Agressões físicas são mais frequentes em negros e
pobres, revela a Pesquisa do IBGE
Realizada com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) de
2009, o suplemento revela que 2,5 milhões de pessoas com 10 anos ou mais de
idade foram vítimas de agressão física no país, o equivalente a 1,6% da população
brasileira.
A maior parte das vítimas é homem (56,4%) entre 16 e 14 anos. Nessa faixa de
idade, 2,2% da população sofreram uma agressão. Entre 25 e 34 anos, 2%
também passou por essa situação.
Segundo a pesquisa, as agressões estavam ligadas à cor de pele. Do total de 6,9%
de pretos na população brasileira, 14% disseram ter sido vítimas de violência.
Dentre os pardos, que representam 44,16% da população, 12,1% foram
vitimizados. Dos brancos, 11,9% passaram por essa situação, sendo que esses
representam 48,22% da população.
Racismo
"Isso não é uma coincidência. É racismo", disse uma das coordenadoras da
organização não governamental Criola Jurema Werneck sobre os dados. "Esses
jovens estão em situação de vulnerabilidade porque suas mães, seus pais e os
outros negros estão ali. Porque as condições de direito e cidadania nunca foi
estendidas até eles", avaliou.
A condição de vulnerabilidade dos jovens negros também reflete o rendimento per
capita dos domicílios. O levantamento constatou que o percentual de pessoas
agredidas crescia em direção oposta à renda. Enquanto 2,2% dos agredidos
estavam na menor classe de renda (recebendo um quarto do salário mínimo), nas
classes com rendimentos superiores ao salário, estava 1%.
Acima da média nacional, as regiões Norte e Nordeste registraram um percentual
maior de vítimas, 1,9% e 1,8%, respectivamente. Nessas localidades, a proporção
de homens vítimas de violência foi de 2,4% e de 2,2%. Por outro lado, nas regiões
Sul e Sudeste onde menos pessoas sofrem agressões (1,4%), os homens
vitimizados eram 1,8% e 1,5% da população.
Do total de entrevistados pelo IBGE, entre setembro de 2008 e setembro de 2009,
a maioria dos agressores são desconhecidos das vítimas (39% dos casos). O
número de algozes conhecidos, porém, é de 36,2%. Em 12,2% dos casos, os
cônjuges foram citados, seguidos dos parentes (8,1%), policiais ou seguranças
particulares (4,5%).
Fonte: Agência Brasil
Download

Agressões físicas são mais frequentes em negros e pobres, revela a