“Temos que criar marcas no agronegócio que o consumidor conheça, goste e
confie”
A sugestão foi feita por Luiz Lara, da Lew Lara/TBWA, durante o 10 o Congresso
Brasileiro de Marketing Agronegócio da ABMR&A realizado em S. Paulo nesta semana
Maior exposição das marcas do agro em um cenário de uso crescente das redes sociais
foi um dos assuntos abordados pelos especialistas em comunicação e marketing no
evento
Nesta terça-feira (20), o 10o Congresso Brasileiro de Marketing do Agronegócio,
realizado pela Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócio (ABMR&A)
em São Paulo, reuniu especialistas em publicidade, marketing e comunicação, que
abordaram, em apresentações e debates com o público as tendências do setor,
especialmente em um ambiente de uso crescente das redes sociais.
Luiz Lara, da Lew Lara/TBWA, agência responsável pela recente campanha da
Friboi, defendeu que o campo brasileiro, pela sua importância e benefícios à
economia e sociedade, precisa ser mais valorizado e atuar mais fortemente em
marketing e comunicação. “Sendo criativo e usando as novas plataformas de mídia”,
aconselhou.
O publicitário lembrou da criação da marca Sadia, que, mesmo na crise por que a
empresa passou recentemente, não deixou de vender, porque “a dona de casa
conhecia, gostava e confiava”. “Temos que criar marcas no agronegócio que o
consumidor conheça, goste e em que confie”, enfatizou, pedindo mais exposição às
marcas do agro, como recentemente fizeram as campanhas do Etanol e Friboi.
Falando sobre o fenômeno das mídias sociais no Brasil, segundo maior usuário do
Facebook, por exemplo, Lara falou da importância do setor também usar essa
plataforma, que conecta as pessoas com as marcas.
No final, citou a campanha Sou Agro, classificando-a como “uma iniciativa muito
boa”. Para ele, comunicação não vive só de inovação e criatividade, mas também de
persistência. “Para fazer um bordão pegar, temos que acreditar e insistir nele. O
trabalho tem ser contínuo e retroalimentado; e verdadeiro, para o consumidor
acreditar”, ensinou.
Origem
José Luiz Tejon, da consultoria TCA e coordenador do núcleo de agronegócio da
Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), aproveitou para apontar como
o uso do marketing sensorial e da rastreabilidade de produtos podem ser
importantes ferramentas para que o agronegócio agregue valor a seus produtos e
deixe de ser apenas um produtor de commodities.
“O consumidor final está cada vez mais preocupado com sustentabilidade e a
origem dos alimentos. Quando você tem uma boa história deve contá-la... mostrar a
origem do produto é inteligente e vendedor”, aconselhou, lembrando o exemplo de
Shungi Nishimura, fundador da centenária empresa de máquinas agrícolas Jacto,
que tinha missão, visão e valores, e “ele sempre captou a mudança com
antecedência”.
Manter o compromisso com o homem do campo, cooperativismo, a crescente
presença de mulheres nas empresas do agro, e a importância dos cientistas do setor
que, após o farmacêutico, é o que mais investe em ciência e tecnologia, sugeriu: “Por
que não colocar o jovem da geração Y para conversar com os cientistas das
empresas?”
Sustentabilidade e credibilidade
A comunicação da sustentabilidade deve estar ligada à missão da empresa e que ela
assuma um compromisso público, e que seja mensurável e comprovável, para ter
credibilidade, foram os conselhos das executivas Sonia Chapman e Beatriz Luz, da
Braskem, empresa criada a partir da Oderbrecht e Petrobras e que inovou ao lançar
um polietileno a partir da cana-de-açúcar, uma fonte renovável, em alternativa ao
petróleo. Hoje este material é usado em embalagem de iogurtes, sabonetes,
defensivos agrícolas e protetores solares e identificado com o selo I’m Green.
O jornalista Julio Cargnino, diretor de conteúdo do Canal Rural, falou do desafio de
construir conteúdo com credibilidade e relevância e em que as marcas estejam
integradas. “Publicidade e conteúdo andam juntas. Se não há credibilidade com
relação ao conteúdo do veículo, nenhum anunciante vai colocar sua marca lá.
“Investimento constante em conteúdo é o nosso mantra”, diz.
Interação entre as mídias sociais e a plataforma tradicional de conteúdo também é
importante, na opinião do diretor do Canal Rural, informando que a maior parte do
público do portal chega a ele página no Facebook do canal. “Mídias sociais não
funcionam sozinhas, funcionam como um hub de produção, impulsionando as
outras”, concluiu.
Por fim, o publicitário Eduardo Fischer, apresentou a idéia de um grande evento do
agro que reuniria especialistas do setor e os jovens do Agro.
Maiores informações 10o Congresso Brasileiro de Marketing do Agronegócio em
www.abmra.org.br
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Temos que criar marcas no agronegócio que o consumidor conheça