Cidades.
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Brasília, sexta-feira,
21 de fevereiro de 2014
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JORNAL DE BRASÍLIA
www.quidnovi.com.br
Com Lindauro Gomes e Laécio Alencar
e-mail: [email protected]
Boia para os
endividados
Depósito em juízo
Nem parece que foi ontem que o presidente do Congresso,
Renan Calheiros (foto), pegou um jatinho da FAB e foi fazer
implantes de cabelo em Recife. Pressionado pela opinião pública,
o presidente do Senado teve que devolver aos cofres públicos R$
27.390,25 pelo voo da aeronave entre Brasília e a capital
pernambucana. Renan criticou o ministro do STF Marco Aurélio
de Mello por ter concedido uma liminar para que a Câmara e o
Senado voltem a pagar salários superiores ao teto constitucional,
que é de R$ 29 mil e 400. Nos corredores do Congresso, já tem
gente comentando à boca miúda que novas revelações nada
agradáveis a Renan podem provocar sérias dores de cabeça no
parlamentar, que terá que explicar ao povo gastos totalmente
contrários ao que prega em Plenário.
O Senado vai depositar em juízo a parcela dos
vencimentos além do teto, no aguardo da decisão de
mérito a ser tomada pelo Supremo. Pelo visto o
presidente Renan Calheiros quer mesmo é
cortar na carne dos servidores.
JANE DE ARAÚJO/AGÊNCIA SENADO
A decisão da aprovação no
Congresso do programa de
refinanciamento de débitos
tributários para empresas está nas
mãos do deputado e relator Eduardo
Cunha. Além do Refis, a MP que
trata das adequações das regras
adotadas na contabilidade brasileira
e as normas internacionais e ainda a
tributação de lucros obtidos no
exterior por empresas brasileiras. O
polêmico líder do PMDB, Eduardo
Cunha, tem o amplo apoio da classe
empresarial na aprovação do projeto.
Afinal, o Refis funciona como a
tábua de salvação das empresas
endividadas com tributos federais.
Cunha circula no Plenário sorrindo,
já contando com a aprovação, pois
em tempos de campanhas políticas,
seus pares jamais contrariarão a
classe empresarial.
Sem resposabilidade
Tiro no pé
As mudanças nas regras da maioridade penal, que permitiria o julgamento e a
condenação, já a partir dos 16 anos, de pessoas acusadas de crimes hediondos,
não passaram na CCJ do Senado Federal e trouxeram à baila outra questão
envolvendo menores de idade. A permissão para que jovens pudessem dirigir a
partir dos 16 anos parece que vai ficar ainda por muito tempo nos filmes
americanos. O motivo é que a grande maioria da população é contra a permissão.
Afinal, se o menor não pode responder por crimes cometidos, também não pode
ser responsável por acidentes que venham a acontecer no trânsito.
A presidente da Petrobras, Graça Foster, pode estar dando um tiro no pé. Foi aberta uma
auditoria interna na estatal para apurar pagamentos de propina pela SBM, offshore
holandesa que opera plataformas de produção de petróleo. O prazo para a auditoria
interna é de 30 dias. Há quem diga que o tempo é mais que suficiente para o vazamento
de documentos complicando a eleição de candidatos ligados ao governo federal. Afinal, os
escândalos na estatal são bilionários e o comprometimento de políticos com a empresa é
muito grande.
Graça Foster está tentando resolver a crise em tempo recorde para evitar a ação do
Ministério Público Federal, porque é sabido que uma investigação que começa controlada
não se sabe como termina.
A depressão e a falta de apoio psicológico tomam conta da Polícia Civil do
Distrito Federal. Uma guerra surda vem sendo perdida pela corporação e ontem
mais um agente foi vítima do momento que passa a PC/DF e cometeu suicídio,
deixando a polícia em estado de alerta. Afinal, o número de policiais com
problemas psicológicos é muito alto e vem crescendo assustadoramente nos dois
últimos anos.
Há quem aposte que esse caldeirão fervente já explodiu.
Derrapagem na pista
Os senadores Flexa Ribeiro (PSDB-PA) e
Randolfe Rodrigues (PSOL-AP/foto)
deixaram de voar para os seus Estados várias
vezes porque a chuva não permite o pouso de
aviões de grande porte no aeroporto de
Belém. Os senadores apresentaram um
requerimento convidando o presidente da
Infraero, Antônio Gustavo Matos do Vale,
para prestar esclarecimento sobre as
condições de pista do aeroporto da capital
paraense. Vão estar presentes também
representantes sindicais, a associação dos
pilotos aeronautas. Durante a sessão, os
senadores vão convidar o presidente da
Infraero para fazer parte de um
voo em dias de chuva, para
constatar in loco o
sofrimento dos
passageiros.
Tempos de eleições
O corte no orçamento da União de R$ 44
bilhões causou um alvoroço no Congresso
Nacional. Os parlamentares entenderam que
suas emendas seriam sacrificadas e logo veio a
pressão política e o ministro da Fazenda, Guido
Mantega (foto), teve de se explicar. Em
tempos de eleições, a presidente Dilma
encontra-se no seu estado de Dilminha
paz e amor. O ministro Mantega
justificou que o corte não atinge as
emendas, tranquilizando a base
parlamentar que apoia o governo. O
ministro da Fazenda disse que foram
preservados os recursos destinados
à saúde, à educação, ao Brasil Sem
Miséria e às áreas de ciência,
tecnologia e inovação.
“
Todo ponto de vista é a
vista de um ponto.”
Leonardo Boff
FABIO RODRIGUES POZZEBOM/ABR
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RUZ/A
NIO C
ANTO
Morrendo aos poucos
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21/02/2014 1a. Caderno A_11_Tb