O Calvário da Esperança Em nenhuma época da história da humanidade a inocência foi evocada a se justificar como agora... A criança, o idoso, o mendigo, o trabalhador, o pai/mãe, o índio, o homossexual, o jornalista, o escritor, o filósofo, o adolescente, o aposentado, o professor, os curdos, os mesopotâmicos, os tibetanos, todos estão intimados a prestarem depoimentos no tribunal mundial dos Direitos Humanos da má consciência. Com a inversão de valores e do estado de coma de Deus, o homem nunca esteve à mercê da atrocidade do olhar do outro, sem diferença; nunca foi tão julgado pelo simples fato de ser; nunca foi tão vilipendiado em seu modo de agir; quem sabe, talvez, o Cristo, tenha re-ocupado seu lugar no mundo como cordeiro imolado... “Foi por invejar a nossa dor que Deus veio a morrer na Cruz. Esse estranho olhar que ainda não era o seu...” (Albert Camus) Quiçá, como afirmou Heidegger, antes de morrer: “somente um Deus pode nos salvar”. Que o calvário da esperança não ceda lugar à intolerância. Boa Páscoa!