CAPÍTULO 18 Abertura de Mercados de Bens e dos Mercados Financeiros Prepared by: Fernando Quijano and Yvonn Quijano © 2004 by Pearson Education Macroeconomia, 3ª edição Olivier Blanchard Capítulo 18: Abertura de Mercados de Bens e dos Mercados Financeiros Abertura dos Mercados de Bens e dos Mercados Financeiros A abertura da economia, para relações com o resto do mundo, é composta por três dimensões: Abertura dos mercados de bens. Abertura dos mercados financeiros. Abertura dos mercados de fatores. © 2004 by Pearson Education Macroeconomia, 3ª edição Olivier Blanchard RESTO DO MUNDO ECONOMIA NACIONAL PIB Capítulo 18: Abertura de Mercados de Bens e dos Mercados Financeiros VBP DISTRIBUIÇÃO PRIMÁRIA DA RENDA CI M CF BENS E SERVIÇOS X FBK RENDA POUPANÇA FBK REAVALIAÇÃO RISCO © 2004 by Pearson Education ATIVOS PATRIMÔNIO RENDA REDISTRIBUIÇÃO E APROPRIAÇÃO FINANCEIRO PASSIVOS DÉBITOS CRÉDITOS CAPITAL Macroeconomia, 3ª edição EMPRÉSTIMO Olivier Blanchard Capítulo 18: Abertura de Mercados de Bens e dos Mercados Financeiros Abertura dos Mercados de Bens e dos Mercados Financeiros A abertura da economia, é composta por três dimensões: Abertura dos mercados de bens. Com isso famílias e empresas passam a poder escolher entre bens e serviços domésticos ou importados. © 2004 by Pearson Education • • Em nenhum país esta escolha está livre de restrições. As restrições ao livre comércio incluem tarifas e cotas. – Tarifas são impostos sobre importações. – Quotas são restriçoes a quantidades importadas. Macroeconomia, 3ª edição Olivier Blanchard Capítulo 18: Abertura de Mercados de Bens e dos Mercados Financeiros Abertura dos Mercados de Bens e dos Mercados Financeiros A abertura da economia, é composta por três dimensões: Abertura dos mercados financeiros. Com isso os investidores financeiros podem escolher entre ativos financeiros domésticos ou estrangeiros © 2004 by Pearson Education • Controles de capital impõem restrições quanto aos ativos externos que podem ser adquiridos. – Está em desaparecimento. – Os mercados financeiros estão cada vez mais integrados. Macroeconomia, 3ª edição Olivier Blanchard Capítulo 18: Abertura de Mercados de Bens e dos Mercados Financeiros Abertura dos Mercados de Bens e dos Mercados Financeiros A abertura da economia é composta por três dimensões: Abertura dos mercados de fatores. Com isso as empresas têm possibilidade de escolher onde localizar a produção e os trabalhadores onde trabalhar. © 2004 by Pearson Education • • O NAFTA (Acordo Norte-Americano de Livre Comércio) é um exemplo. A migração de empresas para regiões de baixo salário é cada vez mais frequente. Macroeconomia, 3ª edição Olivier Blanchard Capítulo 18: Abertura de Mercados de Bens e dos Mercados Financeiros 18-1 Abertura dos Mercados de Bens e Mercados Financeiros Exportações e importações dos EUA como função do PIB, 19292000 As exportações e importações dos Estados Unidos, que correspondiam a 5% do PIB na década de 1960, hoje situam-se em torno de 13%. © 2004 by Pearson Education Macroeconomia, 3ª edição Olivier Blanchard Capítulo 18: Abertura de Mercados de Bens e dos Mercados Financeiros Exportações e Importações O comportamento das exportações e das importações nos Estados Unidos é caracterizado por: Um declínio acentuado tanto nas exportações como nas importações entre 1929 e 1936 como resultado da Lei Smoot-Hawley de 1930. Três episódios de superávit e déficit: • Os superávits da década de 1940. • Os déficits de meados da década de 1980. • Os déficits comerciais atuais, que chegaram a 3,6% do PIB em 2000 — um recorde histórico. © 2004 by Pearson Education Macroeconomia, 3ª edição Olivier Blanchard Capítulo 18: Abertura de Mercados de Bens e dos Mercados Financeiros Exportações e Importações Um bom índice de abertura é a proporção do produto agregado, composta pelos bens comercializáveis — bens que concorrem com os bens externos tanto no mercado interno como nos mercados externos. Tradable x Nontradable goods Estima-se que os bens comercializáveis representam hoje cerca de 60% do produto agregado dos Estados Unidos. © 2004 by Pearson Education Macroeconomia, 3ª edição Olivier Blanchard Capítulo 18: Abertura de Mercados de Bens e dos Mercados Financeiros Exportações e Importações Tabela 18-1 País Razões entre exportações e PIB para países selecionados da OCDE, 2000 Coeficiente de exportação (%) País Coeficiente de exportação (%) Estados Unidos 11 Suíça 45 Japão 10 Áustria 48 Alemanha 33 Holanda 74 Reino Unido 27 Bélgica 84 Os principais fatores por trás das diferenças nos coeficientes de exportação são geografia e tamanho do país. Um país pode ter um coeficiente de exportação superior a seu PIB porque as exportações e as importações podem incluir bens intermediários. © 2004 by Pearson Education Macroeconomia, 3ª edição Olivier Blanchard BRASIL Exportações e Importações (%PIB) 20,0 15,0 IMPORTAÇÕES EXPORTAÇÕES 10,0 5,0 0,0 19 47 19 51 19 55 19 59 19 63 19 67 19 71 19 75 19 79 19 83 19 87 19 91 19 95 19 99 (%) Capítulo 18: Abertura de Mercados de Bens e dos Mercados Financeiros Exportações e Importações © 2004 by Pearson Education ANOS Seqüência1 EXPORTAÇÕES Macroeconomia, 3ª edição Seqüência2 IMPORTAÇÕES Olivier Blanchard Capítulo 18: Abertura de Mercados de Bens e dos Mercados Financeiros Exportações e Importações O comportamento das exportações e das importações no Brasil é caracterizado por: A) Um declínio acentuado tanto nas exportações como nas importações: • de 10% médio no período 1947-52 • para 6,7% médio no período 1953-1969 – Como resultado do fim da II-Guerra o Brasil perde mercado exportador, já que França, Inglaterra, voltam a negociar com sua antigas colônias – Com a perda de exportações o Brasil passa a ter dificuldades de importações (o chamado gargalo externo) – No fim da guerra nossa reserva de divisas era constituída de Libras Esterlinas que perde conversibilidade que passa a ser do dólar – Com isso o Brasil inicia um vigoroso programa de substituição de importãções com a atração de indústrias estrangeiras © 2004 by Pearson Education Macroeconomia, 3ª edição Olivier Blanchard Capítulo 18: Abertura de Mercados de Bens e dos Mercados Financeiros Exportações e Importações O comportamento das exportações e das importações no Brasil é caracterizado por: B) As exportações voltam a crescer durante um largo período: • 1970-94 de 6,7 para 9% médio – política de promoção de exportações até 1979 – e desvalorizações freqüentes 90-93 • De 1994 a 1998 voltam a declinar de 9% para 7,4% médio – sobrevalorização do Real • Voltam a crescer, para um média de 12,4% de 1998 em diante – desvalorização do real © 2004 by Pearson Education Macroeconomia, 3ª edição Olivier Blanchard Capítulo 18: Abertura de Mercados de Bens e dos Mercados Financeiros Exportações e Importações O comportamento das exportações e das importações no Brasil é caracterizado por: C) As importações têm um comportamento diferenciado • Crescem no período 1970-84 de 6,7 para 7,5 médio – Crescem vigorosamente até 1981 » alto crescimento econômico 1970-80 » Crise econômica a partir de 1981 provoca a inversão que só não é maior devido as freqüentes desvalorizações • Continuam a recuam no período 1985-88 para 5,5% médio – baixo crescimento econômico – e desvalorizações cambiais que evitam queda maior • Voltam a crescer continuamente de 1989 em diante – política de abertura comercial – desvalorizações freqüentes – e sobrevalorização do real até 1998 – e ampliação da abertura econômica © 2004 by Pearson Education Macroeconomia, 3ª edição Olivier Blanchard Capítulo 18: Abertura de Mercados de Bens e dos Mercados Financeiros 18-1 Abertura dos Mercados de Bens e Mercados Financeiros Exportações e importações dos EUA como função do PIB, 19292000 As exportações e importações dos Estados Unidos, que correspondiam a 5% do PIB na década de 1960, hoje situam-se em torno de 13%. © 2004 by Pearson Education Macroeconomia, 3ª edição Olivier Blanchard BRASIL Exportações e Importações (%PIB) 20,0 15,0 IMPORTAÇÕES EXPORTAÇÕES 10,0 5,0 0,0 19 47 19 51 19 55 19 59 19 63 19 67 19 71 19 75 19 79 19 83 19 87 19 91 19 95 19 99 (%) Capítulo 18: Abertura de Mercados de Bens e dos Mercados Financeiros Exportações e Importações © 2004 by Pearson Education ANOS Seqüência1 EXPORTAÇÕES Macroeconomia, 3ª edição Seqüência2 IMPORTAÇÕES Olivier Blanchard BRASIL Saldos comerciais 50000 40000 30000 20000 Seqüência1 10000 0 19 70 19 72 19 74 19 76 19 78 19 80 19 82 19 84 19 86 19 88 19 90 19 92 19 94 19 96 19 98 20 00 20 02 20 04 Saldos em milhões de US$ Capítulo 18: Abertura de Mercados de Bens e dos Mercados Financeiros Exportações e Importações -10000 © 2004 by Pearson Education Anos Macroeconomia, 3ª edição Olivier Blanchard Capítulo 18: Abertura de Mercados de Bens e dos Mercados Financeiros A Abertura no Mercado de Bens Como Mensurar a Abertura Comercial ? Intensidade de comércio • Participação das exportações e importações no PIB. Tarifas médias Barreiras não-tarifárias © 2004 by Pearson Education Macroeconomia, 3ª edição Olivier Blanchard Capítulo 18: Abertura de Mercados de Bens e dos Mercados Financeiros A Abertura no Mercado de Bens Quanto mais aberto for o país, maior será a participação das exportações e importações no PIB, menor o nível médio de tarifas e menor a incidência de barreiras não-tarifárias. A abertura no mercado de bens possibilita a escolha entre bens domésticos e estrangeiros. A variável determinante de tal escolha é a taxa real de câmbio. © 2004 by Pearson Education Macroeconomia, 3ª edição Olivier Blanchard Argentina Espanha Korea P Desn 59.6 1981-90 38.85 43 1991-98 1998 Participação dos Parceiros Comerciais Com o Brasil do Total) © 2004 by Pearson Education EU USA Macroeconomia, 3ª edição MERCOSUL ALADI 18.5 15 14 15.2 34.7 39 39.8 15.6 17 32 13.6 30.7 42.3 53.8 53.9 61 40.1 1971-80 46 Chile 70.7 Brasil 80 75 70 65 60 55 50 45 40 35 30 25 20 15 10 5 0 77.5 Grau de Abertura = (Exp. + Import.) / PIB 17.2 Capítulo 18: Abertura de Mercados de Bens e dos Mercados Financeiros O Brasil é Uma Economia Bastante Aberta? ASIA (% Olivier Blanchard RESTO Capítulo 18: Abertura de Mercados de Bens e dos Mercados Financeiros Escolha entre Bens Internos e Bens Externos Quando os mercados de bens são abertos, os consumidores internos devem decidir não só o quanto consumir, mas se devem comprar bens internos ou externos. O principal aspecto da segunda decisão é o preço dos bens externos em relação ao dos bens internos, ou a taxa real de câmbio. Esta taxa real não é observável; ela deve ser construída. O que é observável e é anunciada e publicada é a taxa nominal de câmbio © 2004 by Pearson Education Macroeconomia, 3ª edição Olivier Blanchard Capítulo 18: Abertura de Mercados de Bens e dos Mercados Financeiros Taxas Nominais de Câmbio A taxa nominal de câmbio é o preço da moeda estrangeira em termos da moeda nacional. Quanto da moeda nacional devo gastar para comprar uma unidade da moeda estrangeira. Por exemplo: R$/US$ = R$2,10/US$ 1,00 Uma apreciação da moeda nacional • é o aumento do preço da moeda nacional em relação a uma moeda estrangeira (gasto menor de R$/US$), • que corresponde a uma queda na taxa de câmbio. (R$2,00) Uma depreciação da moeda nacional (movimento) • é uma diminuição do preço dessa moeda em relação a uma moeda estrangeira (gasto maior de R$/US$), • ou um aumento na taxa de câmbio. (R$2,20) © 2004 by Pearson Education Macroeconomia, 3ª edição Olivier Blanchard Capítulo 18: Abertura de Mercados de Bens e dos Mercados Financeiros Taxas Nominais de Câmbio Quando países operam com taxas fixas de câmbio, isto é, mantêm uma taxa de câmbio constante entre suas moedas e moedas estrangeiras, utilizam-se dois outros termos: Valorizações, em vez de apreciações, que são reduções da taxa de câmbio. Desvalorizações, em vez de depreciações, que são aumentos na taxa de câmbio . © 2004 by Pearson Education Macroeconomia, 3ª edição Olivier Blanchard Capítulo 18: Abertura de Mercados de Bens e dos Mercados Financeiros Taxa de Câmbio A taxa de câmbio nominal (E), é a quantidade de moeda doméstica que pode ser adquirida com uma unidade da moeda estrangeira. Dizemos que há uma perda de valor da moeda doméstica quando a taxa de câmbio sobe e um aumento de valor quando a taxa de câmbio cai. Logo: E = R$ / US$ Desvalorização Cambial (E ) Estimula as Exportações Desestimula as Importações Valorização Cambial (E ) Estimula as Importações Desestimula as Exportações © 2004 by Pearson Education Macroeconomia, 3ª edição Olivier Blanchard Capítulo 18: Abertura de Mercados de Bens e dos Mercados Financeiros Taxas Nominais de Câmbio Taxa nominal de câmbio entre o dólar e a libra (do ponto de vista dos EUA): apreciação e depreciação © 2004 by Pearson Education Macroeconomia, 3ª edição Olivier Blanchard Capítulo 18: Abertura de Mercados de Bens e dos Mercados Financeiros Taxas Nominais de Câmbio Do ponto de vista do Brasil olhando para os Estados Unidos Taxa nominal de câmbio entre o Real e o Dólar (do ponto de vista do Brasil): apreciação e depreciação © 2004 by Pearson Education Preço de um Dólar em termos de Reais Apreciação do Real Preço do Real em Dólares aumenta ou Preço do Dólar em reais diminui Ou Taxa nominal de câmbio diminui E Depreciação do Real Preço do Real em Dólares diminui ou Preço do Dólar em reais aumenta Ou Taxa nominal de câmbio aumenta E Macroeconomia, 3ª edição Olivier Blanchard Capítulo 18: Abertura de Mercados de Bens e dos Mercados Financeiros Taxas Nominais de Câmbio Taxa nominal de câmbio entre o dólar e a libra, 1970-2000 Embora tenha havido uma forte apreciação do dólar relação à libra nos últimos 25 anos, ela foi acompanhada de grandes oscilações na taxa de câmbio nominal entre as duas moedas, especialmente na década de 1980. © 2004 by Pearson Education Macroeconomia, 3ª edição Olivier Blanchard Taxa nominal de câmbio entre Real e o Dólar, 1990-2005 Brasil -Taxas de Câmbio R$/US$ 3,5 3 2,5 2 1,5 1 0,5 0 © 2004 by Pearson Education 20 04 20 02 20 00 19 98 19 96 19 94 Seqüência1 19 92 19 90 R$/US$ Capítulo 18: Abertura de Mercados de Bens e dos Mercados Financeiros Taxas Nominais de Câmbio Anos Macroeconomia, 3ª edição Olivier Blanchard Capítulo 18: Abertura de Mercados de Bens e dos Mercados Financeiros Da Taxa Nominal para a Taxa Real de Câmbio Se o preço de um Jaguar é 30.000 libras e uma libra vale 1,5 dólares, então, o preço de um Jaguar em dólares é 30.000 x 1,5 = US$ 45.000. Se o preço de um Cadillac é US$ 40.000, então, o preço relativo de um Jaguar em termos de Cadillacs é $45,000/$40,000 = 1,12 Para generalizar esse exemplo para todos os bens na economia, usamos um índice de preços para economia ou o deflator do PIB. © 2004 by Pearson Education Macroeconomia, 3ª edição Olivier Blanchard Capítulo 18: Abertura de Mercados de Bens e dos Mercados Financeiros Da Taxa Nominal para a Taxa Real de Câmbio Se o preço de um LIVRO é US$ 30 e um Dólar vale 2,10 reais, então, o preço de um Livro em Reais é 30 x 2,10 = R$ 63,00. Se o preço de uma TV é R$ 630,00, então, o preço relativo de uma TV em termos de Livros é R$630,00/R$63,00 = 10 Para generalizar esse exemplo para todos os bens na economia, usamos um índice de preços para economia ou o deflator do PIB. © 2004 by Pearson Education Macroeconomia, 3ª edição Olivier Blanchard Capítulo 18: Abertura de Mercados de Bens e dos Mercados Financeiros Da Taxa Nominal para a Taxa Real de Câmbio Obtenção da taxa real de câmbio Para calcular a taxa real de câmbio, multiplicamos taxa nominal de câmbio pelo nível de preço externo e dividimos pelo nível de preço interno. © 2004 by Pearson Education EP * P P* = preço dos bens britânicos em libras E = taxa de câmbio entre libra e dólar EP* = preço dos bens britânicos em dólares Macroeconomia, 3ª edição Olivier Blanchard Capítulo 18: Abertura de Mercados de Bens e dos Mercados Financeiros Da Taxa Nominal para a Taxa Real de Câmbio Obtenção da taxa real de câmbio Para calcular a taxa real de câmbio, multiplicamos taxa nominal de câmbio pelo nível de preço externo e dividimos pelo nível de preço interno. © 2004 by Pearson Education Preço dos bens Americanos em Dólares, P* Preço dos bens Americanos em Reais, P* Preço dos bens brasileiro em Reais, P Preço dos americanos Em termos de bens Brasileiros EP * P EP * P P* = preço dos bens americanos em Dólares E = taxa de câmbio entre Dólar e Real EP* = preço dos bens americanos em Reais Macroeconomia, 3ª edição Olivier Blanchard Capítulo 18: Abertura de Mercados de Bens e dos Mercados Financeiros Taxa de Câmbio Real É uma medida da taxa de câmbio ajustada às variações dos preços entre os países. Dito de outra forma, é uma medida do preço relativo dos bens domésticos em comparação com os produzidos no exterior. P E P © 2004 by Pearson Education P = nível de preços doméstico P* = nível de preços externo Macroeconomia, 3ª edição Olivier Blanchard Capítulo 18: Abertura de Mercados de Bens e dos Mercados Financeiros Taxa de Câmbio Real Então, a taxa real de câmbio nos mostra que um nível de preços interno maior, que implica em encarecimento do produto nacional comparativamente ao produto estrangeiro, valoriza a taxa de câmbio real, o que reduz as exportações e aumenta as importações. © 2004 by Pearson Education Macroeconomia, 3ª edição Olivier Blanchard Capítulo 18: Abertura de Mercados de Bens e dos Mercados Financeiros Taxa de Câmbio Real Usando o mesmo raciocínio, se P* cresce mais do que P, o câmbio real se desvaloriza, o que aumenta as exportações e diminui as importações. - Valorização Cambial importações e exportações - Desvaloriz. Cambial exportações © 2004 by Pearson Education Macroeconomia, 3ª edição e importações Olivier Blanchard Capítulo 18: Abertura de Mercados de Bens e dos Mercados Financeiros Taxa de Câmbio Real Efetiva (Real Multilateral) Como um país possui vários parceiros comerciais, ele possui várias taxas de câmbio bilaterais. Devido a isso, usamos o conceito de taxa de câmbio real efetiva, que é uma ponderação feita com as diversas taxas nominais bilaterais, onde os pesos referem-se as participações relativas de cada parceiro no total do comércio. EF n i 1 © 2004 by Pearson Education i Ei Pi P i Ei Pi Fator de ponderação para o país i; Taxa de câmbio bilateral com o país i; Nível de preços do país i. Macroeconomia, 3ª edição Olivier Blanchard Capítulo 18: Abertura de Mercados de Bens e dos Mercados Financeiros Da Taxa Nominal para a Taxa Real de Câmbio O aumento do preço relativo dos bens internos em termos de bens externos é chamado de apreciação real, que corresponde a uma redução na taxa real de câmbio, . Uma diminuição do preço relativo dos bens internos em termos de bens externos é chamada de depreciação real, que corresponde a um aumento na taxa real de câmbio, . © 2004 by Pearson Education Macroeconomia, 3ª edição Olivier Blanchard Capítulo 18: Abertura de Mercados de Bens e dos Mercados Financeiros Da Taxa Nominal para a Taxa Real de Câmbio Taxa real de câmbio entre os bens dos Estados Unidos e os bens do Reino Unido (do ponto de vista dos Estados Unidos): apreciação real e depreciação real © 2004 by Pearson Education Macroeconomia, 3ª edição Olivier Blanchard Capítulo 18: Abertura de Mercados de Bens e dos Mercados Financeiros Da Taxa Nominal para a Taxa Real de Câmbio Taxas de câmbio nominal e real entre os Estados Unidos e o Reino Unido, 19752000 Exceto por uma diferença na tendência que reflete uma média de inflação maior no Reino Unido do que nos EUA, as taxas de câmbio nominal e real moveram-se praticamente juntas desde 1970. © 2004 by Pearson Education Macroeconomia, 3ª edição Olivier Blanchard Capítulo 18: Abertura de Mercados de Bens e dos Mercados Financeiros Da Taxa Nominal para a Taxa Real de Câmbio Taxa real de câmbio entre os bens do Brasil e os bens dos Estados Unidos (do ponto de vista do Brasil): apreciação real e depreciação real © 2004 by Pearson Education Do ponto de vista do Brasil Olhando para os Estados Unidos Preço dos bens brasileiros em termos de bens norte-americanos Preço dos bens brasileiros em termos de bens norte-americanos aumenta ou Preço dos bens americanos em termos de bens brasileiros diminui ou Taxa real de câmbio diminui ε Preço dos bens brasileiros em termos de bens norte-americanos diminui ou Preço dos bens norte-americanos em termos dos bens brasileiros aumenta ou Taxa real de câmbio aumenta ε Macroeconomia, 3ª edição Olivier Blanchard Capítulo 18: Abertura de Mercados de Bens e dos Mercados Financeiros De Taxas de Câmbio Bilaterais para Multilaterais Tabela 18-2 Composição por países do comércio de mercadorias dos Estados Unidos, 2000 Exportações para Países US $ bilhões (%) Importações de US $ bilhões (%) Canadá 179 23 232 19 Europa Ocidental 178 23 243 20 Japão 64 8 146 12 México 86 11 136 11 Ásia* 130 17 340 28 OPEP 20 3 42 3 Outros 116 15 83 7 Total 773 100 1.222 100 * Não inclui o Japão. OPEP: Organização dos Países Exportadores de Petróleo. © 2004 by Pearson Education Macroeconomia, 3ª edição Olivier Blanchard (% Participação dos Parceiros Comerciais Com o Brasil do Total) 14.62 10.98 19.3 26.26 28.84 15.03 17.61 21.45 18.92 26.99 13.59 15 10.17 20 17.7 16.8 25 24.57 30 RESTO ASIA 17.37 MERCOSUL ALADI USA EU 35 31.42 10 5 4.2 Capítulo 18: Abertura de Mercados de Bens e dos Mercados Financeiros Os Parceiros Comerciais do Brasil 0 © 2004 by Pearson Education 1990 1995 Macroeconomia, 3ª edição 1998 Olivier Blanchard Capítulo 18: Abertura de Mercados de Bens e dos Mercados Financeiros De Taxas de Câmbio Bilaterais para Multilaterais Taxas de câmbio bilaterais são taxas de câmbio entre dois países. Taxas de câmbio multilaterais são taxas de câmbio entre vários países. Por exemplo, para medir o preço médio dos bens dos EUA em relação ao preço médio dos bens de seus parceiros comerciais, usamos como média a participação dos EUA no comércio com cada país em questão ou a taxa real de câmbio multilateral dos EUA. © 2004 by Pearson Education Macroeconomia, 3ª edição Olivier Blanchard Capítulo 18: Abertura de Mercados de Bens e dos Mercados Financeiros De Taxas de Câmbio Bilaterais para Multilaterais Termos equivalentes para o preço relativo de bens externos em relação aos bens norteamericanos são: Taxa real de cambio multilateral dos EUA. Taxa real de câmbio ponderada pelo comércio dos EUA. Taxa real de câmbio efetiva dos EUA. © 2004 by Pearson Education Macroeconomia, 3ª edição Olivier Blanchard Capítulo 18: Abertura de Mercados de Bens e dos Mercados Financeiros De Taxas de Câmbio Bilaterais para Multilaterais Taxa real de câmbio multilateral dos Estados Unidos, 1975-2000 À grande apreciação real dos bens americanos na primeira metade da década de 1980 seguiu-se uma depreciação real ainda maior na segunda metade dessa década. Essas grandes oscilações às vezes são chamadas de "dança do dólar". © 2004 by Pearson Education Macroeconomia, 3ª edição Olivier Blanchard Taxas de câmbio real entre o Brasil e os principais parceiros, 1990-2006 Brasil - Taxa de Câmbio Efetiva Real R$/US$ - Mensal 1990 01/2006 04 150 100 Seqüência1 50 © 2004 by Pearson Education 2006 04 2005 01 2003 10 2002 07 2001 04 2000 01 1998 10 1997 07 1996 04 1995 01 1993 10 1992 07 1991 04 0 1990 01 R$/US$ Capítulo 18: Abertura de Mercados de Bens e dos Mercados Financeiros Da Taxa Nominal para a Taxa Real de Câmbio Anos Trimestres Macroeconomia, 3ª edição Olivier Blanchard Taxas de câmbio nominal e efetiva real entre o Brasil e principais parceiros, 1990-2006 Brasil - Taxas de Câmbio Nominal e Real : R$/Us$ 250 Nominal 200 150 Seqüência1 Real 100 Seqüência2 50 © 2004 by Pearson Education 2006 03 2005 01 2003 11 2002 09 2001 07 2000 05 1999 03 1998 01 1996 11 1995 09 1994 07 1993 05 1992 03 0 1991 01 R$/US$ Nominal e Real Capítulo 18: Abertura de Mercados de Bens e dos Mercados Financeiros Da Taxa Nominal para a Taxa Real de Câmbio Anos e Meses Macroeconomia, 3ª edição Olivier Blanchard Capítulo 18: Abertura de Mercados de Bens e dos Mercados Financeiros 18-2 Abertura dos Mercados Financeiros Comprar e vender ativos externos implica comprar e a vender moeda estrangeira — às vezes chamada de câmbio. A abertura dos mercados financeiros permite: Que os investidores detenham tanto ativos internos quanto externos para diversificar suas carteiras e especular sobre os movimentos das taxas de juros externas e das taxas de câmbio. Que os países tenham superávits e déficits comerciais. Um país que compra mais do que vende precisa tomar emprestado do resto do mundo para cobrir essa diferença. © 2004 by Pearson Education Macroeconomia, 3ª edição Olivier Blanchard Capítulo 18: Abertura de Mercados de Bens e dos Mercados Financeiros Balanço de Pagamentos O balanço de pagamentos é um conjunto de contas que resume as transações de um país com o resto do mundo. As transações acima da linha são transações em conta corrente. As transações abaixo da linha são transações da conta de capital. Os resultados da conta corrente e da conta de capital devem ser iguais, mas, devido a erros de coleta de dados, isso não ocorre. Por essa razão, as contas apresentam uma discrepância estatística. © 2004 by Pearson Education Macroeconomia, 3ª edição Olivier Blanchard Balanço de Pagamentos Tabela 18-3 Balanço de pagamentos dos Estados Unidos, 2001 (em bilhões de dólares)) Capítulo 18: Abertura de Mercados de Bens e dos Mercados Financeiros Conta corrente Exportações 1.044 Importações 1.352 Balanço comercial (déficit = -) (1) - 348 Renda de investimento recebida 293 Renda de investimento paga 312 - 19 Renda líquida de investimento (2) Transferências líquidas recebidas (3) Saldo da conta corrente (1) + (2) + (3) 42 - 50 83 - 417 Conta de capital Aumento dos ativos dos EUA detidos por estrangeiros (4) 895 Aumento dos ativos externos de posse dos norte-americanos (5) 439 Saldo da conta de capital (4) - (5) 456 Discrepância estatística – 39 © 2004 by Pearson Education Macroeconomia, 3ª edição Olivier Blanchard Capítulo 18: Abertura de Mercados de Bens e dos Mercados Financeiros Balanço de Pagamentos O saldo da conta corrente, os pagamentos líquidos efetuados e recebidos do resto do mundo, pode ser positivo, caso o país tenha um superávit em conta corrente, ou negativo, se o país tiver um déficit em conta corrente. O saldo da conta de capital, também chamado de fluxos líquidos de capital, pode ser positivo (negativo) se ativos norte-americanos em mãos de estrangeiros forem maiores (menores) do que ativos externos em mãos dos norte-americanos, caso haja um superávit em conta de capital (déficit). © 2004 by Pearson Education Macroeconomia, 3ª edição Olivier Blanchard Capítulo 18: Abertura de Mercados de Bens e dos Mercados Financeiros Escolha entre Ativos Internos e Externos A decisão entre investir no exterior ou no próprio país não depende apenas da taxa de juros, mas também de como você vê a evolução da taxa de câmbio no futuro. © 2004 by Pearson Education Macroeconomia, 3ª edição Olivier Blanchard Capítulo 18: Abertura de Mercados de Bens e dos Mercados Financeiros Escolha entre Ativos Internos e Externos Retornos esperados dos títulos da divida de um ano dos Estados Unidos ou do Reino Unido © 2004 by Pearson Education Macroeconomia, 3ª edição Olivier Blanchard Capítulo 18: Abertura de Mercados de Bens e dos Mercados Financeiros Expectativas, Consumo e Decisões de Investimento Para adquirir tanto títulos norte-americanos quanto britânicos, eles deverão ter a mesma taxa esperada de retorno, de modo que seja satisfeita a seguinte relação de arbitragem: 1 * e 1 it (1 i t )( E t 1 ) Et Reorganizando a equação, obtemos a paridade de juros descoberta ou condição de paridade de juros: e © 2004 by Pearson Education E t 1 1 it (1 i t ) Et * Macroeconomia, 3ª edição Olivier Blanchard Capítulo 18: Abertura de Mercados de Bens e dos Mercados Financeiros Taxas de Juros e Taxas de Câmbio A relação entre a taxa nominal de juros interna, a taxa nominal de juros externa e a taxa esperada de depreciação é: e E t 1 - E t * 1 it (1 i t ) 1 Et Uma boa aproximação da equação acima é dada por: PROPOSIÇÃO 3 DO APÊNDICE 2 (1+X)(1+Y)= 1+X+Y SE X E Y SÃO PEQUENOS © 2004 by Pearson Education e E t 1 - E t * 1 1 it (1 i t )+ Et Macroeconomia, 3ª edição Olivier Blanchard SUBTRAINDO 1 DE AMBOS OS LADOS DA EQUAÇÃO TEMOS: e E t 1 - E t * 1 it (1 i t ) 1 Et © 2004 by Pearson Education + Capítulo 18: Abertura de Mercados de Bens e dos Mercados Financeiros Taxas de Juros e Taxas de Câmbio Macroeconomia, 3ª edição Olivier Blanchard Capítulo 18: Abertura de Mercados de Bens e dos Mercados Financeiros Taxas de Juros e Taxas de Câmbio e E t 1 - E t *+ it i t Et Esta é a relação que você deve lembrar: a arbitragem implica que a taxa de juros interna deve ser (aproximadamente) igual à taxa de juros externa, somada à taxa de depreciação esperada para a moeda nacional. * Se E e t 1 E t , então it i t © 2004 by Pearson Education Macroeconomia, 3ª edição Olivier Blanchard Capítulo 18: Abertura de Mercados de Bens e dos Mercados Financeiros Taxas de Juros e Taxas de Câmbio Taxas nominais de juros de um ano no Reino Unido e nos EUA, 1975-2000 As taxas nominais de juros dos EUA e do Reino Unido variaram praticamente juntas ao longo dos últimos 25 anos. © 2004 by Pearson Education Macroeconomia, 3ª edição Olivier Blanchard Capítulo 18: Abertura de Mercados de Bens e dos Mercados Financeiros 18-3 Conclusões e Uma Visão do Futuro A escolha entre bens internos e externos depende, basicamente, da taxa real de câmbio. A escolha entre ativos internos e externos depende das taxas de retorno relativas desses ativos, que, por sua vez, dependem das taxas de juros interna e externa e da taxa de depreciação esperada para a moeda nacional. © 2004 by Pearson Education Macroeconomia, 3ª edição Olivier Blanchard Capítulo 18: Abertura de Mercados de Bens e dos Mercados Financeiros Termos-Chave abertura do mercado de bens tarifas cotas abertura dos mercados financeiros controles de capital abertura dos mercados de fatores Acordo Norte-Americano de Livre Comércio (NAFTA) bens comerciáveis taxa real de câmbio taxa nominal de câmbio apreciação (nominal) © 2004 by Pearson Education depreciação (nominal) taxas de câmbio fixas valorização desvalorização apreciação real depreciação real comércio de mercadorias taxa de câmbio bilateral taxa de câmbio multilateral taxa real de câmbio multilateral taxa real de câmbio ponderada pelo comércio continua… Macroeconomia, 3ª edição Olivier Blanchard Capítulo 18: Abertura de Mercados de Bens e dos Mercados Financeiros Termos-Chave taxa de câmbio real efetiva câmbio balanço de pagamentos acima da linha, abaixo da linha conta corrente renda de investimentos transferências líquidas recebidas saldo em conta corrente superávit, déficit em conta corrente © 2004 by Pearson Education conta de capitais fluxos líquidos de capital saldo de conta de capitais superávit, déficit de conta de capitais discrepância estatística relação de paridade de juros descoberta ou condição de paridade de juros Macroeconomia, 3ª edição Olivier Blanchard