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FACULDADES INTEGRADAS VIANNA JUNIOR
Curso Superior de Tecnologia em Gestão Ambiental
Av. dos Andradas, 415 – Juiz de Fora/MG
www.viannajr.edu.com.br
-AutoresJorge Eduardo dos Santos
Av. Santa luzia, 40 – Cs: 06
Juiz de Fora/ MG – Cep: 36030-450
E-mail: [email protected]
Angélica Cosenza Rodrigues
E-mail: [email protected]
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RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL: compromisso com a mudança
social ou filantropia?
Jorge Eduardo dos Santos1
Angélica Cosenza Rodrigues2
RESUMO
O presente artigo visa analisar pressupostos teóricos de estudos sobre gestão ambiental e
responsabilidade social, elaborar um breve histórico sobre a crise ambiental mundial e o
posicionamento empresarial diante dela, analisar as estratégias de responsabilidade social e
sistemas de gestão ambiental. O objetivo geral deste trabalho é compreender a implantação
de ações sustentáveis no processo produtivo das empresas, o que levam as mesmas a adotarem
esse tipo de medida: compromisso social ou filantropia?
PALAVRAS-CHAVES: Meio ambiente. Responsabilidade social. Gestão ambiental.
INTRODUÇÃO
Com o aumento da complexidade dos negócios, principalmente em decorrência do
processo de globalização e da velocidade das inovações tecnológicas e de informação, impõese ao empresariado nacional uma nova maneira de realizar suas transações. Deste modo, as
empresas buscam cada vez mais investir em novos processos de gestão ambiental e
responsabilidade social, sempre visando obter diferenciais competitivos. Portanto, faz-se
necessário a utilização de tecnologias que permitam sistemas empresariais viáveis,
socialmente aceitáveis e ambientalmente corretos.
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Alu n o do C u r s o de G e s t ã o A m b i e n t a l do In stit u t o Via n n a Jú n i o r
Biól o g a , M e s t r e e m Ed u c a ç ã o A m b i e n t a l pel a U F J F , pr o f e s s o r a do C u r s o de G e s t ã o A m b i e n t a l do
Instit u t o Via n n a Jú n i o r
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Apesar de ser um tema recente, as discussões sobre responsabilidade social ganham
cada vez mais espaço na atualidade. Cobra-se cada vez mais “responsabilidades” das
empresas, exigindo que elas não só assumam o papel de produtoras de bens e serviços, mas
que também se comprometam com a qualidade de vida das comunidades do entorno a suas
instalações, e zelem pelo bem-estar de seus colaboradores, da sociedade em geral,
contribuindo assim para um meio ambiente mais saudável.
A complexa relação entre empresa, sociedade e meio ambiente, acaba por definir uma
grande importância no estudo da responsabilidade social empresarial, uma relação que inclui
governos, ONGs, a sociedade e o próprio meio ambiente; levando-nos a refletir sobre a real
função das empresas na sociedade e quais ações devem ser tomadas no setor empresarial para
reduzir os impactos negativos causados por suas ações e potencializar os impactos positivos
atuantes na sociedade como um todo.
A QUESTÃO AMBIENTAL E O AMBIENTALISMO EMPRESARIAL
As últimas duas décadas de nosso século vêm registrando um estado de profunda
crise global, uma crise de valores distintos que afeta diretamente todos os segmentos sociais
(CAPRA, 2006), segundo o referido autor, é uma crise complexa, multidimensional, cujas
facetas afetam todos os aspectos de nossa vida; as relações humanas, a saúde, a qualidade do
meio ambiente e das relações sociais, a tecnologia e a política. A crise ambiental da qual se
refere, nos impõe um desafio natural e ao mesmo tempo social. Ou mudamos nossos hábitos
de consumo, ou esgotaremos todas as formas possíveis de vida no planeta terra.
A questão ambiental vai além da necessidade de dar embasamento ecológico aos
processos de produção, de inovações tecnológicas para reciclagem, da incorporação de
normas ecológicas aos agentes econômicos, ou até mesmo de valorizar o patrimônio de
recursos naturais e culturais para a transição a um desenvolvimento sustentável. Os problemas
ambientais contemporâneos para Leff (2001) são sinais eloqüentes da crise do mundo
globalizado. A crise ambiental, segundo este autor, vem questionar a racionalidade e os
paradigmas teóricos que impulsionam e legitimam o crescimento econômico mundial, mas
que ameaçam suas próprias bases de sustentação e de sobrevivência. Tal constatação revela
um processo que transcende os contornos de uma crise ecológica e aponta para uma crise
civilizatória de amplas dimensões.
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A sobreposição da razão tecnológica sobre a organização da natureza, a racionalidade
econômica que sobrevaloriza o lucro em detrimento da vida, o consumo exacerbado faz com
que todas as coisas se tornem objetos a serem consumidos; devorados e descartados
rapidamente, representam alguns aspectos de nossa civilização que denotam que os problemas
ambientais são complexos e já não se resolvem somente pelas respostas tecnológicas. O
princípio da sustentabilidade surge no contexto da globalização como a marca de um limite e
um sinal que pode reorientar o processo civilizatório da humanidade.
Apesar do movimento ambientalista, enquanto movimento social global emergir na
década de 60, o setor empresarial iniciou sua inserção nesse movimento a partir da década de
90, sobretudo a partir da II Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento, a RIO-92. Nesta Conferência, o conceito de desenvolvimento sustentável,
esboçado anteriormente no Relatório Brundtland em conseqüência da Conferência de
Estocolmo em 1972, foi ampliado: a implantação do desenvolvimento sustentável em larga
escala tornou-se a linha ideológica norteadora das discussões ocorridas no evento. Na
conferência, foram examinadas estratégias de desenvolvimento através de uma série de
acordos e compromissos entre os diferentes governos do mundo. A Rio-92 contou com a
participação de 175 países e 180 chefes de estado e governo, reunidos para articular regras e
compromissos, na tentativa de construção de um novo modelo de apropriação e gestão dos
recursos naturais.
O principal documento oficial produzido na Rio-92, a “Agenda 21”, foi fruto de
muitas discussões em torno de temas como energia, tecnologia, comércio internacional,
pobreza, população, oceanos, florestas e muitos outros, propondo ações estratégicas e
estabelecendo metas a curto, médio e longo prazo para o alcance de uma realidade ambiental
mundial sustentável no século XXI. Após a Rio-92, novas visões dos processos produtivos
passam a ser considerados no segmento empresarial. São indicadores do interesse das
empresas, segundo Almeida (2003): 1) o crescimento do número de certificações ISO 14001;
que atestam o cumprimento de requisitos legais no gerenciamento ambiental da empresa, 2) a
Lei de Crimes Ambientais (1998) que tipificou como crime vários itens antes considerados
apenas contravenções e tornou a pessoa jurídica passível de indiciamento criminal por danos
ao meio ambiente e 3) as vantagens competitivas no mercado, uma vez que a responsabilidade
é vista pelos consumidores como elemento distintivo de confiabilidade e valor da empresa e
sua marca.
O setor empresarial ganhou destaque no movimento ambientalista, defendendo o
modelo de desenvolvimento sustentável. Desde seu surgimento no movimento ambientalista
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até os dias atuais, ele transitou de vilão da ecologia à condição de um suposto amigo do verde.
O discurso empresarial verde anuncia uma mudança no estilo de desenvolvimento
convencional, assumido como extremamente poluidor, e aposta na incorporação de princípios
ecológicos agregados ao modo de produção industrial. Alguns autores como Layrargues
(2000) e Leis (1999) consideram que, na história da burguesia, os valores capitalistas
tradicionais foram permanentemente renovados e legitimados. Para os autores, isso explica a
transição ideológica do discurso empresarial. É válido imaginar que a nova burguesia global
esteja assimilando o ambientalismo como uma forma de atualizar sua visão de mundo, de
mãos dadas com a lucratividade do mercado verde. Layrargues (2000) esclarece os interesses
dos empresários pela questão ambiental quando diz que:
O pano de fundo dessa questão advoga que o setor empresarial vem
promovendo uma mudança desde o início da década de 90, quando assumiu
uma atitude positiva para com o meio ambiente, mas não mais
compulsoriamente, por causa da rigidez da legislação ambiental, e sim,
voluntariamente, por vislumbrar oportunidades de negócio, ao agregar a
variável ambiental na dimensão empresarial (LAYRARGUES, 2000, p.84).
O interesse pelo desenvolvimento da qualidade ambiental no setor empresarial não se
faz por nenhum projeto transformador no qual as relações sociais e econômicas estariam
embasadas em uma nova racionalidade: a ecológica. Ao contrário, o núcleo central dos
valores da sociedade capitalista tais como o individualismo, o mercado, a produtividade
máxima e a competição continua inalterado. A racionalidade por detrás do discurso
empresarial continua sendo a econômica (LAYRARGUES, 2000).
RESPONSABILIDADE SOCIAL E MEIO AMBIENTE
A responsabilidade social corporativa é um tema recente, polêmico e dinâmico, o
principal argumento desta definição é o reconhecimento de que as companhias têm impacto
significativo e interferem na sociedade ao desenvolverem suas atividades, porém há grande
dificuldade em se definir onde é o limite entre público e o privado no campo de atuação
empresarial (TENÓRIO, 2004). Apesar de existir várias definições para o tema,
responsabilidade social diz respeito ao cumprimento dos deveres e obrigações dos indivíduos
e empresas para com a sociedade em geral.
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Diante das recentes mudanças no mundo empresarial e capitalista em que vivemos; em
decorrência do processo de globalização, da velocidade das inovações tecnológicas e da
informação, o empresariado nacional passa a assimilar novas práticas de mercado, moldando
assim novas maneiras de realizar suas transações. Além disso, as crescentes disparidades e
desigualdades de nossa sociedade obrigam a repensar o desenvolvimento econômico, social e
ambiental (ASHELEY, 2003).
As companhias estão sendo incentivadas agora e, cada vez mais, pela administração
pública e pelos seus stakeholders3 a focalizar seus impactos ambientais e sociais. A
preocupação com valores, meio ambiente, a ética, a geração de emprego e renda e o próprio
desenvolvimento sustentável, levaram as empresas a trabalhar de forma sistêmica as questões
sociais em consonância com o planejamento e as estratégias adotadas de sustentabilidade dos
negócios e da sociedade.
Baseado nessa nova postura adotada pelas empresas surge a responsabilidade social
corporativa, que emerge para responder a esse crescente desafio a sustentabilidade. Governos,
empresas e sociedade organizam-se para trazer novas respostas visando um desenvolvimento
sustentável que englobe tanto os aspectos econômicos como os sociais e ambientais
(ASHELEY, 2003).
Figura 1 – Desenvolvimento Sustentável – Tripé da sustentabilidade empresarial
Fonte: www.copesul.com.br
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Pe s s o a s , instit u i ç õ e s ou e m p r e s a s qu e, de alg u m a m a n e i r a , sã o influ e n c i a d a s pel a s aç õ e s de u m a
or g a n i z a ç ã o .
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De acordo com Ascheley (2003, p. 3), o mundo empresarial vê na responsabilidade
social, uma nova estratégia para aumentar seu lucro e potencializar seu desenvolvimento.
Talvez essa tendência decorra da maior conscientização do consumidor, que cada vez mais
adere à compra de produtos ecologicamente corretos e práticas empresariais sustentáveis.
Mas afinal, o que é a responsabilidade social? Tal expressão suscita uma série de
interpretações. Para alguns, representa a idéia de responsabilidade ou obrigação legal; para
outros, é um dever, que impõe às empresas padrões mais altos de comportamento que os do
cidadão médios (ASHELEY, 2003, p. 5). No entendimento de D Ambrosio e Mello (apud
Tenório, 2004, p. 32), a responsabilidade social de uma empresa consiste na sua decisão de
participar mais diretamente das ações comunitárias na região em que está presente e minorar
possíveis danos ambientais decorrentes do tipo de atividade que exerce. Nessa perspectiva, o
conceito de responsabilidade social corporativa é entendido como um compromisso da
empresa com a sociedade na busca da melhoria da qualidade de vida da comunidade
(TENÓRIO, 2004).
RESPONSABILIDADE SOCIAL: COMPROMISSO COM A MUDANÇA OU
FILANTROPIA?
O empresariado nacional vê na responsabilidade social, uma nova oportunidade para
aumentar cada vez mais os lucros e potencializar seu desenvolvimento. Como já discutido
anteriormente, ações como filantropia empresarial, cidadania empresarial e a própria
responsabilidade social corporativa, são utilizadas pelas empresas como forma de agregar
valor social às suas atividades e melhorar a imagem da empresa perante seus stakeholders.
(TENÓRIO, 2004).
A partir da década de 90, houve uma considerável conscientização no sentido das
organizações poderem e deverem assumir um papel mais amplo dentro da sociedade. A
responsabilidade social leva, no âmbito interno da empresa, à constituição de uma cidadania
organizacional e, no âmbito externo, à implementação de direitos sociais (ASHELEY, 2003).
Hoje, já se sabe que muitas ações ligadas à responsabilidade social empresarial beneficiam
diretamente a empresa com melhoria da marca, aumento da reputação, conquista de novos
mercados e/ou fidelização de clientes (OLIVEIRA, 2008). Asheley (2003) discorre a respeito:
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O conceito de responsabilidade social corporativa, com forte
conotação normativa e cercada de debates filosóficos sobre o dever
das corporações em promover o desenvolvimento social, passou a ser
acompanhado, na década de 1970, do termo responsividade social
corporativa. A partir desse novo conceito já havia a necessidade de
construção de ferramentas teóricas que pudessem ser testadas e
aplicadas no meio empresarial. As perguntas passaram a ser sobre
como e em que medida a corporação pode responder a suas obrigações
sociais, já consideradas um dever da empresa (ASHELY, 2003 p. 51).
Nesse novo paradigma, Almeida (2002) diz que a idéia é de integração e interação,
propondo uma nova maneira de olhar e transformar o mundo, baseada no diálogo entre
saberes e conhecimentos variados. No mundo sustentável, uma atividade – a econômica, por
exemplo – não pode ser pensada ou praticada em separado, porque tudo está inter-relacionado
e em permanente diálogo. Assim, os empresários devem compreender e participar cada vez
mais das mudanças estruturais na relação de forças nas áreas ambiental, econômica e social.
Também, em sua grande parte muitos já decidiram não querer ter passivos ambientais.
Impetrado no sentido do saber ambiental e sempre se baseando no discurso da
racionalidade, Leff (2001) diz que a gestão ambiental local parte do saber ambiental das
comunidades, onde se funde a consciência de seu meio, o saber sobre as propriedades e as
formas de manejo sustentáveis de seus recursos. Dessa forma percebe-se a importância de se
investir em responsabilidade social, sempre visando o bem estar das comunidades envolvidas.
Diante da onda dos “socialmente responsáveis”, devemos internalizar o conceito de
responsabilidade social sabendo que este não é o mesmo que filantropia. A ação filantrópica
empresarial pode ser caracterizada como uma ação social de natureza assistencialista, caridosa
e na maioria das vezes temporária. Esse tipo de ação geralmente e realizado por meio de
doações de caráter financeiros e/ou materiais a comunidades ou instituições sociais
(TENÓRIO, 2004). Na opinião de Azambuja (2001, apud Tenório, 2004 p. 25):
O ato de filantropia ou assistencialismo, por mais meritório que seja, é
voluntário, circunstancial e se esgota em si mesmo. Pode criar ainda,
expectativas para o futuro que não venham necessariamente a se
realizar dado o caráter episódio e gratuito de muitos atos filantrópicos.
Ações filantrópicas são praticadas e acobertadas por ações escusas de Marketing
empresarial. Muitas empresas utilizam essas ações em suas campanhas me Marketing, para
ganhar legitimidade e associar sua marca ou produto com ações sociais de modo atrair novos
consumidores (OLIVEIRA, 2008). É importante ressaltar que a filantropia não garante que as
empresas, ao praticarem o ato de filantrópico em si, estejam respeitando o meio ambiente,
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desenvolvendo a cidadania ou respeitando os direitos de seus empregados. A filantropia não
deve nem pode eximir a empresa de suas responsabilidades (TENÓRIO, 2004).
Já a responsabilidade social vai além do simples ato de “dar o peixe”. Segundo
Cardoso e Ashley :
Responsabilidade social pode ser definida como o compromisso que
uma organização deve ter para com a sociedade, expresso por meio de
atos e atitudes que afetem positivamente, de modo amplo, ou a alguma
comunidade, de modo específico. Agindo proativamente e
coerentemente no que tange a seu papel específico na sociedade e à
sua prestação de contas para com ela (ASHELEY 2002 apud VINHA,
2003 p. 187).
Já para Toro e Hoyos (1998, p. 4); (apud Silva, 2008): “A responsabilidade social é o
compromisso da empresa em contribuir com o desenvolvimento, o bem estar e a melhoria da
qualidade de vida dos empregados, suas famílias e a comunidade em geral”. Sendo assim
deve-se ter muito cuidado na hora de avaliar ações sociais empresariais, pois nem sempre uma
boa ação social quer dizer realmente que ela se insere nesse contexto. Silva (2008) discorre a
respeito:
Por detrás dos “panos”, vemos muitas vezes empresários que se
intitulam socialmente responsáveis e, no entanto seus colaboradores
são massacrados com jornadas excessivas de trabalho. Vemos ainda
indústrias que alardeiam ações socialmente responsáveis, contudo não
fazem nada para o crescimento da cidade ou local que abriga suas
indústrias e pior: degradam o meio ambiente, deixando como herança
um passivo ambiental (SILVA, 2008 p. 1).
Certamente a filantropia foi o passo inicial para que se pudesse chegar à
responsabilidade social propriamente dita, ainda que esta não seja sinônimo daquela, mas
representa sua evolução ao longo dos tempos.
Para muitos, termos como filantropia empresarial, cidadania empresarial, ética
empresarial e a responsabilidade social das empresas, têm características bem parecidas e são
termos difíceis de dissociarem na prática, mas internalizar a essência desta questão faz toda a
diferença.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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Na busca pela sustentabilidade de suas ações, as empresas no Brasil estão se
envolvendo cada dia mais em ações sociais, e buscando parcerias, visando sempre o alcance
dos objetivos de desenvolvimento econômico atrelado ao desenvolvimento social de todos os
seus grupos de interesse. Estamos vivendo em um novo mundo, uma nova ordem social e
econômica que vem suscitando um repensar nas ações das organizações, que são a cada dia,
mais afetadas pelas mudanças ambientais de toda ordem e cobradas com mais rigor das
autoridades competentes.
Em resposta a esse desafio que é compatibilizar desenvolvimento econômico e
proteção ao meio ambiente, governos, sociedade e empresas vêm galgando novas formas e
estratégias que possam contribuir para a melhoria da qualidade de vida das pessoas e também
com a qualidade do meio ambiente. Sendo assim, a estratégias de responsabilidade social e a
incorporação de um sistema de gestão ambiental numa empresa, hoje são considerados
investimentos e, não mais um encargo para a empresa.
Dessa forma o conceito de responsabilidade social vem sendo amplamente difundido
no meio empresarial e em diversos setores da sociedade. Apesar das dificuldades de
interpretação do conceito e do seu pouco tempo de discussão, é inegável não defender sua
importância para o mundo dos negócios, para o meio ambiente e para a sociedade. No
entanto, apesar de reconhecer os avanços das propostas de sustentabilidade empresarial no
âmbito do sistema capitalista de produção, é preciso atentar para os limites destas quando
circunscritas aos moldes de uma racionalidade que sobrevaloriza o lucro em detrimento da
qualidade de vida, as ações pontuais de filantropia em detrimento de uma prática contínua de
relevante interesse social.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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(org.) Meio Ambiente no Século 21. Rio de Janeiro: Sextante, 2003.
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CAPRA, F. O ponto de mutação: A ciência, a sociedade e a cultura emergente. São Paulo:
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GRAJEW,
O.
Filantropia
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responsabilidade
social.
Disponível
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http://www.uniethos.com.br/. Acesso em 24/05/2008.
LAYRARGUES, P. P. Sistemas de Gerenciamento Ambiental, Tecnologia Limpa e
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SILVA, J. A. da. Direito Ambiental Constitucional. 5 ed. - São Paulo. Malheiros. 2005
TENÓRIO, F. G. Responsabilidade social empresarial: teoria e prática (Org.).
Colaboradores: NASCIMENTO, F. C. P. do, FERES, J. VILLAR, L. B., HILST, S. M.,
LAZARI, S. Rio de Janeiro: FGV, 2004.
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