ro é ainda maior, girando em tom o de 92%. A tendência são ações com obje tivo comum que não lhes tirem a inde pendência, como a formação de coo perativas de compras e sistemas de re servas. “O charme e competência do menor está em poder prestar um servi ço que o maior não pode em função da escala”, diz Cruz. A personalização se espalha por todo o setor. As agências de negócios, por exemplo, estão cada vez mais de sempenhando um papel de aconselha mento dos clientes. “Somos muito mais consultores do que emissores de bilhe tes”, diz Schwartzmann, que acredita ser necessário entender a estratégia do cliente para depois oferecer serviços di ferenciados. O lema atual é se tom ar um parceiro para maximizar benefícios, reduzir custos e aumentar a produtivi dade. Uma boa agência de viagens cor porativas deve bu scar inform ações completas da companhia que vai asses sorar, como descobrir os destinos para onde o cliente viaja com mais freqüên cia e levantar um perfil dos passagei ros. Com esses dados é possível reali zar acordos comerciais mais favoráveis, com um planejamento de viagens con solidado, com hotéis, locais, datas, ho rários e locações de carro. Com um grande volume de operações aliado ao conhecimento do mercado, as agências de viagens conseguem oferecer um cus to menor. No ano passado, o crescimento des ses em preendim entos foi expressivo, cerca de 25,44%. Boa parte desses di videndos também se deve a uma recu peração do mercado, que a partir de 2001 sofreu uma queda devido ao 11 de setembro. Com um cenário tumul tuado, durante os dois últim os anos muitas empresas retraíram suas com pras, ou só embarcavam os executivos na última hora. Com isso, grandes com panhias aéreas e agências de viagens quebraram em todo o m undo. M as Schwartzmann acredita que neste ano a onda de crescimento vai continuar. “Aí sim, vamos poder comemorar com mais entusiasmo.” O sucesso para todos os tamanhos Gigantes do setor convivem com médios e pequenos empreendedores em receitas de competência comprovada O Favecc exige um a série de ser viços que as agências credenciadas têm que cumprir. Desde um manual de viagens à gestão de conta; desde o básico da reserva e em issão de pas sagens aéreas até o uso da internet para confirm ação de reservas dos for necedores em tem po real. Schw artz mann diz que o Favecc é um fórum que não tem intenção de inchar de mais o quadro de associados. “P rim a mos pela qualidade e as agências são selec io n ad as com um rig o r m uito grande. Somos a vitrine do m ercado.” Não se trata apenas de um a alteração cosm ética em serviços de atendim en to, e os planos de consultoria vão al terar o m odelo de negócios do setor. “O sistem a convencional de agencia m ento que existe no B rasil tende ou já com eça a se equiparar com o que acontece nos países de Prim eiro M un do. Não existe m ais com issão e as agências cobram por serviços”, diz Schw artzm ann. E o fim tam bém de algumas distorções com o escolher de term inado fornecedor pelo tam anho da com issão. “Fomos um dos prim eiros a usar esse conceito” , diz B arbara Asm ussen, executiva da F lytour B usiness Travei, divisão corporativa de um a das m ais im portantes agências de tu rism o do Brasil, que possui 142 uni dades de negócios distribu íd as em todo o país, sendo 44 franquias. A com panhia passou a atuar no m erca do de viagens de negócios a partir de Flytour: 142 unidades de negócios (entre elas, 44 franquias) Agosto 2005 - Empreendedor - Turismo 1993, mas quatro anos depois é que da Flytour na internet vêm ao encon veio o grande salto: um a jo in t ventu- tro da expectativa de m áxim a tecno re com a R osenbluth International, logia para evitar tem pos de solicita um a das cinco m aiores agências de ção e de confirm ação. A C osta Brava v iag en s do m u n d o . “ A p re n d em o s tam bém possui um a ferram enta on m uito com o know -how da R osenblu line que perm ite às secretárias e aos th International, desde cobrar hono executivos terem acesso aos planos de rários por serviços até um efetivo con vôos e preços das tarifas com o se fos trole de qualidade, com o atender o te sem um funcionário da agência, e sa lefone em m enos de quatro toques”, berem exatam ente com o cada real é diz A sm ussen. A p arceria tam bém investido na viagem . “Isso escancara re n d e u co n tas de c lie n te s g lo b ais a verdade, ou seja, é a transparência com o Ericsson, Philips, HP e Oracle, total da relação da agência com a em e hoje a divisão B usiness T ravei é presa”. diz Schwartzm ann. Ele acre responsável por 35% do faturam ento dita que som ente esse tipo de atitude da Flytour. Um a façanha para a m ai anim a os pequenos e médios em pre or em isso ra de b ilh e te s aéreos da endedores a tam bém usufruírem das A m érica L atina e que pretende com vantagens desse m ercado. “H oje já pletar 30 anos de atividades com um existem em presas m édias com um m ovim ento m aior do que m uita cor aum ento no faturam ento de 12%. A Flytour apostou na Web e cons poração.” truiu um portal de turism o onde o cli ente, além de fazer reservas e em itir Sistema Já a Carlson W agonlit Travei do as faturas on-line, conta com o gran de d iferen cial de poder realizar as Brasil, um a das maiores agências de co n su ltas e fazer co m p arativ o s de viagens do mundo, também criou po preços com diversas com panhias aé líticas de aproxim ação distintas para reas através de um único portal. Im em preendedores do varejo e m édias plem entado em 2001, foram vendidos empresas. “Existem produtos e servi cerca de 23 m il e-tickets por m ês. ços especialm ente montados e dispo H oje a m édia é de 3 mil bilhetes por nibilizados para esse tipo de público. dia. Cerca de 35% das passagens ven Cada mercado tem sua prioridade e ne didas pela com panhia passam pelo cessidade”, diz Jahy Borges de Car m ouse e teclado dos usuários, e o sis valho, diretor de Vendas e M arketing. tem a é responsável por cerca de 70% Um portal sofisticado pode interessar um a corporação, mas do faturam ento anual. o pequeno empresário “Ele é bem completo: norm alm ente não re revela a política de vi conhece o valor. “Ele ag e m da e m p re s a , não precisa de produ m o stra em p rim eiro tos de alta tecnologia, lugar as com panhias mas sim de um siste que têm acordos com m a de consultoria e o cliente, gera relató g e stã o um p o u co rio s de g a s to s ” , diz mais acessível.” M arcela Andreta, ge A C a rls o n W a re n te de M ark etin g . gonlit Travei do B ra E la afirm a que o sis sil fa tu ro u no ano tem a foi desenvolvi passado cerca de R$ do para o agente de 770 milhões e preten viagens, mas é facil de fechar o ano em m e n te a d a p ta d o ao B a rb ara: joint venture R$ 820 m ilhões. “A m ercado corporativo. com a R osenbluth e c o n o m ia c o n tin u a Os in v estim en to s In te rn atio n al 22 - Empreendedor b astan te d in âm ica e o corporativ o deve se acelerar bastante a partir do segundo sem estre” , tanto que o país se tornou um dos 12 m ercados estra tégicos para a com panhia m undial m ente. A em presa tam bém adota o co n ceito de gestão com partilh ad a, que é a identificação dos processos de m elhorias para oferecer oportuni dades de econom ia para o cliente. “Nós entram os com a experiência, apontam os as melhores práticas e aju dam os na execução, através de um serviço de consultoria. Um a das con seqüências é a fidelização do clien te”, diz Carvalho. Um a das estratégias de crescim en to é focar em nichos de m ercado, d i re cio n an d o d eterm in a d o s tip o s de produtos a públicos específicos. Por exemplo, o turism o voltado para pro fissionais de m eia-idade ou progra mas especiais para jovens executivos. “Se existe um a segm entação aliada a um a política para alcançar esses m er cados, tem os um increm ento nas ven das e principalm ente garantim os um a m argem m aior de ganho”, diz C arva lho. “A reboque dessa viagem , pode mos ter um a extensão. Por exemplo, um executivo que viaja para N ova York fecha o negócio e depois fica m ais quatro dias na cidade curtindo a viagem .” Por isso, a em presa prefere não trabalhar com grandes quantida des, ressaltando que um atendim ento de qualidade é essencial. C arvalho acredita que, se adotar um turism o de m assa, as m argens caem e existe a tentação de não executar bem a sua atividade, que é fazer a m ovim enta ção do m aior patrim ônio dos clien tes, os executivos. Esse é o m otivo da grande oferta de pacotes de m aior valor agregado. “A gente vai além dos serviços básicos. Nós inclusive faze mos o que um a agência de viagens norm alm ente faz.” Uma dessas tarefas é m anter um canal específico para receber in fo r mações e reclam ações, elim inando fa lhas e custos incalculáveis, com o a perda de um a reunião ou encontro in- As motivações do justo privilégio 0 turismo de incentivo serve para valorizar os recursos humanos e criar diferenciais diante da concorrência As viagens corporativas são utiliza das como ferramentas competitivas ao desenvolver negócios, destrinchar pro blemas, dar um suporte aos parceiros, divulgar marcas e produtos e, especi almente, ao valorizar a prata da casa, os recursos humanos. Não se trata ape nas de expedir uma passagem para um funcionário aprimorar os conhecimen tos técnicos em congressos, seminári os, exposições e sim pósios. A mais nova onda é motivar a equipe para atin- gir objetivos comuns, superar desafios como metas de produção ou de quali dade. Trata-se do turismo de incentivo. “Uma viagem não é um artigo de luxo, e sim um objeto de desejo dentro das cam panhas de incentivo”, diz Jorge Medauar, diretor de Criação da Incen tive House, empresa que integra a rede da Accentiv, maior agência de marke ting de relacionamento do mundo. A viagem de negócios está no topo da lista de preferências dos funcionári- TOMAS MA'i ternacional. O setor vem desenvol vendo ferram entas de feed b a ck para os serviços pós-viagem da agência e aprim orando os processos de reem bolsos, quando necessários, seja de passagens não utilizadas ou u tiliza das parcialm ente, seja de depósitos para reserv as em hotéis. A F lytour realiza pesquisas através de um pro gram a de satisfação a cada seis m e ses. “A prim eira coisa que a gente fica sabendo é quando dá um problem a” , diz Barbara Asmussen. A com panhia tam bém instituiu a figura do ombudsm an, funcionário especializado em receber reclam ações. “Para sobrevi ver neste m ercado, temos que acom panhar antes, durante e depois. Nós pesquisam os que as pessoas chega vam até o momento de bater o m arte lo pela internet, mas na hora H recu avam com medo de fazer um mau ne gócio”, diz Schwartzm ann. A ssim com o m uitos acreditavam que a TV substituiria o rádio, muitos pensaram que a internet seria o fim das agências de viagens. Prognósticos er rados. O atendim ento diferenciado é uma receita para sobreviver em tem pos de com petição acirrada. “Quando o cliente é antigo e liga para o call center, o atendemos pelo nom e”, diz B arbara, da Flytour. Schw artzm ann diz que um sorriso no rosto e uma boa educação são as m elhores ferram en tas para cativar um cliente. “Quando comecei neste negócio o m undo era com plem ente diferente. As relações eram muito pessoais; hoje são muito impessoais, as m áquinas é que gover nam.” Ele com em ora os avanços tec nológicos e com para com o tempo em que se fazia reserva anotando o nome do passageiro a lápis para depois ter a possibilidade de apagar. “Era um a épo ca romântica, a gente tinha prazo de 30 dias para pagar as companhias aé reas. Evidente que não desprezo os re cursos tecnológicos de hoje, mas as pessoas tinham mais tempo, eram ami gas, afáveis, menos nervosas e estres sadas. Enfim, a gente tem que se adap tar, não é verdade?” Empreendedor - 23