Material Técnico Papaína ______________________________________________ Identificação Fórmula Molecular: Não aplicável Peso molecular: Não aplicável DCB / DCI: 06821 - papaína CAS: 9001-73-4 INCI: Não aplicável Denominação botânica: Não aplicável Sinonímia: Papaína; Papaina; Papayotin. Descrição / especificação técnica: Pó amorfo branco à castanho claro com uma atividade de no mínimo 6000 U/mg da enzima papaína. Propriedades: É uma enzima proteolítica obtida do mamão, Carica papaya, As propriedades da papaína são conhecidas na redução do edema, ou como anti-inflamatório, antitrombose e analgésico, assim como a sua ação proteolítica. Para uso oral auxilia na digestão de proteínas em pacientes com dislepsia crônica e gastrite. Composição: Substância isolada. Aplicações Indicações: • Tratamento da doença de Peyronie por sua ação proteolítica nas bordas das placas fibróticas; • Tratamento de úlceras de pressão, varicosa, úlcera diabética, queimaduras, feridas pós-operatórias, feridas traumáticas ou infectadas e deiscência de sutura. Posologia / concentração: A unidade USP de papaína é a atividade que libera o equivalente a 1mcg de substrato (1mcg de tirosina) sob determinadas condições de ensaio. Considerando que a especificação utilizada é da USP a papaína teria a potência de 6000 UI/mg. Dose posológica: 50 a 100mg Dose diária usual: 100 a 200mg Na terapêutica de feridas, a papaína é utilizada sob várias formas farmacêuticas, como pó, gel, creme e solução na concentração de 2 a 5%. Outras concentrações podem ser utilizadas como 10% para tecidos com necrose e de 4 a1% para tecido fibrinoso ou de granulação14. Ao contrário do que muitos pensam, a papaína pode ser utilizada durante todas as fases da cicatrização, variando apenas sua concentração. Via de administração: Uso oral e tópico. Solução magistral: • Possibilidade de administração de doses diferenciadas de acordo com a patologia a ser tratada; • Possibilidade de associações de fármacos para promover melhores resultados; • Possibilidade de formas farmacêuticas diferenciadas para melhorar a biodisponibilidade e promover a adesão dos pacientes. Formulações Propriedades • Tratamento tópico de úlcera em pé diabéticos Papaína .....................................................................2% • Fitalite™..........................................................qsp 100g Posologia: Aplicar tópica três vezes ao dia por 4 semanas. • Tratamento má digestão Papaína...................................................................50mg Drcaps™.....................................................................1un Posologia: Tomar 1 Drcaps™ ao dia. Anti-inflamatória; Cicatrizante. Digestivo. Referências científicas Estudos clínicos / Estudos pré-clínicos: Moneta2 descreve o uso de papaína e mamão em 15 pacientes. O número de indivíduos em cada grupo não foi apresentado. A papaína foi diluída em recipiente não metálico, protegida da luz da seguinte forma: uma colher de café rasa da enzima para cada 50ml de água bidestilada, embebendo gazes nesta solução e colocando-os sobre as feridas. Quando a fruta foi usada, a mesma foi lavada e aberta com faca de plástico; foram retiradas as sementes e a casca e aproveitada a polpa raspada. As feridas foram limpas com solução salina ou água e a polpa foi colocada sobre as lesões. A média de idade dos 15 indivíduos variou de 20 a 76 anos; o estudo envolveu 24 feridas desses clientes, das quais 20 tinham necrose. Da amostra, cinco tiveram suas feridas cicatrizadas, cinco receberam alta por estarem com suas feridas quase completamente cicatrizadas, dois foram encaminhados para a plástica, dois morreram e um abandonou o tratamento. Nenhum paciente apresentou reações alérgicas, embora um tenha relatado sentir queimação. Farmacologia Estabilidade: Informação não disponível nas referências consultadas. Mecanismo de ação: Regula a função dos mastócitos, reduzindo a capacidade de produção de citocinas e fatores de crescimento, encurtando a fase inflamatória e limitando a proliferação de miofibroblastos e deposição de colágeno. O excesso de mastócitos produz fatores de crescimento, tais como TGFbeta, que vai finalmente proporcionar contração, formação cicatricial e proliferação de miofibroblastos. Parece que o principal mecanismo de ação da papaína é a regulação das citocinas IL-6, que têm um papel fundamental no reparo e na regeneração tecidual. Efeitos adversos: Efeitos sobre os olhos e extenso acometimento da parede do esôfago. A papaína faz parte da relação de substâncias potencialmente alergências e/ou irritantes. Contraindicações / precauções: A enzima papaína pode induzir respostas alérgicas severas em pessoas sensíveis. Farmacotécnica Equivalência: Não aplicável. Concentração / Diluição (fabricante): Não aplicável. Solubilidade: Solúvel em água, praticamente insolúvel em álcool, praticamente insolúvel em clorofórmio e insolúvel em éter. Excipiente sugerido: Recomenda-se o uso das Drcaps™. pH estabilidade (produto final): Não aplicável. Orientações farmacotécnicas: Informação não disponível nas referências consultadas. Incompatibilidades: Informação não disponível nas referências consultadas. Conservação / armazenamento: Armazenar na embalagem original devidamente fechada, em ambiente sob refrigeração. Referências bibliográficas 1. Martindale, 6th edition. 2. Ferreira, Anderson. Guia prático de farmácia magistral. Volume 1, 4ª edição. 3. Monetta L. Análise evolutiva do processo de cicatrização em úlceras diabéticas, de pressão e venosas com uso de papaína [dissertação de mestrado]. São Paulo: Universidade de São Paulo; 1998. 4. De Paola MVRV, Rodrigues LB, Dazzi C, Yamamoto JK, Kaneko TM. Avaliação da estabilidade da solução de papaína 2% p/v pelo método da coagulação do leite. Farmácia & Química 1999; 32(4):813. 5. Ferreira, Adriano et al. Literature review on nursing clinical studies: the use of papain for the treatment of wounds. R Enferm UERJ 2005; 13:382-9.