quanto ao capital ambiental e
social das empresas. A preocupação com o futuro desses investidores
demonstra que no lugar de realizarem investimentos exacerbados no curto
prazo, passaram a considerar também os benefícios de uma gestão baseada
na sustentabilidade, porque entendem que isso gera valor e assegura a
perenidade do negócio.
3.8
Resultado da pesquisa
94
Diante da pesquisa realizada, identifica-se a sustentabilidade como fator
predominante para as empresas que visam negócios mais sólidos. Adequar
suas atividades ao conceito de sustentabilidade é uma questão de necessidade
para se manter no mercado.
Tudo isso vem se tornando realidade perante este novo cenário, onde os
consumidores estão cada vez mais conscientes, migrando para empresas
responsáveis e que realmente se preocupam com o futuro do planeta.
A sustentabilidade se integrou nas empresas como uma forma de maior
resultado e como diferencial, desempenhando valores nos diversos setores
como: ambiental, social e econômico.
Na pesquisa, a gestão da sustentabilidade é analisada como ferramenta
na busca de uma maior valorização econômica para a empresa AES Tietê. Isso
se dá perante os projetos desenvolvidos em conjunto, nas áreas ambientais e
sociais visando agregar pontos significativos para os investidores, projetando
maior transparência dos ideais corporativos a seus acionistas.
Para que a empresa conquiste um maior número de investidores é
preciso que estes conheçam seus trabalhos e projetos. É assim que surge o
relatório de sustentabilidade, onde os futuros acionistas encontrarão as
informações que poderão ou não despertar interesse em investir e se juntar ao
quadro de acionista da empresa.
A valorização econômica acontece quando a empresa se torna um
atrativo para os investidores, que por conseqüência gera maior condição
financeira visando garantir uma boa rentabilidade para seus acionistas e maior
desenvolvimento para a mesma. Assim a empresa arrecada fundos para se
desenvolver no mercado e conquistar maior sucesso.
Os investidores representam um papel fundamental, pois são eles os
responsáveis pela valorização econômica das empresas. Sendo assim, a
sustentabilidade por si só não trará resultados sem que os investidores a
visualizem como oportunidade de negócio. Certamente tudo vai depender da
consciência e da cultura na qual ele está inserido.
Como a análise efetuada na pesquisa, uma empresa que aplica os
conceitos de sustentabilidade é compreendida pelos investidores como um
negócio estável que transmite maior segurança e constância no retorno. Porém
no
Brasil,
são
poucos
os
investidores
que
se
preocupam
com
a
95
sustentabilidade, na realidade os mais preocupados são os estrangeiros, pois
faz parte da cultura deles.
A cultura dos investidores representa grande importância para as
empresas sustentáveis, pois ela determinará o perfil e conseqüentemente seus
valores.
O ISE, que nasceu para atender a um grupo de investidores em
ascensão preocupado com o retorno do seu investimento no longo
prazo, as empresas sustentáveis estão em alta, pois com 32
empresas de 13 setores, somando 40 ações e um valor de mercado
de R$ 927 bilhões, o ISE representa 39,6% da capitalização da
Bovespa. A sua média de crescimento nos últimos dois anos é
equivalente à do Ibovespa. No período de novembro de 2005 a
janeiro de 2008, o Ibovespa demonstrou uma evolução de 96,77%,
enquanto o ISE fechou com alta de 90,04%. Assim fica evidente o
crescimento e a importância que a sustentabilidade representa no
mercado acionário. (LOPES, 2008, p.14)
Segundo Djalma Bastos (apud LOPES, 2008, p.14) presidente da elétrica
Cemig, empresa listada no Dow Jones, "um ponto importante é a possibilidade
de ampliação do acesso a um crescente mercado dirigido aos investidores de
longo prazo, que prezam pela responsabilidade ambiental e social na gestão
dos negócios .
O mercado acionário está se dirigindo às empresas sustentáveis, e com
isso a cultura dos investidores vai amadurecendo e desenvolvendo maiores
condições escolhas.
Concluindo, a análise da pesquisa identifica que a gestão da
sustentabilidade contribui para uma maior valorização econômica perante o
mercado acionário, onde as empresas sustentáveis estão gerando condições
favoráveis aos acionistas que almejam investimentos a longo prazo, e possuem
uma cultura responsável em relação às gerações futuras.
A pergunta problema de que: A Gestão da Sustentabilidade adotada
pela empresa AES Tietê contribui para sua valorização econômica, foi
respondida e a hipótese foi comprovada.
96
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO
À medida que o tempo passa, a sustentabilidade está cada vez mais
inserida na relação dos negócios das empresas, se tornando fator determinante
e diferencial no âmbito competitivo do mercado. Esta diferenciação é o atrativo
que os acionistas buscam em uma empresa na obtenção de lucros e
maximização dos ativos.
Atualmente a gestão da sustentabilidade adotada pela AES Tiete a
difere das demais empresas tornando-a como uma empresa modelo,
possibilitando que os investidores a reconheçam como uma opção rentável
para investimento. Assim os investidores buscam empresas que possuam
políticas sustentáveis que viabilizem tanto a rentabilidade financeira como a
condição humana no futuro. Isso reflete uma excelente oportunidade de reduzir
a distância entre a empresa e o investidor através das seguintes propostas:
Maior
divulgação
dos
relatórios
financeiros,
dos
projetos
de
responsabilidade social e ambiental, através de campanhas publicitárias, para
que o futuro investidor se sinta atraído pela empresa, motivando e
possibilitando um contato direto e diferenciado, otimizando os valores que a
empresa possui;
Objetivar parcerias com corretoras de valores, com propósito de atrair
maior número de investidores, impulsionando a valorização econômica da
empresa através de fundos e clubes de investimentos que faz parte da
composição da carteira.
Constantemente a sustentabilidade vem sendo incorporada como fator
decisório. Através da implementação de tais propostas acredita-se que a
empresa cativará um maior percentual de investidores de longo prazo, que
almejam negócios de menores riscos no futuro, corroborando a gestão da
sustentabilidade como indicador de atratividade para o mercado de ações.
97
CONCLUSÃO
A sustentabilidade vem dizer à sociedade para que produza e consuma
com moderação e racionalidade, seja por prejudicar a saúde humana ou o
ambiente como um todo, ao explorar recursos naturais acima da capacidade de
reposição da natureza acentuando o problema do aquecimento global.
O cenário que as empresas se encontram atualmente é propício para a
prática da sustentabilidade como uma forma de valorização da marca da
empresa, fixando na mente dos consumidores a importância que a empresa
leva
à
sociedade
e
os
benefícios
que
proporcionam
através
do
desenvolvimento sustentável. Com esse pensamento, cada dia mais as
organizações desenvolvem projetos com o intuito de mitigar os impactos que
seus desenvolvimentos causam ao planeta.
Partindo desse pressuposto, a AES Tietê trabalha para a sociedade de
forma não somente a atender às necessidades presentes, mas principalmente
para que as gerações futuras não tenham sua desenvoltura prejudicada por
ações impensadas da geração atual.
Divergindo para o lado das instituições com capital aberto, a
sustentabilidade das grandes empresas também está sendo questionada. Seus
acionistas querem saber se elas correm o risco de se desvalorizar, acuadas por
passivos ambientais ou porque suas marcas podem ser taxadas de conivência
com comportamentos duvidosos. O risco de não aderir práticas sustentáveis
está ficando maior do que o custo de adotá-las.
Um exemplo disso são as empresas extrativistas que estão na mira dos
investidores como sendo empresas que poderão ter desvalorização de suas
ações a longo prazo, principalmente porque ainda não se acrescenta o custo
da exploração ao valor de cada ação. Outra desvantagem pode ser percebida
em relação à dificuldade das empresas ao emprestar dinheiro junto às
instituições financeiras bancárias. Neste caso, um cuidado exigido para que
essas empresas financeiras sejam integrantes da carteira do ISE na bolsa, é
que a instituição não conceda financiamento às empresas poluidoras ou que
exerçam atividades de agressão mais intensivas ao meio ambiente.
Portanto, conclui-se através da pesquisa que as empresas que adotam
práticas sustentáveis conseguem obter diversas vantagens nos setores em que
98
atuam, tornando-as mais competitivas, conseqüentemente mais resistentes ao
risco, atraindo investidores que buscam rentabilidade no investimento a longo
prazo. A gestão da sustentabilidade oferece de forma constante um ciclo
virtuoso de resultados positivos para valorização da organização, fortalecendo
assim o resultado da pesquisa em prol das empresas.
O tema é de grande relevância hoje e continuará sendo nos próximos
anos, tal fato leva a conclusão de que o assunto não foi esgotado,
possibilitando que mais pesquisadores se aprofundem no estudo e ofereçam
outras estratégias de atuação para o setor.
99
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102
APÊNDICES
103
APÊNDICE A
1
Roteiro de estudo de caso
INTRODUÇÃO
Será realizada uma pesquisa no período de fevereiro a outubro de 2008
na Usina Hidrelétrica AES Tietê, analisando os aspectos voltados a Gestão da
Sustentabilidade. Localizada no Estado de São Paulo, mais precisamente na
cidade de Promissão, atuando na área de geração de energia.
2
RELATO DO TRABALHO REALIZADO REFERENTE AO ASSUNTO
ESTUDADO
a) descrição da Gestão da Sustentabilidade da AES Tietê;
b) depoimento do gerente ambiental para o desenvolvimento do estudo
de caso;
c) relato das técnicas utilizadas pela empresa;
d) levantamento dos resultados econômicos provenientes das ações
sustentáveis.
3
DISCUSSÃO
Será realizada uma análise confrontando o conceito de sustentabilidade
com o retorno econômico da empresa.
4
RESULTADOS E SUGESTÕES
Parecer final sobre o caso e sugestões para desenvolver na empresa
suas atividades de forma a atender as necessidades da geração atual, sem
comprometer as gerações futuras.
104
APÊNDICE B
I
Roteiro de observação sistemática
IDENTIFICAÇÃO
Empresa:
Localização:
Atividade Econômica:
II
ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS
1 Departamento de Gestão Ambiental
2 Departamento de ações sociais
3 Departamento Administrativo
4 Levantamento e Pesquisa de projetos sócio-ambientais
105
APÊNDICE C
Roteiro histórico da AES Tietê e da gestão da
sustentabilidade
I
IDENTIFICAÇÃO
Empresa:
Localização:
Atividade Econômica:
II
ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS
1 Evolução das instalações
2 Projetos socio-ambientais
3 Ações sustentáveis da empresa
4 Desempenho econômico
5 Cenário atual da empresa
106
APÊNDICE D
I
Roteiro de entrevista para o gerente ambiental
IDENTIFICAÇÃO
Cargo:
Experiência Profissional:
Profissão:
Formação:
II
QUESTÕES
1 A gestão da sustentabilidade é uma prática que vem sendo adquirida pelas
empresas há poucos anos, porém demonstra ser inimaginável que as
empresas deixem de praticá-las futuramente. De acordo com sua percepção,
qual a sua visão em relação à sustentabilidade no futuro diante do mercado
atual?
2 Como fazer com que os consumidores adquiram cada vez mais produtos de
empresas que praticam a gestão ambiental, deixando de ser influenciados por
sabor, aparência, tecnologia, no momento de consumir?
3 Atualmente, as ações de responsabilidade sócio-ambiental não se tornaram
uma exigência do consumidor, algo indispensável para as empresas
sobreviverem?
4 As empresas brasileiras estão caminhando em direção a sustentabilidade?
5 É necessario diminuir o consumo para preservar recursos mas, como isso é
possível num mundo onde países populosos, como a China e Índia, estão
juntamente buscando aumentar seus padrões de vida?
6 Qual o feedback esperado pelas empresas que aplicam os conceitos de
desenvolvimento sustentável?
107
APÊNDICE E
Fotos
Fonte: AES TIETÊ
Foto 01: Grupo com o Gerente Ambiental da AES Tietê Promissão
Fonte: AES TIETÊ
Foto 02: Escritórios e Auditório da Usina de Promissão
108
Fonte: AES TIETÊ
Foto 03: Entrada de acesso para os escritórios
Fonte: AES TIETÊ
Foto 04: Ambiente da Usina de Promissão
109
Fonte: AES TIETÊ
Foto 05: Estrada de acesso a usina hidroelétrica
Fonte: AES TIETÊ
Foto 06: Vista lateral da usina hidroelétrica
110
Fonte: AES TIETÊ
Foto 07: Área interna da usina
Fonte: AES TIETÊ
Foto 08: Turbina geradora
111
Fonte: AES TIETÊ
Foto 09: Eclusa
Fonte: AES TIETÊ
Foto 10: Grupo com a orientadora e coordenadora de curso
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GESTÃO DA SUSTENTABILIDADE AES Tietê