MESTRADO ESTUDOS DE CULTURA CONTEMPORÂNEA O MOVIMENTO FUNK E SUA PRESENÇA NO CENÁRIO CONTEMPORÂNEO ELIZABETE ANGELA PARO O objetivo central desta pesquisa é analisar por que o funk é estigmatizado, e por quais vias, fazendo uma reflexão sobre sua presença no cenário contemporâneo através das novas formas de representação social que este expõe. Elemento cultural que desvia o olhar e desestabiliza o discurso hegemônico, o funk é fruto de hibridações culturais, pois é resultado de reapropriações já utilizadas anteriormente em outros contextos sócio-culturais e possibilita novas propostas de políticas sociais, revelando contradições e necessidades trazidas pelos sujeitos. O funk funciona como proteção de uma estrutura social excludente pela forma como tem modificado antigos padrões, trazendo à tona sua relação com o obsceno, com a sexualidade, sexualidade feminina, erotismo, pornografia, perversidade e grupos subalternos. O funk foi incorporado à nossa cultura musical que, além de entretenimento, já tinha a intenção de conscientização política dos negros, passando depois a ser mais ligado à celebração da sexualidade livre do que a temas declaradamente políticos. Adotando como método de pesquisa a análise de conteúdo numa abordagem colonial/decolonial, discutiremos sua origem contrapondo os conceitos de gosto, trazendo ferramentas de desnaturalização da ideia de que gosto não se discute. Outra importante questão a ser discutida é considerar esses dois pontos: quem fala e de onde fala, levando em conta a cultura, o tempo histórico e sua localização. Analisaremos ainda o funk através do ponto de vista artístico-cultural, pois se trata de um gênero que conseguiu apresentar características musicais e textuais novas, passando a circular internacionalmente enquanto gênero musical e tornando -se o elemento cultural mais expressivo da alteridade constituída nas favelas cariocas quando recoloca a periferia no centro da difusão cultural. PRÓ-REITORIA DE ENSINO DE PÓS-GRADUAÇÃO VI MOSTRA DA PÓS-GRADUAÇÃO/2014