Sonolência diurna e área de secção transversa orofaríngea em pacientes com apneia obstrutiva do sono. Autores: PAULO AUGUSTO VITORINO, JACKSON ÍTALO TAVARES DA ROCHA, ANA CAROLINA CARDOSO DE MELO, ADRIANA DE OLIVEIRA CAMARGO GOMES, HILTON JUSTINO DA SILVA - SILVA, ISAAC VIEIRA SECUNDO, DANIELLE CRISTINA SILVA CLÍMACO, DANIELE ANDRADE DA CUNHA, ANNA MYRNA JAGUARIBE DE LIMA, Introdução: A apneia obstrutiva do sono (AOS) é uma doença crônica que apresenta diversos sintomas, como ronco, sonolência diurna excessiva (SDE), com graves repercussões neurológicas, hemodinâmicas e comportamentais. No caso da SDE, a escala de sonolência de Epworth (ESE) é utilizada como método subjetivo para avaliar os sintomas da apneia, sendo de rápida e fácil aplicação. A escala é composta por perguntas com o intuito de quantificar a possibilidade de adormecer em algumas situações cotidianas, as respostas podem atingir um valor máximo de 24 pontos, sendo 10 o divisor de normalidade. O diagnóstico da AOS é realizado com avaliação clínica e através de um exame denominado polissonografia, considerado o método padrão ouro. Como forma de avaliação alternativa auxiliar, tem se cogitado o uso da faringometria acústica (FA), a fim de verificar a geometria da cavidade orofaríngea por meio de um sinal acústico emitido através de um aparelho colocado na cavidade oral, refletindo nas estruturas anatômicas. A reflexão dos pulsos acústicos introduzidos através da boca pode ser usada para inferir a área de secção transversal (AST) da cavidade oral e da faringe, até o inicio da laringe. Logo quando há diminuição no diâmetro dos espaços anatômicos desta região. Objetivo: Correlacionar a área de secção transversa orofaríngea (ASTO) e o grau de sonolência diurna em pacientes com AOS. Métodos: Foram avaliados 15 pacientes (12 mulheres; 3 homens), com idade de 54,2 ± 11,7 anos e índice de massa corpórea (IMC) de 32,9 ± 8,6 kg/m2. Todos os selecionados já possuíam PSG prévia e foram submetidos à avaliação por meio da FA, para obtenção das medidas da geometria faríngea. A AST foi obtida em todos os indivíduos através do faringograma. As medidas foram obtidas com o paciente acordado, sentado em uma cadeira com encosto e orientado para manutenção da respiração por via oral durante a aquisição dos dados. Para análise estatística, foi utilizado o programa Bioestat 5.0. Para avaliar se os dados possuíam distribuição normal foi aplicado o teste de Kolmogorov-Smirnov e a fim de verificar a existência de correlação, o coeficiente de correlação de Pearson. Resultados: De acordo com a avaliação dos escores obtidos com a aplicação da ESE, 5 pacientes apresentaram escore menor que 10, considerado normal, e 10 pacientes mostraram resultado acima de 10, classificado como anormal, o que indica diagnóstico de SDE. Quanto à ASTO dos pacientes avaliados, obteve-se uma média de 2,17 ±0,79 cm2. Os valore da ASTO (área sob a curva de transição orofaríngea) variam entre 1,12 e 2,1cm2 em pacientes apneicos. Foi observada uma correlação negativa (r=-0.0939). Conclusão: De acordo com os resultados do presente trabalho, foi observada uma correlação fraca entre a ASTO e o grau de sonolência diurna nos pacientes com AOS. No entanto, como se trata de um estudo piloto, ampliaremos a amostra de maneira representativa, a fim de atingir o valor estipulado previamente através de cálculo amostral, estabelecendo de maneira fidedigna se há relação entre a AST orofaríngea e a o grau de sonolência diurna nos pacientes com AOS. Descritores: Apneia Obstrutiva do Sono, Faringometria Acústica, Diagnóstico. Referências 1 - Nascimento AP. Qualidade do sono e tolerância ao esforço em portadores de apneia obstrutiva do sono. Rev Bras Med Esporte. 2014; v. 20, n. 2, pp 115-118. 2 - Queiroz DLC, Yui MS, Braga AA, Coelho ML, Küpper DS, Sander HH, et al. Adherence of obstructive sleep apnea syndrome patients to continuous positive airway pressure in a public service. Braz J Otorhinolaryngol. 2014;80:126-30. 3 - SHOCHAT T, PILLAR G. Sleep apnoea in the older adult: pathophysiology, epidemiology, consequences and management. Drugs Aging. 2003; 20(8):551-60 4 – CAPLES SM, GAMI AS, SOMERS VK. Obstrutive Sleep Apnea. Annals of Internal Medicine, v. 142, n.3, 2005. 5 – BOARI, Letícia et al . Avaliação da escala de Epworth em pacientes com a Síndrome da apnéia e hipopnéia obstrutiva do sono. Rev. Bras. Otorrinolaringol., São Paulo , v. 70, n. 6, p. 752-756, Dec. 2004 . 6 - GELARDI, Matteo et al . Acoustic pharyngometry: clinical and instrumental correlations in sleep disorders. Rev. Bras. Otorrinolaringol., São Paulo , v. 73, n. 2, Apr. 2007. 7 - GOSEPATH J, BELAFSKY P, KALDEBANCH T, ROLFE KW, MANN WJ, RONALD G, AMEDEE RG. The use of acustic rhinometry in predicting outcomes after sinonasal surgery. Am J Rhinol 2000;14(2):97-100 8 - KAMAL I. Normal standart curve for acoustic pharyngometry. Otolaryngol Head Neck Surg 2001;124(3):323-30.