IMAGINAR PARA DIALOGAR: TEXTO LITERÁRIO E INTERCULTURALIDADE EM CLASSE DE LÍNGUA ESTRANGEIRA Mara Lucia Mourão Silva1 Provocando... Sabe-se que a classe de língua estrangeira representa uma ocasião favorável para um trabalho de contato com valores, costumes e representações que constituem as culturas. Apesar da variedade de estudos acerca do fenômeno produzido pela descoberta de uma língua estrangeira em suas dimensões linguísticas e culturais, a prática educativa nem sempre é o reflexo do avanço verificado no campo das pesquisas. O momento reservado ao diálogo intercultural em aula nem sempre recebe o tratamento devido, e não raro acaba se resumindo a uma simples enunciação de elementos e fatos quotidianos da comunidade linguística em questão. De fato, verifica-se que essa abordagem é insuficiente para promover no aluno uma ressignificação do que lhe foi apresentado, pois inviabiliza o processo dialético entre os elementos de sua cultura e os códigos culturais que impregnam a língua-alvo. Tal constatação pode levar a uma reflexão errônea de que o diálogo intercultural é um conceito de difícil aplicação em classe. Este artigo objetiva provocar uma reflexão acerca da perspectiva intercultural e sua aplicação nas mais variadas realidades e níveis de aprendizagem dos alunos no intuito de favorecer modos diferenciados de sensibilização à alteridade. Alguns dos eixos norteadores necessários para uma abordagem dinâmica da(s) cultura(s) também serão citados. Foi escolhido como ponto de partida a reformulação de algumas atividades já conhecidas do quotidiano escolar como por exemplo as atividades baseadas no uso do texto literário, favorecendo no caso específico do ensino do francês a percepção de imagens que emergem de universos culturais próprios à língua estrangeira. 1 Professor adjunto em língua francesa atuando no Instituto de Letras (Departamento de Línguas Estrangeiras e Tradução – LET) da Universidade de Brasília – UnB. O texto literário como espaço da imagem Partindo da abordagem antropológica que concebe a cultura como uma rede dinâmica de significados tecida pelo homem e que atua diretamente sobre ele, consideramos como pressuposto que a cultura é um sistema fecundo de essência complexa, pois se ao mesmo tempo ela é constituída de estruturas constantes, permite também a circulação e renovação infinita de seus elementos constitutivos, através da interação entre os sujeitos ao longo do tempo. Assim, essa auto-organização complexa e paradoxal da cultura, que implica em um misto de estabilidade e continuidade, manutenção e renovação é o que sustenta o fenômeno antropológico, garantindo a comunicação entre os mais variados interlocutores. Se tal interpretação se faz necessária, é porque as culturas são formadas, alimentadas e reatualizadas cotidianamente por redes narrativas simbólicas tecidas pelo próprio sujeito. Assim fazendo, o indivíduo tece uma interação tensa e intensa com os contextos culturais, justamente pelo fato de imprimir automaticamente a esse processo a influência de seu patrimônio individual: sua cultura, visão de mundo, paixões, vivências e origem. Efetivamente, a sensibilidade humana exerce o papel de medium, ou seja, um mediador atuante no eixo temporal, entre um passado, representado pelas tradições culturais e o futuro, representado pelo processo de resignificação que confere a essas mesmas tradições um sentido, uma razão a mais que justificaria a sua existência e perenidade. De certo modo, é a imaginação humana que atua no presente metafórico das relações inter e intraculturais, pois ela determina a permanência, explicação, transmissão ou até mesmo a extinção dos mais variados códigos culturais. Assim, a cultura como linguagen simbólica concreta é percebida pelo sujeito, que por sua vez a singulariza através do dinamismo criador de novas matizes. Esse processo de resignificação só é posssível pela força equilibrante do imaginário. Cabe então aos agentes atuantes no processo ensino-aprendizagem, sobretudo no âmbito das línguas estrangeiras, de despertar nos alunos esse processo de resignificação do que lhes é apresentado, como forma de legitimação de seu papel ativo na experiência intercultural, pois, como diz Vân Dung Nguyen, aprender uma língua consiste à ter um consenso entre a sua língua de origem e a língua estrangeira, à não rejeitar nem aderir sistematicamente à essa nova cultura, mas reconhecer e aceitar a diferença, pois o intercultural se apoia em um princípio forte e simples : « L’Autre est à la fois identique à moi et différent de moi » (« O Outro é ao mesmo tempo idêntico à mim e diferente de mim », NGUYEN, 2005, p. 77). Cada estratégia de ensino deve evitar o perigo de reduzir o aprendiz a um simples receptáculo de informações, mas devolver ao indivíduo, ou o levar a assumir, o papel de participante ativo do processo educativo, pois é através de sua singularidade e personalidade que ele atuará nas atividades propostas em classe e ganhará com o enriquecimento de seu capital simbólico. A literatura constitui um dos campos de atuação do imaginário humano na medida em que se articula como um vetor de imagens, possibilitando o compartilhamento e a compreensão de fenômenos simbólicos de um povo no decorrer da história humana. Segundo o antropólogo francês Gilbert Durand, cuja teoria é explicitada por Maria Zaira Turchi (TURCHI, 2003, p. 22-42), o imaginário é a maneira segundo a qual atuam as faculdades de percepção, reprodução e criação de imagens no sentido de construir o repertório de experiências sensíveis e inteligíveis de cada indivíduo no tecido social. Sem tecer um compromisso com o verdadeiro, mas com o verossímil, a literatura cria vínculos com a realidade, estabelecendo no entanto as suas próprias leis. O espaço literário é sem dúvida, um espaço que fascina pelas suas múltiplas possibilidades. Como afirma Blanchot, sobre o ato de escrever : C’est se livrer au risque de l’absence du temps, où règne le recommencement éternel. C’est passer du Je au Il, de sorte que ce qui m’arrive n’arrive à personne, est anonyme par le fait que cela me concerne, se répète dans un éparpillement infini. (« É se entregar ao risco de ausência de tempo, onde reina o recomeço eterno. É passar du Eu ao Ele, de maneira que o que acontece, não acontece com ninguém, é anônimo porque isso me concerne, se repetindo em um espalhamento infinito »BLANCHOT, 1955, p. 31). Dessa forma, o texto literário pode se tornar um aliado precioso do professor em classe de língua estrangeira, na medida em que permite uma decentração do foco principal da aula que é o ensino da própria língua. A literatura minimiza por um instante a focalização sobre o discurso próprio do aluno, que passa a ter em mãos um outro discurso além do seu. O texto literário tem o mérito de ativar reflexões em torno da carga semântica apresentada, seja ela uma afirmação, uma confirmação ou contradição do imaginário coletivo. Como vimos, essa relação não se baseia na gratuidade da admiração de um ou outro estilo, pois uma das virtudes do texto literário é justamente o seu poder de provocar outros discursos, sob a forma de convite aberto e que se renova a cada leitura de maneira infinita. O texto-resposta que dele resulta também guardará essa aura de anonimato, pois é dada a escolha de se falar de si mesmo ou de se abrigar nas asas de um personagem, objeto ou entidade. Sob esse entendimento, o texto literário na língua estrangeira carrega em sua essência um ativador intercultural, pois interpela automaticamente o leitor. No entanto, torna-se necessário que o professor tome algumas precauções para fazer compreender que a literatura, esse vasto terreno de criação incessante de figuras, formas e imagens mantém uma relação complexa com a cultura, mas que não é um espaço determinante e redutor de verdades. A grande rede de significados que emerge do texto apresentado em classe não permite uma generalização ou a formação de estereótipos com respeito à cultura do outro. Não basta ler um trecho de uma obra literária para se ter a certeza de conhecer o conjunto de crenças e valores de um povo. Igualmente, o condicionamento operado pela língua materna ou inicial incide diretamente sobre a percepção de valores, crenças e conhecimentos empíricos, tanto no que se refere ao indivíduo que produz o discurso, quanto ao sujeito receptor. Assim, a situação de criação do texto literário é tão importante quanto o contexto da recepção que o acolherá. Tal problemática tem o imaginário como pano de fundo, como elemento transversal e o desafio que se projeta é o de permitir ao aluno uma tomada de consciência dos fenômenos que interferem na compreensão ou no reconhecimento da singularidade de uma cultura estrangeira. Em outras palavras, mais que a tímida apresentação de textos de origens e estilos variados em aula, buscamos salientar aqui a importância da exploração do imaginário, um elemento capital nas relações de diálogo intercultural. Desse modo, apresentamos alguns exemplos de textos literários que retratam aspectos sócio-culturais que podem ser trabalhados em classe de francês língua estrangeira. É claro, nos retemos aqui mais ao emprego dos referidos textos em aula, e menos aos critérios de escolha dos textos segundo o gênero ou o nível de aprendizagem da classe, tema que merece por si só uma abordagem completa. Do texto à classe Convém aqui insitir no fato de que cada sujeito deixa uma marca individual sobre a maneira de perceber a sua própria cultura bem como a cultura do outro. Cada um parte de seus pontos de referência para falar de si e perceber o outro. Quando esses pontos de referência são insuficientes para chegar à uma primeira observação do outro, um processo automático de categorização pode se instaurar. O processo, baseado no princípio da redução de elementos visando uma máxima simplificação, pode facilitar a compreensão em determinados casos onde o mais importante é categorizar em linhas gerais em um curto espaço de tempo possível, e sem o imperativo da exatidão. Infelizmente, tal comportamento pode também levar ao estereótipo. O exercício da inversão da percepção e do olhar se faz necessário e pode estimular uma produção escrita bem variada da parte dos alunos. No romance Aux États-Unis d’Afrique (Nos Estados Unidos da África) do djiboutiano Abdourahman Waberi, a desigualdade do mundo fictício não é diferente daquela percebida no mundo real, mas apresenta uma diferença crucial : no romance, o país dominante não é a América, mas é formado pela união dos países africanos. O poder e a riqueza tornam os cidadãos dos Estados Unidos da África indiferentes frente ao destino de milhões de refugiados oriundos da sangrenta e pobre Euramérica que, tentando imigrar ilegalmente, acabam por naufragar nas praias africanas. O exercício de imaginação empregado aqui é a inversão de valores pré-estabelecidos de riqueza e pobreza de um continente, que contrasta com aqueles estabelecidos pela ordem mundial vigente. A simples leitura do texto já demanda um certo esforço da parte do aluno, sobretudo quando estados africanos sem projeção mundial nos dias de hoje, se erigem nessa ficção como potências econômicas, turísticas e científicas, multiplicando ainda mais os ganhos na forte moeda guinée. Esse cenário de abundância contrasta aqui com a miséria associada à cor branca da pele do carpinteiro suíço, o representante da classe operária que imigra por motivos econômicos ao rico continente africano: Plus vertigineux encore sont les flux de capitaux entre l’Érythrée et ses dynamiques voisins, tous membres de la fédération des ÉtatsUnis d’Afrique à l’instar de l’ancien royaume hamitique du Tchad riche en pétrole, de l’ex-sultanat de Djibouti qui brasse des millions de guinées et surfe sur son boom gazier ou de l’archipel de Madagascar, berceau de la conquête spatiale et du tourisme pour les enfants terribles de la nouvelle finance. Les golden boys de Tananarive sont à des années-lumière de la misère blanche du charpentier helvète. (« Mais vertiginoso ainda são os fluxos de capital entre a Eritréa e seus dinâmicos vizinhos, todos membros da federação dos EstadosUnidos da África, ao exmplo do antigo reino hamítico do Tchad rico em petróleo, do ex-sultanato de Djibouti que gera milhões de guinés e surfa sobre o seu boom de produção de gaz ou do arquipélago de Madagascar, berço da conquista espacial e do turismo para os terríveis empreendedores das novas finanças. Os golden boys de Tananarive estão à anos-luz da miséria branca do carpinteiro helvético », WABERI, 2006, p. 15-16). Vale a pena levar os alunos a perceberem que a estrutura de antítese e de separação que rege o texto é intencional, pois representa uma dura crítica à visão dicotômica e bipartida da organização mundial atual. A apresentação de textos desse tipo cumprem uma dupla função. De um lado, trata-se de uma função de alerta diante do perigo de uma inversão sistemática de todos os conceitos ou valores, que só fazem perpetuar os sentimentos de injustiça, pois o valor dominante acaba exercendo sempre um poder opressor. Por outro lado, se usado com parcimônia, tal recurso pode servir como um descondicionador de percepções, uma vez que focaliza os pontos comuns e não as diferenças entre os grupos. A leitura do texto em classe pode levar a produção de um texto ficcional em francês operando inversões semelhantes, como por exemplo, imaginar alguma região ou estado brasileiro como sendo o coração de uma grande potência econômica. A simplicidade da instrução é compensada pelo grau de dificuldade a enfrentar, que é o fato de explicar dados específicos de sua cultura a supostos leitores de língua francesa. A experiência nos mostra a importância da formação de pequenos grupos para a realização de atividades desse gênero, sobretudo no que se refere à manifestação de solidariedade e cooperação na hora do tratamento dos equívocos gramaticais que venham a surgir no texto final. De igual forma, os componentes do grupo se empenham na busca de ideias e abordagens originais, favorecendo a criatividade, a aprendizagem e a fixação de novos conceitos. O trabalho de grupo favorece a interação e a negociação entre os participantes através do debate e coloca em prática o diálogo com o Outro diferente. A prática pedagógica, se encarada como um processo de negociação cultural, leva à « promover análise das diferentes linguagens e produtos culturais, como também favorecer experiências de produção cultural e de ampliação do horizonte cultural dos alunos e alunas » (CANDAU, 2008, p. 35). Nessa perspectiva, grande parte do sucesso no diálogo intercultural se deve à competência de ler-se a si mesmo em sua identidade e poder transmitir ao outro os marcadores simbólicos que a sustentam. Assim, a competência intercultural é uma via de mão dupla, onde coexistem predisposição para se deparar com o outro, busca de compreensão da alteridade e descoberta de si. Para além dos mal-entendidos culturais Certos códigos considerados óbvios ou evidentes em um determinado grupo cultural podem não ser compreendidos nem assimilados por indivíduos oriundos de outros grupos. Assim, no contexto literário, a descrição de um simples aperto de mão, um hábito compartilhado ou um gesto que exprima agradecimento, recusa ou pedido pode passar desapercebido, e até mesmo ser mal interpretado, na ausência de um elemento equivalente na cultura do aluno. Nas relações interpessoais, quando zonas de fricção se formam entre dois ou mais interlocutores de origens diversas, surge o mal-entendido cultural, podendo evoluir para o choque cultural quando o problema não é absorvido. Assim, um trecho do romance Passage du poète (Passagem do poeta), do escritor suíço Charles Ferdinand Ramuz se concentra na explicação pelo narrador de um gesto cultural considerado banal que é o momento de servir o vinho : Et alors commence la cérémonie du vin toujours la même, qui est qu’on remplit d’abord le fond de son verre, ce qui est un surcroît de politesse au lieu d’être une impolitesse comme on pourrait le penser, parce que c’est pour s’assurer que le vin qu’on va offrir est digne de ceux à qui on l’offre. (« E então começa a cerimônia do vinho sempre a mesma, que é que se enche primeiro o fundo do seu copo, o que é um acréscimo de fineza ao invés de ser uma má-educação como se poderia pensar, porque é para se certificar de que o vinho que se vai oferecer é digno daqueles à quem se oferece » , RAMUZ, 1923, p. 288) Convém aqui lembrar que cada apresentação de obra não deve prescindir de sua contextualização. No caso da obra em questão, é importante ressaltar as escolhas feitas pelo autor no momento da representação escrita da oralidade. No âmbito desse artigo, não nos concentraremos nesse aspecto, mas sim na possibilidade de promover uma reflexão sobre a enorme constelação de gestos cotidianos que parecem simples no olhar de um autóctone, mas que podem representar um problema para um estrangeiro. Após uma breve escolha das convenções mais evocadas pela classe ou pelo professor, os grupos discutem a elaboração de um texto onde são explicadas as motivações, as intenções e os valores que permeiam cada uma. A competência mais valorizada nessa tarefa é a que permite ao indivíduo de traduzir por meio de palavras os gestos implícitos que fazem parte do seu cotidiano, sendo capaz de contornar uma situação constrangedora pela explicação de seu ponto de vista ou de compreender o ponto de vista do outro. Considerar-se como o Outro diferente permite relativizar o que antes era tomado como convicção plena e favorece uma aproximação à realidade dos outros. Tais atividades podem ter vários prolongamentos possíveis, podendo ser inseridas em um planejamento mais complexo, sendo enriquecidas ou diversificadas. A combinação dependerá, como já foi citado, do nível de aprendizagem dos alunos, dos textos apresentados e dos implícitos culturais escolhidos para o debate. Da leitura do outro à leitura de si Vale aqui ressaltar que a abordagem intercultural abrange mais que a utilização da comunicação verbal tratada nesse artigo. É evidente que outras formas de comunicação humana, como a corporal e a artística, são veículo de marcadores culturais e merecem também um tratamento privilegiado em uma classe de língua estrangeira. Mas uma das vantagens da utilização do texto literário é exatamente a sua qualidade de extrapolar os limites do espaço da criação. O texto pode nos revelar, para além da redução, a multiplicidade de horizontes que sustentam as relações interpessoais. Nesse ponto de vista, o educador tem diante de si uma preocupação primordial que é a de evitar a transmissão de modelos únicos e hegemônicos da cultura veiculados, por exemplo, pelos manuais de língua estrangeira. É necessário promover um processo de mediação para que os alunos possam interagir, procurando, a partir de seus respectivos referenciais culturais e das suas experiências, elaborar caminhos para enfrentar conflitos e problemas comuns. Tal como diz Reinaldo Matias Fleuri, « os próprios referenciais teóricos e culturais vão sendo transformados pelas pessoas que interagem, educando-se mutuamente », tendo como fontes de recursos « não apenas a cultura escrita, letrada, mas as culturas vivas que são produto e patrimônio de todas as pessoas e comunidades » (FLEURI, 2009, p. 109). Em guisa de conclusão, não foi o intuito desse artigo de estereotipar o intercultural, mas de pensar alternativas práticas que estimulem a disposição de conhecer o outro em suas diferenças e similitudes, agindo à partir do indivíduo e de seu olhar sobre a língua e a cultura estrangeiras. Referências bibliográficas BLANCHOT Maurice, L’espace littéraire, Paris, Gallimard, 1955. CANDAU Vera Maria, Multiculturalismo e educação : desafios para a prática pedagógica, In : MOREIRA Antonio Flávio, CANDAU Vera Maria, Multiculturalismo : diferenças culturais e práticas pedagógicas, 2. ed, Petrópolis, Vozes, 2008, p. 13-37. FLEURI Reinaldo Matias, Educação intercultural e a irrupção das diferenças, In : PEREIRA Maria Zuleideda Costa, CARVALHO Maria Eulina Pessoa de, PORTO Rita de Cassia Cavalcanti, Globalização, interculturalidade e currículo na cena escolar, Campinas, Alínea, 2009, p.101-112. NGUYEN Vân Dung, Les influences culturelles sur l’apprentissage du français : le cas des étudiants vietnamiens, In : BERTRAND Olivier, Diversités culturelles et apprentissage du français : approche interculturelle et problématiques linguistiques, Palaiseau, Éditions de l’École Polytechnique, 2005, p. 71-78. RAMUZ Charles Ferdinand, Passage du poète, Paris, Gallimard, 2005. TURCHI Maria Zaira, Literatura e antropologia do imaginário, Brasília, Editora UNB, 2003. WABERI Abdourahman, Aux États-Unis d’Afrique, Paris, JC Lattès, 2006.