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CAPÍTULO 1 – INVESTIMENTO A LONGO PRAZO (continuação)
2. Técnicas de Orçamento de Capital
2.1 Técnicas de análise de Orçamento de Capital
“As técnicas de análise de orçamentos de capital são utilizadas pelas
empresas para a seleção de projetos que irão aumentar a riqueza de seus
proprietários.”
Os enfoques mais usados para a análise de orçamentos de capital integram
procedimentos de cálculo do valor do dinheiro no tempo, considerações de risco e
retorno e conceitos de avaliação para selecionar gastos de capital compatíveis com o
objetivo da empresa – maximização da riqueza dos proprietários.
As técnicas mais difundidas para avaliar propostas de investimentos são:
-
Período de Payback
Valor Presente Líquido (VPL)
Taxa Interna de Retorno (IRR ou TIR)
¾ Período de Payback (original)
Payback é o período de tempo necessário para que as entradas líquidas de
caixa recuperem o valor do investimento inicial em um projeto.
Regra do Payback: Um investimento é aceitável quando o retorno do capital investido
se dá num tempo igual ou menos que aquele determinado pela empresa.
Payback < padrão da empresa Ö aceita-se o projeto
Payback = padrão da empresa Ö aceita-se o projeto
Payback > padrão da empresa Ö rejeita-se o projeto
Vantagens e Desvantagens do Payback:
DESVANTAGENS
VANTAGENS
1. Facilidade de se entender o conceito do
método
2. Leva em conta a incerteza de fluxos de
caixa mais distantes
3. Favorece a liquidez, ao privilegiar os fluxos
de curto prazo, pois favorece a liberação de
recursos para outras aplicações mais
rapidamente.
1. Ignora o valor do dinheiro no tempo
2. Exige um período limite arbitrário
3. Não leva em consideração as diferenças de
risco nos projetos. Calculamos o payback de
um projeto muito arriscado e de um projeto
pouco arriscado da mesma maneira.
4. Ignora os fluxos de caixa pós payback.
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5. Dificulta a aprovação de projetos de longo
prazo.
EXEMPLO:
A Cia FPU, uma empresa metalúrgica de médio porte está analisando atualmente dois
projetos cujos fluxos de caixa são apresentados na tabela abaixo e representados nas
linhas de tempo. Estamos supondo que os projetos possuem séries convencionais de
fluxos de caixa, e que todos esses fluxos apresentam o mesmo risco, que os dois
projetos possuem vida útil igual e que a empresa dispões de fundos ilimitados.
Investimento
Inicial
Ano
1
2
3
4
5
Projeto A
R$ 42.000
Projeto B
R$ 45.000
Entradas de caixa operacionais
R$ 14.000
R$ 28.000
R$ 14.000
R$ 12.000
R$ 14.000
R$ 10.000
R$ 14.000
R$ 10.000
R$ 14.000
R$ 10.000
Projeto A
R$14.000
1
0
R$14.000
2
R$14.000
3
R$14.000
R$14.000
5
4
Final do ano
R$42.000
Projeto A Î período de payback = Investimento inicial / entrada de caixa anual
Payback = 42.000/14.000 = 3 anos
Projeto B
R$28.000
0
R$45.000
1
R$12.000
2
R$10.000
3
R$10.000
4
R$10.000
5
Final do ano
Projeto B Î período de payback = entradas de caixa acumuladas até que o
investimento inicial seja recuperado.
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Payback = 28.000(Ano1) + 12.000(Ano2) + 5.000(50% da entrada de caixa do Ano 3) =
2,5 anos
¾ Período de Payback (descontado)
É o período necessário para recuperar o investimento inicial, considerando os
fluxos de caixa descontados a uma taxa mínima de atratividade. Esse método foi
desenvolvido para corrigir uma das principais falhas do payback, que é não considerar
o valor do dinheiro no tempo.
EXEMPLO: PAYBACK ORIGINAL X PAYBACK DESCONTADO
Valores
Valores descontados
Tx. Atrat. 15%
R$ 25.000
R$ 25.000
Investimento
Inicial
Ano
1
2
3
4
5
Payback(anos)
Entradas de caixa operacionais
R$ 12.000
R$ 12.000
R$ 11.000
R$ 11.000
R$ 11.000
R$ 11.000
R$ 9.000
R$ 9.000
R$ 24.000
R$ 24.000
2,2
2,95
Apesar do payback original ser mais conhecido, o payback descontado é mais refinado
e proporciona uma análise mais elaborada.
¾ Valor Presente Líquido (VPL)
É uma técnica sofisticada de análise orçamento de capital, obtida subtraindo-se o
investimento inicial de um projeto do valor presente de suas entradas de caixa,
descontadas a uma taxa igual ao custo de capital da empresa (k).
VPL = Valor presente das entradas de caixa – Investimento Inicial
VPL =
FC
0
+
FC + FC + FC + FC
(1+ k ) (1+ k ) (1+ k ) (1+ k )
1
3
2
1
2
4
3
4
+ ... +
FC
(1+ k )
n
n
onde: FC = fluxo líquido de caixa (as saídas de caixa são representadas por valores
negativos)
k = custo de capital
n = vida útil do projeto
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Regra do VPL: Um projeto de investimento deve ser aceito se o VPL for positivo e
rejeitado se negativo.
VPL > 0 Ö aceita-se o projeto
VPL = 0 Ö aceita-se o projeto
VPL < 0 Ö rejeita-se o projeto
Se o VPL for maior que 0, a empresa obterá retorno superior a seu custo de capital. Tal
fato deverá aumentar o valor de mercado da empresa e, portanto, a riqueza dos
proprietários.
Vantagens e Desvantagens do VPL:
DESVANTAGENS
VANTAGENS
1. Leva em consideração o valor do dinheiro
no tempo
2. Os VPLs podem ser somados
1. Depende da determinação do custo de
capital
2. É um conceito de mais difícil assimilação
pelos empresários do que uma taxa de retorno.
3. Dependem apenas dos fluxos de caixa e do
custo de capital
EXEMPLO:
Usando os dados do exemplo anterior, e considerando o custo de capital da empresa
for igual a 10%, os VPL dos projetos A e B podem ser calculados abaixo:
Investimento
Inicial
Ano
1
2
3
4
5
VPL (10%)
Uso da calculadora:
Projeto A: 42.000 chs g cf0
14.000 g cfj
5 g nj
10 i
f NPV = R$11.071
Projeto A
R$ 42.000
Projeto B
R$ 45.000
Entradas de caixa operacionais
R$ 14.000
R$ 28.000
R$ 14.000
R$ 12.000
R$ 14.000
R$ 10.000
R$ 14.000
R$ 10.000
R$ 14.000
R$ 10.000
R$11.071
R$10.924
Projeto B:
45.000 chs g cf0
28.000 g cfj
12.000 g cfj
10.000 g cfj
3 g nj
10 i
f NPV = R$ 10.924
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Os dois projetos são aceitáveis, já que seus valores presentes líquidos são maiores que
0. Se estivessem sendo classificados, o projeto A seria considerado superior ao projeto
B porque tem VPL R$11.071 maior que R$10.924.
¾ Taxa Interna de Retorno (TIR)
É a taxa de desconto que iguala o valor presente das entradas de caixa ao
investimento inicial referente a um projeto, resultando, desse modo em um VPL = 0.
Matematicamente, a TIR é o valor de k que faz com que o VPL se iguale a 0.
0=
FC
0
+
FC + FC + FC + FC
(1+TIR) (1+TIR) (1+TIR) (1+TIR)
1
3
2
1
2
4
3
4
+ ... +
FC
(1+TIR)
n
n
onde: FC = fluxo líquido de caixa (as saídas de caixa são representadas por valores
negativos)
k = custo de capital
n = vida útil do projeto
Regra do TIR: Um projeto de investimento é aceitável se sua TIR for igual ou superior
ao custo de capital da empresa. Caso contrário, deve ser rejeitado.
TIR > custo de capital(k) Ö aceita-se o projeto
TIR = custo de capital(k) Ö aceita-se o projeto
TIR < custo de capital(k) Ö rejeita-se o projeto
A lógica da TIR é a de que se o projeto está oferecendo um retorno igual ou superior ao
custo de capital da empresa, estará gerando caixa suficiente para pagar os juros e para
remunerar os acionistas de acordo com suas exigências.
)O custo de capital da empresa é tido como a taxa de retorno por ela exigida em seus
projetos de investimento.
Vantagens e Desvantagens da TIR:
Vantagens
Desvantagens
1. Relacionada de perto ao VPL, geralmente
levando a decisões idênticas
2. Fácil de entender e transmitir
1. Pode apresentar respostas múltiplas, se os
fluxos de caixa forem não convencionais.
2. Pode conduzir a decisões incorretas em
comparações de investimentos mutuamente
exclusivos.
3.Envolve uma técnica complexa de tentativa e
erro para o cálculo da TIR.
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EXEMPLO:
Usando os dados do exemplo anterior, e considerando o custo de capital da empresa
for igual a 10%, calcular a TIR que faz com que o VPL seja exatamente igual a 0.
Investimento
Inicial
Ano
1
2
3
4
5
TIR
Uso da calculadora:
Projeto A: 42.000 chs g cf0
14.000 g cfj
5 g nj
f IRR = 19,86%
Projeto A
R$ 42.000
Projeto B
R$ 45.000
Entradas de caixa operacionais
R$ 14.000
R$ 28.000
R$ 14.000
R$ 12.000
R$ 14.000
R$ 10.000
R$ 14.000
R$ 10.000
R$ 14.000
R$ 10.000
19,86%
21,65%
Projeto B:
45.000 chs g cf0
28.000 g cfj
12.000 g cfj
10.000 g cfj
3 g nj
f IRR = 21,65%
Comparando as TIRs dos projetos A e B ao custo de capital de 10%, verificamos que
ambos os projetos são aceitáveis pois: TIRA=19,86% > k =10%; TIRB=21,65% > k =10%
Comparando as TIRs dos dois projetos, preferiríamos o projeto B, pois TIRB=21,65% >
TIRA=19,86%.
2.2 Comparação entre VPL e TIR
O VPL é o método mais indicado pelos acadêmicos. Já a TIR é preferida pelos
executivos e empresários, porque estes analisam os investimentos em termos de taxas
percentuais como faz o mercado financeiro.
O VPL e a TIR apresentam alguns aspectos comuns, como:
• Consideram o valor do dinheiro no tempo, tratando os fluxos de caixa com o mesmo
instrumental da matemática financeira, e;
• Avaliam as propostas mediante o uso de uma taxa correspondente ao custo de
capital ou à rentabilidade mínima exigida do investimento.
Os dois métodos pressupões que as entradas de caixa sejam reinvestidas durante a
vida útil do projeto, e neste ponto surge a diferença básica:
• No VPL esse reinvestimento seria realizado a uma taxa predeterminada que
normalmente corresponde ao custo de capital;
• Na TIR a reinversão deveria propiciar rentabilidade periódica igual à própria TIR.
Projetos independentes: Nesses projetos os dois métodos, VPL e TIR conduzem às
mesmas decisões de rejeição ou aceitação.
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Projetos mutuamente exclusivos: Nestes tipos de projetos já não acontece o mesmo,
pois os dois métodos podem levar a diferentes soluções. Isso ocorre pelas taxas de
reinvestimento implícitas em cada um dos métodos.
2.3 Investimento de capital sob risco
¾ Abordagens comportamentais para lidar com o risco
São aspectos usados para obter uma noção do nível de risco em um projeto, são eles:
♦ Risco e entradas de caixa – Em orçamento de capital, o termo risco refere-se à
possibilidade de que um projeto se mostre inaceitável, ou seja, que VPL < 0 ou TIR
< custo de capital. Risco, em orçamento de capital, é o grau de variabilidade dos
fluxos de caixa.
Nos projetos convencionais de orçamento de capital, o risco decorre quase que
inteiramente das entradas de caixa, porque o investimento inicial geralmente é
conhecido com relativa certeza. Essas entradas resultam de diversas variáveis
relacionadas a receitas, despesas e impostos.
Para avaliar o risco de um gasto proposto de capital, o analista precisa medir a
probabilidade de que as entradas de caixa sejam suficientemente elevadas para
levar a aceitação do projeto.
♦ Análise de sensibilidade – É a abordagem que utiliza diversos valores possíveis
de uma variável-chave, como as entradas de caixa, para avaliar seu impacto sobre o
retorno da empresa, medido aqui pelo VPL.
EXEMPLO: Suponha que o administrador financeiro da empresa tenha feito estimativas
pessimista, mais provável e otimista das entradas de caixa de cada projeto. As
estimativas resultantes e os VPLs resultantes são apresentados na tabela abaixo:
Investimento
Inicial
Projeto A
R$ 10.000
Projeto B
R$ 10.000
Entradas de caixa anuais
Estimativa
Pessimista
Mais provável
Otimista
Amplitude
Estimativa
Pessimista
Mais provável
Otimista
Amplitude
R$ 1.500
R$ 0
R$ 2.000
R$ 2.000
R$ 2.500
R$ 4.000
R$1.000
R$4.000
VPL com k = 10% em 15 anos
R$1.409
R$5.212
R$9.015
R$7.606
Comparando as amplitudes das
entradas de caixa e dos VPLs, fica
claro que o projeto A é menos
arriscado que o projeto B, pois a
amplitude do projeto B é maior que
a amplitude do projeto A.
-R$10.000
R$5.212
R$20.424
R$30.424
♦ Análise de Cenário – É uma abordagem semelhante à análise de sensibilidade,
mas com enfoque mais amplo. Ela avalia impacto sobre o retorno da empresa de
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alterações simultâneas de diversas variáveis, como entradas de caixa, saídas de
caixa e custo de capital.
♦ Simulação – É uma abordagem comportamental com base estatística que aplica
distribuições de probabilidades predeterminadas e números gerados ao acaso para
estimar resultados com risco.
¾ Técnicas de ajuste ao risco
As principais técnicas de ajuste ao risco, usando o método de decisão do VPL são:
♦ Equivalentes à certeza – Fatores de ajuste ao risco que representam a
porcentagem de uma entrada de caixa estimada, que os investidores ficariam
satisfeitos em receber com certeza, ao invés de entradas de caixa possíveis, a cada
ano.
Esta técnica não é muito utilizada, pois utiliza um aspecto subjetivo para ajustar as
entradas de caixa.
♦ Taxa de desconto ajustadas ao risco (TDAR) – É a taxa de retorno que deve ser
obtida em um projeto para recompensar os proprietários da empresa
adequadamente pelo risco que estão incorrendo, ou seja, para manter ou aumentar
o preço da ação.
Quanto mais elevado o risco de um projeto, maior a TDAR e, portanto, menor o
valor presente líquido de uma série de entradas de caixa.
Na prática, as TDARs são freqüentemente mais utilizadas por dois fatores:
1. são coerentes com a preferência geral dos executivos financeiros por taxas
de retorno;
2. são facilmente estimadas e aplicadas pois baseia-se em conveniência
computacional e procedimento bem desenvolvidos.
EXEMPLO:
Utilizando o exemplo da Cia FPU, ela deseja usar o enfoque da TDAR para determinar
de acordo com o VPL, se deve implantar o projeto A ou o projeto B. Além dos dados de
cada projeto, a administração da empresa, depois de muita análise, atribuiu um índice
de risco* para cada projeto.
*índice de risco é apenas uma escala numérica usada para classificar o risco de um
projeto.
Índice de risco
TDAR
Investimento
Inicial
Ano
1
2
3
4
5
Projeto A
R$ 42.000
Projeto B
R$ 45.000
Entradas de caixa operacionais
R$ 14.000
R$ 28.000
R$ 14.000
R$ 12.000
R$ 14.000
R$ 10.000
R$ 14.000
R$ 10.000
R$ 14.000
R$ 10.000
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0 (Proj.B)
1,2
1,4
1,6 (Proj.A)
1,8
2,0
6%
7%
8%
9%
10%
11%
12%
13%
14%
16%
18%
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VPLs
R$ 6.063,13
Uso da calculadora:
Projeto A: 42.000 chs g cf0
14.000 g cfj
5 g nj
14 i
f NPV = R$6.063,13
R$9.798,43
Projeto B:
45.000 chs g cf0
28.000 g cfj
12.000 g cfj
10.000 g cfj
3 g nj
11 i
f NPV = R$ 9.798,43
O projeto A oferece mais risco que o projeto B, sua TDAR de 14% é superior à do
projeto B (11%). Os resultados mostram claramente que o projeto B é preferível porque
seu VPL ajustado por risco de R$9.798 é maior que o do projeto A, de R$6.063.
¾ Aprimoramentos em Orçamento de Capital
♦ Comparação de projetos com durações desiguais – Se os projetos forem
independentes, sua duração não será fator importante. Mas quando os projetos são
mutuamente exclusivos, o impacto de durações deve ser considerado, e para isso
utiliza a abordagem do valor presente líquido anualizado (VPLA).
VPLA converte o VPL de projetos com durações diferentes em um montante anual
equivalente que pode ser usado para selecionar o melhor projeto utilizando as
seguintes etapas:
Etapa 1 – Calcular o VPL de cada projeto, ao longo de sua duração, usando o
custo de capital apropriado.
Etapa 2 – Dividir o VPL de cada projeto, sendo ele positivo, pelo fator de valor
presente de uma anuidade, ao custo de capital e considerando a duração do projeto,
obtendo o VPLA.
Etapa 3 – Selecionar o projeto com o maior VPLA.
EXEMPLO:
Uma emissora de TV a cabo, está avaliando dois projetos, X e Y. Os fluxos de caixa
relevantes de cada projeto são fornecidos abaixo. O custo de capital aplicável à
avaliação desses dois projetos, que possuem o mesmo risco é de 10%.
Investimento
Inicial
Ano
1
2
3
4
5
6
VPLs
Projeto X
R$ 70.000
Projeto Y
R$ 85.000
Entradas de caixa operacionais
R$ 28.000
R$ 35.000
R$ 33.000
R$ 30.000
R$ 38.000
R$ 25.000
R$ 20.000
R$ 15.000
R$10.000
R$ 11.277,24
R$19.013,27
Cálculo do VPL com o uso da calculadora empregando a função programa NPV.
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27
Ignorando as diferenças de duração dos projetos, ambos são aceitáveis (VPL > 0). Se
fossem independentes, o projeto Y, com o maior VPL, seria preferível. Se fossem
mutuamente exclusivos, deve levar em conta o tempo de duração dos projetos e utilizar
a abordagem do VPLA:
Etapa 1: VPLX = R$ 11.277,24; VPLY = R$ 19.013,27
Etapa 2: Uso da calculadora
Projeto X: 11.277,24 chs PV
Projeto Y: 19.013,27 chs PV
3n
6n
10 i
10 i
PMT = R$4.537,74
PMT = R$ 4.365,59
Etapa 3: Revendo os VPLAs calculados na etapa 2, percebemos que o projeto X
seria preferido em relação ao projeto Y. Dado que os dois são mutuamente exclusivos,
o primeiro, X, seria o projeto recomendado porque gera o maior VPLA
♦ Racionamento de Capital – O objetivo do racionamento de capital é selecionar o
grupo de projetos que oferece o maior VPL global e não exige mais dinheiro do que
o orçamento disponível.
Teoricamente, o racionamento de capital não deveria existir, mas na prática a
administração das empresas impõe restrições internas aos gastos de capital para evitar
um nível excessivo de novos financiamentos, em particular com capital de terceiros.
Podem ser feitas duas abordagens básicas à seleção de projetos sob racionamento de
capital:
- Abordagem da Taxa Interna de retorno: envolve a confecção de gráficos de
TIRs de projetos em ordem decrescente, contra o valor total do investimento.
Esse gráfico é chamado de escala de oportunidades de investimento (EOI).
EXEMPLO:
Uma empresa do setor de plásticos em processo de rápido crescimento, tem diante de
si seis projetos que competem por seu orçamento de R$250.000. Os investimentos
iniciais e as TIRs dos projetos são os seguintes:
Projeto Investimento Inicial
A
R$
80.000,00
B
R$
70.000,00
C
R$
100.000,00
D
R$
40.000,00
E
R$
60.000,00
F
R$
110.000,00
TIR
12%
20%
16%
8%
15%
11%
O custo de capital da empresa é igual a 10%. De acordo com a escala, somente os
projetos B, C e E devem ser aceitos. Em conjunto, eles absorverão R$230.000 do
orçamento total de R$250.000. Os projetos A e F são aceitáveis, mas não podem ser
escolhidos por causa da limitação de recursos. O projeto D não deve ser considerado
pois sua TIR é inferior ao custo de capital da empresa.
A falha desta abordagem é a inexistência de garantia de que a aceitação dos projetos
B, C e E maximizará os retornos monetários totais e, portanto, a riqueza dos acionistas.
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28
-
Abordagem do valor presente líquido: Baseia no uso de valores presentes
para determinar o grupo de projetos que maximizará a riqueza dos
proprietários. Essa abordagem é implantada a partir da classificação dos
projetos com base nas TIRs, seguida da avaliação do valor presente dos
benefícios de cada projeto possível, a fim de determinar a combinação de
projetos com o maior VPL global.
EXEMPLO:
O grupo de projetos do exemplo anterior, é classificado em ordem decrescente por TIR.
O VPL das entradas de caixa também estão incluídos na tabela.
Projeto
B
C
E
A
F
D
Investimento
Inicial (R$)
70.000
100.000
60.000
80.000
110.000
40.000
TIR
(%)
20
16
15
12
11
8
VPL (R$)
k = 10%
112.000
145.000
79.000
100.000
126.500
36.000
Os projetos B, C e E requerem R$230.000 e
geram VPL de R$336.000. Mas, se os projetos
B, C e A fossem realizados, todo o orçamento
de R$250.000 seria usado e o VPL seria igual
a R$357.000. Portanto a aceitação de B, C e A
é preferível pois são projetos que maximizam
o valor presente com o orçamente dado.
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29
2.4 QUESTÕES PARA REVISÃO
1. Uma vez que a empresa tenha determinado os fluxos de caixa relevantes de seus
projetos, o que deve fazer em seguida? Que objetivo deve usar na seleção de
projetos?
2. O que é o período de payback? Como ele é calculado?
3. Que deficiências são comumente apontadas em relação ao uso do período de
payback na avaliação de um projeto de investimento?
4. Como é calculado o valor presente líquido (VPL) de um projeto que apresenta uma
série convencional de fluxos de caixa?
5. Quais são os critérios de aceitação no VPL? Como estão relacionados ao valor de
mercado da empresa?
6. O que é a taxa interna de retorno (TIR) de um investimento? Como ela é
determinada?
7. Quais são os critérios de aceitação para a TIR? Como estão relacionados ao valor
de mercado da empresa?
8. O VPL e a TIR estão sempre de acordo quanto a decisões de aceitação ou rejeição?
E quanto a decisões de classificação? Explique sua resposta.
9. Porque o método da taxa interna de retorno apresenta larga aceitação entre os
executivos financeiros?
10. A maioria dos projetos mutuamente exclusivos de orçamento de capital possui o
mesmo risco? Como a aceitação de um projeto pode alterar o risco geral de uma
empresa?
11. Defina risco em termos das entradas de caixa de um projeto de orçamento de
capital.
12. Descreva como cada uma das abordagens comportamentais pode ser usada para
lidar com o risco de projetos.
13. Descreva as técnicas de ajuste ao risco, e diga qual delas são mais utilizadas pelos
administradores financeiros.
14. Explique por que é incorreta uma simples comparação dos VPLs de projetos
repetitivos, mutuamente exclusivos e de duração diferentes?
15. Descreva a abordagem do valor presente líquido anualizado (VPLA) para a
comparação de projetos com duração diferentes.
16. O que é racionamento de capital? Teoricamente, deveria existir? Por que ocorre
freqüentemente na prática?
17. Compare a abordagem da taxa interna de retorno e a abordagem do valor presente
líquido a problemas de racionamento de capital. Qual delas é a melhor? Por que?
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30
2.5 EXERCÍCIOS
1. Sua empresa gerará fluxos anuais de R$20.000 durante os próximos oito anos, graças a um novo
banco de dados. O sistema de computação necessário para instalar o banco de dados custa
R$150.000. Se puder tomar dinheiro emprestado para comprar o sistema de computação à taxa de
juros de 11% ao ano, valerá a pena ter o novo sistema?
2. Você está analisando dois projetos de investimento: A e B. Se o seu custo de capital é de 9% a.a.,
qual será o melhor projeto? Use o payback, o VPL e a TIR.
Projeto A
Projeto B
Investimento
R$25.000
R$25.000
Inicial
Ano
Entradas de Caixa
1
R$8.000
R$10.000
2
R$10.000
R$12.000
3
R$12.000
R$14.000
4
R$14.000
R$15.000
5
R$16.000
R$18.000
3. Considere os seguintes projetos mutuamente exclusivos. Se o custo de capital for de 12%, qual você
escolheria?
a) Pelo critério de payback, TIR e VPL.
b) Qual seria sua decisão final? Por quê?
Projeto A
Projeto B
Investimento
R$280.000
R$250.000
Inicial
Ano
Entradas de Caixa
1
R$50.000
R$260.000
2
R$200.000
R$20.000
3
R$300.000
R$55.000
4. Uma empresa de logística possui R$2.000.000 para investir em seus projetos; seu custo de capital é
10%. Ela está avaliando as seguintes propostas. Quais projetos a empresa deveria aceitar? Por quê?
Projeto
Investimento Fluxo de Caixa
Vida do
Inicial
anual
projeto
1
R$750.000
R$140.000
8 anos
2
R$680.000
R$180.000
7 anos
3
R$530.000
R$100.000
9 anos
4
R$400.000
R$90.000
7 anos
5
R$200.000
R$40.000
6 anos
5. Uma indústria está em um processo de escolha do melhor dentre dois projetos de dispêndio de
capital, mutuamente exclusivos e com igual nível de risco. Os fluxos de caixa relevantes para cada
projeto são apresentados a seguir. O custo de capital da empresa é de 14%.
Projeto M
Projeto N
Investimento
R$28.500
R$27.000
Inicial
Ano
Entradas de Caixa
1
R$10.000
R$11.000
2
R$10.000
R$10.000
3
R$10.000
R$9.000
4
R$10.000
R$8.000
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a)
b)
c)
d)
Calcule o período de payback para cada projeto.
Calcule o valor presente líquido para cada projeto.
Calcule a taxa interna de retorno para cada projeto.
Faça uma análise, e de acordo com cada técnica, indique qual projeto você recomendaria e por quê.
6. Uma empresa está tentando avaliar a viabilidade de investir R$95.000 em um equipamento cuja vida
útil é de cinco anos. A empresa estimou as entradas de caixa associadas a essa proposta como segue:
Ano
1
2
3
4
5
Entradas de Caixa
R$20.000
R$25.000
R$30.000
R$35.000
R$40.000
A empresa tem um custo de capital de 12%.
a) Calcule o período de payback para o investimento proposto.
b) Calcule o VPL do investimento proposto.
c) Calcule a TIR do investimento proposto.
d) Avalie a aceitabilidade do investimento proposto, utilizando o VPL e a TIR. Qual seria sua
recomendação a respeito da implementação do projeto. Por quê?
7. Uma empresa está analisando a substituição de uma máquina existente. A nova máquina custa R$1,2
milhão e requer custos de instalação de R$150.000. A máquina existente pode ser vendida por
R$400.000, antes do imposto. Ela tem dois anos de existência, custou R$800.000 quando nova e tem um
valor contábil de R$480.000. Estava sendo depreciada pelo método linear em um período de cinco anos
e, dessa forma, tem três anos restantes de depreciação. Se essa máquina permanecer na empresa até o
final do quinto ano, seu valor de mercado será zero. Durante seus cinco anos de vida, a nova máquina
deverá reduzir os custos operacionais em R$350.000 por ano. Ela também seria depreciada pelo método
linear num período de cinco anos. Um aumento do investimento no CCL de R$25.000 será necessário
para sustentar as operações da nova máquina. Suponha que a empresa tenha um lucro operacional
suficiente contra o qual poderá deduzir qualquer perda decorrente da venda da máquina existente. A
empresa tem um custo de capital de 9% e está sujeita a uma alíquota de IR de 25%.
a) Desenvolva os fluxos de caixa relevantes necessários para analisar a proposta de substituição.
b) Calcule o VPL da proposta.
c) Calcule a TIR da proposta.
d) Faça uma recomendação quanto à aceitação ou rejeição da proposta de substituição, e justifique sua
resposta.
8. Uma empresa está considerando a compra de uma nova máquina impressora. O custo total do
equipamento instalado seria de R$2,2 milhões. Esse desembolso seria parcialmente coberto pela venda
de uma impressora existente. A impressora velha tem um valor contábil de zero, custou R$1 milhão dez
anos atrás, e pode ser vendida hoje por R$1,2 milhão antes do imposto de renda. Espera-se que a nova
máquina impressora irá gerar em cada um dos próximos cinco anos um aumento nas vendas no valor de
R$1,6 milhão; porém, o custo dos produtos representará 50% das vendas. O novo equipamento não
afetará a necessidade de capital circulante líquido da empresa. A nova impressora será depreciada pelo
método linear, utilizando um período de cinco anos. A empresa está sujeita a uma alíquota de imposto de
25%. O custo de capital da empresa é de 11%.
a) Calcule o investimento inicial exigido, e as entradas de caixa operacionais relacionadas com a nova
impressora.
b) Calcule o período de payback, o VPL e a TIR relacionadas com a nova impressora proposta.
c) Faça uma recomendação de aceitar ou rejeitar a nova impressora e justifique sua resposta.
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9. Uma empresa está analisando dois projetos mutuamente exclusivos cujos dados são apresentados
abaixo:
CV
TDRA
Projeto A
Projeto B
0,0
7%
Investimento
R$15.000
R$20.000
0,2
8%
Inicial
0,4
9%
Ano
Entradas de Caixa
0,6
10%
0,8
11%
1
R$7.000
R$10.000
1,0
12%
2
R$7.000
R$10.000
1,2
13%
3
R$7.000
R$10.000
1,4
14%
Índice de risco
0,4
1,8
1,6
15%
1,8
16%
a) Calcule o VPL de cada projeto, considerando um custo de capital de 10%, ignorando diferenças
em termos de risco.
b) Use o VPL para avaliar os projetos, aplicando taxas de desconto ajustadas ao risco para levar em
conta o risco.
c) Compare e explique os resultados em a, e b.
10. Uma empresa está escolhendo um investimento entre três projetos mutuamente exclusivos, E, F e G.
O custo de capital da empresa é de 15%.A empresa estimou os seguintes fluxos de caixa básicos e
índices de risco para cada um dos projetos.
Investimento
Inicial
Ano
1
2
3
4
Projeto E
R$15.000
CV = 1,8
Entr. Cx
R$6.000
R$6.000
R$6.000
R$6.000
CV
0,0
0,6
1,0
1,8
Projeto F
R$11.000
CV = 1,0
Entr. Cx
R$6.000
R$4.000
R$5.000
R$2.000
Projeto G
R$19.000
CV = 0,6
Entr. Cx
R$4.000
R$6.000
R$8.000
R$12.000
TDAR (%)
10,0
13,0
15,0
19,0
a) Ache o VPL para cada projeto, utilizando o custo de capital. Qual projeto é preferido nessa situação?
b) Utilize a TDAR de cada projeto para calcular seu VPL ajustado ao risco. Qual projeto é preferível
nessa situação?
c) Qual dos projetos você recomendaria que a empresa aceitasse?
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33
11. Uma empresa está examinando a possibilidade de realizar um de três projetos mutuamente
exclusivos para aumentar a eficiência de sua produção. A empresa planeja usar o custo de capital de
14% para avaliar esses projetos, os quais oferecem o mesmo risco. Os investimentos iniciais e as
entradas anuais de caixa projetadas para a vida útil de cada projeto são apresentados abaixo:
Projeto 1
Projeto 2
Projeto 3
R$78.000
R$ 52.000
R$ 66.000
Investimento
Inicial
Ano
Entradas de caixa
1
R$17.000
R$28.000
R$15.000
2
R$25.000
R$38.000
R$15.000
3
R$33.000
R$15.000
4
R$41.000
R$15.000
5
R$15.000
6
R$15.000
7
R$15.000
8
R$15.000
a) Calcule o VPL de cada projeto, considerando sua vida útil. Classifique os projetos por ordem
decrescente de VPL.
b) Use o enfoque do VPLA para avaliar e classificar os projetos por ordem decrescente de VPLA.
c) Compare os resultados obtidos nos itens a e b. Que projeto você recomendaria à empresa? Por quê?
12. Uma indústria está procurando selecionar o melhor de um grupo de projetos independentes que
competem pelo orçamento de capital cujo valor total é de R$4,5 milhões. A empresa sabe que qualquer
parcela não utilizada desse orçamento renderá menos que seu custo de capital de 15%, resultando em
um valor presente de entradas inferior ao investimento inicial. A empresa sintetizou os dados essenciais a
ser usados na seleção do melhor grupo de projetos na tabela abaixo:
Projeto Investimento TIR
VPL (R$)
Inicial (R$)
(%)
k = 10%
A
5.000.000
17
5.400.000
B
800.000
18
1.100.000
C
2.000.000
19
2.300.000
D
1.500.000
16
1.600.000
E
800.000
22
900.000
F
2.500.000
23
3.000.000
G
1.200.000
20
1.300.000
a) Use a abordagem da taxa interna de retorno para selecionar o melhor grupo de projetos.
b) Use a abordagem do valor presente líquido para selecionar o melhor grupo de projetos.
c) Compare e discuta os resultados dos itens a e b.
d) Quais projetos a empresa deve executar? Por quê?
13. Uma empresa encontra-se em fase de avaliação de propostas de investimento de capital. A seguir
são apresentados os valores básicos das alternativas identificadas pela sua direção.
Projetos
Investimento
VPL (R$)
TIR (%)
Inicial (R$)
A
R$5.750.000
R$7.475.000
45
B
R$2.300.000
R$2.530.000
22
C
R$1.150.000
R$1.207.500
15
D
R$4.600.000
R$5.635.000
35
E
R$3.450.000
R$4.140.000
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a) Admitindo-se que o orçamento de capital esteja limitado em R$ 11.500.000, pede-se identificar as
alternativas que você recomendaria.
b) Se o orçamento for ampliado para R$12.650.000, você mantém a mesma recomendação anterior?
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