61º
GRANDE PRÉMIO DE MACAU
COORDENAÇÃO: PEDRO ANDRÉ SANTOS
Este suplemento é parte integrante do JORNAL TRIBUNA DE MACAU de 12/11/2014 e não pode ser vendido separadamente
MAX VERSTAPPEN VAI CORRER NA GUIA APESAR DE JÁ TER ASSINADO PELA TORO ROSSO
Competir em Macau
“é algo que temos
que fazer antes de subir
para a Fórmula 1”
CENTRAIS
• André Pires
regressa à RAEM
e aponta ao top 10
• Motivação junta
pilotos britânicos
na prova de motos
• António Teixeira,
o inspector
“anti-malandrices”
61º GRANDE PRÉMIO DE MACAU
MAX VERSTAPPEN VAI
Percurso
Max Verstappen vai d
próximo ano, onde ir
Pedro André Santos
T
em apenas 17 a
idade bastante
para um piloto de
3, mas que neste caso aca
destacar já que Max V
assinou em Agosto pe
da Toro Rosso, tornando
loto mais jovem a garant
ça num Campeonato d
da Fórmula 1.
Um percurso algo inc
tico, tendo em conta que
pilotos da Fórmula 3 c
aproveitar o tradicional
fícil Circuito da Guia co
pa de lançamento” para
la 1, “mostrando-se” às
equipas. No entanto, M
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Ter assinado por uma e
ADAPTAÇÃO À MOTO
André P
A correr pela segunda
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Liane Ferreira
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da equipa local CF
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primeiro treino amanhã de
poderão andar pela prim
2014, suportada pela Dun
é utilizada no Mundial de
habituação à moto será cru
“O objectivo para este a
o máximo possível à moto
diferente daquela que eu e
tugal”, indicou André Pire
tentar fazer um bom resul
e melhorar os tempos obti
O piloto de Vila Nova
apesar de ainda não ter an
dera que “é um moto com
travagem, é uma moto do
cia”, e, por isso, “totalmen
que é toda de stock, quas
coisas favoráveis”.
“Na quinta-feira de m
treino livre e à tarde a class
qual é a primeira impressã
Sublinhando que o Circ
cado perigoso”, André Pi
“calma e algum cuidado, s
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Ao contrário do ano p
incerto foi alvo de críticas
ano a situação parece ter
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QUARTA-FEIRA, 12 D
61º GRANDE PRÉMIO DE MACAU
ESTREAR-SE NO CIRCUITO DA GUIA
o em “contramão” para futura “estrela” da F1
disputar pela primeira o campeonato de Fórmula 3 em Macau, mas já garantiu a presença na Fórmula 1 no
rá representar a equipa da Toro Rosso
caracteríse os jovens
costumam
lmente diomo “rama a Fórmus grandes
Max Verseias. “Foi
r a Macau
emporada.
equipa da
consciência que “a realidade será
muito diferente”. “No simulador,
se tivermos um acidente podemos
simplesmente começar de novo,
mas nas corridas demora sempre
várias horas, por isso é difícil encontrar um limite”, salientou.
Apesar dos 17 anos, o piloto
mostra já uma maturidade invulgar, salientando que não sente pressão para a prova, sendo
importante chegar às corridas e
fazer “simplesmente aquilo que
estou habituado”.
Consciente das dificuldades
que o esperam no Circuito da
Guia, Max Verstappen referiu o
plano para a competição. “Temos que ser consistentes durante
todas as voltas, sem acidentes.
Claro que na qualificação temos
que ir até ao limite, enquanto que
nas corridas andamos um pouco
mais devagar do que aquilo que
conseguimos e tentamos não ter
nenhum acidente”, frisou.
Condutor da Fórmula 1
sem carta de condução
Apesar de ter entrado para a
história ao ser o piloto mais jovem
a competir na Fórmula 1, onde já
efectuou treinos no Grande Prémio
do Japão, Max Verstappen ainda
não tem carta de condução, por
causa da idade. Filho de Jos Verstappen, antigo corredor de Fórmula 1, o jovem holandês desde
cedo que ganhou o gosto pelas
corridas. “Comecei quando tinha quatro anos de idade. Claro que era algo já de família,
mas no fundo partiu de mim.
Pedi ao meu pai para me deixar conduzir mas ele disse-me
que tinha que esperar mais
dois anos, mas depois insisti
e acabei por conseguir”, disse.
Este será um regresso à
RAEM, tendo já disputado
o Campeonato do Mundo de
Karting em 2012, onde alcançou a segunda posição.
FOTO JTM
nos, uma
“normal”
e Fórmula
aba por se
Verstappen
ela equipa
o-se no pitir presendo Mundo
Fórmula 1 não alterou nada porque acho que este circuito é um
grande desafio, e a experiência
em Macau, com a sua atmosfera, será algo muito bom. Temos
que o fazer antes de subir para
a Fórmula 1”, considera o jovem
holandês.
Apesar de não conhecer a pista
do território, Max Verstappen vai
querer confirmar os créditos que
levaram a Toro Rosso a apostar
nele para o campeonato de Fórmula 1 de 2015. “Claro que espero
vencer, mas será certamente muito
difícil porque não tenho nenhuma
experiência em Macau, ao contrário de outros pilotos. Mas penso
que o mais importante é ganhar
confiança, volta após volta, sem
acidentes”, disse Verstappen.
Questionado pelo JORNAL
TRIBUNA DE MACAU, o jovem holandês contou que se tem
preparado através de “algumas
corridas em simulador”, tendo
SERÁ FULCRAL
Pires “de olho” no top 10
FOTO JTM
a vez no território, depois de ter causado sensação na edição do Grande Prémio de Macau do ano passado, André Pires pretende melhorar
ntro dos primeiros 10 lugares da classificação. O primeiro objectivo do piloto é a adaptação à nova moto, da marca japonesa Yamaha
Pires e Allan Jon-Venter,
F Racing Team 32, já cheo e estão prontos para o
e manhã. Nesta ocasião,
meira vez na Yamaha R1
nlop, que normalmente
e Resistência, pelo que a
ucial a ambos os pilotos.
ano é tentar adaptar-me
o, porque é um bocado
estou habituado em Pores, destacando que “vou
ltado, dentro do top ten,
idos no ano passado”.
de Aguiar afirmou que,
ndado no veículo, consim mais potência, melhor
o Mundial de Resistênnte diferente da minha,
se de rua. Mas esta tem
manhã temos o primeiro
sificação e logo veremos
ão da moto”, salientou.
rcuito da Guia “é um boires assegurou que com
sem tentar arriscar muiem ao traçado”.
passado, em que o piso
s de muitos pilotos, este
r sido corrigida. “O al-
DE NOVEMBRO DE 2014
Allan Jon-Venter e André Pires vão correr pela CF Racing Team 32
catrão está bom e a organização está a trabalhar
muito bem”, indicou o piloto.
Sobre a nova equipa que agora integra e que
foi criada pela mão de João Fernandes, o aguiarense afirmou “está a correr bem”, sendo uma
nova experiência. “Só tive a oportunidade de conhecer os meus colegas aqui, mas estou a gostar
bastante”. Para além disso, o piloto salientou que,
para uma equipa criada recentemente, está a “ser
cinco estrelas”.
Satisfeito com o facto de o Grande Prémio ir
ter casa cheia, como foi noticiado pela organização do evento na semanada passada, André Pires
destacou o espírito e ambiente do território. “Cá
dão mesmo valor aos pilotos e gostam de motociclismo, coisa que em Portugal não acontece assim
tanto, por isso gosto muito de cá estar”, referiu.
O colega de equipa, o sul-africano Allan Jon-
-Venter, partilha do mesmo gosto e satisfação.
“Gosto de Macau, já vim no ano passado e está
cada vez melhor. As pessoas são simpáticas e a
paixão sente-se, é agradável”, referiu.
“Vi as motos pela primeira vez esta manhã
[ontem] e são muito bonitas, parecem bem preparadas. É claro que este ano vai haver mais Yamahas na grelha de partida, mas acho que as motos
vão estar muito bem, embora seja uma nova experiência para a equipa, para os mecânicos e de haver muito para aprender”, indicou o sul-africano.
Relativamente às expectativas para esta participação Allan Jon-Venter sublinhou que “o mais
importante é ter um bom fim-de-semana”. “Corri
no ano passado e tive um bocado de azar, por isso
este ano gostava de ter um bom resultado. Se pudesse classificar-me dentro dos primeiros 12 lugares ficava contente. Depois de quinta-feira é que
saberemos melhor em que pé estamos”, declarou.
Considerando a pista “espectacular”, o piloto
acrescentou que a relação com os novos colegas
também está a correr de feição. “Existe uma pequena barreira linguística e alguns membros têm
problemas em falar inglês, mas toda a gente se
esforça muito e a equipa é bastante acolhedora”,
destacou.
Na edição do Grande Prémio de Macau 2013,
André Pires foi considerado o “Melhor Rookie”,
tendo ganho este ano o campeonato português
de Superbike, a maior prova de motociclismo em
Portugal.
O colega sul-africano tem experiência no campeonato britânico de Supersport, no Tourist Trophy da Ilha de Man.
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61º GRANDE PRÉMIO DE MACAU
STUART EASTON E IAN HUTCHINSON VÃO COMPETIR NA PAUL BIRD MOTORSPORT
Colegas de equipa com historial de vitórias
FOTO JTM
Um subiu ao pódio pela primeira
vez no ano passado, o outro foi
vencedor por três vezes. Este
ano competem lado a lado pela
mesma equipa. Ian Hutchinson
e Stuart Easton estão confiantes
de que a experiência obtida ao
longo dos anos no Circuito da
Guia vai levá-los ao topo da
tabela classificativa
Liane Ferreira
A
Paul Bird Motorsport apresenta-se este ano na 61ª edição
do Grande Prémio de Macau
com uma equipa constituída por anteriores vencedores do Circuito da
Guia: Ian Hutchinson, campeão do
Grande Prémio de Motos em 2013, e
Stuart Easton, vencedor por três vezes
em edições anteriores. Os membros
da equipa destacaram o bom ambiente entre eles, mas na altura da corrida
“é cada um por si”.
“Não ficarei muito feliz se não estiver no pódio”, afirmou o inglês Ian
Hutchinson, acrescentando que “no
ano passado foi a primeira grande
corrida depois de ter estado no hospital e de ter passado longos dias em
casa em recuperação. O sentimento de
vitória é muito especial”.
Admitindo que este ano está em
melhor forma física e tem mais força
na perna, o piloto mostrou-se mais
confiante no seu desempenho, impulsionado também pela moto. “Parece
melhor de conduzir, menos rígida ao
Stuart Easton e Ian Hutchinson já triunfaram no Circuito da Guia
se mudar de direcção, o que aqui é um
factor muito importante”, indicou.
“Não há uma estratégia especial, nunca se sabe bem. No dia da corrida até
podemos ter um plano, mas depois
as coisas podem alterar-se e muda
tudo. É algo que se vai fazendo à medida que se anda”, referiu o piloto,
esperando “não ter problemas com a
moto, porque se isso acontecer acabamos por ficar para trás e ficamos logo
atrasamos na tabela classificativa”.
Ao JORNAL TRIBUNA DE MACAU, Ian Hutchinson destacou que a
experiência é um factor decisivo para
chegar ao pódio. “É preciso experiência para chegar a outro nível. Neste
circuito, com as estradas tão apertadas, nós sabemos que só há um sítio
na pista em que podemos estar para
ter os melhores resultados. Por isso,
começamos a perceber com os treinos
onde devemos estar. Depois é uma
questão de ir ganhando tempo, ser
consistentes”, declarou.
Sobre possíveis adversários, o inglês destacou o colega de equipa,
Stuart Easton, e Michael Rutter, que
ganhou por oito vezes o Grande Prémio de Macau. “Não sabemos porque
não ganhou no ano passado, só ele
[Michael Rutter] é que saberá, mas
parece focado em tentar ganhar o título novamente”, indicou o piloto.
Apontando que existem aspectos
da organização que não apresentam
problemas, como é o caso do tempo
de pista estar sempre organizado, Ian
Hutchinson relembrou que, no ano
passado, a pista apresentava solavancos. Porém, a organização parece ter
assegurado o piloto de que foram feitas muitas obras de melhoramento do
piso. “A atmosfera é muito diferente
aqui. Temos mais entusiasmo, barulho e barreiras de pedras, enquanto
que em Inglaterra é estrada, mas no
meio do campo, e zonas rurais”, declarou o inglês, acrescentando que se
deve ter sempre um certo medo da
pista, porque o contrário “não nos
torna mais rápidos [pilotos], mas sim
mais perigosos”.
Stuart Easton, que esteve fora das
corridas, durante quatro anos devido
a um acidente, regressa este ano com
um certo nervosismo, exactamente
devido ao Circuito da Guia. “O factor
de risco é elevado, mais elevado do
que nos circuitos em que corro normalmente”, afirmou o escocês, destacando a sua unicidade. “É tudo paredes de pedra e barreiras em todas as
voltas, pelo que é bastante perigoso,
mas torna o sentimento de excitação
ainda melhor”, indicou.
Relativamente à sua condições
física, o vencedor por três vezes do
Grande Prémio de Motos considera-se “pronto para regressar”. “Tenho
treinado com a mesma moto todo o
ano, por isso estou confortável com
ela e com a equipa. Gostava de ganhar
e melhorar o recorde, mas sei que é
um trabalho difícil”, referiu Stuart
Easton.
Para o piloto, consistência e precisão são qualidades que possui e que
podem ser determinantes no Grande
Prémio de Macau. “Precisão é algo
que é necessário aqui, porque não se
podem cometer erros, aqui mais do
que noutros circuitos”.
ANTÓNIO TEIXEIRA FAZ A INSPECÇÃO DOS VEÍCULOS DO GRANDE PRÉMIO
O inspector “anti-malandrices”
Pedro André Santos
A
ntónio Teixeira chegou a Macau em finais dos anos 60, acabando por ganhar
raízes num território que é há tempo a
sua casa. Uma vida ligada também ao desporto
motorizado, sobretudo através da mecânica, que
o levou às inspecções dos carros do Grande Prémio de Macau.
As equipas continuam a fazer preparativos
de última hora para o grande dia das corridas
numa altura em que os responsáveis da inspecção estão também mais atarefados. “Correu
tudo bem, a maioria dos carros não tem problema nenhum. Antigamente nós é que fazíamos as
PÁG IV QUARTA-FEIRA, 12 DE NOVEMBRO DE 2014
mecânicas, hoje os carros são todos de fábrica, só
temos que ver se eles fazem malandrices”, disse
ao JORNAL TRIBUNA DE MACAU. “Já apareceram aqui muitos carros com cintos falsificados. A roda do cinto tem que ter seis parafusos
e uns têm três, que são falsos, apesar de terem
a data exactamente com a da FIA”, acrescentou.
Durante as inspecções dão particular atenção
à segurança do veículo, verificando motor, travões, assento, e também outros detalhes importantes, como se tem o extintor a funcionar em
condições. Apesar de as inspecções terem vindo a
correr sem problemas, existem carros que “chumbaram” por motivos sonoros. “Alguns têm que
regressar amanhã [hoje] por causa do escape, que
tem barulho a mais. A FIA voltou a insistir nisto
FOTO JTM
Todos os veículos têm que passar pela fase de inspecção durante os primeiros dias
do Grande Prémio de Macau, ficando, assim, elegíveis para participarem nas provas.
António Teixeira é um dos “veteranos” na inspecção dos carros, trabalhando no
evento há mais de 30 anos
António Teixeira está na inspecção dos carros do Grande Prémio de Macau há mais de três décadas
porque há carros aí que fazem
muito barulho. Ainda agora tivemos a rever um que tem que
trocar o escape. Se não voltarem
amanhã [hoje], não têm o papel
a dizer que passaram, e depois
não correm”, concluiu António
Teixeira.
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é algo que temos que fazer antes de subir para a Fórmula 1