The Global Management Challenge Experience Summary Report 2011 OBJECTIVOS DO SURVEY Este survey visa analisar o funcionamento das equipas participantes no Global Management Challenge tendo em consideração as dimensões chave para a eficácia do Trabalho em Equipa. O conhecimento da dinâmica interna das equipas e a evolução do seu funcionamento ao longo do tempo permite compreender os principais determinantes do sucesso e/ou fracasso das suas decisões, bem como ajustar e desenvolver estratégias específicas de melhoria no contexto de trabalho. DISPOSITIVO METODOLÓGICO O survey sobre o funcionamento das equipas que participaram no GMC acompanhou a realização da Competição e compreendeu a aplicação de um questionário a cada participante, nas diferentes etapas da 1ª volta. No total, foram disponibilizados on-line cinco questionários distintos, sobre diversos aspectos relacionados com o funcionamento das equipas. O cruzamento das percepções e opiniões de todos os elementos das equipas permitiu a produção de indicadores e análises válidas, assim como a definição de estratégias de melhoria. Considera-se que uma equipa está representada quando pelo menos um dos elementos enviou um questionário devidamente preenchido. A taxa de resposta máxima obtida a nível individual foi de 51.3% (1330/2591). EVOLUÇÃO DO DESEMPENHO DAS EQUIPAS AO LONGO DO GMC Durante o GMC, as equipas tiveram que gerir uma empresa virtual tomando decisões sobre diversas áreas da empresa. A posição ocupada pela equipa no grupo em que competia (mercado) foi utilizada como um indicador de desempenho. Este valor variava entre 1 (equipa em primeiro lugar no seu grupo) e 8 (equipa em último lugar do seu grupo). As análises efectuadas aos percursos de desempenho permitiram identificar quatro tipos de equipa: Experts, Divers, Improvers e Minimizers. Na Figura 1 apresentamos os 4 perfis de equipas que emergiram. Elevado Desempenho AMOSTRA Os questionários foram enviados antes de cada decisão às 640 equipas que participaram na 1ª volta do GMC. Quadro 1 – Número de respostas e número de equipas representadas por momento de avaliação Decisão 1 Nº de Respostas Nº de Equipas Representadas 1330 486 Decisão 2 1019 408 Decisão 3 850 363 Decisão 4 702 311 Decisão 5 607 277 Baixo Desempenho Figura 1 – Perfis de Desempenho das Equipas Como se pode verificar os Experts obtiveram um desempenho significativamente superior às restantes equipas ao longo de toda a competição. Pelo contrário, os Minimizers ficaram sistematicamente nos últimos lugares ao longo da competição. Os Improvers iniciaram a competição nos últimos lugares, melhorando progressivamente com o tempo. Por fim, os Drivers iniciaram nos primeiros lugares, mas o seu desempenho foi piorando progressivamente com o tempo. DRIVERS DA EFICÁCIA DAS EQUIPAS EXPERTS VERSUS MINIMIZERS Tendo por base o TWEM – Team-Work Effectiveness Model (Passos & Caetano, 2007), os factores que mais contribuíram para a eficácia das equipas que participaram no GMC foram: O que diferencia as equipas Experts das equipas Minimizers? O planeamento e a organização na fase inicial Maior número de actividades de planeamento, organização e definição de objectivos A liderança das equipas A percepção de eficácia colectiva Os processos de aprendizagem em equipa A capacidade dos membros reflectirem sobre o funcionamento da sua equipa Os processos dirigidos à construção de confiança entre os membros Conflito ao nível das ideias e da tarefa Por outro lado, os factores que mais contribuíram para diminuir a eficácia das equipas foram: Os resultados revelam diferenças aspectos. As Equipas Experts tiveram: em vários Maior envolvimento em processos que promovem a aprendizagem dos membros Maior percepção de eficácia colectiva Percepção mais positiva do líder da equipa Menor número de conflitos relacionais Maior capacidade de adaptação Apresentamos na Figura 3 o gap de eficácia dos Minimizers, em comparação com os resultados obtidos pelos Experts. Conflito ao nível das relações interpessoais Conflito ao nível da gestão do tempo Os drivers da eficácia estão esquematizados na Figura 2. Figura 3 – Gap de Eficácia dos Minimizers em relação aos Experts LIÇÕES PARA A PRÁTICA Os resultados sugerem que, para aumentar a sua eficácia as equipas devem: Figura 2 – Drivers da Eficácia das Equipas Os resultados obtidos salientam a importância quer das variáveis de input, quer das variáveis de processo como é o caso da liderança, do processo de construção de confiança entre os membros e do conflito. De facto, o conflito apresenta-se como um driver central na eficácia do trabalho em equipa. Por um lado, o conflito de tarefa, ou seja, a percepção de desacordo entre os membros acerca do conteúdo das decisões, ideias e opiniões, estimula a eficácia do trabalho em equipa. Por outro lado, o conflito relacional, caracterizado por dificuldades interpessoais entre os membros da equipa, diminui a eficácia das equipas assim como o conflito relativo à gestão do tempo. Aumentar o planeamento e melhorar a definição de objectivos no sentido de desenvolverem métodos de trabalho mais apropriados, sendo capazes de focar o seu esforço e atenção nas actividades definidas como prioritárias. Assegurar que o líder consegue assegurar um nível elevado de motivação da equipa. Utilizar dispositivos que garantam a construção de confiança entre os membros da equipa desde a sua constituição. Promover processos de aprendizagem em equipa, nomeadamente a co-construção de significados e a análise dos erros. Gerir as divergências na equipa numa lógica de oportunidades de melhoria. Reflectir sistematicamente sobre o desempenho e funcionamento da equipa, promovendo a sua adaptação Equipa Técnica: Prof.ª Doutora Ana Margarida Passos Prof. Doutor António Caetano ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa