® RELATÓRIO DE VIABILIDADE COMERCIAL GLOBAL Por Cecília Macedo Publicado pelo terceiro ano consecutivo e contemplando 125 economias mundiais, o “The Global Enabling Trade Report” disponibiliza informações capazes de nortear discussões e aponta uma série de atributos a serem desenvolvidos pelos países, afim de que os mesmos, facilitem o comércio entre nações. O principal indicador apresentado no relatório é o Índice de Viabilidade Comercial (IVC), que incorpora instituições e políticas públicas que facilitam o livre fluxo de bens entre países. O Índice separa os elementos viabilizadores do comércio em quatro áreas: acesso a mercados, administração das fronteiras, infra-estruturas de transporte e comunicação e ambiente de negócios. O IVC combina dados estatísticos de fontes públicas assim como os resultados da Executive Opinion Survey (EOS) – pesquisa desenvolvida pelo Fórum Econômico Mundial em parceria com sua rede de organizações ao redor do mundo. No Brasil, a EOS é desenvolvida com parceria da Fundação Dom Cabral (FDC) e do Movimento Brasil Competitivo (MBC). Essa pesquisa fornece dados qualitativos a respeito das instituições e do ambiente de negócios nos países, além de indicadores relacionados ao comércio exterior. O “The Global Enabling Trade Report 2010” é lançado num período em que o volume de trocas vem se recobrando da mais profunda crise desde o pós-guerra. Através da identificação dos obstáculos e dos elementos viabilizadores do comércio entre países, o relatório pode contribuir para o fortalecimento desta recuperação comercial. Ao passo que os países viabilizam o comércio, eles também concedem uma série de benefícios para seus parceiros comerciais promovendo assim o crescimento econômico. ® Dos resultados apresentados no relatório, podemos destacar que as economias asiáticas (Singapura e Hong Kong) continuam a ocupar as primeiras posições no rank do IVC, seguida pela Dinamarca, Suécia e Suíça. A Nova Zelândia sobe cinco posições indo para o sexto lugar. Noruega, Canadá, Luxemburgo e Holanda completam a lista dos 10 países mais bem colocados no ranking. A Islândia entra, pela primeira vez, para o rank na 11ª posição e a Finlândia sai do grupo dos 10 primeiros países para a 12ª posição. Do grupo das maiores economias mundiais, a Alemanha apresentou a melhor performance na 13ª posição, a frente dos Estados Unidos que caíram três posições, indo para 19º lugar. China (48º) e Brasil (87º) permanecem estáveis enquanto a Turquia (62º), Índia (84º) e Rússia (114º) caem no ranking. Os resultados refletem a resiliência dos países contra a ameaça do protecionismo durante a crise econômica. Acordos internacionais tais como as resoluções da Organização Mundial do Comércio (OMC) elaboradas pelo G20 têm contribuído para limitar o efeito das pressões do protecionismo sobre as barreiras comerciais. A despeito dos temores em relação à adoção de barreiras protecionistas no período de crise e incertezas em relação à economia mundial, o relatório confirma que a grande maioria dos países não adotou barreiras comerciais para proteger seus mercados internos. “O Vietnam apresentou a melhor evolução no ranking deste ano, subindo 18 colocações indo para 71º lugar. A ascensão do País para a OMC em 2007 ajudou nesse processo; houve diminuição das tarifas alfandegárias e seus exportadores ganharam maior acesso a mercados internacionais. Países como Ucrânia e Ilhas Maurício diminuíram suas tarifas enquanto os ® mercados Russos mostraram-se os mais protegidos dentre as economias pesquisadas”, afirma Margareta Drzeniek Hanouz – Economista Sênior da Global Competitiveness Network e co-editora do relatório. “Ao ranquear os países de acordo com suas barreiras comerciais, as economias são capazes de verificar os elementos que viabilizam tais colocações; o relatório disponibiliza tais informações assim como uma série de medidas que devem ser tomadas por parte de cada país para facilitar o processo de recuperação econômica”. “Assim como o comércio foi o principal elemento balizador do freio no crescimento econômico internacional, o comércio também pode ser um grande difusor dos benefícios da recuperação em todo o globo. Quando cada país viabiliza o comércio exterior, eles oferecem benefícios não somente para si mas também para outras nações com as quais eles comercializam. Melhor acesso a mercados, alfândegas mais eficientes e melhores infra-estrutura e ambiente de negócios para oferecer oportunidades mais vantajosas para ambos – importadores e exportadores. A garantia de implementação de tais medidas refletir-se-á de forma positiva no bem estar do país e de seus parceiros comerciais.”, afirma Robert Lawrence – professor da Universidade de Harvard, consultor acadêmico e co-editor do relatório. O Índice de Viabilidade Comercial foi desenvolvido dentro do contexto do Programa de Parceria Industrial do Fórum para os setores de logística e transporte com a colaboração dos seguintes parceiros: Global Express Association (GEA), International Air Transport Association (IATA), International Trade Centre (ITC), World Customs Organization (WCO), United Nations Conference on Trade and Development (UNCTAD), The World Bank and Trade Organization (WTO). O Fórum também recebeu informações importantes das seguintes indústrias parceiras: Agility, BrightStar Corp, Deutsche Post DHL, FedEx, GeoPost, Stena, TNT, Transnet, UPS e Wolkswagen. A leitura do relatório na íntegra pode ser feita através do sitio: www.mbc.org.br.