CONFIABILDIADE A confiança tem 4 dimensões: Confiança Disponibilidade Confiabilidade Segurança A capacidade do produto disponibilizar suas funções quando necessário A capacidade do produto disponibilizar suas funções conforme especificado A capacidade do produto operar sem falhas catastróficas Probabilidade Probabilidade Julgamento da probabilidade: nível 1, nível 2, etc. Proteção A capacidade do produto se proteger contra dano acidental ou deliberado Julgamento da probabilidade: nível 1, nível 2, etc. • Qualquer produto está sujeito a falhas • Em alguns produtos, o efeito das falhas pode ser desastroso. Ex: operação de aeronaves • Eliminar ou reduzir falhas potenciais implicam em mais confiabilidade (vantagem competitiva) • Falhas de projeto. Ex: material inadequado; layout confuso • Falhas nas instalações / máquinas Ex: umidade; falta de manutenção • Falhas de pessoal. Ex: falta de treinamento • Falhas de fornecedores. Ex: qualidade; prazo de entrega • Falhas causadas pelos clientes. Ex: mau uso do produto Confiabilidade • Mede a capacidade de um sistema apresentar desempenho conforme o esperado durante um determinado período • É função de dois fatores: quantidade de componentes do sistema e confiabilidade de cada componente • Uma falha em um dos componentes pode fazer com que todo o sistema falhe pois são interdependentes Conceitos Fundamentais Falha: interrupção da capacidade de um item desempenhar a função requerida Perda da função requerida Parcial Completa Quanto a rapidez Gradual Repentina Quanto a Criticidade Crítica: Condições perigosas ou inseguras Causa grandes danos materiais Não-Crítica Métodos de Medição das Falhas 1. Taxa de falhas TF = freqüência com que uma falha ocorre 2. - Fórmulas de cálculo de TF TF = (nº de falhas/nº total de produtos testados) x 100; ou TF = nº de falhas / tempo de operação Tempo médio entre falhas • Significa que, em média, uma falha ocorre a cada “X” horas • TMEF = Tempo de Operação/Nº de falhas = 1/TF Disponibilidade Mede o grau em que o produto está pronto para funcionar Fórmula de cálculo de D D = TMEF/(TMEF + TMDR) TMEF = Tempo Médio Entre Falhas TMDR = Tempo Médio de Reparo do Produto Métodos para aumento da disponibilidade de um sistema Dado que D(t) = TMEF /(TMEF + TMDR), duas abordagens são possíveis: – Redução do TMEF (Tempo Médio Entre Falhas) através do projeto voltado à manutenibilidade; – Aumento do TMDR (Tempo Médio de Reparo) através do projeto voltado à confiabilidade. Projeto voltado à manutenibilidade • A manutebilidade de um sistema é afetada pela facilidade com que seus componentes são repostos em caso de falha; • A manutebilidade de um sistema pode ser aumentada através de: – Arranjos físicos: chegar fácil ao local do reparo; – Arranjos lógicos: método fácil para o reparo; • O TMEF é modelável pela distribuição lognormal: o logaritmo dos dados seguem uma distribuição normal Arranjos físicos para reduzir o TMEF (Tempo Médio Entre Falhas) • Acesso universal: – Menores distâncias, menores alturas, menos obstáculos, menos esforços para abrir o equipamento; • Reserva instalada – Ferramentas e peças no local de uso; • Diagnóstico remoto, via modem; • Redundância automática. Projeto voltado à confiabilidade • A confiabilidade de um sistema é afetada pela confiabilidade dos seus componentes e pelo tipo de interligação; • A interligação entre componentes pode ser serial, paralela, mista; • Para que se saiba qual componente reforçar, é necessário medir a importância de cada componente do sistema: o mais importante é prioritário para receber o reforço. Projeto voltado à confiabilidade • Algumas configurações intrinsecamente aumentam a confiabilidade: – Paralelismo: o último componente a falhar causa a falha; – Redundância: dois componentes tem a mesma função, porém um deles está apenas ativado, não está operacional; – Residente ou stand-by: dois componentes tem a mesma função, porém um deles só é ativado quando o outro falha; • Exemplos: – Lâmpadas: são ligadas em paralelo; – Alimentação elétrica e No-break são redundantes: o no-break está ativo, mas só entra em operação se a alimentação falha; – Alimentação elétrica e gerador: o gerador só é ativado e só entra em operação se a alimentação elétrica falha. Mecanismos para a detecção de falhas – Verificações no produto (ex: opinião do cliente durante o uso) – Teste de funcionais – Entrevistas de saída (opinião do cliente) – Pesquisas telefônicas; questionários – Grupos de Foco (opiniões de grupos de clientes) – Dados de assistência técnica Causa da Falha Causa da Falha: Especificação da espessura da camada de zincagem pequena Mecanismo da Falha Modo de Falha Mecanismo da Falha: Modo de Falha: Umidade ambiente combinada com as tensões de uso, ativa o mecanismo de falha por corrosão Quebra do parafuso Curva da Banheira Número de Falhas Falhas de Infância Estabilidade das Falhas Falhas de Velhice Tempo de Uso CONFIABILIDADE Estrutura da bomba de insulina Reservatório de insulina Caixa de agulha Sensor Display 1 Bomba Relógio Controlador Alarme Display 2 Suprimento de energia Modelo de fluxo de dados da bomba de insulina Sangue Parâmetros do Sangue Sensor de açúcar no sangue Análise de açúcar no sangue Nível de açúcar no sangue Cálculo de insulina necessária Insulina Bomba de insulina Comandos de controle da bomba Controlador de insulina fornecida Insulina necessária A teoria da confiabilidade foi desenvolvida no início do século XX, pela indústria aeronáutica, tem sido amplamente utilizada pela indústria eletrônica e automobilística. Etapas: 1. Determinar os componentes que são mais “críticos “em um determinado produto, ou seja: aqueles que apresentam um histórico de falhas significativo ou desempenham uma função vital; 2. Obter amostra no estoque ou diretamente das linhas de montagem; 3. Executar testes: Paramétricos: medições dimensionais; Mecânicos: Vibração e resistência (tração, compressão, ... ); Ambientais: temperatura (ciclagem térmica), Choque térmico (atmosfera salina - salt spry ou kesternich). 3.Executar testes: De vida: normalmente fica muito difícil obter resultados quando o componente trabalha em suas condições normais, o teste seria muito longo. A alternativa é submeter este componente a condições de stress mais alta, para que possa falhar num período de tempo mais curto, ou seja executar testes acelerados. Teoria dos testes acelerados: um mesmo componente trabalhando em condições normais, ou em condições de stress, ira apresentar o mesmo mecanismo de falha. A única diferença é que as coisas acontecem mais rápido; 4. Avaliar os resultados dos testes; 5. Calcular através do resultado dos testes: Distribuição mais adequada ( normal, lognormal, exponencial, ... ) Modelo de Aceleração Fator de Aceleração Taxa de Falhas Vida Média Vida Útil Fases da Curva da Banheira 6. Se houver problemas: Analise de falha; Ações no vendedor; Mudança no Processo de homologação e avaliação de fornecedores. 1. Um ensaio de ciclagem térmica na condição - 40oC / 150oC, realizado sobre 70 transistores Darlington de potência, em encapsulamento plástico, formeceu os seguintes resultados: Ciclos 22 48 72 100 Falhas Acumuladas 2 5 17 26 1.1 - Usando o papel de probabilidade verifique se os dados adaptam-se à distribuição normal. 1.2 - Qual é a vida mediana na condição do ensaio ? 1.3 - Quantos ciclos são necessários para que 90% da população falhe ? Ciclos 22 48 72 100 Falhas Acumuladas 2 5 17 26 Probabilidade 2,86% 7,14% 24,29% 37,14% 100,00% 90,00% 80,00% 70,00% 60,00% 50,00% 40,00% 30,00% 20,00% 10,00% 0,00% 0 100 200 300 400 500 100,00% 90,00% 80,00% 70,00% 60,00% 50,00% 40,00% 30,00% 20,00% 10,00% 0,00% 0 100 120 200 300 400 500 100,00% 90,00% 80,00% 70,00% 60,00% 50,00% 40,00% 30,00% 20,00% 10,00% 0,00% 0 100 168 200 300 400 500 2. Dez protótipos de escapamento de automóvel foram testados até a falha, tendo sido registrados os seguinte valores em Km: 31.175, 38.033, 24.791, 40.102, 42.913, 33.871, 45.218, 35.338, 28.427, 48.203. As falhas são todas provocadas pelo mesmo mecanismo de desgaste, de origem mecânica. Usando o papel de probabilidade normal, que porcentagem de falha é esperada ocorrer dentro de uma garantia de 20.000 Km ? Qual é a vida média estimada a partir do gráfico ? Km 24791 28427 31175 33871 35338 38033 40102 42913 45218 48203 Falhas 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Probabilidade 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00% 70,00% 80,00% 90,00% 100,00% 100,00% 90,00% 80,00% 70,00% 60,00% 50,00% 40,00% 30,00% 20,00% 10,00% 0,00% 0 10000 20000 30000 40000 50000 3.Durante a operação comercial de uma frota de 65 veículos, falhas do cabo de velocímetro foram registradas nos seguintes Km: 2.117, 5.358, 7.750, 8.265, 10.715, 11.172, 12.511, 13.511, 13.876 e 10.584. A análise das falhas revelou a presença de um mesmo mecanismo de desgaste em todas. Nenhum veículo apresentou mais de uma falha, e as informações foram coletadas até 25.000 Km. Analise os resultados em um papel normal responda: Qual a garantia que a empresa pode oferecer, sabendo que um veículo comercial roda em média 5.000 Km por mês ? O que você recomendaria para melhorar esta garantia sabendo que cada cabo substituído na garantia custa R$ 245,00 e que a empresa vende em média 6.500 cabos/mês deste modelo e similares ? Km 2117 5358 7750 8265 10584 10715 11172 12511 13511 13876 Falhas 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Probabilidade 1,54% 3,08% 4,62% 6,15% 7,69% 9,23% 10,77% 12,31% 13,85% 15,38% 100,00% 90,00% 80,00% 70,00% 60,00% 50,00% 40,00% 30,00% 20,00% 10,00% 0,00% 0 10000 20000 30000 40000 50000 Conclusões • Nenhum sistema é 100% correto ! • O impossível acontece mesmo [Murphy’s Law] ! • Sistemas críticos devem ser tolerantes a faltas ! • Confiabilidade deve ser pensada desde o início ! • Credibilidade é importante … • … e talvez um dia o Murphy esteja errado