QUARTA-FEIRA 6 MAIO 2015 www.imobiliario.publico.pt
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AQUI ESTÁ EM CASA
Não basta ter acessibilidades:
temos que ter produto
e promoção”
Obrigação de
recibo de renda
electrónico
adiada para
novembro
As palavras são de Jorge Ponce de Leão, Presidente do Conselho de Administração da ANA
Aeroportos, que falava num Almoço-Conferência organizado pela Vida Imobiliária a propósito
da competitividade e desafios das infraestruturas aeroportuárias. p04
MARIA AROUCA
Já está disponível desde
1 de maio o serviço de
emissão de recibo de
renda eletrónico no
Portal das Finanças, mas
o Governo anunciou que
a sua obrigatoriedade
foi adiada até novembro
próximo. p03
Regresso à
compra de casa
estimula venda
de terrenos para
construção. p06
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Este suplemento é parte integrante do jornal PÚBLICO e não pode ser vendido separadamente
87c9b342-28ae-4427-badb-1b56a9b2ce17
02 Opinião IMOBILIÁRIO 6 MAIO 2015
Anunciam-se novos
tempos para a afirmação
das cidades
F
ernando Medina, o sucessor de António Costa na
Presidência da Câmara de
Lisboa, definiu como uma
das prioridades para o final deste mandato a renovação dos
Luís Lima
programas de habitação da cidade,
onde cabe, a curto prazo, uma oferta de casas para cerca de cinco mil
famílias com rendas acessíveis.
O objectivo expresso visa, até ao
fim do presente mandato, cativar cinco mil famílias da classe média que
possa, regressar à cidade e engrossar
o movimento de retorno ao centro,
invertendo tendências de fuga para
as periferias que marcaram o passado
não muito distante das nossas principais cidades.
O novo presidente da Câmara Municipal de Lisboa, que tem estado a
ouvir, sobre esta matéria, profissionais ligados ao sector, considera que o
valor das rendas a praticar no âmbito
deste programa
deve ser inferior
ao ordenado mí“...os incentivos ao
nimo nacional.
arrendamento a
Como aliás tive
preços controlados
oportunidade de
são fundamentais para referir num dos
encontros proreanimar o mercado
movidos pelo Dr
de arrendamento
Fernando Medina, os incentivos
e para repovoar
ao arrendameno centro da cidade
to a preços concom gente jovem”
trolados é fundamental para reanimar o mercado
de arrendamento e para repovoar o
centro da cidade com gente jovem.
As boas reabilitações urbanas só se
conseguem se as cidades reabilitadas
souberem encontrar equilíbrios na
oferta de modo a que a procura pelos
espaços reabilitados não se esgote no
turismo e nas classes sociais de maior
poder de compra. Só assim as cidades
são inclusivas.
Num contexto como o que vivemos, este objectivo fulcral para a rea-
nimacção das cidades não se alcança
exclusivamente pelo comportamento
do mercado. Impõe-se a adopção de
políticas habitacionais adequadas que
saibam encontrar o equilíbrio pelo recurso a incentivos fiscais, incentivos
cuja justeza é mais do que justificável
pelos benefícios que geram a médio
e a longo prazo.
Insistir na velha tentação de transformar a fiscalidade sobre o património na mais que explorada árvore das
patacas pode, pontualmente, resultar num acréscimo de receitas mas,
a médio e a longo prazo gera desertificações assustadoras e quebras irreversíveis das receitas bem como, o
que é pior, quebra na qualidade de
vida das cidades.
Favorecer, a nível local ou, preferencialmente, em conjugação como o
Poder Central, este retorno ao centro
das cidades é uma aposta que pode
beneficiar de forma mais evidente dos
apoios comunitários que o novo quadro europeu de incentivos oferece a
este sector e é o caminho que melhor
pode chamar este desígnio também o
investimento privado potencialmete
interessado neste mercado.
Neste ponto, tenho de aplaudir a
expressa intenção da Câmara Municipal de Lisboa de construir novas praças em todos os bairros da cidade e
de acoplar a este ambicioso projecto
uma revisão do plano de drenagem
tendo em vista a prevenção de cheias
como as que, de quando em vez, marcam a cidade. Mais uma vez manifesto
a minha esperança no sentido de ver
replicar noutros municípios do país o
bom exemplo da capital em matéria
de Reabilitação Urbana. Só assim, por
esta via, este novo tempo das cidades conseguirá afirmar-se como um
dos pilares da própria recuperação
económica que todos desejamos.
Presidente da CIMLOP
Confederação da Construção e
do Imobiliário de Língua Oficial
Portuguesa
[email protected]
Portugal: o melhor destino
para comprar casa?
O
contexto económico
de Portugal dos últimos anos condicionou fortemente a evolução do mercado de
compra e venda de habitação. No
entanto, desde o final de 2013 e ao
Patrícia Barão
longo de 2014 começou a ser visível
uma recuperação deste setor, em
particular na Área Metropolitana
de Lisboa. Esta evolução positiva, impulsionada principalmente pelo investimento estrangeiro,
continuou
a
dar sinais de se
”O sentimento
manter com um
internacional é de que c r e s c i m e n t o
da procura no
estamos a atravessar
mercado resiuma oportunidade de
dencial no primeiro trimestre
ouro para a aquisição
de 2015.
de imobiliário
Não nos poem Portugal. As
demos esquecer das medidas
perspetivas para 2015
legislativas que
são muito animadoras têm vindo a ser
e a nossa missão
introduzidas em
Portugal nos úlpassa por reforçar a
timos anos e que
posição de Portugal
contribuíram
como um dos
fortemente para esta dinâmimelhores destinos
ca. Num primeide imobiliário
ro momento, as
residencial da
alterações no
Regime de ArEuropa um país com
rendamento Urenormes vantagens
bano abriram o
competitivas,
caminho para a
liberalização do
seguro, com um
mercado de arclima fantástico,
rendamento hauma gastronomia
bitacional, o que
permitiu tornar
reconhecida
o mercado ver
internacionalmente,
dadeiramente
um destino turístico
atrativo numa
perspetiva de
de excelência.”
investimento.
A entrada em
vigor, no último trimestre de 2012,
da legislação da Autorização de Residência para Efeitos de Investimento
(ARI), também conhecida por Gol-
den Visa, bem como a crescente
adesão ao regime fiscal do Estatuto
de Residente Não Habitual confirmaram um enquadramento legislativo igualmente decisivo para a
consolidação da procura de imóveis
por parte de cidadãos estrangeiros.
Estas medidas permitem não só o
acesso livre à circulação no Espaço Schengen por parte de cidadãos
não europeus, no caso dos ARI, e
incentivos fiscais extremamente interessantes, no caso do Estatuto de
Residente não Habitual.
Continuamos a assistir a uma
preferência sobre a compra de imóveis com a perspetiva de utilização,
rentabilização e valorização, quer
de imóveis para habitação própria
quer para imóveis de segunda residência.
A cidade de Lisboa é hoje, sem dúvida, alvo de um enorme interesse
a nível internacional. Este efeito foi
visível num primeiro momento no
mercado turístico mas ultimamente
a cidade tem vindo a atrair também
importantes fluxos de investimento
estrangeiro no setor residencial.
As recentes alterações na fiscalidade (taxa liberatória) e as novas
regras para Estabelecimentos de
Alojamento Local têm impulsionado também a aquisição de apartamentos, com vista à colocação no
mercado de arrendamento para estadias de curta duração e/ou para
serviced apartments (apartamentos
para estadias mais prolongadas para
profissionais e expatriados).
O sentimeno internacional é
de que estamos a atravessar uma
oportunidade de ouro para a aquisição de imobiliário em Portugal.
As perspetivas para 2015 são muito
animadoras e a nossa missão passa
por reforçar a posição de Portugal
como um dos melhores destinos de
imobiliário residencial da Europa,
um país com enormes vantagens
competitivas, seguro, com um clima fantástico, uma gastronomia reconhecida internacionalmente, um
destino turístico de excelência.
Head of Residential da JLL
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IMOBILIÁRIO 6 MAIO 2015 Atualidade 03
Obrigação de recibo de renda
electrónico adiada para novembro
Já está disponível desde 1 de maio o serviço de emissão de recibo de renda eletrónico no Portal das Finanças,
mas o Governo anunciou que a sua obrigatoriedade foi adiada até novembro próximo
Fernanda Cerqueira
e Ana Tavares
Por despacho do Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Paulo
Núncio, os senhorios que, no total
do ano, recebam rendas superiores
a 838,44 euros, podem passar recibos electrónicos mensais aos seus
inquilinos desde 1 de maio, mas não
serão alvo de coima em caso do não
cumprimento deste procedimento
até final de outubro. O referido despacho adia para 1 de novembro a
obrigatoriedade de emitir o recibo
electrónico e o Secretário de Estado alegou, em declarações à Lusa,
que o objetivo desta prorrogação é
“permitir um tempo de adaptação
dos contribuintes às novas funcionalidades”, já que “a aplicação já
está operacional”. Aliás, de acordo
com o despacho, os sistemas informáticos da Autoridade Tributária
“já estão preparados para a receção
da comunicação dos contratos de
arrendamento e para a emissão de
recibo de quitação electrónico de
rendas”.
Assim, só a partir da nova data de
1 de novembro os sujeitos passivos
de IRS, titulares de rendimentos da
categoria F, estão obrigados a emitir
recibo electrónico, já que até à referida data os senhorios podem continuar a entregar aos seus inquilinos
os recibos de quitação em papel,
sem qualquer penalização.
Continuam a não estar sujeitos
a esta obrigação de comunicação
eletrónica os contribuintes que
tenham, a 31 de dezembro do ano
anterior àquele a que respeitam tais
rendimentos, idade igual ou supe-
FREEIMAGES.COM
Só a partir de 1 de novembro,
os senhorios abrangidos
serão obrigados ao recibo
de renda eletrónico
rior a 65 anos, assim como os contribuintes que aufiram rendas ao
abrigo de contratos abrangidos pelo Regime do Arrendamento Rural.
Os contribuintes que não possuam
nem tenham obrigação de possuir
caixa postal eletrónica e, cumulativamente, não tenham auferido, ou
não prevejam vir a auferir, rendimentos prediais anuais superiores
a duas vezes o Indexante dos Apoios
Sociais (838,44 euros anuais) ficam
também dispensados da emissão do
recibo de renda eletrónico.
Esta nova obrigação foi introduzida pela Portaria n.º 98-A/2015, publicada no final do mês de março,
que aprovou o modelo 2, o modelo
do recibo eletrónico de quitação de
rendas e o modelo 44 de declaração
de discriminação de rendimentos
prediais, previstos, respetivamente, no Código do Imposto do Selo
(CIS) e no Código do Imposto sobre
o Rendimento das Pessoas Singulares (CIRS).
LOTE TERRENO AV. INDEPENDENCIA
DAS COLÓNIAS SETÚBAL
PRÉDIO PRAÇA ALMIRANTE REIS,
nº 14 SETÚBAL
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GRANDE GUERRA Nº 52 SETÚBAL
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na Freguesia de São Julião,
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Área do lote 990 m2 (aprox.)
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Telef.: 217 915 010 e 217 915 015.
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CE100691724/SCE100694424/SCE10069
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Maio de 2015. Documentação/informações
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nenhuma responsabilidade nesta matéria e não podendo ser invocada contra ela para nenhum efeito, a eventual insuficiência ou falta de diligencias ou informações disponíveis.
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era.pt
04 Atualidade IMOBILIÁRIO 6 MAIO 2015
“Não basta ter acessibilidades:
temos que ter produto
e promoção”
As palavras são de Jorge Ponce de Leão, Presidente
do Conselho de Administração da ANA Aeroportos, que falava
num Almoço-Conferência organizado pela Vida Imobiliária
MARIA AROUCA
Ana Tavares e Susana Correia
Porque têm de passar por uma recruta exigente e uma formação contínua,
porque trabalham a tempo inteiro, porque vivem e respiram exclusivamente
na zona geográfica onde trabalham, o que lhes dá um profundo
conhecimento do seu bairro, porque sabem os preços reais do mercado,
porque possuem o apoio de uma estrutura à escala nacional – a máquina
ERA, porque têm em cada Agência um consultor legal e financeiro que adora
triturar papelada e acelerar processos, porque nunca se desligam dos seus
objectivos, porque são incansáveis na procura da casa certa para cada família
e da família certa para cada casa, por todas estas razões e mais algumas
que lhe podemos dizer cara a cara e caso a caso, os Agentes ERA são uma
autêntica máquina a vender casas.
“Não basta ter acessibilidades reais”
disse Jorge Ponce de Leão, frisando
que “temos que ter produto e promoção do destino”, uma combinação
considerada fulcral para aumentar
o tráfego, um dos objetivos centrais
para a ANA. Além disso, “se as companhias aéreas não puderem ganhar
dinheiro, não vêm para Lisboa”. Na
sua opinião, o Algarve é, contudo,
“a região mais difícil nesta matéria”
devido à sazonalidade. “A sazonalidade está a aumentar“ e, porque “se
foi pelo caminho mais fácil”, “entrámos num ciclo vicioso”, defendeu
o responsável, que falava durante
o Almoço-Conferência organizado
pela revista Vida Imobiliária na passada quarta-feira, em Lisboa. No turismo, “quem ganhava dinheiro no
Verão para suportar as operações no
Inverno já não ganha atualmente”
e “muitas companhias cancelam as
suas rotas” para este destino, comenta. Para combater esta tendência de
aumento de sazonalidade no Algarve, Jorge Ponce de Leão defende que
“tem de haver uma intervenção integrada dos operadores turísticos, das
entidades de promoção turística e
do aeroporto, no sentido de divulgar junto das companhias aéreas
as acessibilidades, o produtos para
oferecer e a promoção que consiga
trazer mais pessoas durante o Inverno”. Em geral, e não apenas em referência ao Algarve, o presidente da
ANA considera que “temos de criar
condições, trabalhar com os nossos
parceiros e conhecer os nossos indicadores macroeconómicos”, uma
vez que “queremos que quem vem a
Portugal, não deixe de vir por causa
dos preços”.
ANA focada em fazer
crescer tráfego
Para Jorge Ponce de Leão a competitividade das taxas aeroportuárias e das
rotas são os dois fatores de base para fazer crescer o tráfego aéreo, um
dos objetivos centrais da ANA. Além
deste desafio, a gestão da capacidade
dos aeroportos e a gestão da incerteza estão na lista de prioridades da
empresa à qual Jorge Ponce de Leão
chegou aquando da privatização. Anteriormente, a ANA regia-se por um
modelo mais dedicado às infraestruturas, que “não promovia a eficiên-
Jorge Ponce de Leão durante o Almoço-Conferência promovido
pela Vida Imobiliária
Maiores preocupações
são tidas agora com
a eficiência e com
a diversificação de
receita nos aeroportos
portugueses,
o que já permitiu
ao Estado recuperar
um investimento
de €1.000 milhões
cia, não havia incentivo à diversificação de receitas”, um contexto em
que “a única forma de aumentar os
lucros era investir mais, mesmo que
não fosse preciso”. E acredita que ”só
mudando este modelo era possível
desenvolver valor”.
Por isso, e com base numa visão
de que os aeroportos “devem ser
tratados também como negócios e
não só como infraestruturas, porque são muito mais do que isso”,
atualmente, o novo modelo baseiase numa atualização das taxas aeroportuárias, que variam “consoante a
competitividade do destino”, explica. “É preciso reconduzir as taxas
de cada aeroporto nos primeiros 10
anos e depois disso só em função
da inflação”.Em jeito de exemplo,
Jorge Ponce de Leão avançou que,
atualmente, 32% do crescimento do
Aeroporto da Portela se deve a novas
rotas, 34% a novas operações e 34%
a uma maior eficiência operacional.
Contribui também para isto uma estrutura de marketing centralizada.
Maiores preocupações são tidas agora com a eficiência e com a diversificação de receita nos aeroportos
portugueses, o que já permitiu ao
Estado recuperar um investimento
de 1.000 milhões de euros que tinha feito aquando da privatização
da empresa.
Quanto a um novo aeroporto para
Lisboa, para Jorge Ponce de Leão,
uma maior eficiência dos aeroportos portugueses e sucesso da ANA
não passará necessariamente pela
construção de uma nova infraestrutura. Pelo contrário, acredita que “a
construção de um novo aeroporto
em Lisboa tiraria competitividade
ao Aeroporto da Portela”. O responsável da ANA esteve presente
no encontro promovido pela Vida
Imobiliária no Hotel InterContinental Lisboa para dar nota dos desafios
que a gestão de aeroportos coloca
ao nosso país, e a influência que estes podem ter no imobiliário português, numa altura em que a procura
dos residentes não habituais ou dos
turistas continua a aumentar. Sob o
título “Infraestruturas Aeroportuárias: Competitividade e Desafios”, o
Almoço-Conferência reuniu cerca de
100 pessoas ligadas ao imobiliário e
ao turismo, contando com os apoios
da CBRE, Grupo SIL, Schmitt+Sohn,
Uría Menéndez-Proença de Carvalho, ULI, Santos da Casa, Luz e Som,
e InterContinental.
06 Oportunidades IMOBILIÁRIO 6 MAIO 2015
Regresso à compra de casa estimula
venda de terrenos para construção
Depois de uma acentuada retração na compra de habitação, os Portugueses parecem estar a voltar a este negócio,
o que abre oportunidades para a venda de terrenos destinados à promoção de novos projetos
ISTOCKPHOTO.COM/UNKAS_PHOTO
Mercado
Para Pedro André, do Marketing da
Direção de Negócio Imobiliário do
Millennium bcp “agora é o momento e a oportunidade para adquirir
lotes de terreno para construção
(em altura) ainda a preços muito
competitivos”. É que, no atual momento, começa já a “haver falta de
nova habitação”, e além disso, “há
também uma maior apetência dos
clientes particulares pela aquisição
de casa”, impulsionado pelo “seu
custo atual” e pela “evolução dos
preços e spreads de crédito”, considera. Esta é, na sua opinião, uma
“conjugação de fatores que potencia
as oportunidades para a aquisição
de lotes de terreno”.
Por isso, e já a pensar no ciclo
imobiliário, que pressupõe um
tempo de desenvolvimento nunca
inferior a dois anos entre a aquisição
de um terreno, desenvolvimento do
projeto e disponibilização do produto ao consumidor, o Millennium bcp
acaba de colocar-se em campo para
reforçar a venda de terrenos destinados à construção em altura, estando
atualmente a apostar na comercialização de um lote de terrenos direcionados para o desenvolvimento
de novos projetos imobiliários. “O
objetivo é encontrar investidores,
construtores ou promotores interessados em investirem para satisfazer
as necessidades que se começam a
verificar no mercado local, sendo
este o momento em Portugal para
adquirir este tipo de ativos”, reforça
Pedro André.
As mediadoras UON e Euro Estates são responsáveis pela comercialização desta carteira de 45 terrenos
com potencial para construção em
altura nos distritos de Lisboa, Porto, Aveiro e Faro, abrangendo valores que podem ir de €70.000 a
€4.000.0000 e áreas de construção
de 250 m2 a mais de 9.000 m2. Em
termos de localizações, destacam-se
em Lisboa a Alta de Lisboa no Lumiar, Loures/Camarate e a Venteira
Amadora. Mais a Norte, o destaque
vai para Gondomar e Vila Nova de
Gaia, e no Centro, em Aveiro, mais
concretamente Santa Maria da Feira. Já no Algarve os lotes situam-se
em Silves/Algoz.
De acordo com Ricardo Pereira
da UON, “o mercado imobiliário nacional começa agora a dar sinais de
Impulsionado pela retoma na compra de casas, o atual momento poderá ser uma boa oportunidade
para iniciar novos projetos de promoção
alguma retoma”, que é “mais evidente no mercado residencial”, até
tendo em conta “a aposta clara por
parte dos operadores da Banca em
voltar progressiva e cautelosamente
à concessão de financiamento”. Por
isso, na sua opinião, e com base em
dados da AECOPS, não será de estranhar a evolução positiva da atividade de construção. “Prevê-se que a
evolução da construção de edifícios
termine o ano de 2015 com um crescimento de 1,1%, após uma evolução
negativa de -8% em 2014”, nota.
E também Diogo Pitta Livério, diretor comercial da Euro Estates, nota
que “nesta área (da venda de terrenos para promoção) tem-se sentido,
desde início do ano, uma maior procura deste tipo de produto”, embora
ressalve que a base de comparação
é modesta, já que que “a construção
estagnou nos últimos anos.
Expetativas positivas
As expectativas para colocação
destes terrenos no mercado são
positivas, quer por parte do Banco,
proprietário dos mesmos, quer por
parte das entidades encarregues da
comercialização. Sobretudo dirigidos a promotores e construtores,
estes ativos têm, desde logo, como
vantagem o facto de “alguns estarem inseridos em urbanizações
que já têm edifícios terminados e
habitados”, diz Diogo Pitta Livério,
comentando que “este fator é uma
vantagem face os projetos que se
iniciam a partir do zero e sem referências”. Por outro lado, “os valores são muito competitivos face
ao mercado, existe financiamento
bancário (para aquisição) e a credibilidade da entidade vendedora
também ajuda”, diz este profissional. Ricardo Pereira, da UON, acrescenta ainda à lista de argumentos
de venda destes lotes de terreno o
facto de se localizarem “em concelhos de procura com elevada
demografia, além do potencial de
construção que apresentam”. Além
disso, considera este representante
da UON, “pode ser uma oportunidade para incrementar a exposição
de algumas empresas, após um período particularmente contraído no
mercado imobiliário”.
Da parte do Banco, pretende-se
“devolver estes ativos ao mercado
a um preço justo e equilibrado”,
permitindo por um lado “o regular
funcionamento dos mercados” e
também “o acesso aos mesmos a
quem tem capacidade de desenvolver projetos e queira aproveitar o
atual momento do mercado, o qual
começa a dar sinais positivos nas localizações dos lotes selecionados”,
afirma Pedro André.
Estratégia de comercialização
personalizada
A carteira de terrenos detidos pelo Banco que estão atualmente em
comercialização é marcada pela diversidade de “dimensões e capacidades construtivas”, o que se traduz
na possibilidade de “investimentos
bastante díspares”, comenta Pedro
André. Assim, e a título de exemplo, “por 69 mil euros no Algarve
pode adquirir um lote com possibilidade construtiva de 3 pisos acima do solo. Mas em Lisboa, está
disponível um terreno por 3,9 milhões de euros num lote com 1.312
m2 cuja capacidade construtiva é
de 4 pisos abaixo do solo para uma
área bruta de 5.250 m2 e de 11 pisos
acima do solo com área bruta de
uso habitacional de 9.300 m2 e de
comércio e serviços de 701 m2 de
construção”.
Para dar resposta a estas especificidades, o Banco criou uma estratégia comercial assente na personalização. Explicando tratar-se de uma
ação business-to-business, Pedro
André sublinha que o objetivo é
ativar “planos comunicacionais e
comerciais específicos ativo a ativo”. “Cada lote tem as suas especificidades, que devem ser conhecidas a fundo nos termos daquilo
que estava programado para o lote, passando pelo que o mercado
valoriza e necessita hoje, aliado ao
que os Planos Diretores Municipais
e Intermunicipais hoje permitem”,
diz Pedro André.
Da parte do Millennium bcp, “estamos em condições de analisar todas as propostas para a aquisição
dos mesmos,”, esclarece Pedro André, acrescentando que “será sempre uma análise casuística face a
cada ativo e adequando-se a melhor
solução a cada cliente”.
Da parte das duas mediadores
responsáveis pela comercialização
desta bolsa, o desafio é plenamente
aceite. Na UON, que é responsável
por um lote de 24 terrenos, “prepara-se um acompanhamento comercial forte, eficaz e segmentado
focado no target mais provável”,
uma postura complementada pela
“aptidão para promover análises de
investimento especializadas para
cada um dos ativos entregues, com
grande proximidade de cada entidade envolvida”, explica Ricardo
Pereira.
Já Diogo Pitta Livério, da Euro
Estates (que está encarregue da
comercialização de 21 terrenos),
frisa que “iremos fazer um trabalho muito próximo dos potenciais
players interessados neste tipo de
produto, acompanhando-os até à
colocação do produtos no mercado, estando sempre presentes em
todas as fases do mercado”.
IMOBILIÁRIO 6 MAIO 2015 Oportunidades 07
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Imobiliário
Expetativas de preços cada vez mais positivas
O RICS/Ci PHMS de Março de 2015 continua a apontar para uma suave
recuperação dos preços, com os aumentos sustentados da procura e do
volume de vendas a fortalecer as expetativas de subida dos preços no futuro.
No sector de arrendamento, pela primeira vez em quase quatro anos, as
rendas mantiveram-se estáveis em todas as regiões abrangidas pelo inquérito,
sendo que as expetativas apontam para uma continuação desta tendência.
O índice de confiança nacional (uma medida composta dos preços e
expetativas de vendas) aumentou mais uma vez para um nível recorde
atingindo +38, melhorando a leitura positiva de +36 observada no mês anterior.
TERRENO
Refª: 60233
Preço: € 3.478.000
Concelho: Lisboa
Freguesia: Lumiar
Localização: Alta do Lumiar Malha 34 - Lt 12
Área: 1.370 m²
Portuguese Housing Market Survey
Mercado de Compra e Venda
Expectativas sobre preços
20
0
-20
-40
-60
-80
Set. 2010
Mar. 2015
TERRENO
Refª: 63879
Preço: € 69.000
Concelho: Silves
Freguesia: Algoz e Tunes
Localização: Urbanização Horta
do Algoz Palmeiral Lt 10
Área: 360 m²
Mercado de Arrendamento
Expectativas sobre rendas
10
0
-10
-20
-30
-40
-50
-60
Out. 2011
Mar. 2015
Expectativas no Mercado de Compra e Venda
e no de Arrendamento
Março de 2015
Nacional
Grande
Lisboa
Grande
Porto
Algarve
Compra e
Venda
Actividade
47
45
56
38
Preços
29
40
5
23
Arrendamento
Actividade
4
2
17
-8
Preços
4
0
0
25
Nota: resultados em saldos de respostas extremas (ver mais no site da Ci
A Confidencial Imobiliário (Ci) é uma revista de Market Intelligence,
especializada na produção de estatísticas sobre imobiliário, orientadas para
profissionais. Saiba mais em www.confidencialimobiliario.com
Fonte: RICS/Confidencial Imobiliário
TERRENO
Refª: 62110
Preço: € 255.000
Concelho: Vila Nova de Gaia
Freguesia: São Félix da Marinha
Localização: Travessa do Fojo,
Lugar Além do Rio (Artº3893)
Área: 5.914 m²
TERRENO
Refª: 24504
Preço: € 351.000
Concelho: Aveiro
Freguesia: Santa Maria da Feira,
Travanca, Sanfins e Espargo
Localização: Rua Dra Maria de
Lourdes Portela, Lt 4
Área: 1.176 m²
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Casa?
Quando se trata de comprar
uma propriedade,
nenhuma decisão deve ser tomada
de ânimo leve.
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ASSOCIAÇÃO DOS PROFISSIONAIS E EMPRESAS DE MEDIAÇÃO IMOBILÁRIA DE PORTUGAL
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Não basta ter acessibilidades: temos que ter produto e promoção”