INSTITUTO DE ARTES E DESIGN
DEPARTAMENTO DE MÚSICA E ARTES CÊNICAS
CURSO DE TEATRO - LICENCIATURA
Teatro na educação I
Jogo teatral, jogo dramático e
drama como método de ensino
Profa. Marina de Oliveira
semestre 2009 - 02
“ A imitação é o primeiro estágio na criação
da individualidade, e quanto mais rico for
o campo de ação para a imitação mais
rica será a individualidade desenvolvida.”
(Sir Percy Nunn, 1922)
Jogos dramáticos
- Duas influências:
Francesa
Léon Chancerel (1886-1965) = homem de teatro que
trabalhou com Jacques Copeau.
Jean-Pierre Ryngaert
- O jogo dramático no meio escolar (1977)
- Jogar,representar (1985)
Inglesa
Peter Slade (1912 – 2004)
- Child drama (1954)
- O jogo dramático infantil (1978)
Peter Slade
Para o inglês, o jogo dramático não é
uma atividade propriamente artística,
sendo um comportamento natural dos
seres humanos.
Apesar de atividade inerente às crianças, todavia, o jogo
pode ser organizado, proposto pelos adultos com objetivos
educacionais dirigidos.
Nesse sentido, o jogo não é entendido como linguagem
cênica (não há relação palco-plateia), mas como valioso
formador da personalidade das crianças.
Jogo dramático na
França
Constitui uma atividade grupal, em que o indivíduo elabora
por si e com outros as criações cênicas, valendo-se das
apresentações no interior das oficinas como um meio de
investigação e apreensão da linguagem teatral.
Trata-se, também, de um instrumento de análise do
mundo, em que as situações cotidianas são vistas e
revistas, moldadas e modificadas no jogo, e o indivíduo
pode sempre parar, voltar atrás e tentar de novo.
(DESGRANGES, 2006: 95)
Jogos teatrais
A norte-americana Viola Spolin (19061994) foi a primeira a sistematizar e
refletir acerca dos jogos teatrais.
Seu trabalho baseia-se, em parte, na
experiência que teve com Neva
Boyd, educadora que introduziu
jogos recreativos e danças
folclóricas para imigrantes, no
período da grande depressão, em
Chicago, a partir de 1924.
Principais livros de Spolin:
-Improvisação para o teatro (1963)
traduzido no Brasil, em 1978, por Koudela.
- O jogo teatral no livro do diretor (1999)
- Jogos teatrais: O fichário de Viola Spolin
(2001)
Elementos básicos do jogo:
- Jogadores e platéia;
- Foco;
- Instrução;
- Avaliação;
- Pontos de observação.
Aspectos importantes do jogo
- Diferença entre “mostrar” e “contar”;
- A corporificação do
“onde”, “o que” e “quem”.
O drama como método de
ensino
De origem inglesa (Dorothy Heathcote) , é
introduzido, no Brasil, por Beatriz Ângela Vieira
Cabral (Biange), na década de 1990.
Para Biange:
O drama como método de ensino é um modo ativo de
aprender. Um instrumento de aprendizagem interdisciplinar,
que estimula e é estimulado pelas demais matérias. Sua
particularidade reside no fato de envolver o aluno com áreas
complexas da experiência humana, uma vez que sua
natureza tem a ver com o descobrir e redescobrir novas
dimensões do material sendo investigado.
O livro Drama como método de ensino (2006)
reflete acerca do trabalho desenvolvido por
Biange, em parceria com UDESC, UFSC e rede
de ensino pública de Florianópolis.
- O foco da pesquisa são as leituras e imagens do meio
ambiente através do drama.
- Conceitos como “processo”, “pré-texto”, “episódios”,
articulados através da intervenção de um “professorpersonagem” possibilitam a exploração e descoberta
coletiva de conhecimentos interdisciplinares.
Fontes:
• CABRAL, Beatriz A.V. Drama como método de ensino. São Paulo:
HUCITEC, 2006.
• DESGRANGES, Flávio. Pedagogia do teatro: provocação e dialogismo. São
Paulo: HUCITEC, 2006.
• KOUDELA, I.D. Jogos Teatrais. São Paulo: Perspectiva, 1984.
• PIAGET, J. A formação do símbolo na criança. Rio de Janeiro: Zahar, 1971.
• RYNGAERT. Jean-Pierre. Jogar, representar: práticas dramáticas e
formação. São Paulo: Cosac Naify, 2009.
• SLADE, Peter. O jogo dramático infantil. São Paulo: Summus, 1978.
• SPOLIN, Viola. Improvisação para o teatro. São Paulo: Perspectiva, 1987.
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